30 junho 2008

Ana Paula Castro apresenta novo livro

No próximo dia 3 de Julho, a Editorial Novembro e a escritora Ana Paula Castro darão a conhecer o novo romance da autora intitulado “Sou Jornalista, Você é Árabe?” que tem prefácio do Sheikh Munir, Imã da Mesquita Central de Lisboa.
A apresentação, conforme podem constatar no convite acima, estará a cargo deste vosso escriba e do jornalista Orlando Castro.
Porque a obra é interessante e será uma excelente companhia para um momento e pausa refrescantes durante as férias aconselho-vos a irem no dia 3 à FNAC, do Chiado, com vista a não perderem este romance (podem acolher um cheirinho desta obra no
Malambas).

29 junho 2008

Mugabe sucedeu-se a si mesmo

(tomem... como diria o Zé Povinho português)

Como seria naturalmente previsível, ou talvez não e é aqui que se espanta, Robert Mugabe conseguiu ser o sucessor de... Robert Mugabe.

Não se espanta que tenha sido o vencedor. Espanta-se, isso sim, que ao contrário da primeira volta que a CNE zimbaueana precisou de longas semanas para apresentar os resultados, agora só precisou de... menos de 24 horas e empossa o "novo" presidente já amanhã, dia 29 de Junho!! Reconheçamos, é obra!

E onde estão os países que impediram o Conselho de Segurança das ONU de criticar a "obrigatoridade" das eleições mugabianas? segundo se consta em Zimbabué, um dos países terá sido o país de Nelson Mandela (como lhe terá sido indegesta a espectacular homenagem aos seus próximos 90 anos realizada em Londres...).

E, já agora, como justificar que, em Portugal, um partido político tenha "boicotado" uma crítica parlamentar a Mugabe? se não sabem, aqui fica o nome dos defensores das liberdades mundiais, foi o PCP!!! se pensarmos que o conselho de Segurança não pensa levar as críticas mais longe porque a Rússia e a China já avisaram que vão votar contra...

28 junho 2008

E Timor-Leste parece ter perdido uma oportunidade…


(imagem da internet)
"Quantos não estariam a suspirar em Dili para ver pelas costas o presidente José Ramos-Horta, torcendo e retorcendo as mãos na esperança que Ramos-Horta aceitasse o honroso convite para se candidatar ao cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Só que tanto torceram e retorceram que Ramos-Horta condoído com as expressões de dor dos seus concidadãos acabou por rejeitar a hipótese de candidatura ficando-se nos futuros próximos por Dili.

Um homem de palavra. Quando se candidatou e ganhou a presidência afirmou que iria governar o País até ao limite das suas forças.

O problema é que não sabemos se Timor-Leste ainda tem forças para aguentar com os políticos que tem.

Basta recordar as palavras do Chefe de Estado-maior das Forças Armadas Timorenses, Taur Matan Ruak, quando, recentemente, afirmou que os problemas timorenses de 2006 foram políticos e não militares causados por factores que foram aproveitados para precipitar a situação", nomeadamente, "a questão entre os lorosae e os loromonu" que mais não foi que uma invenção de "quem queria tirar vantagem".

Simples e directo! Tão simples e directo que perante a hipótese de uma possível futura candidatura sua à presidência Matan Ruak terá afirmado que está "traumatizado" com a política e que preferia poder fazer "outra coisa" na vida civil. (...)" (Continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no , "Colunistas", de hoje, sob o título acima

NOTA: Já agora será que alguém nos esclarece quem ofereceu a ideia a Ramos-Horta para ser candidadto a candidato? Segundo o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon não foi este de certeza...
E, assim, parece que se põe em causa, ou alguém o quer fazer crer, a credibilidade das instituições timorenses.

27 junho 2008

Mugabe marimba-se para os reparos do Mundo

(será que o "plebiscito" de hoje lhe dará uns singelos 99,9% de votos a favor?)

O Mundo apostrofa, exige democraticidade, eleições transparentes, respeito pelos Direitos Humanos, enfim, o normal de “blá-blá-blá” quando se limitam só falar e nada querem fazer – no Zimbabué ainda não parecem ter descoberto petróleo...
E Mugabe responde que do poder só o tira quem lá o pôs! Não, nada disso, segundo Mugabe não foi o povo, foi Deus!
Actuais e antigos e respeitados líderes africanos alertam para os perigos que a situação no Zimbabué pode provocar no Continente, em geral, e na sub-região austral, em particular, que o senhor Mugabe não dá ouvidos a ninguém, nem à União Africana, porque quem lá o pôs é o único que o pode de lá tirar; Deus!
A SADC, a principal interessada em não deixar descambar a estabilidade, mesmo que um pouco precária depois da crise xenófoba da África do Sul, parece não saber o que fazer.
Reúne-se em Mbabane para discutir a questão do Zimbabué e a situação criada com a renúncia de Tsvangirai em disputar nas actuais condições infra-humanas a 2ª volta das presidenciais e depara-se com a não presença do mediador, o presidente sul-africano Thabo Mbeki.
Surpresa? Só se for para alguns.
Mbeki nada tem feito para ajudar a acabar com o actual estado de coisas no Zimbabué. E também não seria ontem que o faria sabendo que, nesta altura, o outro galo do poeiro SADC, Angola, está mais bem posicionado junto de Mugabe que o próprio Mbeki pelo que a sua não prsença não terá sido uma crítica velada ao amigo Mugabe mas um evitar desastre diplomático que pudesse ocorrer durante a reunião com a possível ascendência tutelar de Angola.
Não esquecer, também, que Mbeki está em fim de mandato presidencial, não soube gerir a crise de xenofobia no País, e está a ser fortemente contestado em certos sectores do ANC e pelo novo líder deste partido e presumível candidato presidencial Jacob Zuma que não o tem poupado, bem assim pelo arcebispo Desmond Mpilo Tutu e pelo Mais Velho Nelson Rolihlahla Mandela.
Perante este cenário é natural que o candidato resignatário Morgan Tsvangirai tenha solicitado à comunidade africana “mais velha”, mais concretamente a antigos e ponderados líderes, que tentem arranjar uma solução para a questão zimbabueana e que impeça Mugabe de se continuar achar o “Redentor” pátrio!
Que a sexta-feira 29 de Junho, que Mugabe persiste em que se realize as eleições, tornadas num plebiscito, não se torne na mais sangrenta sexta-feira da história de África. Já basta aquelas que houve em tempos passados!

25 junho 2008

USA, alguém pediu uma teoria da conspiração?

