20 setembro 2007

Serra Leoa com novo presidente

(um sorridente(?) novo presidente ©foto Word News/AP Photo/Rebecca Blackwell)

Depois de uma primeira volta onde o candidato do poder, o então vice-presidente Solomon Berewa, surgia com vantagem em suceder a Alhaji Ahmad Tejan Kabbah, a segunda volta das presidenciais – aqui começou a surpresa, porque não era crível que viesse a acontecer – trouxe para o poder o candidato Ernest Bai Koroma, que já na primeira volta tinha obtido o primeiro lugar com 44% dos votos.
A segunda volta das presidenciais serrraleonesas apresentaram um povo civicamente culto e maduro elegendo um empresário de 54 anos e líder do principal partido da oposição, Congresso de Todo o Povo (APC), com cerca de 55% dos votos expressos nas urnas.
Korona prometeu mudanças. Mudanças que os eleitores serraleoneses muito desejam como sendo a melhoria dos serviços básicos e o fim da corrupção.
Apesar da calma com que ocorreram as eleições o partido de que faz parte o candidato derrotado, o Partido Popular de Serra Leoa (SLPP), já avisou que vai accionar os meios legais que tem ao seu alcance porque terá detectado irregularidades na votação – leia-se fraudes – que a Comissão Eleitoral Nacional (NEC), de conivência com alguns membros da comunidade internacional, nomeadamente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e da Representação Integrada das Nações Unidas, quererá manter.
Mas o interessante é que foram nos círculos eleitorais onde houve mais votantes foram os que tradicionalmente pertencem ao SLPP, que também perdeu o poder legislativo, a Câmara dos Representantes, que o candidato “oficial” menos votos obteve.
As mudanças de Korona passam, essencialmente, por combater com tolerância zero a corrupção – uma expressão que já começa a estar gasta por tantos candidatos a utilizarem e logo dela se esquecerem – e uma melhor distribuição e gestão da "administração das reservas do país".
Desde o dia 17 de Setembro que Serra Leoa tem um novo presidente.
Vamos esperar, e como nós, os países da região, nomeadamente Níger e Costa do Marfim, que em breve vão estar sob os holofotes das eleições, que os serraleoneses realmente acatem o veredicto das urnas e vivam em Paz e para o progresso do seu País.
Seria um segundo bom exemplo depois da Libéria e um reforçar do acreditar nas Instituições nacionais e no voto.
Pelo menos as autoridades e os serviços de segurança serraleoneses, durante a fase do voto, mostraram, também elas, já saudado pelos EUA, o seu elevado grau de civismo e "pela sua imparcialidade e pelos esforços envidados para permitir ao povo serraleonês votar sem recear de ser intimidado, no quadro dum processo transparente e equitativo".
Que outros sigam este exemplo… desde que queiram eleições!

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