31 janeiro 2007

Mão-de-obra barata!!!!

(empresa portuguesa afunda-se porque só um remava enquanto outros discutiam estratégias)

Se havia dúvidas estas esbateram-se, definitivamente, hoje.
Em Portugal a mão-de-obra é barata, muito barata e sem vias de progressão, a fazer fé nas palavras do Ministro de Economia português, Manuel Pinho, durante o seu discurso no Fórum de Cooperação Empresarial Portugal China 2007, quando, ao apelar ao investimento chinês em Portugal, afirmou que os custos salariais em Portugal são inferiores à média da União Europeia e não prevê que venham sofrer maior pressão no aumento dos mesmos que nos países do alargamento:“Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da UE e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento”.
Bom, quando se verifica que algumas grandes empresas internacionais, e também nacionais, “fogem” para outras paragens devido aos custos, só se pode inferir que os mesmos não serão devido à mão-de-obra mas sim devido aos custos que o Estado está impor a essas empresas. Clara e “simplexmente” um Estado “chuchialista”.

Este é (era?) o Estádio da Cidadela

(recebido via e-mail; desconheço o feliz autor)

O trágico efeito das fortes chuvadas que caíram em Luanda está bem patente nesta foto que recebi hoje via e-mail: o estádio Nacional da Cidadela que tantas alegrias tem dado ao “povão” angolano transformado numa Piscina super-olímpica.
Em vésperas de Angola começar a sua caminhada para o CAN2010 pode-se dizer que foram chuvadas inoportunas ou então que São Pedro não gosta dos nossos “Palancas Negras”.
E olhem que não sou supersticioso, porque senão pensaria que o Supremo estaria contra a governação local…
E por falar em local e chuvadas, hoje a Manchete do Notícias Lusófonas perguntava – de uma forma semelhante a que já há dias o fiz, mas para outro assunto – se Angola é Luanda e o resto é paisagem, dado que só se fala em Luanda e quando se sabe que outras paragens do país tiveram, igualmente, fortes chuvadas registando-se, igualmente, inúmeros prejuízos.

30 janeiro 2007

Hugo Chavez, o novo “pequeno” ditador?

(montagem feita com base num cartoon de Alfredo Pong)

Quem pensaria que Hugo Chavez, o actual porta-voz de Fidel, se tornaria no primeiro ditadorzeco do século XXI, uma absurda cópia do “Grande Ditador” de Charles Chaplin…
Pois é nisso que a Congresso Chaveziano, da República Bolivariana da Venezuela quer tornar Hugo Chavez ao se preparar para aprovar uma lei que torna a governação chaveziana feita por decreto durante cerca de um ano e meio, período no qual o actual presidente poderá colocar em prática o seu “revolucionário” Socialismo do Século XXI.
Durante esse período Chavez irá nacionalizar sectores energéticos e serviços públicos, retirar as licenças de rádio e teledifusão a quem não está com ele, acabar com a autonomia do Banco Central, eliminar o limite às reeleições presidenciais e unificar os partidos que o apoiam.
Em duas palavras, o Congresso vai aprovar a «Lei Habilitante» que dará plenos poderes a Hugo Chavez tornando-o não num imperador, como o alcunhou um dos líderes da oposição, mas no primeiro ditador socialista latino-americano do século XXI.
E já agora, alguém acredita que os EUA, caso se torne efectiva a pressão venezuelana sobre o petróleo, como pondera fazer Chavez, permitirá que este se mantenha no poder tal como ainda tem “admitido” a manutenção da família Castro?
É que além da mais que provável tomada de posição ultra-maioritária chaveziana nas companhias petrolíferas que operam no pais, a Venezuela celebrou um acordo de defesa militar com o Irão, vai comprar mísseis e helicópteros à Rússia e criou uma joint-venture petrolífera com a China (mais um “campo” petrolífero onde a China vai querer mandar…)

Mundial de Andebol 2007 - fase final

Angola não conseguiu melhorar o 20º lugar do último Mundial quedando-se neste Mundial que decorre na Alemanha no 21º posto depois de ter batido a Gronelândia por 29-28. No campeonato do “Fair Play” Angola não deverá descer do 13º lugar podendo ainda, talvez, melghorar esta posição. Já agora destaque para a Tunísia que arrecadou o 11º depois de ter batido a República Checa por 25-21; por sua vez o vice-campeão africano, Egipto, não foi além do 17º lugar depois de vencer o Kuwait por 26-22. Na luta pelo 19º lugar o Brasil levou a melhor sobre Marrocos por 36-29. Esperemos que no próximo Mundial Angola possa estar, de novo, representada e consiga uma melhor prestação. Não esquecer que os grupos às vezes também t~em a sua influência… Só um pequeno reparo, porque é que na Galeria de fotos do Mundial não aparece nenhuma da equipa/jogador angolana? Mera coincidência, só pode ser…

29 janeiro 2007

Guinés versus Guinés ou as três guinés africanas

"À partida o título parece indicar alguma incongruência ou uma certa inconstância do autor. Guinés versus Guinés, se, realmente, só em África existem logo 3 Guinés e, por acaso, as três estão em mesma área económica ou político-linguísticas; a Guiné-Bissau e a República da Guiné, mais reconhecida por de Conakry, pertencem à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e à Francofonia; já a Guiné-Bissau e a Guiné-Equatorial pertencem à CPLP e à zona económica do Franco CFA.
Mas não só.
E é isso o que me leva a esta análise já que os três países, além das paridades acima, têm mais coisas em comum"

Parte de um artigo publicado no Notícias Lusófonas, sobre as similaridades das três afro-guinés (Guiné-Bissau, República da Guiné e Guiné-Equatorial), que podem continuar a ler acedendo aqui.

A "desmiscigenação" humana ou uma forma encapotada de racismo?

Já tenho escrito nestas mesmas páginas temas sobre o racismo e a questão da miscigenação dos portugueses e do facto da maioria dos portugueses serem mestiços apesar de se considerarem, alguns em posição de relevo na sociedade portuguesa, “branquinhos da silva”.
Também o jornalista e intelectual João Craveirinha escreveu um tema sobre esta questão aqui transcrito.
Mas parece que em Portugal, face ao que às vezes se lê, ainda persiste a ideia de que ou há “brancos” ou há “negros” e não o resto. Ou seja, NÃO PARECE HAVER MESTIÇOS. E foram os portugueses quem inventaram as duas palavras mais usuais da miscigenação: Mulatos e Cabritos.
Por isso não deixa de ser interessante esta análise de Joffre Justino no seu blogue sobre um dos potenciais pré-candidados à nomeação democrata para a presidência dos EUA, o senador Barack Obama.
JJ, citando o matutino português “Público” identifica o senador como “filho de "pai negro e imigrante do Quénia e de mãe branca da chamada “middle América" ” para logo de seguida o mesmo matutino afirmar que "Barak Hussein Obama, 45 anos, não é o primeiro negro…", o que, tal como relembra JJ “coloca este senador no contexto de uma das minorias americanas, a afro-americana”, ou seja, exclusivamente, dentro do grupo rácico “Negro”.
Tal como JJ relembra Obama é um indivíduo miscigenado; como a maioria dos norte-americanos não provenientes da Europa do Norte.
Só que o racismo norte-americano – e, infelizmente até naqueles onde essa miscigenação é clara como se constata pelo artigo do Público citado por JJ – não reconhece as diversas diferenças. Porque para eles ou são “brancos” ou são “outros”. E os outros são “negros” ou são “hispânicos”.
Uma forma laxista de ver a raça humana não como uma Raça Única – a HUMANA – mas como “sub-espécies” a analisar e criticar…

