29 outubro 2009

Condenações no Angolagate causam estupefacção em Angola…

Segundo uma significativa maioria das fontes em Angola, e confirmado em comunicado, entretanto divulgado, o Governo angolano terá ficado estupefacto com as condenações que se verificaram com o caso “Angolagate”.

Não compreendo porquê tanta admiração pela estupefacção. Talvez seja a habitual ingenuidade da minha parte.

É perfeitamente natural que um Governo, mais a mais legitimado em eleições, de um País onde muitos mandam mais que quem o deveria mandar – ou não se sentissem donos do mesmo ao ponto de alimentar melhor os seus cães, por exemplo que os pobres –, fique estupefacto que um Tribunal tenha a leveza de condenar pessoas, à revelia do que o Poder político determina, e desprezando as eventuais
pressões daquele. E, principalmente quando as referidas armas – mesmo que estivesse a decorrer um embargo determinado pelas Nações Unidas – “não eram nem francesas nem passaram por território francês”.

Há quem se esqueça que as Leis quando são criadas, mesmo que não sejam locais ou nacionais, mas sejam adoptadas pelos respectivos Países quando as transpõem para o seu ordenamento jurídico, passam a ter mesma força que uma Lei aprovada em território nacional.

E mais o Governo angolano vai ficar admirado se o Governo francês, como já se especula e aceitando o
repto de um dos condenados, decidir mesmo levantar o segredo de Estado sobre certas actividades “económicas e legítimas” porque foram feitas fora de território francês e com produtos letais não franceses, das personalidades condenadas e daquelas, por acaso sem qualquer vínculo a França, que por razões que só a História, um dia, irá desvendar – essa é a nossa esperança – não foram ouvidas nem julgadas.

E mais ainda ficará admirado quando se aperceber que Paris, por muito que deseje manter o actual “status quo”, ainda mais quando a
Total, e subsidiárias, descobriu mais de um bom filão petrolífero em águas profundas, se curve às exigências da Justiça. É que nem todos ainda perceberam que a Justiça não pode, não deve, estar sujeita às ordens do Poder Político.

Talvez aí se venha aperceber como
certas situações na guerra angolana, e talvez não só, como por exemplo, na Costa do Marfim (Cote d’Ivoire), no Chade e na República Centro-Africana e no Congo Democrático, se foram desenrolando. Fossem por via dos Serviços Secretos franceses, fossem por via de intermediários/vendedores de armas que para mim são mais assassinos que aqueles que cobardemente disparam e matam opositores, seja em guerra aberta, seja por detrás, seja quando está a se render, como parece ter acontecido com um antigo líder rebelde…

Ou seja, como é que armas proliferam em países sobre quem recaem embargos diversos?

E quem diz em África…

Eleições em Moçambique

As triplas eleições de ontem em Moçambique, decorreram, segundo a maioria das fontes e dos observadores presentes, com urbanidade e poucos constrangimentos. Excepto, talvez, o facto de um observador, de uma organização sul-africana respeitável, querer pernoitar junto de uma das secções de voto para melhor a controlar e ter sido, eventualmente, agredido pela polícia moçambicana – ou, talvez, por energúmenos que vestem uma farda que não respeitam e que causam mau nome à corporação.

à partida há quem já afirme, peremptoriamente que vai ter mais de 50% dos votos; e os
primeiros resultados parecem indiciar isso mesmo. Também depois de ter “impedido” que partidos opositores participassem em pé de igualdade em todos os círculos, isso é natural.

Há favoritos, como em todas as eleições. Mas em regimes democráticos e não democraticamente autocráticos, nem sempre os vencedores são os favoritos. O que, por certo, não irá acontecer num País onde um Presidente não conseguiu imitar um seu “parceiro” presidencial e aceitou que uma ponte tivesse o seu nome.

Vamos aguardar serenos os resultados e esperar que, mesmo com todos os tais constrangimentos, os mesmos sejam aceites sem que venham a ser tingidos de púrpura.

É que há derrotas que, de derrotas em derrotas, acabam, felizmente, em grandes vitórias. E nas democracias, mesmos nas autocráticas e totalitárias há que saber engolir sapos e esperar pacientemente pelo nosso dia!

27 outubro 2009

Caso «Angolagate» terminou?

O caso “Angolagate” terá tido hoje o seu epílogo jurídico com a condenação, no Tribunal Correcional de Paris, de Jean-Christophe Mitterrand, filho do antigo presidente francês, François Miterrand, e de Charles Pasqua, antigo ministro do Interior.

Mitterrand foi condenado a dois anos de prisão, com pena suspensa, substituíveis por uma multa de 375.000 euros por suborno, e Pasqua, a um ano preso e terá de pagar 100.000 euros de multa por «tráfico de influência».

O Tribunal francês condenou, ainda, a seis anos de prisão efectiva o multimilionário israelita de origem russa
Arcadi Gaydamak e o magnata francês – com passaporte diplomático angolano e nacionalidade brasileira – Pierre Falcone (apesar da eventual imunidade diplomática diplomático, por ter sido representante de Angola na UNESCO, o tribunal ordenou a sua imediata detenção, porque considerou que esse estatuto não cobre condenações por tráfico de armas).

Juridicamente, o caso estará encerrado, salvo se os acusados usarem do direito de “recurso”.

Politicamente muita coisa ficou por esclarecer, nomeadamente, para onde foram as “luvas” pagas pelos franceses e pelos seus companheiros cuja condenação ainda está por ser apurada.

Recordemos que durante o julgamento alguns dignitários angolanos foram indiciados – ou indicados – como estando por detrás deste processo. Algumas movimentações políticas – também chamadas de «petróleo» - impediram que o processo ficasse totalmente esclarecido.

Se juridicamente, o processo estará encerrado e politicamente ficou no limbo, por certo que a História há-de, um dia, clarificar este processo.