(foto ©Público/Kevin Lamarque/Reuters)

Depois das infelizes palavras do senhor Charlie Black (terão sido mesmo, ou não fosse este "o" estratega da campanha?), considerado como um dos mais próximos assessores do candidato presidencial republicano, John McCain, à revista Fortune, tudo é expectável até 4 de Novembro próximo…

Black terá afirmado à revista Fortune numa entrevista que só será publicada na próxima semana, que caso ocorresse um ataque terrorista como o do 11de Setembro, o candidato republicano beneficiaria fortemente dessa situação. Não terá sido isto um medir do pulso ao eleitorado, já que Black é "o" estratega?
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E se a isso juntarmos que o candidato republicano começa a ver que a sua distância para o candidato da mudança, e presumível candidato democrata, Barak Obama, já vai em 15 pontos percentuais

Moçambique, e vão 33 anos de…

Decorre hoje o 33º aniversário da independência de Moçambique com os mesmos problemas detectados e referidos no 32º aniversário, ou seja, "ricos na pobreza, pobres na riqueza".
Moçambique continua a não conseguir dar o salto que tanto necessita e que já deu mostras de ter capacidade para o fazer como, ainda, continua a ver os seus políticos andarem a reboque dos seus colegas afro-austrais.
Só assim se compreende que o presidente moçambicano, Armando Guebuza, conteste as pressões que estão a ser feitas sobre o senhor Mugabe justificando que a Comunidade Internacional dever-se-ia preocupar mais com o povo zimbabueano.
E como se pode preocupar com o povo se o seu ainda líder bloqueia tudo o que ao seu povo diga respeito começando por anexar sob o primado da política em detrimento do primado judicial empresas e fazendas – os fazendeiros foram logo aproveitados por Moçambique para melhorar a qualidade dos seus produtos agro-pecuários – ou impedir que as ONG’s possam minorar os problemas sociais e alimentares do povo zimbabueano.
Moçambique tem condições políticas – e deveria aproveitá-las melhor – para liderar o problema cancerígeno que está nas suas fronteiras. Mas para certos políticos é mais fácil calar que intervir. E para intervir que intervenha o meu primo que está do outro lado de África…
Por isso, Moçambique não pode comemorar com a alegria e verdadeira liberdade, como seria desejável, os seus 33 anos de existência como País!

24 junho 2008

Cabo Verde na OMC

Depois de ter sido foi aprovada a sua admissão pelo Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a 18 de Dezembro do ano passado, em Genebra, e de a ter ratificado há dois dias, Cabo Verde tornar-se-á, a partir de 23 de Julho próximo, no 153º membro da Organização.
A entrada de Cabo Verde na OMC conclui um conjunto de opções estratégicas e económicas iniciadas com o Acordo cambial com Portugal, a aproximação político-militar à NATO, o Acordo de Parceria Especial com a União Europeia e sustenta a entrada no Grupo de Países de Rendimento Médio, bem assim, proporciona à Macarronésia uma maior leque de relações comerciais, colocando o País como um dos principais postos de entrada e saída nas relações entre a União Europeia e África e uma plataforma entre esta e o continente americano.

Portugueses os mais euro-pessimistas, porquê?

Segundo um inquérito recente da União Europeia – o "Eurobarómetro" da Primavera, realizado entre finais de Março e finais de Abril – e hoje divulgado pela Comissão Europeia, os portugueses são os povos comunitários mais pessimistas quanto ao seu futuro próximo, com apenas 15 por cento a acreditarem que a sua vida vai melhorar nos próximos 12 meses.
Não percebo porquê esse euro-pessimismo tendo em consideração que a média dos salários portugueses [645,00€] já passa dos célebres “500” – não, não é o FIAT 500… – e pelo que a média do limiar da pobreza é, também ele, um pouco maior conforme gráfico infra (com os cumprimentos da Internet, esquecendo-se da Itália)…É mesmo má vontade quando a reforma média dos portugueses é de... – perguntem à Segurança Social que se limita a indicar no seu portal, não o valor, mas a forma de a calcular (como há um Governo que se preocupa, por certo e bem, com o bem-estar social dos seus cidadãos já que é socialista, tem de ser bem acima do limiar da pobreza [387,00€]) – embora... ainda haja reformas na ordem dos… 236,00 euros!!!

STP, XIII Governo Constitucional já em funções

Apesar do anterior primeiro-ministro, Patrice Trovoada, ter eventualmente declarado que a sua existência se deve a uma “fraude constitucional” e a “um assalto ao poder”, tomou posse, e já está em início de viagem de cruzeiro, o 13º Governo Constitucional santomense, liderado por Joaquim Rafael Branco, do MLSTP/PSD, em coligação com o Partido da Convergência Democrática (PCD) e com o Movimento Democrático Força de Mudança/Partido Liberal (MDFM/PL).

Esperemos que um país maioritariamente católico não o seja, também ele, muito supersticioso. É que em caso disso, mais vale o presidente Fraqique de Menezes começar já a preparar um novo Governo ou convocar eleições legislativas.

Já agora saúde-se a “queda” do todo poderoso(?) Óscar Sousa na pasta da Defesa Nacional – ver aqui os novos Ministros – que passa a ser gerida pela jurista Elsa Pinto, do MLSTP/PSD. Esperemos que desta vez os militares não questionem ou continuem a avisar

Mas como o MLSTP goza do apoio e carinho do seu similar angolano é possível que, desta vez, o Governo tenha a estabilidade que mais tanto necessita…

Despotismo continua a ganhar em África

A edição impressa, de hoje, do Jornal de Notícias dá-me a honra de publicar, na página 36, uma análise sobre a actual situação no Zimbabué.

A edição impressa, porque a edição online omite a citada análise (que pode ser lida aqui).

Penso que só deve ter sido por uma única razão. Como ninguém acredita que seja devido aos festejos de S. João, presumivelmente será devido à foto colocada na edição impressa que se fosse colocada na edição online provavelmente faria os leitores fugirem. Ora é legítimo que os editores website procurem salvaguardar as sensibilidades dos seus leitores.

Mas já que se esqueceram de colocar a minha análise proponho-vos uma leitura atenta ao excelente artigo de Orlando Castro, nesta mesma edição, cujo título na edição impressa é “País quase a explodir pela mão de Mugabe” transformada na edição online em “Líder da Oposição do Zimbabwe pede protecção à Holanda”.

Provavelmente a expressão “explodir” faria as pessoas passarem por cima do artigo – talvez temendo que se referisse a Portugal – e não ler a excelente peça. Compreendo!

23 junho 2008

Angola, Mundial 2010 mais difícil

(©FIFA World Cup 2010)

Já não bastava a copiosa derrota por 3-1, em Kampala, os Palancas Negras comprometeram a presença angolana na terceira fase com o empate a zero que, hoje à tarde – jogo adiado devido ao atraso na chegada da equipa de arbitragem –, cedeu frente ao Uganda.
Esperemos que Angola seja um dos oito melhores segundos para passar à fase seguinte. De registar que o Benin está em primeiro, no grupo 3, com 9 pontos e Angola e Uganda nas posições imediatas com 7 postos. Angola jogará em Setembro a 5ª jornada com o Benin podendo, nesta altura definir a sua posição final.
Já agora de saudar a excelente campanha de Cabo Verde, no grupo 1, que venceu o seleccionado de Mauricius por 3-1 o que a coloca em segundo logo atrás da favorita Camarões com quem vai jogar na próxima jornada.
Registe-se, também, a recuperação de Moçambique que venceu Madagáscar por 3-0, no grupo 7, liderado pela Costa do Marfim com 8 pontos.
Finalmente de realçar a excelente campanha do Burkina Faso – comandada por um treinador português que parece não ter servido ao União de Leiria – (no grupo 9) com 4 vitórias em outras tantas jornadas (tal como a Nigéria, no grupo 4) e a decepcionante campanha dos sul-africanos, organizadores do Mundial 2010, que no grupo 4 está em segundo com 1 vitória, 1 empate e duas derrotas!

22 junho 2008

Zimbabué, a oposição diz não à 2º volta!