27 janeiro 2007

Angolana é a adjunta do PGR, em Lisboa

Francisca Van-Dunem, angolana refugiada em Portugal, desde as purgas do 27 de Maio de 1977, e até ontem a responsável pela Direcção Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa é a nova representante distrital do Procurador-geral da República (PGDL), em Lisboa.
A nova Procuradora-geral Distrital foi eleita, em votação secreta, pela maioria dos membros do Conselho Superior do Ministério Público. De registar que, em Agosto, a jurista angolana chegou a ver o seu nome ventilado para o cargo de Procuradora-geral da República em substituição de Souto Moura.
A nova Procuradora distrital esteve em evidência por quando da carta de Pepetela quando este afirmou nunca ter participado na repressão do 27 de Maio mas, tão somente, na criação de uma comissão criada para analisar os depoimentos dos detidos na altura dos acontecimentos que levaram à morte de Nito Alves.
Também em Outubro de 2005 não teve problemas em afirmar aquilo que Cavaco só o afirmou cerca de um ano depois: em Portugal, a população considera que "a pequena corrupção é endémica na administração pública" ou seja, a nova PGDL afirmava que havia corrupção em Portugal.
Só esperemos que o facto de ser uma sobrinha de Eduardo dos Santos, conforme já está a ser sublinhado, não lhe traga alguns escolhos nesta sua nova missão.

26 janeiro 2007

Tartarugas santomenses... o meu lamento

Lamentável o que hoje ouvi na RTP-África sobre as tartarugas marinhas de São Tomé e Príncipe.
A falta de peixe levam os pescadores a capturá-las para auferirem algum dinheiro que os sustente e ás famílias. Diga-se que a carne de tartaruga, face á notícia, também é muito apreciada entre os santomenses.
Por outro lado, a ONG Mar Ambiente e Pesca Artesanal (Marapa), a executora do Programa Nacional de Protecção das Tartarugas Marinhas que opera sob financiamentos do Projecto Espèces Phares (UE) e do Fundo Francês para o Ambiente Mundial (FFEM) e, simultaneamente, a entidade que controla – ou tenta controlar – a sobrevivência da tartaruga santomense, vê-se sem fundos para cumprir com a sua nobre missão: protegê-las.
Lembram-se de há um ano ter ocorrido em São Tomé uma conferência para a protecção da Tartaruga Marinha? Apesar de haver quem, sempre que pode, as traga à memória colectiva, esta, por vezes, prega destas partidas… esquece rapidamente!
Mas, também quem protege os pescadores santomenses da rapina que se faz no país?
Talvez, por isso, algumas pequenas embarcações acabem perdidas no alto-mar. Hoje, felizmente, e ao fim de 2 semanas de angústia e de buscas, foram encontrados, perto da costa ocidental, pescadores santomenses que andavam perdidos.
Talvez seja altura do Governo santomense começar a obrigar os pesqueiros estrangeiros a criarem empresas mistas para poderem operar na zona marinha exclusiva.
Por certo que os pescadores costeiros agradecerão e de certeza que as tartarugas sentir-se-ão mais protegidas.

Um país alegre e… com genialidades!

António Ribeiro, um dos principais, senão o principal, impulsionador do portal Notícias Lusófonas, na sua última análise à situação político-social portuguesa, na rubrica “Lusófias”, afirma que Portugal é “um país alegre” onde – isto digo eu – parece reinar o rei e o roque.
António Ribeiro dá alguns exemplos como, quem “chateia também leva rebuçado”, quem fica doente vai ao hospital e paga taxa mas se ficar internado “ainda paga mais”, quem viaja com o Presidente arrisca-se a encher “as algibeiras de cartões”, um ano para se decidir uma OPA sobre outra empresa, uma costa que “corre o risco de desaparecer porque afinal deitar areia para o mar não adianta”, um país com falta de recursos, imensos desempregados, ordenados em atraso mas que conseguiu ser o “país da Europa que mais dinheiro gastou em prendas no Natal”.
Pois meu caro António Ribeiro, tudo isto é verdade e tudo isto é alegremente bonito mas acho que consigo encontrar algo mais alegre.
O exemplo gritante de como tudo isto é muito alegre foi hoje citado na Manchete do Notícias Lusófonas – citado também aqui; por acaso soube-o, também e primeiramente, por outra fonte – prende-se com o de uma pessoa ter um cargo de vice-presidente num Instituto português onde é disponibilizado um interessante Curriculum vitae onde, entre outros itens, menciona uma licenciatura, com a duração de 4 (quatro) anos, entre 1984 e 1987, numa universidade, por acaso privada, que só começou a leccionar essa Licenciatura em 1986 – e o cujo primeiro curso dessa Licenciatura terminou em 1991 – que, e também por acaso, era de 5 (cinco) anos.
Ora quem consegue um cargo de vice-presidente de um Instituto público apresentando estes “lapsos” e ainda o consegue manter, merece-o até porque, de acordo com o tal CV, é uma pessoa com um grau de desenvolvimento intelectual bastante elevado; começou o curso universitário com 15 (quinze) anos…
Porque tudo isto acontece num país muito alegre, muito alegre!! e este país chama-se Portugal!!!

25 janeiro 2007

Eleições n’ A Gâmbia

Decorrem hoje, sob a supervisão de 10 observadores da União Africana, as eleições gerais neste país enclave do Senegal formado ao longo do rio Gâmbia.
Às eleições legislativas – o Parlamento tem 53 lugares, sendo 48 para os eleitos pelo povo e 5 nomeados pelo Presidente – concorrem 90 candidatos distribuídos por várias organizações políticas, destacando-se, de entre elas, a APRC, Alliance for Patriotic Reorientation and Construction, a UDP, United Democratic Party, o NRP, National Convention Party e a NADD, National Alliance for Democracy and Development e 9 independentes. Alguns partidos, nomeadamente o People's Democratic Organization for Independence and Socialism (PDOIS), parecem que decidiram ou não concorrer ou concorrer com um número mínimo de candidadtos.
No último escrutínio os deputados estavam distribuídos como segue: APRC com 45 assentos, PDOIS com 2 deputados e o NRP com 1 lugar.
Apesar da presença dos observadores da UA alguns candidatos, nomeadamente, independentes sentem-se alvo de perseguições.
Segundo alguns órgãos gambianos alguns candidatos foram coartados dos seus direitos cívicos, nomeadamente um dos candidatos independentes pela circunscrição de Niamina East e outro do partido UDP declarou que um seu candidato, por Basse, em ambos os casos terão sido detidos, sem razões aparentes, pelas polícias locais numa clara violação dos direitos cívicos e eleitorais.
E, no entanto, o presidente da Comissão independente eleitoral, Alhagie Mustapha Carayol, afirma que as eleições estão a decorrer normalmente e dentro de maior civismo…
Reconheçamos que quando se tem um território fronteiriço como Casamanse e se está “quase” rodeado por autocratas é natural que alguns resquícios fiquem no subconsciente daqueles que não prezam, realmente, a liberdade de expressão.
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ADENDA: Os primeiros resultados destas eleições dão a vitória, uma expressiva vitória, ao partido do poder, APRC, que já conquistou 37 assentos, a UDP 4 deputados, o NADD e os independentes, um cada.