Samakuva bem protesta, mas…

Em Angola, Isaías Samakuva, líder da UNITA, denuncia que o MPLA quer impor uma Constituição à sua maneira e vontade – e à imagem de alguns dos seus principais e efectivos líderes, acrescento eu, – desprezando a vontade dos restantes partidos políticos, além de querer controlar a sociedade pelo medo.

O que quereria Samakuva fazer, quando permitiu que o MPLA, que à entrada das eleições temia só obter uma escassa maioria absoluta, quase tenha conseguido implodir os restantes partidos, incluindo a UNITA.

Terá havido fraudes, é possível; o dinheiro e o poder est(á)ava todo no MPLA. Mas também em Cabo Verde ele estava quase totalmente nas mãos do PAICV e não foi por causa disso que o MpD, de Carlos Veiga e António Mascarenhas Monteiro, deixaram de vencer as primeiras eleições multipartidárias. Como em STP, diga-se, o MLSTP detinha o poder quase total e viu-se ultrapassado por outros partidos e coligações.

Mas não basta só falar. Há que agir de forma que o poder seja melhor redistribuído. E para isso é necessário carisma e afirmação política que parece faltar a muitos dos opositores que se atravessam nas maiorias qualificadas.

Samakuva terá de denunciar mais alto e com mais força, nomeadamente, junto da Sociedade Civil, da Comunicação Social que ainda consiga sobreviver ao poder do MPLA e junto dos bloguistas angolanos – que são muitos mais que aqueles que o Jornal de Angola conseguiu descobrir (ainda assim, quer “Soba” Luciano Canhanga quer Reginaldo “Wilson Dada” Silva
são dois dos que devem merecer o nosso respeito e consideração) como Salucombo Jr., Zé Kahango, Décio Mateus, José Maria Huambo, Fernando Macedo, Paulo Inglês, Feliciano Cangue, Koluki, Ana Clara Guerra Marques, Peixoto Alves, Manuel Vieira, Gil Gonçalves, Carlos Carranca, Orlando Castro, Jorge Eurico, e eu próprio, entre muitos outros, no País ou na Diáspora – que, não poucas vezes, a UNITA, e outros, despreza.

«Democracia em movimento», ou «freliminização» de Moçambique?…?

"Em Moçambique vai decorrer, amanhã, uma tripla jornada eleitoral, legislativas, presidenciais e, pela primeira vez, para deputados provinciais, naquilo a que, normalmente e com toda a clareza, se chamaria de “democracia em movimento”, salvo se não aparecerem situações anómalas que parecem poder condicionar a legitimidade moral das mesmas.

É que a comissão eleitoral local, quase totalmente – se não for totalmente – dominada pelo partido maioritário moçambicano rejeitou candidatos de um recente movimento/partido – Movimento Democrático de Moçambique (MDM), criado pelo antigo edil da Beira e ex-militante da Renamo, Daviz Simango.

E não foi o único como atestam as
críticas nacionais e internacionais – mostrando que a eventual existência do mesmo pode colocar em causa a habitual bipolarização partidária moçambicana e, simultaneamente, as sucessivas maiorias absolutas qualificadas da Frelimo.

Se existe essa democraticidade como se explica que o chefe da delegação da União Africana (UA) – por acaso de um país onde a mesma também é cada vez mais questionada, apesar do petróleo que sustenta alguns países hipocritamente democratas – exija “
uma campanha cívica normal, onde há respeito pela diferença e cada candidato, a sua maneira, procura obter votos, naturalmente com uns partidos com mais capacidade de transmitir o seu ponto de vista que outros”?

Isto, por norma, costuma colocar em causa os valores de democraticidade de um País ou subjaz uma crítica explícita. Ou seja, alguém parece duvidar – tal como nós – que existe efectiva liberdade política no Pais.

As dúvidas sobre a democraticidade da vida política moçambicana aparecem porque, mais de uma vintena de anos depois, a Frelimo e o seu presidente são
questionados, e nada parecem ter respondido, quanto às “mortes por encomenda” de inúmeros opositores e sobre o relatório que, eventualmente, explicará as reais razões que levaram à morte do primeiro presidente do País, Samora Machel, por sinal em território estrangeiro sobre o qual recaíram, naturalmente, as mais estranhas suspeitas.

Suspeitas adensadas depois de se provar que o piloto teria sido induzido em erro ao mesmo tempo que alguns afirmam, agora, que houve uma
tentativa de Golpe de Estado, porquanto se sabe que Samora queria fazer uma purga junto daqueles que abusavam da corrupção. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado como "Manchete" do , de hoje

25 outubro 2009

O novo BI e a questão das chipalas presidenciais

(realmente nada se vê, mas como dizem que está no verso e só nos mostram, SEMPRE, a frente…imagem base via ANGOP)

Ainda não tive o novo BI em mãos, por isso tudo o que possa dizer é baseado nas premissas que os meus companheiros de lides – e não são só os dois que o Jornal de Angola refere, e muito bem diga-se porque são dois excelentes exemplos do bloguismo angolanos – vêm divulgando, juntamente com os diferentes órgãos de informação.

Consta que o novo BI insere as fotos do antigo presidente Agostinho Neto e do ainda presidente Eduardo dos Santos.

Uns mostram-nos em grande destaque no BI; outros avisam que as respectivas esfinges – soa mal esta palavra, mas enfim, – estão ao mesmo nível que as armas nacionais e o mapa de Angola, ou seja em ponto pequeno e que as mesmas só lá estão para reforçar a segurança dos novos BIs.

Como já afirmei no início ainda não vi os BIs ao vivo, até porque na Diáspora ainda continuamos a aguardar o direito a ser cidadãos de pleno e integral direito. Até lá, vamos dispondo dos passaportes para mostrarmos a nossa angolanidade.

