06 novembro 2004

As "desestabilizações" da Mauritânia

Desde há um tempo a esta parte que o regime integrista mauritano vem reclamando de constantes tentativas de Golpes de Estado. Foi em 8 de Junho de 2003, e mais recentemente, a 8 de Agosto, com algumas crises desestabilizadoras intermédias.
Um dos seus inimigos predilectos – leia-se incentivador dos mesmos – tem sido a Líbia, no que, a pedido de Khadafi, já originou uma intervenção quer da União do Magrebe Árabe (UMA), quer da Liga Árabe quer, ainda, da UA no sentido de normalização de relações.
Mas não foi só a Líbia ser acusada dessa participação, em particular no frustrado Golpe de 8 de Agosto. Também o Burkina Faso foi acusado de envolvimento na conspiração para derrubar o Governo do Presidente Maaouya Ould Sid'Ahmed Taya, no que foi prontamente negado pelo MNE burquinabe, Youssouf Ouédraogo.
Agora algumas dezenas de oficiais e civis foram detidos e acusados pelo regime mauritano de terem participado numa reunião preparativa de um Coup d’ État para 15 de Agosto passado no qual participaria, entre outros, o comandante Mohamed Lemine Ould, mentor da tentativa de Junho de 2003, no que o regime chama de tentativas de desestabilização do Governo.
Só que o problema mauritano não está tanto nas questões político-militares mas, tão só, nas sociais, económicas e, acima de tudo, alimentares, agravadas com a praga acridiana e uma prolongada seca de vários anos.
É, infelizmente, um problema congénito do Sahel para o qual não se vislumbra alternativas.
A região é pobre. Os gestores políticos incompetentes.

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