Luanda, celebra o dia da terra da kianda em choro











(vamos fazer com que estas imagens [via RTP-África] se diluam no tempo)

A cidade que começou nos morros e se estendeu até ao sítio do muxiluanda faz hoje 431 anos.
Aquela que o poeta, num dos primeiros discos gravados em Angola, cantou como “a minha cidade é linda / linda de morrer, / a minha cidade é linda / vou amá-la até morrer” parece caminhar lenta e inexoravelmente para este último verso se as autoridades, e de uma vez, não tomarem as devidas posturas.
Uma cidade aniversariante mas não em festa.
Uma cidade, onde alguma – demasiada – da incompetência e a inoperância prevalecem, viu alguns dos seus melhores filhos serem levados devido às últimas chuvadas desmentindo que esta é a época da Kiangala.
Com as chuvadas esperam-se – e não se desejam – a chegadas de epidemias, nomeadamente, a cólera!
Job Capapinha afirma que Luanda tem de recuperar o seu antigo esplendor, a alegria de viver.
Acho bem! Mas não basta aos funcionários camarários limparem os detritos e as ruas; recolherem os sinistrados e acomodá-los em tendas e dar-lhes alguma assistência social, pedir ajuda internacional.
É preciso muito mais!
É preciso – tem de – criar condições para que 90% da actual população da província e da cidade voltem aos seus antigos lugares, porque a terra de Kianda só tem – e mal – estruturas para albergar pouco mais de 500.000 habitantes. Ou seja, Luanda tem de apresentar, rapidamente, um plano director e proceder a um consensual reordenamento urbano com melhores e mais capazes vias de acesso à cidade e ao centro.
Ainda assim, e embora seja orgulhosamente lobitanga, não posso deixar de sentir a emoção de quem passou alguns dos seus melhores anos na cidade de Luanda e desejar que volte a ser LINDA para continuar amá-la até morrer!

24 janeiro 2007

Mundial de Andebol 2007 – a 2ª fase

Tal como se esperava Angola não conseguiu vencer, ou empatar, qualquer jogo da fase preliminar do Mundial de Andebol – Alemanha 2007.
Todavia registe-se o excelente resultado no último encontro com a Hungria, equipa já apurada para a fase seguinte, com quem Angola só perdeu por 31-34 passando à fase da “President’s Cup” onde estão, também o Egipto e Marrocos
Nesta fase destaque para a Tunísia que passou à fase final “Main Roud” mercê dos 2 triunfos e uma derrota na fase preliminar.
….
Entretanto, já decorreram algumas partidas da President’s Cup, onde se registam a vitória de Angola sobre o Qatar por 33-27, no grupo 4, e a derrota do Egipto face à Noruega por uns somente surpreendentes – ou talvez não face aos resultados na primeira fase – 18-27, no grupo 2.
No próximo dia 27 Angola medirá forças com Marrocos, o medalha de bronze do último campeonato africano; um certo tira-teimas.
de registar que o Brasil está também a competir no President's Cup, no grupo 3 jogando a primeira partida amanhã.
No campeonato “Fair Play” registe-se o desempenho da Coreia do Sul, comandante isolado, à frente da Croácia e do Brasil; Angola está a meio da tabela, no 14º lugar

23 janeiro 2007

Que se passa com o Blogger?

Por acaso só hoje é que reparei.
Desde o dia 21 de Janeiro, mais especificamente desde as 14,10 horas desse dia, quando coloquei um apontamento sobre as alterações governativas angolanas, que o Blogger não permite que alguém coloque comentários nos meus apontamentos (posts).
Porquê? não o sei.
Já verifiquei as condições do sistema e o mesmo mantém-se inalterável. Quase rigorosamente igual ao meu outro blogue o "Malambas"; quase porque para as pessoas poderem comentar decidi acrescentar a opção "envio de e-mail".
Não fossem os pequeninos, aqueles que se acham com capacidade para boicotar os outros, os incómodos, gritarem e abanarem as mãozinhas e porem-se em bicos de pés - como sempre são tão pequeninos - dizendo que foram eles que conseguiram calar a hipótese de comentários...
Penso que é alturo do Blogger ver o que se passa, principalmente quando adoptou um novo sistema de colocação, muito bom, diga-se, de posts.
Só espero não ter de pedir ajuda ao Notícias Lusófonas para acontecer um rápido resultado.
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ADENDA: Acreditem que não acredito em bruxas mas... que as há, há!!! ou então alguém tem medo do Notícias Lusófonas... é que agora este apontamento já permite, e novo, a colocação e comentários!!!!
Talvez seja melhor é calar-me e não fazer mais ondas...

Timor-Lorosae e o enclave de Oécussi

"O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, entregou hoje ajuda alimentar do Governo e das Nações Unidas ao enclave de Oécussi, um dia depois de a sua coluna ter sido travada na fronteira indonésia.
Ramos-Horta constatou nesta visita as grandes dificuldades burocráticas da via terrestre entre Díli e o enclave, através de território indonésio.
A coluna humanitária saiu de Díli segunda-feira, mas foi impedida de at ravessar a fronteira por não possuir todas as autorizações necessárias.
Ramos-Horta repetiu hoje que, "apesar da boa-vontade do Governo central indonésio", o incidente fronteiriço resultou da ["má-vontade" e de "falta de comunicação" entre a embaixada de Jacarta em Díli e a guarda fronteiriça indonésia[????]." ( os parênteses rectos e as interrogações são meus... ler o resto aqui).

Bem pode gritar Ramos Horta que o Oécussi é a aldeia mais leste da ilha "Timor é uno, de Oécussi a Tutuala" ou que Xanana vá ao cinema com os antigos inimigos porque estes se estão nas tintas.
Enquanto for a Austrália a determinar a vida regional e a Indonésia sentir que nunca será beliscada Timor nunca verá os seus direitos válidos e aduiridos.
Seria nestes casos que a CPLP deveria fazer a sua voz (oito [mais dois] países falam mais alto que um) em defesa dos interesses de um dos seus membros, mas...

Os autocratas auto-defendem-se…

Bissau está a intervir na crise político-social da Guiné-Conakri?
De acordo com uma notícia do portal guineense “Kibarou.com” um
contingente militar proveniente de Bissau terão estado em confronto com civis da República da Guiné onde, há cerda de 2 semanas, se mantém uma greve geral a pedir o “impeachment” do presidente general Lansana Conté, um grande amigo de João Bernardo “Nino” Vieira.
Desta escaramuça, ocorrida em Dixinn resultaram 5 mortos civis.Conquanto a minha casa esteja desarrumada, isso não é problema; pode-se sempre ir arrumar a casa do meu amigo vizinho.
(a continuar a ler no Notícias Lusófonas ou clicando no título)

22 janeiro 2007

O efeito-estufa?

