29 janeiro 2009

Desculpem o cinismo, mas…

(imagem daqui)

O problema de cada um, e então se o mesmo se chamar desemprego, acaba, por vezes, por se tornar num problema global já que afecta a família e as entidades que o rodeiam, por dificuldades em cumprir com as suas obrigações financeiras.

Todavia, e desculpem-me o cinismo, o que é um pequeno problema que constitui o desemprego de 123 funcionários da Controlinveste (
JN, DN, 24H, TSF, O Jogo, etc.) – e só afecta uma ínfima parte da comunidade portuguesa como claramente se explica pelos comentários daqueles que a representam, ou seja, dos deputados – quando a Comunidade Internacional, através da Organização Internacional do Trabalho (OIT) descobriu, agora, que 2009 poderá registar a quebra de 51 milhões de postos de trabalho, ou seja, 6,1% a 7,1% de desempregados em todo o Mundo.

Se cada posto representar a cabeça de uma família, dita normal, ou seja com 4 pessoas no seu agregado, quer isto dizer que, no final de 2009, haverão 204 milhões de pessoas com dificuldades em se alimentar e (sobre)viver.

Mas se nos recordarmos que desses 51 milhões cerca de metade estarão na África subsariana e que o agregado familiar dos africanos é superior a 4 pessoas, então iremos verificar que, na realidade, as pessoas afectadas serão muito acima dos 204 milhões de vítimas desta actual e decadente Globalização.

E a OIT ainda prevê que cerca de 200 milhões passarão a (sobre)viver com vencimentos abaixo dos USD 2,00/dia.

O que é isto comparado com os 123 futuros desempregados da Controlinveste? Pouca coisa, como se depreende pelos comentários daqueles que foram eleitos para defender os interesses da comunidade onde se inserem.

Como diriam os americanos, “just a peanuts” ou, como diríamos nós, um pequenino prato de ginguba!

Desculpem o cinismo e a ironia, mas…

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