Mas parece-me absurdo não só a polémica como a sua inserção.

A polémica porque estamos a dar relevo a uma matéria que nem deveria ter sido discutida em sede parlamentar, como afirma o Ministério da Justiça, porque, naturalmente, os deputados são todos filhos de boa e gentil gente que sabem ter famílias para sustentar e não iriam indispor contra a vontade do partido – não estão à espera que a oposição fosse suficiente, pois não? – mesmo que, como consta Eduardo dos Santos tenha sido contra a tal inclusão.

Por outro lado, se a vontade era dar mais consistência à segurança, que se saúda e respeita, porque não incluir e inserir a mítica figura da Rainha Jinga, uma heroína nacional aceite comummente por toda a classe política e social; ou, algumas das nossas mais emblemáticas figuras pictóricas, fossem animais, ou arte ou natureza.

Acredito que não fosse essa a vontade inicial dos “escrutinadores” da segurança. Mas da velada acusação de um prosaico provincianismo subserviente, ninguém vai estar a salvo.

Acho que devem ponderar rapidamente quanto às novas esfinges a colocar em futuros BIs ou futuros documentos identificativos, como, por exemplo, do já propalado e sondado “Cartão do Cidadão”, objecto “inventado” nas lusíadas praias europeias, or else

Moçambique e as triplas eleições de Outubro

(fac-simile da Manchete de hoje do notícias Lusófonas)

No próximo dia 28 de Outubro, vai decorrer em Moçambique, uma tripla jornada eleitoral, Legislativas, Presidenciais e, pela primeira vez, para Deputados Provinciais, naquilo a que, normalmente e com toda a clareza, se chamaria de “Democracia em Movimento”, salvo se, e se não estou em erro, estarmos perante certas situações anómalas que, na minha perspectiva, parecem poder condicionar a legitimidade moral das mesmas.

Estas seriam uma eleições que poderiam terminar com a habitual bipolarização do País, caso o novel MDM, de Daviz Simango, tivesse podido gozar das mesmas oportunidades que os seus principais opositores. Como se sabe, por razões que a razão ainda não foi suficientemente clara, a CNE moçambicana considerou que o MDM, e outros pequenos partidos e/ou organizações, somente pudessem concorrer a 4 dos 13 círculos eleitorais.

Perante esta situação e face as dificuldades que a Renamo vem evidenciando, as próximas eleições conferirão mesmo, ainda assim, o fim da bipolarização, ou assistiremos à quase implosão da Renamo e a uma clara “freliminização” do sistema político moçambicano?

Estas e outras razões serão oportunamente abordadas.

23 outubro 2009

Ao que parece chegar o desplante…

De acordo com vários órgãos de informação, o actual presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, terá escrito uma obra intitulada “Straight Speaking for África” (Parler vrai pour l’Afrique – na versão francesa); um pretenso livro autobiográfico de Nguesso, editado pela Africa World Press e distribuído pela Amazon.com.

Não sei, porque ainda não vi capa de outra versão, se o original foi em língua inglesa ou, naturalmente, em língua francesa, a língua oficial da República do Congo. Nem disso será motivo, creio, para qualquer tipo de especulação, mas, tão-somente, uma questão de marketing aliado ao facto da obra parece ter tido o prefácio escrito por um anglófono.

Parece, porque de acordo com alguns órgãos de informação (podem ver
aqui ou aqui, aqui ou aqui ou aqui, por exemplo), nomeadamente em Angola (aqui ou aqui) – ou também a República do Congo se lembrou de expulsar angolanos –, o citado autor do referido Prefácio não terá sido nem achado, nem tomado, nem… escrito nada!

Ou seja, Nelson Mandela, assim parece que estaria assinado o tal Prefácio, não só nunca terá lido a obra como nunca escreveu o dito Prefácio!

Abusem do marketing, mas sejam mais moderados, por favor!

22 outubro 2009

Antigos “liceais” angolanos apresentam livro em Lisboa

Apresentação em Lisboa, a 23 de Outubro, pelas 18.30, na Fundação Cidade de Lisboa (Campo Grande, 380)

Para assinalar os 90 anos da criação do Liceu Nacional Salvador Correia, de Luanda, a Associação dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia - Portugal (AAALSC-P), em conjunto com as Editoras Pangeia e Chá de Caxinde, editou o livro Viva a Malta do Liceu! com o objectivo de evocar a sua criação, as actividades do grande número de jovens que por lá passaram – mais de 20.000 estudantes – os momentos mais marcantes da sua existência e também o particular espírito que inculcou e que a todos marcou.

Este estabelecimento de ensino ocupa um merecido lugar de honra na história do ensino em Angola, pois foi o alfobre de uma grande parte dos actuais quadros angolanos e também de uma vasta lista de personalidades de relevo na política, artes e ciências, em Portugal e pelo mundo. Como aliás salientou o historiador José Martins dos Santos em Cultura, Educação e Ensino em Angola (1974, Luanda), pelo seu pioneirismo e decisiva importância no desenvolvimento do ensino em Angola, «O Liceu Salvador Correia… foi um farol a rasgar as trevas da ignorância e uma esperança a brilhar no espírito das gerações jovens, artífices do seu futuro.»

Organizado por um colectivo que contou com a coordenação de Miguel Anacoreta Correia, a edição deste livro foi possível pelo apoio do Banco de Fomento de Angola (BFA), do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), da Fundação Portugal-África (FPA) e da Cuca-BGI, cujos patrocínios honram sobremaneira esta iniciativa.

O livro, que percorre todos os 56 anos de existência do liceu (1919-1975), pretende ser o primeiro de uma série destinada a preservar a memória daquele espaço e dos que por lá passaram.