Moçambique, mais especificamente a região do Zambeze e na província de Nampula, está há uns dias sob fortes chuvadas com direito a avisos de eventuais cheias. A construção de uma ponte sobre o Zambeze está parada e em Nampula alguns milhares já estão sem abrigo.
Angola, em particular Luanda, que quase paralisou hoje, e Lundas, onde, segundo a RDP-África, casas foram varridas pela força das chuvas, estão sob castigo da tormenta que caiu; segundo vozes críticas tudo porque há obras que se mantém tempo demais e sem cumprirem os mínimos requisitos de segurança para as populações havendo casas quase integralmente submersas, como documentaram imagens da RTP-África hoje emitidas.
Em São Tomé e Príncipe – tal como já tinha acontecido no início do ano em Cabo Verde – apareceu a bruma seca que está pôr em perigo não só a saúde das populações como os transportes marítimos e aéreos. Esta bruma, composta de um pó branco, é proveniente do deserto do Saara. Será que ainda é efeitos dos pós levantados pela caravana do Lisboa-Dakar?
Em Portugal as marés, nomeadamente na margem sul da foz do Tejo, frente a Lisboa, estão a dizimar as margens e colocar em perigo as dunas classificadas como património.
Entretanto os especialistas avisam que as alterações climatéricas poderão ser importantes dentro de algumas poucas décadas com períodos estivais muito secos e de chuvas muito intensas.
Tudo parece ter como base no chamado efeito-estufa que alguns países continuam a não acreditar poder haver…



(Nota: As fotos de Luanda e STP foram obtidas via RTP-África)

A pata da globalização chinesa

(uma incómoda vista)

Numa altura que, em Nairobi, Quénia, se reúne, na sua 7º edição, o Fórum Social Mundial (FSM), um projecto antiglobalizante que teve o seu início em Porto Alegre, Brasil, nos idos de 2001, constata-se que a força globalizadora da China se faz claramente sentir.
Apesar do FSM reivindicar ser um espaço aberto ao debate e construção de estruturas democráticas, aprofundamento da reflexão e do respeito pelas espiritualidades diversas, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONG’s e todas organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do Mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, nota-se que a força globalizadora da China está bem presente.
Embora esta reunião tenha como objectivos principais – ou talvez por isso mesmo –a globalização, os países ricos, o Banco Mundial, George W. Bush, o combate ao SIDA, o perdão da dívida externa dos países pobres e as guerras, destacando os organizadores a invasão da Somália, pela Etiópia, – e as outras, já acabaram? –, não há dúvidas que a força globalizadora da China é evidente.
Conquanto o FSM defenda, também, a dignidade, diversidade, garantia da igualdade de género e eliminação de todas as formas de discriminação, a garantia dos direitos económicos, sociais, humanos e culturais, especialmente os direitos à alimentação, saúde, educação, emprego, habitação e trabalho digno, é um facto que a omnipresença globalizadora da China se torna indesmentível.
Ora se a FSM foi criado tendo em visa ser um projecto antiglobalizante e tendencialmente anti-monopolista e a favor da construção de uma ordem mundial baseada na soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos [de todos os povos excluídos e, ou, subjugados] – alguns dos principais objectivos do programa FSM 2007 – como se explica que força globalizadora da China não seja igualmente criticada como o está a ser, pertinentemente face à génese da FSM, a de W. Bush?
A força globalizadora da China está evidente em toda a África, sabemo-lo; mas tem, nesta altura, um particular destaque no Quénia onde, e pela segunda vez em 8 anos, “fez” impedir a entrada do Dalai Lama no país de Jomo Kenyatta, que, desta feita, parece que queria, somente, visitar o parque nacional de Maasai Mara.
Porque quem não vê Lama, não pode ouvir Lama… mesmo em repúblicas das bananas!!

Notícias Lusófonas regressou!

"Continuamos, como sempre, a pensar que dizer o que julgamos ser a verdade é a melhor qualidade de quem não precisa de se descalçar para contar até doze Desde 4 de Novembro do ano passado que, por circunstâncias que aqui serão reveladas a seu tempo, o NL esteve fora do combate pelo poder das ideias. Não será difícil calcular que foram os que defendem as ideias de poder (a qualquer preço) que tentaram pôr-nos definitivamente fora de jogo. Não o conseguiram, mas vão continuar a tentar, isso vão. Importa, contudo, registar que este forte ataque serviu também para demonstrar que são muitos (são mesmo demasiados) os que pensam no seu próprio umbigo, esquecendo os que quase já não têm umbigo… tal é a fome. Neste regresso a filosofia é a mesma: quem não vive para servir, não serve para viver. Connosco continuam, agora como colunistas regulares, Eugénio Costa Almeida e Fernando Casimiro (Didinho); Jorge Eurico e Orlando Castro (Alto Hama). Seguem-se três depoimentos sobre o nosso regresso e, é claro, o agradecimento a todos aqueles que nos ajudaram por palavras e actos a sair de coma. "(continuar a ler clicando no texto)
Tal como afirma a Manchete do regresso do NL, aceitei o honroso convite de pertencer ao grupo de Colunistas e estar ao lado de Jornalistas - com "J" - que, por certo, me irão continuar a formar na bela arte de melhor escrever.

A minha primeira colaboração intitulou-se "Brancas ou excesso de informação?" que estará à vossa disposição para criticarem como melhor acharem.
Não se acanhem nem com a crítica ao meu artigo nem com críticas que desejem fazer ao NL para o tornarem ainda melhor.

21 janeiro 2007

Nova remodelação governativa em Angola

Mais uma remodelação no Governo angolano e, uma vez mais, com a chancela do Presidente da República. Substituiu Ministros e reimplantou as Secretarias de Estado
Uma vez mais se estranha que seja o presidente Eduardo dos Santos a determinar a saída e alterações dos membros do governo quando, constitucionalmente, a República de Angola é semi-presidencialista; ou seja, cabe ao Chefe do Governo, o primeiro-ministro, determinar essas alterações propondo-as ao Presidente da República que as aceitas, no quadro constitucional e institucional, ou as rejeita e propõe ao primeiro-ministro que apresente novos nomes.
Segundo uma notícia do portal AngoNotícias, uma das alterações que ocorreram no GURN, a exoneração do Ministro da Saúde, Sebastião Veloso, foi determinada pela Presidente que terá, segundo uma fonte da Presidência, avisado previamente o presidente da UNITA, Samakuva – o ministro foi indicado pela UNITA –, desta alteração e que o ministro exonerado também terá sido avisado pelo primeiro-ministro.
Acontece que tanto o porta-voz da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, como o ministro demitido – que tomou conhecimento oficial da sua exoneração quando estava a preparar a agenda da semana seguinte – afirmam que ninguém teve prévio conhecimento desta medida.
Não está em causa as alterações visadas, nomeadamente as do Ministro da Saúde. Reconheçamos que, por muito que tenha feito a nível da saúde, nomeadamente nos hospitais, como se infere pelos comentários anexos à notícia, situações houve que não deram um largo campo de manobra para o manter: desde logo ter sido uma segunda escolha, a UNITA terá proposto Carlos Morgado que dos Santos rejeitou; o deficiente combate à febre hemorrágica de Marburg, de início no Uíge e depois pelo país, com um saldo superior a 200 vítimas; a desautorização de um governador provincial aose permitir demitir, à revelia do ministro, o Director de um Hospital; o aparecimento de um novo surto hemorrágico grave, uma vez mais no Uíge, cuja identificação viral só agora foi possível, uma tifóide da família das salmonelas.
Independentemente das motivações que estarão por detrás desta exoneração, parece continuar a haver quem queira dinamitar as relações entre José Eduardo dos Santos e Isaías Samakuva.
Não me admiro que a presidência tenha querido avisar Samakuva como afirmam os serviços da presidência. Falta saber se o mensageiro não se enganou no destino…