O MDC, face ao descarado jogo político e à violência praticada pelo regime do senhor Robert Mugabe “decidiu que não vai participar neste processo eleitoral violento e ilegítimo” para não colocar a vida das pessoas em perigo.
Não concordo com esta posição que vai contra o jogo democrático, embora compreenda e entenda quando este não existe.
E como quem está no sítio e na frente da fogueira é Morgan Tsvangirai, ele e o MDC, melhor que ninguém, saberão como proceder.
Compreende-se quando a Comunidade Internacional vai assobiando para o lado perante atitudes como as de Thabo Mbeki, ou à efectiva inoperância que mostram face à detenção do secretário-geral do MDC e das mortes dos militantes destes partido, ou quando Mugabe diz que nunca sairá do poder qualquer que seja o resultado e a SADC se limita a estar calada como parece ser apanágio das organizações onde pontuam, e com capacidade de decisão, alguns países lusófonos, como por exemplo… a CPLP!
E, com isto, continua o autocratismo, nepotismo e o autoritarismo déspotas a ganhar em África!

Euro2008, a derrota do futebol-espectáculo?

Depois de Portugal e Croácia, hoje foi a Holanda a dizer adeus ao Euro-2008.
Ou seja, três das selecções mais espectaculares da primeira fase já disseram adeus ao Campeonato Europeu de Futebol.
E como parece que vai ser assim, a vitória do cerebral, do poder financeiro e da estratégia sobre o espectáculo, alvitro que vamos ter nas meias finais duas equipas fortemente cerebrais (Alemanha e Itália) face a duas equipas muito estrategas ainda que juntem um pouco de um novo futebol rápido e interessante (Rússia e Turquia).
Ou seja, este euro2008 deverá ter um campeão não previsto depois do que fizeram na primeira fase; isto é, o novo campeão europeu deverá sair ou do futebol cínico e pensado dos italianos ou da força técnica alemã.
Será o fim do futebol-espectáculo?
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(Desculpem os paquidermes por estarem aqui mas achei que esta imagem era boa e explícita demais para ficar junto ao texto)
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NOTA COMPLEMENTAR: Não será altura da UEFA e FIFA decretarem que quem não jogar um mínimo de futebol deveria ser imediatamente excluído da prova? Dúvidas, bastou olhar para o pior jogo do Euro2008, o Espanha-Itália em que as duas selecções procuraram não perder em vez de jogarem para ver quem ganhava... Bom, mas como não sou técnico de futebol e só espectador que assistiu a um espectáculo horrível... A UEFA deveria obrigá-los a restituir os exagerados preços que os espectadores pagaram para não ver futebol!
Se, como aqui relembra, os jogadores começassem a ser taxados sobre os seus enormes proventos como deve ser, talvez honrassem melhor a profissão que escolheram e quem os vai ver.

20 junho 2008

Mugabe já tem a perpetuação do poder garantida

Se alguém duvidava, as dúvidas estão desfeitas, totalmente desfeitas.

Se alguma pessoa pensava que as aferroadas do senhor Mugabe era a angústia de quem estava quase a morrer para o poder, enganou-se.

Se a África Austral achava que as invectivas que o senhor Mugabe mandava ao seu colega e presidente em exercício da SADC, o zambiano Levy Mwanawassa, por este o andar a criticar bem assim ao partido ZANU-PF, eram meras formalidades, estava totalmente equivocada.

Se o Mundo julgava que o senhor Mugabe já nada mais iria fazer para se perpetuar no poder, além de umas quantas prisõezinhas do seu adversário –já se contam os dedos de uma mão –, de ameaçar de morte os seus inimigos – o secretário-geral do MDC, Tendai Biti, pode vir a ser condenado à morte por traição – ou afirmar que nunca sairá do palácio presidencial qualquer que seja o resultado da segunda volta das presidenciais, enganou-se redondamente.

Se achavam que o aparecimento de uns quantos cadáveres, a grande maioria afiliados ou simpatizantes do MDC eram meras especulações da Amnistia Internacional e de outras proscritas ONGs, estão rotundamente equivocados.

Porque quem assim pensava estava longe de perceber que o senhor Mugabe só procedia como procedia porque tinha o apoio de vários padrinhos.

Se pensam que seriam só os amiguinhos da Costa Ocidental afro-Austral ou as fracas visões do palácio da Ponta Vermelha, o mediador – pelo menos dito como tal – do conflito político do Zimbabué e presidente da República da África do Sul, senhor Thabo Mbeki veio hoje desmentir essa ideia.

Pois Mbeki propôs que a segunda volta das eleições presidenciais sejam canceladas!!! e, ingenuamente – será?!?! – propõe que seja criado um Governo de Unidade Nacional, o que o senhor Mugabe e a sua equipa já afirmaram nunca aceitar!

África, e a política africana, com amigos e mediadores destes continuará a não ir muito longe e manter-se no patamar superior da incredulidade e, infelizmente, da chacota internacional!

Adeus Euro2008 com o Mundial2010 à espreita (ou a surpresa de Madail)

(DDR; imagem da net)
Foi uma semana futebolística quase 100% aziaga para as cores lusófonas.
Só Cabo Verde escapou à hecatombe nos confrontos para o CAN e Mundial 2010. Depois de Angola – só para o Mundial porque irá organizar o CAN2010 – ter baqueado frente à Uganda, o que nunca tinha acontecido, por 3-1, depois de Moçambique ver a sua vitória transformada, pela arbitragem, em empate e da derrota, ainda no domingo de Portugal face aos suíços, os descendentes de Viriato disseram adeus ao Euro2008, nos quartos-de-final, face à quase certa candidata Alemanha – a par da Itália deverá ser uma das finalistas do Euro, ou não fosse o futebol uma empresa geradora de muito dinheiro, onde quase, diariamente, e ao contrário de outros países, os verdadeiros candidatos têm sempre os seus dirigentes políticos e governantes a assistirem aos seus jogos.
Com o adeus de Portugal ao Euro2008, diz também adeus Luís Filipe Scolari que fecha um ciclo.
Scolari pode ter tido alguns erros, humanamente, teve-os; escolhas, umas, talvez, infelizes, outras claramente mostrando o seu perfil enquanto pessoa e formador de carácter.
Com a saída de Scolari o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, já afirmou que vai querer um treinador que fale português, não tem necessariamente de ser português, mas que fale a língua que une mais de 2oo milhões de falantes, e que "pode não ter ganho no passado, mas tem de ter ambição". E que poderia haver alguma surpresa.
Ora como a imprensa tem aventado as hipóteses Zico e Luxemburgo deixaria de ser surpresa se fosse algum deles.
Então porque não ser por exemplo… Oliveira Gonçalves, o actual treinador dos Palancas Negras.
Já deu provas de ser um bom estratega, de não admitir vedetismos – Mantorras que o diga – e de se “estar nas tintas” para os complexos clubísticos, o que é necessário em Portugal para continuar a haver uma Equipa e não uma Selecção, e, além disso, já mostrou ser ambicioso.
Ora, e aqui sim, é que haveria surpresa!

19 junho 2008

Quem anda a mexer na política interna santomenses?

"Talvez não devesse me meter na política interna de São Tomé e Príncipe por não ser um nacional e haver bons analistas santomenses que, por certo, o farão com lucidez e clarividência.

Mas enquanto africano, lusófono e analista político não posso deixar de o fazer até porque, e não acredito – ainda – em teorias de conspiração, parece haver quem maneje a política interna santomense por fora de uma forma pouco transparente e honesta.

A quem realmente interessa a situação política em São Tomé e Príncipe, nomeadamente, depois do discreto aviso das forças militares e militarizadas do País, mesmo que alguns quantos pensem que o seu lugar é, unicamente, estar nos quartéis ou, em caso extremo, prontos para a defesa nacional?