Certos de que será do vosso interesse acompanharem a sua apresentação em Portugal [Lisboa], convidamo-los a estarem presentes no próximo dia 23 de Outubro, pelas 18.30, na Fundação Cidade de Lisboa (Campo Grande, 380), numa cerimónia que contará com a presença do Professor Doutor Ilídio do Amaral, conhecido geógrafo natural de Luanda e antigo aluno daquele liceu, que fará a apresentação
”.

Além de Lisboa, o livro Viva a Malta do Liceu! será apresentado em Coimbra, no dia 31 de Outubro, pelas 18.30, no Museu da Água (Parque Dr. Manuel Braga), e no dia 7 de Novembro, também pelas 18,30 horas, no Auditório do INATEL no Porto (Rua do Bonjardim, 497), prevendo-se ainda a possibilidade, em breve e quase mais que certa, de uma sessão de apresentação na Casa de Angola, em Lisboa.

Em breve, esta obra será igualmente apresentada em Luanda, por certo nas idílicas instalações da Editora da Chá de Caxinde, junto do Teatro Nacional.

21 outubro 2009

Uma SIC bem formativa…

Nada como acedermos a uma estação televisiva para, em certas alturas, sermos devida e “bem (de)formados”…

Hoje, estava a tentar diluir alguma das calorias agrupadas diariamente, ou seja, fazer de conta que queimava no ginásio as gorduras que se vão acumulando, quando, por um espelho, me apercebi que a estação televisiva portuguesa SIC abordava uma questão pertinente e que se reportava às diferenciações entre os mais ricos e os mais pobres, ou como se distribuía a riqueza em alguns países.

Entre eles, a SIC fez uma chamada de atenção para os PALOP. O que lá se disse, não pude ouvir, reconheço. Mas o que vi, isso foi o mais interessante, diria, o mais perfeito. Tão perfeito que fiquei a saber que a minha antiga terminologia de PALOP estava muito desactualizada.

Nada como uma estação televisiva para, logo pela manhã, num programa denominado, salvo erro, “Edição da Manhã”, nos “formar”… ou (des)informar: fiquei a saber, e como eu todos os que estavam aí sintonizados, que nos PALOP se incluem países tão interessantes como Brasil, Portugal e Timor-Leste.

Digam lá se não devemos logo nos informar e formar logo pela manhã. Ou seria efeitos da chuva que caía, com certa abundância, na região de Lisboa?

Obrigado SIC por tão oportuna “formação”!!!!

20 outubro 2009

Eleições legislativas: Círculos Distritais ou Círculo Único? - artigo

"Há dias num artigo publicado no portal Notícias Lusófonas questionava da representatividade dos actuais círculos distritais nas eleições legislativas portuguesas e propunha que seria altura, até para melhor se conhecer e responsabilizar os deputados eleitos, a criação de Círculos Uninominais semelhante ao inglês, em vez do actual sistema, ou juntar ao actual Sistema Eleitoral um Círculo Único, semelhante ao sistema eleitoral Angolano.

E dizia nesse artigo que seria interpretação minha que isso iria tornar o Parlamento português – e qualquer outro Parlamento – mais democrático e com mais, maior e, assim é o expectável, melhor participação partidária.

O matutino português Diário de Notícias, de 30 de Setembro p.p., na página 11, aborda essa questão citando um investigador do Instituto de Ciências Sociais e prova que os dois partidos maioritários, no caso o Partido Socialista (PS) e o Partido-Social Democrata (PPD/PSD) – e por isso não querem alterações – perderiam cerca de 17 deputados (9 e 8, cada) que seriam redistribuídos pelos outros partidos com assento parlamentar – CDS (conservador) ganharia mais 4 deputados, o Bloco de Esquerda (BE – esquerda radical), obteria mais 7 assentos e a CDU (PCP-PEV – comunistas e verdes) passaria dos 15 ganhos para 18 lugares – e entrariam mais dois, no caso o PCTP/MRPP (maoista, com 2 deputados) e o MEP (humanista-nacionalista, mas não ultraradical), com um parlamentar.

Uma vez mais, e reafirmando que a actual legislatura portuguesa é – ou pode ser – Constitucionalista, seria importante que os partidos políticos com assento parlamentar ponderassem a necessidade de mostrar que se interessam pelos eleitores e não se preocupam, somente, em obter dividendos em euros por cada voto e deputado ganho. (...)
" (continuar a ler aqui)
Publicado no semanário santomense , edição 235, de 9 de Outubro de 2009

19 outubro 2009

Angola entra na rota dos Casinos

País que se preze e que queira ser um aprazível local de inúmeros turistas, procura mimá-los com tudo o que é lhe possível apresentar.

Mesmo que a entrada não seja tão fácil como seria desejável, nem a quantidade anual de turistas entrados pareça o justificar, apesar das paradisíacas praias e paisagens que pululam neste maravilhoso País que se chama Angola, nem as camas disponíveis são suficientes para atrair os ditos turistas – espera-se que, com o CAN, essa disponibilidade seja maior, embora haja, com muita pena, quem duvide que os hotéis estão prontos a tempo – tudo o que possa chamá-los é sempre uma mais vantagem.

Por isso, ou talvez por isso, mesmo, ainda que as praias pareçam não ser suficientes, ainda que os Parques Nacionais, pareçam estar no esquecimento de alguns agentes turísticos; ainda que a heterogénea mistura cultural que cimenta uma proto-Nação como Angola – uma das pouquíssimas em África – pareça estar algures em parte incerta, há algo que não escapa aos gestores e visionários turísticos angolanos: o Casino.

Ou não houvesse em Angola, a rodos para dar e vender, bué de kumbu, embora só em tão pouquíssimas mãos enquanto o povo vai (sub)sobrevivendo como pode e como os expedientes vão deixando fazê-lo. E se há Povo que sabe fazer das amarguras, um naco de vida, alegre e folgazona como o Angolano…

Por isso, Angola abriu um concurso público para
abertura de Casinos e outras salas de jogo pelo País.