As fono-comunidades - artigo

"De uma maneira geral as comunidades linguísticas têm contribuído para uma melhoria da qualidade de vida, social, desportiva, intelectual e económica dos países que a elas pertencem.
De uma maneira geral… exceptua-se, talvez, a política.
Constatou-se isso, principalmente, com as Comunidades Britânica e Francesa. Já não foi tanto com a Hispânica apesar do grande apoio que Espanha sempre deu às suas antigas colónias, nomeadamente, quando estas estavam politicamente exangues ou desprotegidas face a terceiros interesses, mas, ainda assim, um pouco melhor que a Árabe, que, apesar de tudo, nem por isso deixou de ter a sua quota-parte no desenvolvimento de alguns países, nomeadamente, na península arábica que, por sua vez, melhor ainda que a lusófona.
Mas sintetizemos que qualificações tornaram as ditas comunidades fónicas.
"

Artigo de Opinião publicado na edição 99, de 20.Jan.2007, do Correio da Semana e que podem ler na íntegra na minha página-pessoal, opção, Artigos/Correio da Semana

20 janeiro 2007

Hillary uma pré-candidatura dos democratas à presidência

Segundo se pude ler num blogue americano, “The Confidentials”, e confirmado aqui, parece que Clinton poderá passar de ex-presidente a “primeiro-cavalheiro”…
It's Official, We Can Pick On Her
Well, our favorite vindictive hyena is making it official.
Some might say they're looking forward to it. You know, so they can lob whatever at her. I'm not. Why? Well for starters, she IS evil. Second, it doesn't matter what we lob at her, she's teflon. She's female so anyone who pushes too hard is sexist and mean, however she is allowed to use male techniques to advance herself. That's teflon.
(…)”
Hillary Rodham Clinton a primeira candidata a se manifestar para 2008 apostando nas primárias democratas.
Qual será a que se segue e de que “zona”?

Mundial de Andebol 2007 - o início

(Angola-Noruega, mais um livre de 7 falhado;Imagem via SportTv2/©Elcalmeida2007)
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Como se esperava não começou bem para Angola o Campeonato Mundial de Andebol, Alemanha 2007.
Na primeira jornada Angola baqueou frente aos noruegueses por 40-13, com 21-8 ao intervalo, mostrando que muito ainda há por fazer a nível da modalidade e da mentalidade dos nossos jogadores.
Foram muitas as bolas falhadas, nomeadamente nos livres de 7 metros e a “excelente” capacidade de rematar aos postes. Ainda assim, os primeiros 15 minutos pareciam querer mostrar uma Angola ambiciosa e arrojada. Só que foram tiros de curta duração, porque Angola chegou aos 8 golos e, durante bastante tempo, por aí ficou.
Agora venha a Dinamarca, amanhã, e Hungria na 2ª feira.
Se Angola não começou bem, também as outras equipas africanas não estiveram melhor, apesar da boa réplica que os vice-campeões africanos deram aos espanhóis; o Egipto perdeu por 33-29. Marrocos perdeu com a Croácia (22-35); neste momento a campeã Tunísia está a jogar com o Kuwait e está a ganhar.
Entretanto o Brasil, que juntamente com a equipa anfitriã inauguraram este campeonato, perdeu por 27-22.
.
ADENDA: A segunda jornada confirmou a Tunísia como equipa a ter em conta neste Mundial - 2º jogo, 2ª vitória -; o Egipto, embora com nova derrota e pela expressão mínima (30-31), mostra-se como uma equipa em progressão que calhou num grupo forte; Marrocos nova derrota, desta feita com a Rússia; e Angola embora com um resultado mais nivelado (20-39, com 12-18 ao intervalo) face à Dinamarca, ainda tem muito para aprender.
Mas é com presenças na alta roda desportiva que os nossos atletas se desenvolverão.
tal como na jornada inicial o Brasil voltou a baquear.

18 janeiro 2007

Artigo de opinião no FOeste

"Porque o jornalismo incomoda tanto?" um artigo publicado esta quinta-feira no semanário emFrente Oeste, sobre o jornalismo e os incómodos que ele provoca em certas sensibilidades [em tudo semelhante a um também publicado no semanário Correio da Semana (STP), em 6 de Janeiro pp]
Aceitam-se críticas aqui, ou no artigo no Frente Oeste.

Ricardo de Mello, 12 anos depois...

(situações destas Mello não calava)

Há dias passaram 6 anos que foi calada a pena do jornalista moçambicano Carlos Cardoso.
Hoje, passam 12 anos que o jornalista angolano e fundador e proprietário do "Imparcial Fax", Ricardo de Mello, viu a sua voz e pena serem abruptamente silenciadas por frias mãos assassinas.
Tal como com Carlos Cardoso, o assassínio de Ricardo de Mello mantém-se por julgar e os executores e, ou, mandante(s) por condenar.
Como escrevia Jorge Eurico há cerca de uma ano, no Notícias Lusófonas, e agora relembrado n’ O Arauto, a sua morte ainda incomoda…
Tal como também eu perguntava há um ano onde estão os assassinos e quem foram os efectivos mentores de tão vil acto, mesmo que, eventualmente, ele estivesse metido em "tráfego de notícias"...

Angola é só Luanda?

De acordo com uma notícia do Club-k, sob o título “JES e MPLA terão vitória esmagadora nas próximas eleições” tendo por base um artigo do Angolense alicerçado numa sondagem por ele requisitada, quer o presidente, quer o MPLA, varreriam as duas próximas eleições.
Até aqui nada de espantar. As sondagens valem o que valem sendo que a maior e mais credível sondagem é aquela onde os eleitores cumprem o seu dever cívico: o voto.
A dúvida, o espanto, está no conteúdo do artigo e que passo a transcrever na íntegra não me vá falhar algo para melhor interpretação:
"Nas próximas eleições legislativas e presidenciais previstas para 2008 e 2009, José Eduardo dos Santos e o partido que dirige (MPLA), partem em vantagem, de acordo com uma sondagem efectuada pela Keyservices, a pedido do jornal Angolense.
(…) Se as eleições fossem hoje, a maioria dos munícipes de Luanda que participassem na votação, votaria no MPLA, que seria secundado pela UNITA, seu principal opositor.
Segundo a pesquisa, o MPLA teria uma vantagem de 48,3% dos votos, seguido da UNITA com 9,5% e depois a FNLA 2,5%. O número de abstenções corresponderia a 27,1%. Outros partidos teriam 2,7% dos votos.
Em relação ao resultado das eleições legislativas por idades, o MPLA obteria votos das pessoas na faixa entre os 25 e 45 anos de idade. Por sua vez, a UNITA teria o voto de cidadãos entre os 25 e os 34 anos, enquanto a FNLA contaria com o apoio dos elementos com mais de 40 anos.”
Em termos gerais, escreve o jornal, os resultados das legislativas por bairros configuram a vitória do MPLA no Rangel (19,4%), Viana/Cacuaco (16,7%), Maianga (14,0%) e Sambizanga (13,3%). Na Samba e na Ingombota obteria o menor número de votos.
Da totalidade dos votos da UNITA, a maioria poderá resultar dos municípios do Sambizanga (21,4%), Rangel (19,7%), Viana/Cacuaco (15,4%) e Maianga (11,1%). Obteria menos votos no Kilamba Kiaxi (9,4%), Ingombota, Cazenga e Samba todos com 7,7%.” (capa e págs. 6,7).
"
É que se li bem e melhor interpretei, o título do artigo em questão não se cinge a Luanda, bem pelo contrário, generaliza ao dizer que JES e MPLA terão vitória esmagadora nas próximas eleições.
Bom, isto faz-me pensar que Angola é Luanda e o resto, é mato… despopulacionado. Mas nem por isso a cidade de Luanda está mais favorecida e com melhores condições de vida. As últimas chuvadas – e ainda falta muito até ao termo da estação das chuvas – mostraram-no.