Quando tudo parecia caminhar para um período de estabilidade com um governo de coligação liderada por um ex-candidato a presidente, Patrice Trovoada, um dos partidos da coligação, o PCD, decidiu apoiar o voto de censura contra o Governo apresentado pelo MLSTP-PSD.

O vento que pairava no ar trazia a ideia que alguém queria à viva força uma antecipação das eleições gerais.

O presidente, lendo as dificuldades financeiras do País, optou por chamar o maior partido da oposição, o MLSTP, que indicasse alguém para formar Governo, contrariando a vontade do co-vencedor PCD que tinha entrado nas eleições coligado ao MDFM.(...)" (continuar a ler aqui ou aqui).

18 junho 2008

Que “Directiva de Retorno”?

(Euro-fortaleza ou a muralha da vergonha? enquanto uns são criticados, e bem, por as construir, outros são mais subtis, fazem-nas virtualmente…)

O Parlamento Europeu que, supostamente, é o garante das normas solidárias e das garantias pessoais dos “habitantes” euro-comunitários aprovou uma proposta da Comissão – na primeira co-decisão entre duas entidades comunitárias – que visa a harmonização a nível comunitário as regras para repatriamento de imigrantes ilegais – dever-se-ia dizer, mais correctamente, irregulares.
A nova lei, que se pensa irá entrar em vigor em 2010, foi aprovada com os votos favoráveis de 369 eurodeputados, votando contra 197, abstiveram-se 106.
Esta directiva, entre outras disposições, prevê o estabelecimento de um prazo máximo durante o qual os imigrantes ilegais podem ficar detidos, que será de seis meses, podendo, todavia e em casos excepcionais, ser ampliado para 18 meses.
Uma directiva que alguns sectores dizem ter sido criada para evitar utilização excessiva de fundos comunitários com os tais ilegais, muito defendida pela Itália e pela Espanha, dois dos principais países que mais têm sido visados com o fluxo de migrações clandestinas.
Ora, a confirmar-se, como vão manter os custos com a detenção durante 18 meses?
Será que esses detidos administrativos poderão ser utilizados, durante esse período, como mão-de-obra barata para obras de grande envergadura?
Se assim for, isso tem um nome…
E viva a Fortaleza Europeia!

17 junho 2008

Faz o que eu digo…

É um velho adágio, normalmente conotada com interesses médicos: faz o que eu digo, não o que eu faço.
Mas quando se faz o que, eventualmente, se fez e se critica por outros o fazerem…
E assim se vão dando tiros nos pés para gáudio daqueles que consideram que o poleiro continua garantido!
Depois não se venham lamuriar que há quem fale demais, ou pedirem contenção, quando o que queremos é mostrar que os erros pagam-se caro e são absurdamente desnecessários para se afirmar no espectro político nacional.
Não será calando que contribuiremos para o desenvolvimento do País e para a afirmação da democracia e da liberdade de imprensa

16 junho 2008

Dia da Criança Africana


(foto BBC),,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.
Enquanto a arma for o seu brinquedo e a fome a sua companhia, África nunca será feliz!
Nota: Sobre este dia ver o Malambas

15 junho 2008

São estes os representantes diplomáticos de Portugal?

(Um Palácio onde há Necessidades de alterar alguma coisa...)

"Anda a circular na Internet – e não só na blogosfera – uma nota que dá conta de uma estranha atitude do mais alto representante diplomático português em Bissau, por alturas da comemoração do Dia de Portugal, das Comunidades e de Camões – e daquilo que o mais alto magistrado português pronunciou e que tantas azias criou em certos sectores políticos lusitanos.

Segundo essa nota que circula no meio internauta e que pode ser lido
aqui e, ou, aqui, o citado representante diplomático português – a ser verdade o que circula, e pelo que escreve Carlos Schwarz, parece que sim, mesmo que eu soubesse o seu nome recusar-me-ia a pronunciá-lo, quanto mais escrevê-lo – terá expulso uma cidadã portuguesa por, pasme-se – será mesmo verdade ou ficção, a nota de Carlos Schwarz parece indicar que é mesmo verdade, só que difícil de engolir – a dita “não ter cumprimentado S. Exa” quando chegou à embaixada lusitana em Bissau. (…)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no , na rubrica “Lusofonia”, a 13 de Junho de 2008

14 junho 2008

Meu caro, desculpa mas não concordo com a abstenção!

(Meu caro Jorge aqui está uma pressão sublimar e indiscreta; com amigos assim...)

O meu caro amigo Jorge Eurico, no seu mais recente texto da sua Coluna, no Notícias Lusófonas, sob o título “Já sei quais serão os resultados das eleições...” afirma, entre outras coisas, a maioria das quais subscrevo, que nas eleições vai se manter no seu canto, ou seja, não vai votar; por outras palavras, Jorge Eurico afirma que se vai abster “para não ter peso de consciência relativamente aos resultados das próximas”.
Meu caro, infelizmente também eu não vou votar, mas porque o Governo angolano não nos deixou, aos da Diáspora, se recensearem o que nos daria o direito a fazer valer o nosso dever cívico.
Por isso, não concordo com a tua eventual abstenção.
Não será com a abstenção que iremos ter menos peso na consciência nem evitar que as eleições se cumpram no sentido que predizes.
Quanto muito, o voto da abstenção pode dizer que uma, de duas coisas, está mal: ou o Povo angolano se está nas tintas para o seu dever cívico e isso só dará força àqueles que durante 16 anos tudo fizeram para se perpetuarem no poder; ou, então, que o sistema eleitoral apresentado não está de acordo com as expectativas do Povo angolano.
Como não acredito no último caso – temos o sistema possível face ao pós-guerra e ao pós-predomínio político de uma força –, e porque tenho a certeza que o Povo angolano quer cumprir o seu inalienável dever cívico a abstenção não servirá para alertar ninguém e somente para esfregar as mãos de contente quem quer manter o domínio político!
Por isso, meu caro amigo, entre a abstenção e um voto em branco – ou seja, em qualquer dos casos quem vier está bem – proponho o voto nulo que poderá ter mais impacto no espectro político nacional.
Por isso, meu caro, ao abster-te estarás a contribuir para um eventual resultado que, apesar de tudo, seria o que menos gostaria que acontecesse – seja ele qual for.
Assim, e se a minha opinião – o conselho deixo para os mais velhos – valer alguma coisa proponho-te que vás para a fila (é, com o Acordo temos de ter mais cuidado com o que se escreve…) e deposites na urna o teu voto por mais cândido ou iníquo que ele, no fim, possa ter sido.
Por isso, não concordo com a tua eventual abstenção e, se me permites, usa-o como protesto por não terem permitido a outros Angolanos disporem do mesmo direito!

Se Mugabe disse, está falado.

(Até quando, por causa de personalidades como esta, África vai continuar a ter vergonha de se olhar ao espelho?)