Um dos primeiros vai abrir no novo Hotel Intercontinental (cinco estrelas), que se encontra em fase final de construção, sob a gestão de um consórcio (joint-venture) entre o magnata macaense luso-chinês Stanley Ho e a empresária angolana Isabel dos Santos.

Além deste, e segundo a agência Macauhub, o consórcio terá obtido a concessão do futuro Casino que vai ser erguido no Complexo Gika, em Luanda.

Registe-se que estas duas salas de jogo estava, inicialmente, segundo parece, destinadas à Plurijogos, cujo líder se chamará Kundi Pahiama, actual Ministro da Defesa, e que já deterá as salas de jogos do Hotel Tivoli e as casas Embaixador, a coberto de um exclusivo da gestão das salas de jogo em Luanda.

Parece que alguém achou que esse exclusivo deveria ir para a sarjeta. Ou não estivesse no Consórcio concorrente alguém que se chama Isabel dos Santos, uma empresária de sucesso que, só por mera casualidade – claro, e outra coisa não seria expectável – é filha de sua Excelência Engenheiro de Petróleos, José Eduardo dos Santos, o Presidente da República.


Não há dúvidas que investimentos rendosos no estrangeiros são uma mais valia. É claro que ninguém acredita que uma filha de um presidente angolano iria ter uma considerável fortuna por via paterna. Ora como se consta um vencimento de um Presidente em Angola, é muito baixo, logo, só uma inteligência e visão gestoras conseguiria a importante fortuna que faz estar entre as angolanas – está correcto o substantivo – que dominam a bolsa portuguesa e, indirectamente, as principais empresas petrolíferas, bancárias e de telecomunicações lusitanas…

O Povo não tem dinheiro para os Casinos, não há problemas. Em Monte Carlo e em Macau, os seus Povos também não ou não podem mesmo lá entrar, como é no caso dos monegascos. O que interessa é encher os bolsos dos gestores e lapidar os dos incautos que vão à procura de fortunas desconhecendo que as transferências para o exterior são condicionadas…

E viva o turismo lúdico-casiniano…

Angola no fim-de-semana desportivo

(foto e montagem ©Elcalmeida/Notícias Lusófonas – via TPA)

Atlético Petróleos de Luanda (Petro de Luanda) conquista o Bicampeonato após vitória sobre o ASA por 2-1 e beneficiando do tremendo tropeção do Benfica de Luanda, no sábado passado, frente ao 1º de Agosto por expressivos 5-1.

Benfica de Luanda, 1º de Agosto e Recreativo do Libolo, entram na última jornada a olhar para o segundo lugar do Girabola 2009 que também pode dar acesso às provas da CAF.

De salientar os regressos do Sporting de Cabinda e do lunda Sagrada Esperança ao convívio dos grandes enquanto aguardam qual a terceira equipa que os irá acompanhar nesta subida e que sairá do duelo entre o Benfica do Lubando e o Petro do Huambo.

(*) Entretanto, em Antananarivo, Madagáscar, as senhoras de Angola
conquistaram a medalha de bronze ao vencerem na última partida as suas opositoras da Costa do Marfim (Cote d’Ivoire) por 76-57.

Por sua vez Moçambique, neste campeonato não foi além do sexto lugar ao perder a última partida com a Nigéria por 67-57.

O Senegal, vencedor do Mali (a então campeã em título) conquistou o seu 10º Campeonato e, tal como o Mali, vai participar no Mundial que decorrerá, no próximo ano, na República Checa.

(* Imagem do Basquete: a FIBA-África parece não encontrado melhor imagem das senhoras angolanas….)

16 outubro 2009

Pululu no Blog da Comunicação

Às vezes há situações que torna o nosso ego enorme. E quando de entre as referidas situações estão aplausos dos nossos companheiros de estrada com o relevo que o Blogue da Comunicação me proporcionou, ainda mais se torna evidente essa enorme intumescência balonista quase olímpica.

Aos editores deste conceituado blogue – eu chamar-lhe-ia mais portal que simples blogue tal a natureza e a qualidade do mesmo e dos seus autores – o meu muito obrigado.

É bom vermos ser reconhecidos no exterior quando no nosso País, apesar do reconhecimento externo e dos acessos internos, passamos quase despercebidos em certa comunicação social, mesmo que previamente contactados sobre o blogue.

Todas as sexta-feiras é dia de indicações de excelentes blogs no Blog da Comunicação. Essa semana indicamos aos nossos leitores o blog Pululu, de autoria do escritor e académico angolano Eugénio Almeida. O Pululu é o blog mais popular e acessado em Angola e está entre os 150 mais vistos da África, segundo o portal Afrigator. Este blog também é muito citado na mídia angolano e no portal Global Voice. Há cerca de dois anos, foi indicado pelo jornal brasileiro Gazeta do Povo como um dos 50 blogs onde se podem entender o Mundo. Ano passado o Pululu foi finalista na categoria Repórteres Sem Fronteira do Prêmio Mundial The Bobs.

Eugénio afirmou que se lançou na blogosfera porque achava que a África, em geral, e Angola, em particular, tinham pouca divulgação na blogosfera. “Além de que a criação do blog serviu também, como apoio às investigações que fui fazendo para o meu doutorato, o qual, incidia, naturalmente, sobre África e Angola”, disse o escritor que entrou para blogosfera a convite do jornalista de Guiné-Bissau Aly Silva, para escrever algumas coisas para o blog
Ditadura do Consenso.