Notícias Lusófonas de volta aos leitores


Aqui está algo que alguns não desejavam e outros pensavam já não ser possível.
Aí está, de novo, o Notícias Lusófonas para gáudio dos cerca de 150.000 habituais e fiéis leitores mensais.
Saúda-se o seu regresso e que não volte a estar tanto tempo de férias sabáticas; a Lusofonia, a Verdade, a Probidade e a Liberdade agradecem e irão ficar mais ricas com este seu retorno no próximo dia 22 de Janeiro.

16 janeiro 2007

A crítica situação do delta do Níger

(milícias do delta do Níger)

As milícias anti-petrolíferas nigerianas continuam a não respeitar as vidas humanas independentemente de serem, ou estarem, afectas aos negócios do petróleo e das grandes companhias que o exploram e exportam.
Nesta altura, são já mais milícias anti-regime do que propriamente para aquilo que, de início, diziam praticar: ataques a instalações petrolíferas e sequestro de trabalhadores, tanto estrangeiros como nacionais; a grande maioria destes grupos mais não são que mafias locais, em intra-disputas, pois muitos dos sequestros que praticam visam a obtenção de avultadas somas em dinheiro para ganhar poder na zona onde operam.
No último domingo uma emboscada matou 12 pessoas, incluindo chefes tradicionais, que se dirigiam ao reino de Kula, no estado de Rivers. O ataque, e uma vez mais, foi efectuado na região do oleoduto da petrolífera Shell no Delta do Níger que viu, também, um barco da sua estação petrolífera Ekulama 2 ser incendiado. Os responsáveis daquela empresa petrolífera já mandou retirar as suas equipas que estão nesta estação temendo mais ataques, a maioria devido a lutas entre milícias.
Mas se este foi o último ataque, desde Dezembro último que um grupo de milícias mantém sequestrados 3 italianos e um libanês, todos trabalhadores da italiana Agip e desde Janeiro 5 chineses empregados da Telecom estão também sequestrados por outra milícia.
Para quem é o 8º produtor mundial de petróleo, e o maior de África, e diz querer dominar a corrupção, estas notícias não são animadoras.

Adeus Prof. Mesquitela Lima

(máscara roubada aqui)
A antropologia e a etnologia lusófona, em geral, e cabo-verdiana, em particular, perderam um grande senhor: o Professor Augusto Mesquitela Lima.
Natural de Mindelo, na ilha de São Vicente, Mequitela Lima formou-se em Portugal e em França, onde trabalhou com renomadas personalidades da Antropologia mundial como Claude Lévi-Strauss, Georges Balandier, Jean Maquet, entre outros.
Mais tarde, assentou arraiais em Angola, onde trabalhou e viveu largos anos e onde efectuou alguns dos seus principais estudos na área da etnologia e museologia.
Foi o principal impulsionador da fundação do Museu do Dundo na província da Lunda Norte, reconhecido pela sua vasta colecção de máscaras africanas.
Também a ONG portuguesa Liáfrica perdeu um dos seus principais sócios-honorários.

15 janeiro 2007

Até jornalista estrangeiros...

(foto roubada, penso que ao Africanidades; a calma que falta ao país)
Apesar da limpeza que as Forças Armadas e Polícia Bissau-guineense fizeram no Bairro Militar, ao apreender váriasarmas e munições, além de moeda falsa e 100 kgs de droga, prontamente queimadas na presença de membros do Tribunal Militar (só se estranha que tenha sido no Bairro Militar) a situação na Guiné-Bissau continua preocupante no que toca aos Direitos Humanos.
No sábado foi, inesperadamente - ou talvez não - impedida, pelas autoridades policiais, uma manifestação que se queria silenciosa organizada pela liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau sendo qinda proibida um comício que no momento iriam efectuar.
Hoje recebi, via e-mail e de um dos principais jornalistas Bissau-guineenses, um SOS de um jornalista cabo-verdiano, há 5 anos a residir em Bissau, publicado no jornal cabo-verdiano "A Semana" com quem também colabora:
"Jornalista de Cabo Verde André Moura, carteira profissional portuguesa 4237, a trabalhar há dois anos em Bissau telefone (..)e'mail (..) contou-me que a sua residência foi invadida sábado de madrugada por 12 militares que rebentaram a porta e lhe vandalizaram a casa, situada no Bairro Militar, junto à do comodoro Lamine Sanhá, há pouco assassinado. Falou á rádio Bombolom, de Agnelo Regala, a contar o sucedido; e gostaria muito que jornais portugueses também noticiassem este episódio, inserido numa situação "muito explosiva!" que se está a passar na capital guineense. Ele tem feito trabalhos para a revista italiana Negrizia, de Verona, para O Semanário e para o Espaço África. Anteriormente, trabalhou para o Liberal e para a Sábado."
Por razões óbvias, e a fim de evitar eventuais ameaças, retirei o numero de telefone e o e-mail e espera-se uma tomada de posição do Sindicato de Jornalistas portugueses de que ele faz parte.
Realmente algo vai mal no consulado de "Nino" Vieira e não se entendo o mutismo da CPLP; será porque a presidência actual é, precisamente, da Guiné-Bissau?
Mas nem por isso "Nino" deixa de pedir, despudoradamente, apoio à Comunidade Internacional. Talvez por isso o MNE português visita o país no próximo dia 20. O que irá levar a "Nino"? Ou irá trazer Gomes Júnior?
Ou será que vai, humildemente, qual Egas Monis, pedir desculpas em nome do seu Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação

14 janeiro 2007

Eleições com transparência

O presidente angolano José Eduardo dos Santos reafirmou que o governo de Angola está “firmemente empenhado” na criação das condições necessárias à realização de eleições legislativas em 2008 e presidenciais em 2009, com “transparência e justiça”.

Comentário: Parafraseando o confrade “O Jumento”: «Afixe-se» (ah! o itálico é meu).

Ele mandou matar muita gente…

Na Miti Pe Na Bula” um blogue Bissau-guineense feito em Itália. Num dos seus últimos apontamentos apresenta uma entrevista de Baciro Dabó, antigo director para a Segurança de Estado, de “Nino” Vieira, e actual conselheiro de “Nino”, ao desaparecido semanário português Independente.
É que este senhor foi quem, recentemente e em nome de “Nino”, teceu forte críticas ás palavras de Gomes Júnior conforme relembra Djiudigalinha que pode ser lida aqui.
Tal como no futebol, o que é verdade ontem, é mentira amanhã…

13 janeiro 2007

Alto Hama bloqueado...

