27 dezembro 2007

O obscurantismo venceu uma vez mais?

A ignorância ou obscurantismo, ou o despotismo disfarçado de falta de civilidade política ou de fundamentalismo religioso venceu mais uma batalha.
Benazir Bhuto depois de ter fintado a morte no seu regresso ao Paquistão, morreu hoje, vítima de um atentado suicida, durante um comício em Rawalpindi.
Benazir Bhuto poderia ter sido corrupta como os militares a acusaram. Só não se percebe porque um militar a foi buscar de novo para ser garante de estabilidade nacional.
Benazir Bhuto era uma das principais candidatas às eleições do próximo dia 8 e, por isso mesmo, uma forte adversária do actual presidente que já foi militar mas que agora é civil e que mantém a áurea de ditador que não consegue disfarçar.
Benazir Bhuto parece que não morria muito de amores pela contínua ingerência norte-americana – leia-se, ingerência da Administração Bush – na política interna e externa do Paquistão.
Benazir Bhuto era uma mulher de coragem para quem os ditames religiosos deveriam ficar nas mesquitas e nunca na vida política.
Benazir Bhuto perspectivava-se como a mais provável candidata do povo paquistanês para suceder ao actual presidente Pervez Musharraf, o principal beneficiado deste assassinato.
E por isso Benazir Bhuto foi morta hoje!
E por isso e porque as eleições não estavam a correr de feição a Musharraf e a quem o apoiava é muito natural que seja implantado o estado de emergência no País e as eleições sejam adiadas.
Mais uma batalha ganha pelo obscurantismo político-religioso de um certo sector que não aceita a separação entre o Estado e a Religião!

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