Com o senhor Robert Mugabe, e enquanto for vivo, não haverá Governo formado pela oposição vencedora!
O senhor Mugabe disse, está dito e afirmado.
Por isso não se surpreende que, num só dia, o seu adversário tenha sido detido 2 (duas) vezes ou que a esposa de um líder oposicionista do distrito de Mhondoro seja queimada viva na última sexta-feira pela milícia do senhor Mugabe e a SADC se limite a afirmar que deverá ter 400 observadores no acto eleitoral, num típico assobiar para o lado!
Como, se tudo decorrer normalmente, o senhor Mugabe deverá perder a 2º volta das eleições presidenciais e ele diz que enquanto for vivo não haverá Governo formado pela oposição vencedora, somos levados a crer que as eleições já estão inquinadas desde o início e nada está a ser feito, nomeadamente por aqueles que melhor estariam posicionados para o demover de tais atoardas.
Em Angola, o partido irmão está preocupado – e está mesmo – com as eleições e esperando que o efeito Zimbabué não se torne um dominó (tal como no Zimbabué a senhora Mugabe vai ter de explicar muito bem porque utilizou cerca de 50 mil euros em gastos supérfluos em Roma enquanto se discutia, na FAO, a fome e a pobreza mundial a que os zimbabueanos não são peça fora do xadrez, em Angola haverá também alguns quantos que vão ter de explicar, e muito bem, por andam certos fundos…)
Já na África do Sul, a crise xenófoba tem provocado fortes dores de cabeça aos seus líderes. Parece que há males que vêm por bem, que o digam os autocratas zimbabueanos que com a crise sul-africana percebem que estes já não os aborrecem; se acreditasse em teorias de conspiração até acreditaria que por detrás da crise, que começou, precisamente, com zimbabueanos estaria o poder autocrático zimbabueano…
Enquanto estas duas potências olham, e mal, para os seus umbigos, o senhor Mugabe vai proferindo ameaças como a não admissão de um Governo formado pela oposição vencedora ou verbera os líderes africanos que claramente o criticam e com o beneplácito de quem menos se espera!
Até quando?
Ou será que para a Comunidade Internacional tão pronta a mandar prender personalidades, com ou sem razão, africanas por delitos contra a Humanidade é preferível aceitar um autoritário, déspota e corrupto líder continue a pavonear-se em conferências internacionais enquanto a sua digníssima esposa, Graça Mugabe, delapida os fraquíssimos recursos financeiros do País em… compras romanas!

13 junho 2008

A UNITA vai coligada, porquê e como?

"Segundo o secretário para a comunicação e marketing da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, em notícias veiculada por diferentes órgãos de comunicação social e reproduzida no seu portal informativo, a UNITA vai coligada às eleições legislativas com outros partidos e independentes.

É um direito que assiste à direcção da UNITA, democraticamente eleita no último Congresso, proceder nesse sentido, nomeadamente, chamar independentes que tenham mostrado, nos diferentes sectores onde trabalham ou exercem, qualidades para isso e se revejam nos ideais da UNITA.

Agora o que não sei, é se no referido Congresso isso foi abordado e autorizado, principalmente, a coligação com outros partidos e como as listas coligadas vão aparecer aos eleitores. Os órgãos oficiais angolanos só deixam passar o que o “dono” autoriza...

Será que o Galo Negro estará bem visível ou, naturalmente, os partidos coligados irão exigir a exibição, também, do seu símbolo na Coligação?

E será que a direcção da UNITA ponderou bem nas consequências deste acto?

Acha a direcção da UNITA que isso não possa aparecer aos olhos dos eleitores como uma manobra de encobrimento e dúvida quanto às suas capacidades eleitorais?

Alguém ouviu o MPLA dizer que ia coligado? (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no /"Colunistas" de hoje e republicado no Club-K, em 16/Jun/2008

Portagens: Carta aberta de um utilizador a espaços

(DDR)

Há uma máxima eleitoral do Governo Sócrates que diz que quem utiliza, paga, ou seja, o princípio do Utilizador-Pagador!
Posso não concordar, totalmente, com esta perspectiva, mas reconheço que há nela alguma forte justeza.
Por isso, senhor Presidente da República Portuguesa, senhor Procurador-geral da República Portuguesa, senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa, senhor primeiro-ministro da República Portuguesa, não compreendo que para corrigirem um erro administrativo do Estado Português que há muito tempo a União Europeia vinha questionando e que o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJE) acabou de lhe dar razão, o contribuinte, independentemente da sua nacionalidade, seja obrigado a pagar esse erro.
Há muito que os órgãos institucionais da União Europeia vinham afirmando que Portugal estava a contrariar as normas comunitárias quanto ao IVA praticado nas pontes que ligam as duas margens mais ocidentais do Tejo.
Há muito que os sucessivos governos portugueses faziam orelhas moucas ao facto e diziam estar tudo dentro da legalidade.
Infelizmente, o TJE veio dizer o contrário e obrigar Portugal a aplicar a sua taxa mais alta do IVA.
Além disso já há muito se questionava porque os utilizadores das duas margens no Tejo tinham de ser diferentes dos utilizadores das duas margens do Douro; ou seja, porque os utilizadores do rio que divide Portugal entre as zonas civilizadas e o deserto, tinham de pagar portagens para utilizar as suas pontes ao contrário dos dourienses que não o fazem.
Por isso ilustres senhores, se já me sentia um preterido quando, esporadicamente, utilizava uma das duas citadas pontes, ao contrário dos cidadãos do Norte de Portugal, porque é que mesmo não utilizando diária ou mais vezes as pontes as tenho de pagar?
Pois é isso que o governo português parece ter determinado em detrimento da sua máxima de Utilizador-Pagador ao decidir que os milhões que vão ser deficitariamente criados pela mão actualização real da taxa do IVA sejam imputados no Orçamento-geral do Estado.
Ou seja, todos os contribuintes do erário público português, mesmo que não utilizem as referidas pontes tejoanas terão de pagar à empresa exploradora os custos inerentes ao diferencial da taxa e que orçam, mais coisa menos coisa,… 9 milhões de Euros!
Por outras palavras, quando estão em causa interesses partidários e regionais a máxima Utilizador-Pagador está presente. Mas quando o que interessa é o voto próximo então essa máxima que vá às malvas!
E isso é o que se passa agora.
Assim senhor Presidente da República Portuguesa, senhor Procurador-geral da República Portuguesa, senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa, senhor primeiro-ministro da República Portuguesa solicito que esta questão seja ponderada no local próprio e ponham em efectividade a citada máxima ou acabem de vez com as disparidades entre o Norte e o Sul.
Ou seja, ou pagam todos os utilizadores as suas pontes ou pagam todos os contribuintes todas – TODAS – as pontes portuguesas.
Não pode continuar a haver contribuintes de primeira e outros!
Coitados daqueles que nunca passaram uma ponte do Douro ou que nunca passarão uma ponte do Tejo…

Tratado de Lisboa, já era?

(E agora, Pá?)
Segundo as mais recentes expectativas o Tratado de Lisboa terá sido rejeitado pelos irlandeses.
E agora?
Sabendo-se que há alguns países que ainda o não referendaram e outros, caso da Polónia, por exemplo que apesar de referendado positivamente pelo Parlamento nacional ainda não viu a assinatura do Presidente colocada no documento ratificador, como irá a Europa engolir mais este sapo?
O problema dos eurocratas é que pensam que todos são subservientes como certos países e que basta ameaçarem com a exclusão de fundos para que tudo seja feito de acordo com os seus interesses e os interesses dos 4 grandes e do ainda quase grande.
O problema dos eurocratas é que nem todos os países vivem para o voto e usam os fundos disponibilizados não para o cinzento do cérebro mas para aquele que mais evidencia “obra feita”, o cinzento das auto-estradas e dos grandes imóveis.
Por isso não me creio que, desta vez, um segundo referendum na Irlanda seja exequível quando como foi com um anterior tratado em que a União Europeia, sob a subtil ameaça de retirar os fundos, os obrigou a efectuar e alterou o resultado.
Porque, como já referi num parágrafo anterior nem todos os países vivem para o voto e usam os fundos disponibilizados não para o cinzento do cérebro mas para aquele que mais evidencia “obra feita”, o cinzento das auto-estradas e dos grandes imóveis.
E , também, porque há quem pense por si e não pelo que os outros querem!