Este é um e-mail acabado de receber de Orlando Castro:
"Por razões que desconheço em pormenor, o Alto Hama foi bloqueado [pelos serviços do Google/Blogger] para que seja averiguado se é ou não Spam. Isso significa, segundo a Blogger, que se calhar ficará inoperacional durante vários dias."
Comentário: sabendo que alguns de nós andamos a ser "inspeccionados" até à medula e "avisados" sobre o que escrevemos, torna-se estranho esta atitude do Blogger com um blogue que, por sinal, passou a estar evidenciado entre os blogues africanos do "African Path" (blogues angolanos).
E logo depois de ter escrito sobre a Comunicação social angolana.
Se fosse em Portugal diríamos, é galo; mas como estamos sintonizados com Angola, direi... estamos a chegar ao Congo!
Fica no ar a pergunta quem tem poder para levar o Blogger a tomar esta atitude que se pensa, naturalmente, profiláctica.
Depois da medida caucionar da justiça brasileira com a YouTube, dos constantes bloqueios chineses aos blogues já só faltava mais esta. É que entrar "spans" em blogues é, no mínimo, estranho. Mas como o Abrupto, de José Pacheco Pereira, também foi "atacado" já nada me surpreende.
E depois o azar dos que lêem o «Alto Hama» é duplo: não podem ler os sempre interessantes e cáusticos artigos de Orlando Castro no blogue, nem no Notícias Lusófonas que se mantém em "descanso".
Esperemos que o Blogger consiga limpar, quer dizer, retirar, os "spans" do blogue; não os artigos considerados e ditos inconvenientes, do Alto Hama.
Força caríssimo Orlando Castro.
NOTA: O Alto Hama está bloqueado para colocar apontamentos mas não para ler...

Mudam-se as moscas…

(foto Angop)
Aguarda-se que não fique tudo na mesma.
Os principais órgãos de Comunicação Social pública angolana mudaram de Directores pelo que se espera e deseja que venham acontecer mudanças nos respectivos órgãos.
Será pedir muito. Provavelmente. Mas como a fé é a última a morrer…
A começar logo no facto do Ministro que os tutela ter sido (é) funcionário de um deles.
Deseja-se que, de uma maneira geral, as notícias deixem de ser sectárias e bajuladoras. Nem a Presidência, nem o Governo, nem, tão-pouco, as Forças Armadas querem isso. Preferem ser criticadas para melhor servir o País. Naturalmente, não acham…
Aguarda-se que o Jornal de Angola melhore o seu portal Online quer esteticamente quer, e principalmente, em termos de conteúdo.
Espera-se que a Angola Press (Angop) comece a transmitir mais informação social, política, económica, regional diferenciada. Já cansa ver notícias só do mesmo partido ou das mesmas regiões.
Confia-se, por exemplo, que com a nova equipa directiva a RNA comece a chegar à diáspora via Internet de uma forma global e não só através do sistema “Real Player” através do qual, nem sempre – pessoalmente, nunca –, se consegue aceder (exceptua-se a Rádio Luanda que essa apanho bem).
Anseia-se, por fim, que a TPA passe a emitir via satélite para todo o Mundo ou, pelo menos, através da Internet. É que gostaríamos de estar a par o que se passa no nosso país, se possível, em tempo real e ouvirmos os nossos locutores.
É que ao contrário do meu caríssimo amigo Orlando Castro eu acredito – sou optimista por natureza, basta ver que até escrevo cartas ao Pai Natal – que as moscas mudaram… e nada irá ficar na mesma.
Não esquecer que vai haver eleições em breve e a Comunidade Internacional, em geral, e a CPLP, em particular, estarão muito atentas; tanto, como na Guiné-Bissau

Este apontamento foi citado e reproduzido no Correio Digital, Angola, na secção "Opinião"

12 janeiro 2007

Caiu a máscara da vergonha?

(foto ©Didinho/Ernst Schade)
Agora que parece ter o poder quase por inteiro (será que Na Waie, o CEMGFA, estará realmente pelos ajustes?) e a calma bonomia da Comunidade Internacional (que mais se preocupa com o Iraque, Irão, Coreia do Norte, Afeganistão e, agora, Somália), nada irá, por certo pensará ele, demover o “Boy 4” de arrumar de vez com os “inimigos”.
E tudo parece ter começado, objectivamente, num pouco discreto pedido a “Nino” que dissolvesse o parlamento e não na morte do comodoro Lamine Sanha; este terá sido o termo final.
Mas o ridículo da questão Bissau-guineense pela solicitação do Procurador-geral da República (PGR) a Carlos Gomes Júnior que se apresente na Procuradoria para testemunhar sobre a situação que levou à falhada tentativa da sua detenção, pelas Brigadas de Intervenção Rápida (BIR), tendo para isso já enviado à Assembleia Popular um pedido de autorização de audição.
Mas será que o PGR é ingénuo? Acredita o PGR que logo que o antigo primeiro-ministro e líder do PAIGC saísse dos escritórios da ONU a BIR não o prenderiam de imediato e o colocariam em parte incerta até o corpo aparecer, algures, numa qualquer escura viela?
Se não é ingénuo, e vou querer acreditar que não o é mas que quer levar a verdade jurídica até ás últimas consequências, proponho a sua Exa. o PGR que se desloque à delegação da ONU e inquira Gomes Júnior no edifício.
Porque ele deverá saber que a situação de Gomes Júnior é crítica. De tal ordem que o Governo de Cabo Verde já está a ponderar a análise a um eventual pedido de asilo político pelo líder do PAIGC.
Como escrevia há dias Inácio Valentim, no portal “Guiné-Bissau, Contributo” o que se passa actualmente na Guiné-Bissau é um puro acto “ninista” assente numa forte vertente de um realismo vingativo.
Entretanto, a CPLP vai paulatinamente descansando e aguardando, sentado nos seus gabinetes ou nos diferentes cocktails por relatórios provenientes de Bissau que, não sei quem, lhos fará chegar… no dia de são nunca à tarde quando já tiver eclodido nova grise militar.
E tal como a CPLP, também o Governo português garante que acompanha a situação na Guiné-Bissau; ou seja, está algures na Índia onde alguém achou que pouco os portugueses têm feito para incrementar as mútuas relações e oferecendo-se aos indianos para ajudar a penetrar em África. Como se África já não tivesse “penetras” e “mamões” em excesso…
Com afirma – grita – Fernando Casimiro (Didinho) está na altura do povo Bissau-guineense dizer BASTA e da União Africana (que acusam de ter colocado “Nino” no poder) e do Mundo não esperarem por outra crise militar para olhar para o que se passa no país.
Porque se ela acontecer desta vez penso que haverá uma nada discreta e quase irreversível “anexação e divisão” da Guiné-Bissau – do tipo "Líbano, pela Síria" – pelos países limítrofes: o petróleo e os recursos hídricos que Bissau parece ter para dar e vender, ainda são fontes permanentes de desestabilização; e nos países onde isso não há…

Europa colonizada…

Uma vez mais a História confirma que o continente africano foi a casa-mãe do ser humano.
Segundo os últimos estudos do paleontólogo John Hoffecker, da Universidade da Colorado, EUA, e publicado no revista “Science”, os primeiros seres humanoss modernoss chegados ao Leste da Europa, há 45.000 anos, eram provenientes de… África, onde terão surgido os primeiros homens modernos há cerca de 200.000 anos.
Os estudos agora dados a conhecer foram realizados na região russa de Kostenski, junto ao rio Don, e teve o apoio de cientistas russos da Academia Russa de Ciências.
O que o estudo nos está a dizer, foi que os Neanthertal europeus foram colonizados pelos modernos africanos.
É por factos como estes que “gosto tanto” dos «defensores da pureza da raça»…
Uma análise a este estudo que pode ser lida, mais desenvolvidamente, através da Globo.com.

