29 janeiro 2008

Portugal, a CIA e os prisioneiros de Guantanamo

Que mais precisavam os terroristas para visitarem Portugal depois da acusação de que o Governo – ou o Estado, se bem que o estado e Governo confundem-se – português ter autorizado a passagem de cerca de 720 indivíduos – números que a alguns não surpreendem(?!) – para a prisão auschwitziana de Guantanamo gerida pela CIA?
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Nota: João Tunes, do acutilante Água Lisa, alerta para o facto deste meu apontamento estar a arranjar uma "justificação" para os actos terroristas que Portugal possa vir a sofrer. Admito que possa ser lido assim. Mas acontece que os terroristas têm justificado alguns dos seus actos com o apoio que alguns países têm, directa ou indirectamente, concedido à política da administração Bush.
Sei que o apontamento pode parecer como um veículo justificativo do injustificável: actos terroristas.
Não era, nem é, essa a minha intenção. Só quis alertar que este "fechar-de-olhos" dos sucessivos Governos portugueses, já, e segundo parece e não devidamente desmentido, provado pelo parlamento europeu, poderá trazer problemas aos portugueses.
Espero estar enganado e desejo, sincera e honestamente e sem quaisquer outras subtilezas, que João Tunes tenha razão, uma vez mais, conforme escreve nos seus comentários, ou seja, que este seja um "post de uma infelicidade ilimitada".

5 comentários:

altohama disse...

Este tema constitui também a Manchete do Notícias Lusófonas.

Kandandu

Anónimo disse...

Com toda a consideração e amizade, permita que lhe diga que acho este post de uma infelicidade ilimitada. Reagi na minha sanzala.

Abraço do
João Tunes

Joaquim Baptista disse...

Até dá a impressão que os terroristas não estão informados desta cumplicidade dos governos de Portugal.

Anónimo disse...

Obviamente, prezado Eugénio, não quero alimentar a polémica. Mas, se permite, termino remetendo para o post de alguém que julgo ter maior afinidade política consigo que comigo: http://blasfemias.net/2008/01/29/a-guantanomologia/.
Se Guantanamo é um nojo, que o é, o que o destaca é a sua mediatização porque, apesar de todos os defeitos e horrores associados, faz "parte" de uma sociedade sujeita ao escrutínio da opinião pública e onde a reportagem, a indignação e a denúncia são possíveis. Porque horrível é aquilo que se vê. As prisões de Sadam, quando este estava no poder, e onde foram humilhados, torturados e assassinados dezenas de milhar de iraquianos nunca foram notícia porque nunca tiveram direito a reportagem (e a primeira coisa que a polícia de Sadam fazia quando prendia alguém, antes de apurar culpas, era sodomizá-lo). Assim, não existiram (antes, só existiram para os que as sofreram). E a dois passos da Guantanamo da CIA há uma outra prisão, dirigida pelos esbirros de Fidel, onde passam horrores homens que cometeram o único crime de lutarem pela liberdade e democracia em Cuba, sem terem colocado uma única bombinha num metro, num mercado ou num autocarro. Existe? Existe mas a televisão e os fotógrafos não entram, portanto é como se não existisse. O hiper-criticismo para com os males da democracia sempre foi, por parte dos democratas, a grande ajuda aos que odeiam a democracia - os revolucionários, os terroristas, os totalitários. O terrorismo se nos quiser atacar arranjará sempre um pretexto (a GNR não está ou esteve lá?). Para quê oferecer-lhe um de bandeja, publicamente escarrapachado. Se a Al-Khaeda cometer aqui um atentado e se justificar com o seu "pretexto", como se sentirá o meu amigo Eugénio? Dirá "eu bem avisei, esperto sou eu" ou pensará antes "o que lhes fui lembrar..."?

Desculpe o desabafo que, infelizmente, tomou o estilo de sermão.

Abraço do
JOão Tunes

MCP disse...

Os terroristas começam a ganhar a guerra no momento em que as pessoas passam a ter medo de dizer o que pensam.