Há 5 anos os militares também avisaram, mas… lembram-se?

"Em Julho de 2003 os militares rebelaram-se contra os políticos santomenses.

Cinco anos depois o Conselho Consultivo do Ministério da Defesa da Ordem Interna de São Tomé e Príncipe (CCMSOI) pediu a Fradique de Menezes para que encontre "o mais depressa possível" uma solução para a actual crise política gerada com queda do Governo resultante de uma moção de censura aprovada no Parlamento.

Ou seja, os militares e outras forças paramilitares e de segurança – o CCMSOI integra, o exército, a polícia nacional, a guarda costeira, a corporação de bombeiros, a polícia fiscal e serviços de imigração e fronteiras – estão a avisar o poder civil que não gostam do rumo a que as coisas estão a tomar.

E não é para menos. De acordo com o ministro do Planeamento e das Finanças, Raul Cravid, o país está à beira de um colapso com a ameaça de suspensão de financiamentos externos devido à crise política que enfrenta. Não esquecer que com a demissão concretizada por Fradique de Menezes devido à moção de censura, o actual Governo só tem poderes de gestão. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui).
Publicado no , edição 169 com o título supra

12 junho 2008

Gasolina favorece quem?

(já faltou mais para andarmos assim em África; Kadhafi que o diga...)

Depois de ler isto aqui, compreendo porque andava tudo tão aflito em Bissau com os vários milhões de litros de combustível disponibilizados pela cooperação japonesa e como ele iria ser distribuído.

O que não se entende é a forma como os mesmos foram entregues a uma única entidade privada quando, segundo sei, o Pais tem um distribuidora nacional de combustíveis.

Ou será que já não a tem para gáudio daqueles que vão ganhando fundos e mundos e o Povo vai penando com falta de electricidade e água ou telecomunicações fortemente dependentes do petróleo para laborarem?

E, já agora, uma outra pergunta. O presidente da Gambia, Yahya Jammeh, foi fazer algum conferência sobre como se cura o SIDA e se ganham fortunas à custa do povo porque ninguém acredita que os Hummers tenham sido oferta de uma qualquer simpática cooperação internacional? Ou seria?

Angola já tem um Tribunal Constitucional

No mesmo dia em que o Conselho Superior de Magistratura Judicial angolano reconhece que tem recebido denúncias de actividades pouco consentâneas com o cargo contra juízes e, em alguns casos, além de os punir disciplinarmente também houve quem fosse demitido, o Parlamento angolano aprovou a criação do Tribunal Constitucional (TC) um órgão que era detido em conjunto, até agora, pelo Tribunal Supremo.

Com 163 votos favoráveis as Leis Orgânica e de Processo do Tribunal Constitucional, fica consagrado o artº. 135 da actual Constituição, que previa a institucionalização deste órgão supremo d Justiça angolana, e abriu um passo de gigante para que as eleições possam decorrer com alguma transparência assim os eleitos para este órgão consigam sê-lo, igualmente, de forma transparente e com o acordo dos principais actores da cena política e judicial angolana e da presidência que elege, também, o presidente do TC.

Só vamos esperar que esta criação não tenha nascido da pressa de fazer abortar a presença de algumas forças políticas em detrimento de outras e adulterar, logo à partida, o transparente – assim se deseja – jogo democrático.

Quero acreditar que não foi isso o que esteve subjacente na apresentação da proposta e na sua aprovação!

08 junho 2008

2010 já mexe...

(imagem CAF)
O CAN, a realizar em Angola, e o Campeonato do Mundo, e efectuar na Rep. da África do Sul, já mexem há duas jornadas e com algumas surpresas já.
Se Angola já segue com duas vitórias consecutivas (3-0 ao Benin, no velhinho e renovado Coqueiros, e 2-1 ao Níger, na capital, Niamey);
Já Cabo Verde que baqueou na primeira jornada por 2-0, frente à fortíssima equipa dos Camarões, venceu na segunda jornada a Tanzânia por 1-0.
Infelizmente, por sua vez, os Mambas baquearam nas duas jornadas. Depois de perderem no primeiro jogo por 1-0 com a Costa do Marfim, voltou a perder, desta feita em casa, com o Botswana por 2-1, comprometendo, seriamente, a sua presença em Angola.
Mas se os afro-lusófonos apresentaram resultados interessantes e expectáveis, já houve outros que pelo resultado final ou pelo desenrolar do mesmo deixam antever que poderá haver surpresas nos dois torneios.
O Burkina Faso segue na frente do seu grupo com duas vitórias claras, uma das quais foi arrancada na Tunísia que levou à demissão do treinador deste país.
Também o Ruanda já leva duas vitórias.
A África do Sul não mostrou grandes pergaminhos na sua deslocação *a Nigéria, na primeira jornada, onde perdeu por claros 2-0.
Mas os todos resultados e a evolução dos mesmos – note-se que ainda só se fizeram duas jornadas – podem ser lidos aqui e as classificações dos grupos aqui.
É que já se registaram resultados mesmo interessantes!
Já agora uma saudação especial aos Viriatos - pelo menos já os ouvi chamar assim e por mais de uma vez - que começaram bem o Euro2008.

Já todos o pensávamos, mas…

Mas nunca se ouviu ninguém dizê-lo tão abertamente como ultimamente.
Era acusada de ser lenta, lentíssima, de, por vezes, dar primazia às boas bolsas em detrimento dos menos favorecidos, até de haver algum compadrio, nunca aquilo que agora lhe chamam.
Até já lhe disseram estar podre como a maioria dos locais onde é exercida. Mas nunca disseram que ela era o que dizem ser.
No entanto, por cerro que já todos o pensaram como sendo, só que nunca tiveram coragem de o afirmar publicamente excepto, talvez, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e o comentarista residente da RTP, dos domingos, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
De facto, as duas entidades explicaram como se pode contrariar a Justiça portuguesa, para enganar os estrangeiros.
No primeiro caso, o tal Conselho de Justiça (CJ) propôs que uma equipa portuguesa, entretanto penalizada além fronteiras, apesar de ter deixado prescrever o prazo para fazê-lo, anexasse ao processo do seu presidente uma (penso que é assim que se diz) contestação, para que pudesse ser julgado e, com isso, talvez alterar o rumo das coisas.
Ou seja, primeiro torpedo na Justiça.
No segundo caso o emérito Professor catedrático propôs que, e claramente, o tal CJ desse todos como inocentes e, assim, já a UEFA não teria bases jurídicas para castigar a tal equipa portuguesa, até porque, segundo o emérito Professor, há dúvidas – pelo menos não teve a desfaçatez de dizer que o eram – quanto à Constitucionalidade das escutas.
Interessantes que para umas coisas as escutas são não só legais como constitucionais. Neste caso, já há dúvidas, não quanto à legalidade, mas quanto à constitucionalidade.
Resumindo, temos um segundo e claro torpedo à Justiça portuguesa.
Por outras palavras, há quem esteja, e com clareza, a dizer que a Justiça portuguesa é igual a uma simpática, porém não bem cheirosa, palavra de origem francesa…
Já não bastava a justiça ser cega e linear, e por vezes até pouco disponível em ouvir os sons do coração, como ainda a querem chamar de… isso mesmo!
Haja paciência!
E esperar não levar com algum processo jurídico por demonstrar a minha incredibilidade por aquilo que li e ouvi e aqui deixei comentada…