11 janeiro 2007

De novo as cheias do Vale de Zambeze

(Vale do Zambeze; imagens do GPZ)

Ciclicamente, e neste período que vai de Janeiro a Março, mas com principal incidência nos dois primeiros meses do ano, Moçambique sente sempre os efeitos ou de uma forte seca ou de cheias descomunais. Em qualquer dos casos, danos com forte impacto na economia e na saúde pública da região e do país.
Há uns dias que chove ininterruptamente na zona do vale do Zambeze.
E como sempre que isso acontece Moçambique relembra os caos e as cheias de Janeiro de 2000.
Todos os anos, ou pelas secas ou pelas cheias, os alertas surgem e nem sempre com a rapidez necessária.
Para quando um programa preventivo e uma regularização de caudais da maior bacia hidrográfica da África Austral.
As vidas humanas já perdidas e os prejuízos já causados merecem que isso seja bem ponderado.
Ganharia a região; ganhariam as populações; ganharia o país.

CNCS fará mudar a imprensa pública angolana?

A fazer fé nas últimas notícias, assim parece.
Segundo o Apostolado, o Conselho Nacional da Comunicação Social (CNCS) considerou que a imprensa pública angolana manifestou um claro apoio e favoritismo nas notícias que divulgou pelas celebrações do 50º aniversário do MPLA, considerando, desta forma, que a imprensa pública violou a Lei ao divulgar propaganda política em benefício do MPLA.
A CNCS vai ao ponto de recomendar que, de futuro, a imprensa pública deverá ter mais “equidade no tratamento noticioso de questões de interesse nacional, político e partidário”.
Ai que saudades que vamos ter do tempo em que se chegava à ANGOP e só víamos notícias do MPLA ou dizer que o militante «X» da FNLA ou da UNITA se mudou para o “partido dos camaradas”.
Será que algo está a mudar na imprensa angolana? Ou é mais fogo-fátuo?
Para Adalberto da Costa Júnior, secretário de informação da UNITA, em declarações citadas na VOA, “há qualquer coisa de positivo” nesta deliberação da CNCS que analisou a queixa da UNITA pela forma como a imprensa pública tratou este partido ao negar-lhe a leitura e publicação de comunicados e spots publicitários, nomeadamente, e depois de pagos; queixas consideradas improcedentes face à legislação em vigor.
Todavia, o dirigente da UNITA reconhece que embora a resposta da CNCS “não sendo a ideal, ajusta-se ao país que temos hoje. Significa que temos um país que está a evoluir com alguns espaços diferenciados de velocidade para a democratização. Não se vive uma democracia plena…
Talvez por isso, e apesar desta deliberação, não vemos que os citados órgãos tenham sido objecto de qualquer penalização mais forte que o comunicado e o aconselhamento.

10 janeiro 2007

O que tem pernas curtas?

(Vôos da CIA na base aérea de Ramstein, na Alemanha ©foto daqui)
Em Portugal, tal como numa parte considerável da Europa, discute-se se houve ou não violações aéreas e de Direitos Humanos perpetrados pela CIA com o transporte de prisioneiros devido ao terrorismo, nomeadamente em ilegais campos de detenção na Europa ou para o campo de Guantánamo.
Uma discussão que mais parece fútil que produtiva; mais inconsequente que creditícia; mais para vox pop que para o fim que dela se deveria retirar: impedir atropelos aos Direitos Humanos, mesmo quando em causa estão ignóbeis terroristas.
De um lado, países e dedos acusadores; do outro, acusados a sacudirem a água do capote.
Tem sido quase sempre assim, principalmente desde que uma comissão euro-parlamentar decidiu investigar a estória e, na generalidade dos casos os ministros de Defesas e das Relações Exteriores dos países visados, embora nunca claramente negando, vão diplomaticamente dizendo que não há registos e movimentos que provem as violações.
Agora vem uma revista portuguesa, Visão, afirmar que, durante a sua investigação, no cruzamento de listas de voo entre a empresa portuguesa que controla o tráfego aéreo (NAV) e os memorandos da norte-americana US Transcom que coordena missões com aparelhos militares e comerciais, classificados como secretos, parecem indicar que, de facto, passaram por Portugal voos dispensáveis e inoportunos.
E o interessante é que o partido governamental português, apesar de no seu seio haver quem tenha e venha denunciando estes voos, nomeadamente, nos Açores, não aceita que se crie uma comissão de inquérito para estudar e debater com honestidade esta matéria (também se compreende, em Portugal comissões de inquéritos perduram, subsistem e nada fazem…).
Agora afirmar que nada houve, ou que se desconhece a sua existência, e parecer que há provas contrárias e evidentes faz-me lembrar aquela frase muito simpática: a inverdade (ou será, desverdade, olhem, a mentira) tem perna curta e tal como o óleo vem sempre ao de cima.

Golpe palaciano na Guiné-Bissau?

(foto daqui)
Se não está em execução um Golpe palaciano, não estará muito longe disso.
Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, num direito que lhe assiste de proceder às críticas normais num Estado de Direito foi obrigado a refugiar-se nos escritórios da delegação da ONU, em Bissau, porque um senhor, sem autoridade jurídica – e provavelmente nem moral – para tal decidiu assinar um mandado de captura em seu nome.
Isto num Estado de Direito só poderia ser feito por um magistrado e, ou pelo procurador.
Também num Estado de Direito um deputado goza de imunidade parlamentar salvo se for apanhado em flagrante delito, pelo menos é o que diz a Constituição guineense de acordo com uma entrevista dada, há momentos e em directo, pelo Bastonário guineense dos advogados ao programa “Repórter” da RTP-África.
Ora nada disto aconteceu em Guiné-Bissau.
Não foi pedida o levantamento da imunidade parlamentar a Gomes Júnior; não foi a Procuradoria-geral ou algum magistrado a emitir o mandado. Foi, segundo consta e não está desmentido, o Ministro do Interior que procedeu a tal facto e mandou as brigadas de intervenção rápida (BIR) proceder à sua detenção onde quer que estivesse o líder contestatário.
E tudo porque a Carlos Gomes Júnior ocorreu-lhe dizer, publicamente, aquilo que muitos pensam mas que têm receio de o fazer: “Nino” poderia estar por detrás, directa ou indirectamente, da morte de Lamine Sanhá, por acaso um dos membros da Junta que o derrubou, em 1999; ou seja, Gomes Júnior terá afirmado que o presidente “Nino” Vieira era o responsável pela morte do comodoro.
Num Estado de Direito quando alguém se sente ofendido refuta as acusações, embora o tenha feito por interposta pessoa, ou exige que as autoridades procedam em conformidade.
Isto, num Estado de Direito.
Mas será que a Guiné-Bissau é mesmo um Estado de Direito?
E, já agora, alguém ouviu por aí a CPLP abordar este gritante acto de perseguição política?
Porque o que está a acontecer em Bissau nada mais é que um Golpe palaciano de quem quer ser o dono absoluto do país.
Provavelmente, não lhe devem ter chegado aos ouvidos a contestação dos jovens ou ter visto as notícias da destruição do seu palacete.