20 fevereiro 2008

Combate à pobreza e à fome passa pelo quê?

"Sim à “exploração de biocombustíveis no país, desde que esta indústria não colida com o programa do Governo de combate à fome e à pobreza”. Esta é uma das afirmações do presidente Armando Guebuza, que adiantou, e pertinentemente, que a matéria-prima para os biocombustíveis devem ser cultivadas em terrenos menos férteis.
Sim aos subsídios aos “chapas” porque o povo passa por dificuldades financeiras e, a fazer fé nas palavras acima, fome. Mas não pode esquecer os transportes colectivos inter-regionais e inter-cidades ou continua tudo na mesma e lá se vai o programa do Governo de combate à fome e à pobreza.
Sim ao desenvolvimento económico do País e a consolidação da iniciativa privada mas, minimizem o aumento do pão, porque o povo não pode passar fome e isso contraria o programa do Governo de combate à fome e à pobreza.
Sim à Livre Concorrência, em 2008, à União Alfandegária em 2010, ao Mercado Comum em 2015 e à União Monetária (qual?), em 2018, tal como prevê o Acordo de Comércio Livre da SADC, mas não tentem pôr em causa o programa do Governo de combate à fome e à pobreza.
Sim ao combate às cheias, à erradicação das doenças, à saída dos lavradores das machambas da orla fluvial, ao apoio das vítimas, mas lembrem-se que se não houver cheias e lavradores junto das férteis águas fluviais, mesmo que possam morrer, não vamos ter condições para implementar o programa do Governo de combate à fome e à pobreza e isso não permitiremos.
Sim à liberdade sindical dos trabalhadores moçambicanos, mas quem põe em causa o programa do Governo de combate à fome e à pobreza é um miserável reaccionário e isso não será permitido; mesmo que os trabalhadores evoquem, naturalmente, o elevado custo de vida e, por esse facto, revolucionariamente queiram melhores condições sociais e laborais.
E se dúvidas há quanto ao fracasso do actual programa do Governo de combate à fome e à pobreza basta ver como os “reclamantes” têm sido tratados por administradores locais e regionais e como a PIR tem sido sistematicamente chamada para abafar os protestos.
E eles não se têm confinado a Maputo. Xinavane (Manhiça), na província de Maputo (sul), Chókwe e Chibuto, (província de Gaza) e Inharime, (província de Inhambane) também têm sido palco de convulsões sociais. (...)
" (Continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado n', edição 160, de 20/Fevereiro/2008, sob o título "Governo combate os pobres e não a pobreza"

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