07 junho 2008

Ansumane Mané morreu porque…

(foto BBC)

Dez anos após a revolta de 7 de Junho de 1998, uma questão que se mantém no ar e que Orlando Castro, de uma forma pertinente, a relança.
Em 2002 o então general Ansumane Mané foi acusado de tentar derrubar o então legítimo governo de Kumba Yalá e, segundo fontes oficiais, teria sido morto em combate quando procurava escapar às forças armadas governamentais que o tentavam deter.
Só que fontes citadas pela Amnistia Internacional disseram sempre que ao contrário do propalado o brigadeiro não teria morrido em combate mas teria sido detido, espancado e fuzilado (há uma certa similitude com um líder morto em “combate” no eixo sul do Golfo da Guiné).
Por isso a questão mantém-se: como morreu, porque realmente morreu e quem mandou matar o general Ansumane Mané?
Uma resposta que persiste no segredo dos deuses e que os sucessivos Governos parecem não ter interesse, nem os militares, em responder à mesma!

Guiné-Bissau, há 10 anos...

(Bijagós; foto daqui)

"Há 10 anos Bissau acordava a ferro e fogo com os militares da Engenharia e da Brigada Mecanizada, a porem a nu a incompetência governativa dos líderes nacionais.

Tudo tinha começado na véspera com a detenção do brigadeiro e ex-Chefe e de Estado Maior-General das Forças Armadas, brigadeiro Ansumane Mané sob acusação de fraude e tráfico de armas para separatistas de Casamanse.

Esta acusação seria, mais tarde, devolvida ao Governo de João "Nino" Vieira quando Ansumane Mané assumiu a liderança de uma auto-designada Junta Militar para a Consolidação da Democracia, Paz e Justiça, através de uma declaração ao país, lida na Rádio Nacional.

Nessa declaração Ansumane Mané declarava querer derrubar o presidente Nino Vieira e o actual Governo, ao mesmo tempo que exigia, num breve prazo, a efectivação de eleições legislativas procurando, desta forma, reimplantar “uma verdadeira democracia” e entregar “de verdade o poder aos civis e ao povo”.

Nessa altura, países vizinhos decidiram intervir na contenda e apoiar de forma clara e inequívoca, os senegaleses, discreta mas incisiva, os guineenses de Konacri, com o apoio quase declarado dos gendarmes franceses, o presidente “Nino” Vieira levando milhares de civis a fugirem do País.

De facto, os militares, após destronarem e remeterem "Nino" Vieira para o exterior tudo procuraram fazer para devolver o poder aos civis.

Houve eleições. O habitual partido estacionado no poder foi derrotado e a população Bissau-guineense esperou, em vão, infelizmente, que os destinos do Pais entrassem, de vez, no bom caminho do desenvolvimento, da prosperidade e, acima de tudo, da Paz.

Uma espera em vão, como demonstrarão os anos seguintes. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no /Colunistas, de hoje sob o título "Há 10 ano Bissau acordou a ferro e fogo..."

06 junho 2008

Mugabe quer a perpetuação!

(quem ganhará, o nepotismo autocrático ou a democracia)

Depois de ter perdido as eleições legislativas, que a linha mais dura pró-Mugabe quer agora mandar suspender o acto eleitoral e repor o Parlamento, depois de ter protelado a publicação dos resultados das eleições legislativa e presidenciais no que contou com o beneplácito de alguns membros da CNE e de um Tribunal – acabaram até por rever algumas das secções de voto sem conseguirem alterar a vontade do eleitorado – o senhor Mugabe e a seu séquito estão a tudo fazer por protelar a 2ª volta das presidenciais.
Primeiro fizeram que o líder oposicionista se sentisse ameaçado protelando o retorno ao País de onde tinha se ausentado para abordar com os líderes afro-austrais a situação político-eleitoral do Zimbabué.
Depois do regresso de Morgan Tsvangirai sectores policiais próximos do regime deteve-o, por duas vezes quase consecutivas, para interrogatório sob acusação de não estar autorizado a falar em público; logo quando se está em plena campanha para a 2ª volta das presidenciais que o vai opor a Mugabe.
Não satisfeitos, os mesmos sectores deram-se ao luxo de mandar parar veículos diplomáticos e sob a ameaça de perfurarem os pneus e atearem fogo às viaturas conseguiram que os diplomatas, britânicos e norte-americanos, saíssem dos mesmos acabando por serem detidos e interrogados em clara violação à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 18 de Abril de 1961.
Simultaneamente o regime do senhor Mugabe ordenou a suspensão – já se congeminava isto há uns dias – de toda a actividade das ONG’s, nomeadamente aquelas que, solidariamente, mais têm suprido a fome dos zimbabueanos.
Com o regresso forçado de muitos zimbabueanos da África do Sul onde têm sido alvo de inusitado xenofobismo, tal como moçambicanos, malawianos e angolano, o problema da fome vai ser ainda mais exponencial.
Prevêem, talvez, os assessores do senhor Mugabe que a fome e a ameaça de suspender a entrega de alimentos a quem vote no opositor consiga perpetuá-lo no poder.
Uma imagem que se torna perigosa principalmente quando um dos seus mais dilectos assessores vai também ele, em breve, para eleições…

05 junho 2008

Os poetas são como os gatos

Mais uma interessante análise de João Craveirinha sobre a problemática racismo versus xenofobismo, ainda não publicada na imprensa.

"Notas adicionais sobre XENON:

Xenofobia não tem cor mas o racismo tem cor. Não confundir os dois - pois acabam por se diluir se assim for feito.

Ambos são violentos mas o racismo é duplamente violento. No imaginário de séculos e na acção colonizadora do Eu do outro, considerado inferior em África - (NESTE CASO O DENONIMADO NEGRO / BLACK / NOIR / SCHWARZE / T'CHORNI etc etera).

A xenofobia é anti-estrangeiro mesmo sendo da mesma “cor” epidérmica.
O racismo tem cor diferente e é de cima para baixo vindo da superioridade europeia (leia-se do que se diz branco).

Não confundir dos que reagem (mais morenos ou negros ou castanhos) ao se sentirem espezinhados há séculos em tudo que fosse a sua cultura a começar pela língua que passou a ser desvalorizada para dialecto. Indicando que não sofrera evolução como raça humana ao longo de milhares de anos.
(Paradoxalmente apesar dessa raça humana global ter saído de África, Etiópia) numa evolução de cerca de 4 milhões de anos (Lucy)...

... e da transição do dito negro (negróide) para o dito branco (europóide ou caucasiano) numa mudança genética (mimetismo) de cerca de 20 mil anos de África para a Europa via Índia e pelo Cáucaso (entre o mar Negro e o Cáspio – o maior mar interior do mundo. Fronteira do Irão e da antiga União Soviética).

Em 20 mil anos um negro (sem mistura e dependendo do clima) fica branco e muito menos um branco fica negro com a mestiçagem em sentido inverso. Bastam 4 gerações. Avô, Pai, Neto, Bisneto.

