01 julho 2008

E ainda nem começou a campanha oficial…

Já há uns dias que partidos angolanos se queixam de perseguições a militantes e dirigentes e atropelos aos mais elementares actos democráticos no âmbito da pré-campanha eleitoral.
E tudo em vésperas da Assembleia Nacional encerrar as suas portas e desalojar inquilinos que lá estão há cerca de 15 anos, ou mais, sem que, no intervalo, tivessem sido escrutinados.
Mas se vai, temporariamente, fechar portas – provavelmente para desparasitar e limpar algumas teias de aranha de certos auto-ensobados – não o fará sem, primeiro alterar ou aprovar algumas medidas. Umas parecem certas, como a proposta da UNITA para que seja aprovada a nova versão do Conselho Nacional de Comunicação Social e a Lei do Direito de Antena e Réplica, enquanto outras parecem totalmente descabidas quando o jogo já está a decorrer como a proposta do MPLA que o escrutínio seja em dois dias e não só no dia 5 de Setembro como foi inicialmente indicado pelo Presidente da República, Eduardo dos Santos, e aceite pela Comissão Nacional de Eleições.
Esta é uma proposta que não acolhe o acordo da maioria dos partidos angolanos e organizações cívicas e, espera-se, que também não acolha o acordo do Tribunal Constitucional.
Mas bem estaria o período pré-eleitoral se fossem só estas pequenas questões.
A FNLA, em comunicado, acusou a Polícia Nacional (PN) de ter detido três dirigentes do seu partido nos arredores da cidade de Sumbe, capital provincial do Kwanza Sul, quando estava em plena actividade política, facto desmentido pela PN.
Os dirigentes em causa que alegadamente terão sido detidos são Miguel Nzinga, membro do Conselho Político Nacional, João Ilda, secretário provincial do Kwanza Sul, e António Gabriel, adjunto de João Ilda.
Segundo a FNLA com os três dirigentes que terão sido posteriormente libertados e que ainda vão ser ouvidos pela Direcção Provincial de Investigação Criminal(DPIC), o que não deixa de ser estranho porque a FNLA é uma organização política legalizada, também foram apreendidos 95 cartões de eleitor que aqueles tinham em sua posse com o intuito de oficializar as assinaturas exigidas por lei para a formalização da candidatura do partido!
Se o que se passa com a FNLA é estranho, mais estranho parece ser o que poderá acontecer com alguns partidos políticos angolanos, nomeadamente aqueles que, segundo certas estatísticas poderão colocar “em perigo” a elegibilidade de certos senhores da nomenclatura angolana.
De acordo com uma lei, entretanto aprovada pelo MPLA – mais uma quando o jogo já decorre e o Tribunal Supremo (que anteriormente tinha funções Constitucionais desconhecia ou dizia não ser ainda conhecida) –, passa a ser exigido, para que um partido se possa candidatar, leia-se ser legal, apresentar cerca de 15000 assinaturas, a nível nacional, e 500 por província o que, em tão pouco tempo -7 de Julho é a data limite –, se mostra de difícil obtenção. Um dos partidos que pode vir a ser prejudicado é o FpD que já se perfila como a terceira força política nacional e já ganhou apoios de personalidades como Justino Pinto de Andrade.
Interessante que, até ao momento, só a UNITA e a coligação Tendência pré-presidencial foram as duas únicas organizações políticas que já formalizaram a sua candidatura…
E enquanto alguns criam “leis” para anular eventuais opositores, outros são atacados por pessoas que se dizem membros de partidos políticos não respeitando nem mulheres em estado de gravidez – creio que o partido de quem dizem ser membros deveria expulsá-los imediatamente, porque além de porem em causa o nome do partido deixam muito a desejar quanto à respeitabilidade enquanto cidadãos – nem cartões de eleitores, tal como se queixou a FNLA, ou o ocorrido com um regedor no Cubal, província de Benguela, ter permitido que a UNITA colocasse uma bandeira sua numa zona que indivíduos ditos afectos ao MPLA consideram ser sua zona, tal como o ocorrido no Mungo, Huambo, quando alguém da Polícia mandou retirar uma bandeira da UNITa porque ia ser inaugurada, na zona, uma escola de artes e ofícios (o que tem uma coisa a ver com a outra; mas são partidos políticos ou gangues de criminosos?). Também o PRD e o PAJOCA, na Huíla, acusaram a Polícia de colocar entraves à recolha de assinaturas para a sua candidatura junto do Tribunal Constitucional.
Tudo muito estranho e pouco salutar em vésperas de eleições legislativas.
Saúde-se, pelo menos, que militantes e simpatizantes do MPLA não são atacados. Pelos menos nada disso se vê nos seus órgãos oficiosos… Estranho? talvez não, a dar este tipo de informação seria dar cobertura à não “ocupação integral” do espaço territorial nacional!
Também publicado no /Colunistas sob o título "E se agora é assim, como será quando começar a campanha?" (igualmente transcrito no portal angolano com o mesmo título)

2 comentários:

Isaias Edson Sidney disse...

DANDO A CARA PRA BATER:

Desculpe invadir seu blog. Uso este recurso para convidar você a visitar a Editora Biblioteca24x7, que comercializa obras pela internet (edição on-line e impressa). Não tenho procuração deles para fazer isso. Desejo apenas divulgar o meu primeiro livro:



LUA QUEBRADA


Um professor e sua aluna. Tudo os separa, nada os une. A não ser a paixão. Uma paixão sem limites, vivida com toda a intensidade da experiência e da juventude. Um livro forte, pela emoção, pela cumplicidade, pelo erotismo. Uma história que mexe com todos os sentidos do leitor, até a última linha. Experiência única na Literatura Brasileira, LUA QUEBRADA é um livro imperdível e inesquecível.

Autor: Isaias Edson Sidney

Publicação da Biblioteca24x7.

ISBN: 978-85-61590-45-1

Só disponível pela Internet, no endereço abaixo (categoria: ERÓTICO).

http//www.biblioteca24x7.com.br

LUA QUEBRADA: PARA INCENDIAR SUA IMAGINAÇÃO!

Obrigado pela atenção. E mil desculpas!

Kingamba Mwenho disse...

Colômbia: Ingrid Betancourt e três americanos são resgatados pelo Governo

http://www.angolaxyami.com/Em-destaque/Colombia-Ingrid-Betancourt-e-tres-americanos-sao-resgatados-pelo-Governo.html

Alo Cota Pululu, aquele abraço. Passei somente para deixar estas LINDA NOTÍCIA.