O blogueiro angolano afirmou que gosta de escrever artigos sobre a África e Angola, sua pátria e questões sociais, políticas e intervenções de natureza cívica. “O continente Africano, em geral, e Angola, em particular, ainda têm muita coisa que necessitam ser denunciado. Quando caso, e, ou, aplaudido, infelizmente menos do que seria desejável, quando aplicável”, diz Eugénio.
O Blog da Comunicação indica essa semana o blog Pululu (
http://pululu.blogspot.com/). Semana que vem tem mais. Boa leitura!”

Obrigado!

A quem interessou a crise dos “expulsados”?

Angola, Congo e República Democrática do Congo uma triangulação que pode ser petroliferamente explosiva (in: N. Lusófonas)

"Nestes últimos dias assistimos a uma pequena batalha de, ora expulso eu, ora expulsas tu, entre Angola e a República Democrática do Congo (RDC), de início, e também da parte da República do Congo, mais recentemente.

Ou seja, Angola expulsava congoleses, na maioria ilegais e garimpeiros, e a RDC respondia com a expulsão de angolanos, a maioria a viverem no Congo há muitos anos e, a maior parte deles, em situação legal.

Não está aqui em causa a legitimidade dos Países em expulsarem estrangeiros quando as condições a isso o levam, mesmo que isso tenha por detrás, e não poucas vezes, razões extra-políticas e, principalmente, atropelos aos Direitos Humanos.

Sabe-se, ou disso foi feito anúncio público que tudo terá começado com a expulsão de muitos congoleses que faziam vida ilegal em Cabinda, onde, se alguns faziam o trajecto diário entre a fronteira e a Cidade diariamente – Cabinda dista da fronteira congolesa cerca de 20 a 25 km e há transportes diários e contínuos – outros assentaram a vida na capital provincial mais a norte do País, de forma permanente e ilegal onde faziam transacções comerciais em competição com os legais e os próprios cabindenses.

Mas também é domínio público que muitos dos congoleses estavam ilegais em zonas diamantíferas – onde o monopólio de certos senhores da nomenklatura predomina – sem cumprirem com os deveres tributários da exploração e delapidando um bem natural público e, principalmente, muito, mas muito, proveitoso para ajudar certas entidades a comprar quintas, bancos e outros bens em zonas fora de Angola, o que, no mínimo, era inaceitável.

Alia-se a esta absurda situação de múltiplas expulsões, o facto de uma pessoa além de ser expulsa de um País onde, não poucas vezes, tem uma vida social estável ou estabilizada e se vir perante o facto de estar confinar a um campo de refugiados sem as condições, muitas vezes, infelizmente, mínimas de sobrevivência tornam a vida de um refugiado preocupante, se vê ainda confrontado com a dúvida, apesar de tudo, legítima, de o questionarem se de facto é ou não angolano, esquecendo-se o seu inquiridor que muitos fugiram do País sem documentos válidos devido a uma confrontação fratricida que grassava em Angola, aliado ao facto de, entre os “expulsos” se encontrarem congoleses que procuram uma nova nacionalidade e uma fuga aos caos social da RDC.

Ora isso provoca problemas psicológicos e muito traumáticos entre os “expulsos” qualquer que seja a sua efectiva nacionalidade. Todos passam a ser vistos pela mesma linha de pensamento, ou seja, todos acabam por ser vistos como intrusos que terão de provar a sua efectiva nacionalidade perante factos pouco edificantes e perante amigos que, naturalmente, não se sabe se também eles não estarão a fazer o jogo do “coitadinho”, ou seja, se serão mesmo angolanos.

Um problema dos países que ainda não dispõem de condições viáveis para que todos os seus cidadãos sejam devidamente enquadrados. Um problema por que passam todos os países onde a palavra “refugiado” é tão comum como a fome ou a miséria.

Se de início esta troca de expulsões era só entre Angola e RDC, acabou por se estender, e por vontade de Brazzaville, à República do Congo.

E aqui se levanta a questão que, muito pertinentemente, alguns analistas já afloraram mas que parecem ter receio de o expor publicamente. A quem, realmente, interessa este caso de múltiplas e paritárias expulsões? (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado como "Manchete" do sob o sugestivo título de "A quem interessa uma crise com epicentro em Cabinda?" e retranscrita no portal Angola Digital, sob o título acima, de onde foi retirada a foto para este apontamento, e no Correio Digital

13 outubro 2009

Autor moçambicano vence Prémio Leya 2009

(imagem "Moçambique para todos")

João Paulo Borges Coelho e o romance "O Olho de Hertzog" conquistaram a segunda edição do Prémio Leya, conforme anunciou hoje o presidente do júri, Manuel Alegre.

O prémio, no montante de 100 mil euros distingue, segundo Manuel Alegre, "um romance de grande intensidade, em que se conjugam a complexidade das personagens, a densidade da trama narrativa e a busca do olho de Hertzog, que é, de certo modo, uma metáfora da demanda do destino individual e colectivo".

A obra retrata e oferece-nos o "contexto histórico dos combates das tropas alemãs contra as tropas portuguesas e inglesas na I Guerra Mundial, na fronteira entre o ex-Tanganica e Moçambique, o confronto entre africânderes e ingleses, a emigração moçambicana para a África do Sul, a reacção dos mineiros brancos, as primeiras greves dos trabalhadores negros e a emergência do nacionalismo moçambicano, nomeadamente através da imprensa e dos editoriais do Jornalista João Albasini".

Ao prémio concorreram 201 originais.

Notas sobre o autor:

João Paulo Borges Coelho é historiador e escritor moçambicano, apesar de ter nascido no Porto, em 1955. Todavia, sendo filho de pai transmontano e de mãe moçambicana, cedo foi viver para Moçambique e adquiriu nacionalidade moçambicana. Estudou em Moçambique, obtendo posteriormente Doutoramento em História Económica e Social conferido pela Universidade de Bradford (Reino Unido) e Licenciatura em História conferida pela Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, onde hoje ensina História Contemporânea de Moçambique e África Austral.