Jean-Paul Sartre, dizia a Negritude ser uma forma de “racismo anti-racismo” e a única encontrada pelo negro para se afirmar contra a negação de seu Eu pelo branco.

Foi assim que surgiu a corrente literária da Negritude que nada tem a ver com um pseudo-racismo negro mas sim com o recuperar da dignidade perdida de ser humano, "assumindo" o intelectual negro (ou mestiço) os epítetos derrogatórios (negro, cafre, narro et cetera) de sua condição imposta de infra-humano, numa assumpção irónica dessa negação para desfazer o que lhe impõem de cima para baixo fazendo-lhe crer que era inferior ao que ele recusa:

NEGRO :
SER OU NÃO SER
NÃO É A QUESTÃO!
(é tudo imposição)

Queres que eu seja negro
da cor da noite das trevas?
Então sou!
E depois não digas que a mulher negra não é bela.
É tão bela como pode ser a tua mulher
que dizes ser, da cor da luz branca,
onde vive o divino!
Sou negro e depois?

Ah, não!!

Agora sou racista por aceitar com um sorriso
o que me impões e aceito,
e te devolvo?
Só quero igualdade.
Nada mais!
(JOÃO Craveirinha 02.06.2008)

Na negritude, o negro intelectual ao reagir não era para ser superior, mas igual ao branco que não queria essa igualdade e em muitos casos mantendo-se na actualidade, mesmo quando se afirmam como não racistas contra o negro. Alguma reacção residual surgirá, invertendo os papéis. Analise-se o caso da xenofobia inter-negro na África do Sul para alegria de muitos desse tipo padrão para dizer que o negro é pior que o branco.
Em Moçambique, na comunicação social, tornou-se norma com ajuda de alguns negros à deriva de si mesmos. E na comunicação social em Portugal ainda pior.
Des – contextualiza-se o fenómeno esquecendo que a essência da desumanidade não tem cor. É intrinsecamente genética, e nisso a Europa é a última a acusar de ânimo leve o africano. Foram os senhores e mestres do africano durante muito tempo. E se calhar ainda continuam.

“DEMOCRACIA, IGUALDADE E LIBERDADE:
“Porque é que os povos democráticos mostram um amor mais ardente e mais durável pela igualdade que pela liberdade?” Alexis de Tocqueville (1805-1859, França).
In Teorias Sociológicas p. 259.

É isso aí - no fundo o negro nem democracia queria porque não sabia o que era. Uma coisa importada e deturpada dos antigos gregos que são europeus. Daí a desconfiança.


Pois o colonialismo da Globalização, veio da Europa. O fascismo veio da Europa. O marxismo veio da Europa. A África pós-colonial tem sido (como no passado) um laboratório de experiências de tudo que já está a ficar ultrapassado na Europa e no mundo ocidental.

Essas modernidades vêm da Europa (assim como os dinheiros da corrupção para África). No fundo mesmo, o negro queria (quer) é ser tratado como igual. Lá dizia o Tocqueville e era europeu.

As coisas positivas deixam de ter cor e nação. Passam a ser universais. O racismo e a xenofobia só assim serão superados.

Saber peneirar na m’benga o capim da mapira.

Exempli gratia:
ADEUS À HORA DA PARTIDA

Agostinho Neto
(Poeta-mor de Angola)

“Eu já não espero
sou aquele por quem se espera
(…)
Hoje
somos as crianças nuas das sanzalas do mato
os garotos sem escola a jogar a bola de trapos
nos areais ao meio-dia
somos nós mesmos
os contratados a queimar vidas nos cafezais
os homens negros ignorantes
que devem respeitar o homem branco
e temer o rico”
(...)

Agostinho Neto (1974). Sagrada Esperança. Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa.

Este poema da Negritude é um manifesto contra o racismo colonial português…ao mesmo tempo e duplamente, associando e dissociando “o homem rico” com a cor da pele.

Uma premunição à Angola independente. Em que o homem rico deixou de ter cor. Pois passou a ser da cor do dinheiro.

OS POETAS SÃO COMO OS GATOS. VÊM EM MUITAS DIMENSÕES: ESPREITAM O PASSADO; VIVEM NO PRESENTE; E PROJECTAM-SE NO FUTURO QUE PARA ELES JÁ É PRESENTE.

Em baixo um manifesto contra a xenofobia neste poema do tio paterno do autor destas notas de reflexão:

“TERRA DE CANAÃ

Não, piloto israelita.
Inútil procurares nos incêndios de Beirute
e nos inocentes corpos mutilados pelos estilhaços ardentes
as belas palavras do Cântico dos Cânticos. (…)

Poeta-mor José Craveirinha (10.08.1982 de regresso do Líbano)

in F. Mendonça, N. Saúte (1983). Antologia da Nova Poesia Moçambicana (p.211).
E na hora da partida destas notas de reflexão, saboreiem a poesia de Agostinho
Neto na voz e na autêntica Música de Angola por Rui Mingas, ao alcance de um click:
http://www.esnips.com/doc/93bbecc8-d3e1-48f7-a02e-6a7c26d46894/Adeus-à-hora-da-partida (09.05.2008)
.
©João Craveirinha"

04 junho 2008

Nem todas as bananas do mesmo galho são iguais...

Há situações que merecem um cuidado especial na forma e na visão quanto ao tratamento do assunto.

Por norma não respondo a telefonemas sem identificação do remetente, ou seja privadas mesmo que essa atitude acabe por me ser prejudicial porque agora até grandes empresas e distintas personalidades adoptaram esse absurdo método, nem respondo a comentários anónimos.

Todavia, vou fazer aqui um pequeno parêntese na minha habitual atitude e responder ao comentário colocado no apontamento anterior sobre a questão “Castro & Eurico” porque a mesma me parece uma clara provocação de quem está lambendo os dedos de satisfação por já ter conseguido, segundo o seu desprezível conceito, “metralhar” a UNITA e “desfazer” os ideais e interesses superiores que norteiam aqueles dois distintos angolanos a quem tenho o prazer de chamar Amigos!

No comentário/resposta disse, e passo a transcrever: “Senhor Anónimo, O comentário foi feito no local e na altura próprias e está aqui também para quem quiser perceber”.

Foi feito directamente ao Orlando Castro, pelo respeito que me merece, o qual me fez credor das mensagens electrónicas obtidas com as insinuações e críticas que ele recebeu de quem o não devia enviar.

Porque são mensagens pessoais abstenho-me, já ele também achou por bem o não fazer, de as reproduzir. Nem autorização solicitei, dado que sei que, em caso semelhante, ele também o não faria nem comentaria – ao contrário do que estou a fazer neste momento.

Quanto ao Jorge Eurico, meu(s) caro(s) anónimo(s), bom seria que lessem mais cuidadosamente os artigos do Eurico – tenho a certeza que os lêem, só que o fazem na diagonal e por isso criticam sem cuidado – porque veriam que a expressão que ele escreve no artigo em questão e que, de certa forma, dá título a este apontamento, já foi várias vezes por ele escrita e também já mereceu comentários pessoais meus, directamente a ele.

De futuro quando quiserem colocar Pessoas em confronto, e é isso o que subtilmente tentaram fazer, pensem se em vez de Pessoas não julgam estar a tratar com meras personalidades de cordel e, nesse caso, vêm bater a má porta, proque qualquer um deles vale muito mais que anónimos e políticos de pacotilha!

E, por favor, não me obriguem a castrar o acesso aos comentários…