29 junho 2006

O PS e as quotas no feminino

(a israelita e trabalhista [socialista] Golda Meir não precisou de quotas)
Alguém me explica a obsessão do PS pela existência de quotas, ou paridades, para as mulheres portuguesas, nomeadamente, na vida político-social, ao ponto de “ameaçar” com penalizações e cortes em subvenções aos movimentos cívicos que não cumpram com essa exigência?
Das duas três: Ou o legislador socialista nunca viveu em Portugal e, por esse facto, desconhece as capacidades e qualificações técnico-profissionais das mulheres portuguesas e isso explica tudo; ou então esse legislador estará rodeado de ineptas e toma a parte pelo todo e, nessa altura, terei de lhe dizer o quanto está enganado porque conheço algumas quantas militantes – e activas – mulheres socialistas que, inclusive, têm ou tiveram cargos de elevada responsabilidade e continuam a ser respeitadas por isso (talvez nem todas, também não se pode ter tudo); ou então o citado legislador foi funcionário de uma Instituição financeira que, em tempos, era reconhecida pelos seus preconceitos contra as mulheres no trabalho – se for assim, o legislador não captou a essência base desse preconceito – na base da utopia de que os portugueses deviam ter capacidade financeira para poderem manter as suas mulheres em casa a criarem, em total disponibilidade, os filhos.
Realmente alguma coisa não está bem no PS quanto ao feminino.
Por este continuado martelar na existência de quotas/paridade – se fossemos ter em conta a paridade, então teria de haver mais mulheres, que homens, a serem eleitas para cargos políticos e sociais e não só 33,3% conforme proposto – e por este andar, começo a desconfiar que a Dra. Vera Sampaio não foi nomeada para as funções de adjunta do Ministro da Presidência de Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira, devido às suas qualificações, nem tão pouco pelo facto de ser filha do ex-presidente Sampaio, mas já a pensar nas quotas/paridades que o PS vem defendendo.
Por favor, senhores do PS, já é altura, 31 anos após Abril, de começarem a respeitar mais as mulheres portuguesas e olharem-nas como pessoas tecnicamente para ocuparem qualquer lugar sem que, para isso, tenham de lhes arranjar estúpidos artifícios para as colocarem em certos lugares.
Elas sabem quando devem se candidatar.
Até parece que não há lugares onde são elas, e unicamente elas, que mandam em freguesias ou bairros.

1 comentário:

Emanuelle disse...

Gostei muito do que li. Espero sua visita no meu blog.
abraços.
Emanuelle.