É, também, professor convidado no Mestrado em História de África da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado à investigação das guerras colonial e civil em Moçambique, tendo publicado vários textos académicos em Moçambique, Portugal, Reino Unido, Espanha e Canadá.

Como escritor, estreou-se na ficção com "As Duas Sombras do Rio", em 2003, e , 2005, foi o vencedor do Prémio José Craveirinha, atribuído em 28 de Março de 2006, com o livro "As Visitas do Dr. Valdez".

Normalmente, Moçambique é o principal pano de fundo de todo o seu trabalho de ficção.

Outras obras publicadas pelo autor:

Índicos Indícios I. Setentrião”, Editorial Caminho, 2005; “Índicos Indícios II. Meridião”, Editorial Caminho, 2005; “Crónica da Rua 513.2”, Editorial Caminho, 2006; “Campo de Trânsito”, Editorial Caminho, 2007; “Hinyambaan”, Editorial Caminho, 2008; e dois livros de animação “Akapwitchi Akaporo. Armas e Escravos”, Maputo, Ed. do Instituto Nacional do Livro e do Disco, 1981; e “No Tempo do Farelahi”, Maputo, Ed. do Instituto Nacional do Livro e do Disco, 1984 (o autor assina apenas João Paulo).

Fonte SAPO/LUSA/Grupo Editorial Leya e Publicado em simultâneo com o Notícias Lusófonas (Cultura)

12 outubro 2009

Animais fora do Circo…?

(No Ano Internacional do Gorila, talvez uma medida acertada para acabar com imagens dergradantes com esta; imagem Internet)

Segundo a agência noticiosa portuguesa LUSA, terá sido hoje publicado uma portaria governamental 1226/2009, de 12 de Outubro, conjunta dos ministérios do ambiente e da Agricultura e Pescas, que proíbe a “exibição de animais nos circos” porque a mesma portaria “proíbe a compra de novos macacos, elefantes, leões ou tigres e que impede a reprodução dos animais já detidos pelos circos”.

Mas também estão incluídos na lista animais como avestruzes, ursos, outros primatas, focas e “família”, jacarés e “famílias” ou serpentes de características boídeos, como a “boa constrictor”, por exemplo, e pitões, entre outros definidos nos citados anexos que acompanham a portaria e que remetem para o n.º 2 do artigo 8.º do Regulamento (CE) n.º 338/97, do Conselho, de 9 de Dezembro de 1996, relativo à aplicação da Convenção de Washington, sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).

Uma medida talvez justa embotra, por certo, irá colocar em perigo muitas empresas circenses.

Não contesto a proibição da compra de novos animais. Agora o que não entendo é a proibição de reprodução pelos já existentes em Circos sabendo que muitos deles têm a sua existência e manutenção da espécie salvaguardada pelos Circos.

Mas, naturalmente, por aqueles que mostram respeitar os animais e não por, como já foram denunciados e provados, por aqueles que os mantém em abandono e em sofrimento.

Vamos aguardar e ver se a portaria terá mesmo algum efeito ou se será contraproducente. É que não basta uns dizerem Basta e outros caçá-los furtivamente e, não poucas vezes, com o pouco discreto beneplácito de autoridades locais onde são caçados!

Quando é que deixam de tentar fazer dos eleitores imbecis?

(imagem da internet já anteriormente aqui utilizada)

Segundo as notícias as eleições autárquicas em Portugal terão dado a vitória em votos e percentagem ao PS e a maioria das Câmaras ao PSD.

Isso parece também ser a leitura da líder do PSD quando ontem aclamou vitória com um sorrido absurdamente estulto nos lábios bem assim quando saía da sua sede.

Só que a realidade mostra que foi precisamente o contrário. O PSD não venceu a maioria das Câmaras e perdeu algumas. A maioria das que se apresenta como vitorioso conseguiu-as à custa da coligação que fez com o CDS-PP e com o PPM e, ou, o MPT. De contrário, a Câmara de Faro, sede de distrito do mesmo nome, ou Felgueiras e outras, algumas bem importantes, não conseguiriam eleger presidente de Câmara se não fosse a tal Coligação.

Além de mostrar uma arrogância vitoriosa que não existiu, fez tábua rasa dos seus parceiros de Coligação o que demonstra pouca elegância política. Mas também quem afirmou, ou terá afirmado, que Portugal deveria parar a Democracia durante 6 meses (em alguns sítios já há anos que não há…) mesmo que depois venha dizer que era uma simples ironia, tudo se espera…

É altura dos políticos compreenderem que os eleitores não são estúpidos. Não querem é se meter na vida interna dos Partidos, nos quais, na maioria das vezes não se revêem mas na falta de outros mais credíveis e apelativos vão continuando a depositar a sua “cruzinha”.

É certo que a líder do PSD quis mostrar aos detractores internos que ainda consegue vitórias. Não esquecer que tal como o PS, o PSD é um dos professores do maior partido angolano, daí o que se vê e se “come” não só em Angola como em Portugal, (em alguns sítios já há anos que não há democracia…).

Mas fazê-lo à custa dos eleitores e chamar-lhes imbecis parece-me pouco elegante!

10 outubro 2009

Como será engolir sapos?...

"Desde há muito que só exerço o meu direito cívico, como eleitor, colocando o voto com a cruzinha quando se trata, e exclusivamente, das eleições autárquicas.

Por razões que se prendem com a minha dupla nacionalidade não o faço para as presidenciais lusitanas, e também porque não acredito no actual sistema presidencial português, nem para as legislativas dado que o actual sistema português obriga votar em partidos, onde só os líderes e alguns, muito poucos, elegíveis são reconhecidos e os restantes, a grande maioria dos eleitos são personalidades desconhecidas – diria, totalmente desconhecidas – do eleitorado.

Já nas autárquicas apesar da maior parte dos futuros concorrentes a edis são desconhecidos, vemos, quase sempre ou na maioria dos casos, a sua chipala estampada nos outdoors publicitários em campanha. Por alguma razão, nas autárquicas há direito a independentes concorrerem – e alguns são eleitos e com largas maiorias, o que demonstra o conhecimento dos eleitores – a par dos partidos instituídos.

O problema, por vezes, é que os concorrentes impostos pelos partidos nem sempre vivem no Concelho por onde desejam ser eleitos; Porto Lisboa e Sintra foram ou são alguns dos que tiveram ou têm edis cuja residência oficial – e efectiva – é em Concelhos limítrofes ou mesmo mais afastados.

Mas, ainda assim, alguns mostram que apesar de não viverem nos referidos Concelhos para onde foram eleitos não deixara(ram) de fazer alguma obra ou ajudaram a melhor os seus Concelhos.

Essas são razões válidas, ainda que questionáveis, que me levam, por regra a votar e só a votar nas Autárquicas. Todavia, nas últimas eleições legislativas portuguesas e porque fiquei farto de maiorias absolutas onde os eleitos demonstraram não saberem coexistir com essa vantagem – foram autocráticos, por vezes, fanfarrões ou exerceram o poder do quero, mando e posso sem respeito por quem, em teoria, os elegeu – achei que deveria contribuir com um voto de protesto anti-maiorias absolutas.

Viu-se em Portugal, o seu efeito, como se vê em outros locais, onde a Lusofonia teve o mesmo professor. O poder maioritário gere, em regra e quase sempre, o poder absoluto, autocrático e subserviente!

Por essas razões e pelas razões já expostas quanto ao interesse autárquico, votarei amanhã.

Só que ao contrário das anteriores onde as dúvidas eram nenhumas, desta vez elas são demasiadas e o debate – diria “binólogo” dado que quase só falavam dois deles, Pedro Santana Lopes e António Costa (PS) – proporcionado pela RTP entre os candidatos à Câmara de Lisboa mostrou, uma vez mais, que os que se apresentam ou são descartáveis ou sentem o apelo do poder absoluto do quero, mando e posso!

Não há dúvidas que só 4 dos 9 candidatos parecem ter condições para eleger edis e, por extensão, presidentes de câmaras. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
publicado no / "Colunistas", de hoje

09 outubro 2009

Barak Obama, Prémio Nobel da Paz 2009!

(imagem Internet e já aqui anteriormente divulgada)


Em Oslo (ao contrário dos restantes são os académicos noruegueses que atribuem o Prémio Nobel da Paz) foi hoje anunciado que o Prémio Nobel da Paz 2009 foi atribuído a Barak Obama, presidente dos EUA.

De acordo com os responsáveis da Academia, o presidente Obama mereceu este Prémio devido aos “seus extraordinários esforços de reforço da diplomacia internacional e cooperação entre povos, capturar a atenção de todo o mundo e dar ao seu povo esperança para um futuro melhor», fundamentou a sua diplomacia «no conceito de que os que lideram o mundo devem fazê-lo com base nos valores partilhados pela maioria da população mundial», tem-se mostrado um trabalhador incansável para que exista um «mundo sem armas nucleares» e, enquanto presidente criou «um novo clima na política internacional. A diplomacia multilateral recuperou uma posição de destaque, com ênfase no papel das Nações Unidas e de outras entidades internacionais».

Como irão reagir os seus detractores e aqueles que vêem nele um “perigoso” pacifista que quer a existência – tão rápida quanto possível – de dois Estados e dois Países na Região da Conflitualidade, ou seja, Israel e Palestina irmanados num mesmo ideal, a convivência pacífica entre ambos.

Sabe-se que em Israel e na Palestina, por razões diferentes, há quem não o deseje; tal como nos EUA, diga-se…

Português língua oficial da UNESCO, será que é desta?

Sete países dos oito países lusófonos que têm assento na UNESCO apresentaram uma proposta para que a língua portuguesa se torne numa das línguas oficiais de trabalho da Organização.

Segundo afirma a LUSA, citando o embaixador português na UNESCO, Manuel Maria Carrilho, a proposta foi apresentada hoje de manhã pelas sete delegações lusófonas (Brasil, Portugal e os 5 países africanos lusófonos, os PALOP) à Conferência Geral da UNESCO, a organização das Nações Unidas vocacionada para a Educação, Ciência e Cultura, cuja sede é em Paris.

A proposta dos países lusófonos foi discutida e aprovada na passada quarta-feira, durante uma reunião que contou com a presença do embaixador lusófonos representados na UNESCO.

(Publicado em simultâneo com o Notícias Lusófonas)

02 outubro 2009

Rio de Janeiro é a Sede!!

A Cidade Maravilhosa venceu a grande corrida Olímpica a Madrid, Chicago e Tokyo para os Jogos Olímpicos de 2016!

Parabéns aos Cariocas e ao Povo Brasileiro por este reconhecimento internacional quanto à sua capacidade organizativa como o já demonstrou, bastas vezes, em outros eventos.

Olimpíadas de 2016 vão para?

A esta hora ainda não se sabe qual será a cidade vencedora.

Todavia já se sabe que a Cidade Maravilhosa é uma das duas finalistas juntamente com Madrid.

Considerando que a Espanha (juntamente com Portugal) é uma das mais sérias candidatas a organizar o Mundial de Futebol de 2018, é possível que Rio de Janeiro acrescente ao seu título de Cidade Sambista o de Cidade Olímpica.

Assim como assim e como lusófono desejo que Rio de Janeiro e a América Latina, sejam os contemplados!

Força Brasil, às 17,30 saberemos quem dançará em Copenhaga, se o Samba ou se o Flamengo!