31 janeiro 2009

Ele entrou, marcou e resolveu

(©Elcalmeida em imagem via RTP; admito que sou maluco, mas não sou doido para ir ver um jogo naquelas condições climatéricas…)

Primeiro jogo oficial da época, pelo menos na 1ª Liga e marcou o único golo do Benfica colocando, temporariamente, pelo menos até ao jogo de amanhã entre Os Belenenses e portistas, a equipa no primeiro lugar do campeonato.

Mantorras, num relvado que poderia criar-lhe problemas físicos – vê-se que ainda tem certo receio em correr e pisar o relvado –, mostrou que, apesar disso mesmo, começa a dar esperanças aos Palancas de que o vamos ter em força, nomeadamente, para o CAN do próximo ano.

Vamos aguardar elos próximos jogos para, realmente, aquilatar da sua evolução física e atlética porque, psicologicamente pareceu estar bem.

Nota complementar: nem faço a ideia dos comentários mentais e verbais que alguns dos meus leitores, nomeadamente os meus amigos do dragão e do sporinguê, vão fazer depois de ler isto. Ainda bem que não tenho a capacidade de ouvir fora do que aqui escrevem…

2009: Ano Internacional da Astronomia e do Gorila

(Foto "Stars and Moon at Night", obtida em Johannesburg, África do Sul, durante o período de aparecimento do cometa Halley; imagem PJ007248 Standard RM ©Peter Johnson/CORBIS)

Dando cumprimento a uma recomendação das Nações Unidas e da UNESCO, inicia-se hoje em todo o Mundo o Ano Internacional da Astronomia.


(Ainda há quem cace os gorilas, como se desporto se tratasse, desprezando o facto de haver cada vez menos em liberdade; onde está o TPI para condenar governantes que desprezam a História e a Humanidade aos fecharem os olhos a esta enormidade?; imagem Google)

Simultaneamente, e ao mesmo tempo que estas duas organizações supranacionais vão, cada vez com mais sensibilidade, se apercebendo de como vamos delapidando a nossa cultura e história decidiram, também, instituir 2009 como o Ano do Gorila.

Quem sabe se olhando introspectivamente o Céu e os Animais, os Homens se acalmam e o Mundo, em geral, e alguns Continentes, em particular, possa ser um local muito melhor para se viver.

Talvez devessem seguir mais os desatinos dos poetas e perceberem melhor porque estes adoram a Lua e os seus semelhantes não racionais!

29 janeiro 2009

Eleições presidenciais angolanas adiadas?

Segundo um artigo do Novo Jornal, assinada por DF, e citado no portal “Club-K” as eleições presidenciais angolanas só deverão ocorrer após o Campeonato Africano de Nações (CAN), a realizar – só! – em… 2010.

Ou seja, e para quem não quer fazer contas de cabeça e imediatas, só daqui a um ano!

Numa análise imediata até que se pode compreender esta alteração aos planos iniciais de Eduardo dos Santos e do Governo angolano.

Recordemos declarações recentes de só fazer as eleições após a alteração da ainda vigente Constituição o que levará alguns meses e, depois, actualizar cadernos eleitorais, se o acto for Universal e Directo, ou preparar os deputados se a eleição presidencial for por via indirecta, ou seja, por via da Assembleia Nacional, como alguns já deram entender gostar de ver concretizada.

Só que, politica e sociologicamente esta nova meta temporal para as eleições presidenciais poderá ser um tiro perigoso para quem desejar perdurar no Poder.

Como se sabe o CAN-2010, em princípio e como tem sido habitual em outros CAN além de haver também o Mundial na África do Sul, decorrerá, em Angola, entre Janeiro e Fevereiro de 2010 o que implicará, até por necessidade de reagrupar meios logísticos que as eleições não acontecerão antes de Abril ou Maio de 2010.

Mas se pensarmos que o Povo Angolano anda cada vez menos esquecido e se a nossa selecção não conseguir os seus objectivos mínimos, não será de admirar que o Poder sofrerá as necessárias e devidas consequências políticas e eleitorais.

Ou seja, e nessas condições, dificilmente a vitória estará no papo de quem assim o pensar. Todavia, também não devemos esquecer que quem almeje poder substituir-se ao actual Poder mostra evidentes dificuldades objectivas, enormes divisões e manifesta falta de condições para se impor no actual contexto político.

Daí, e porque considero que as eleições – directas ou indirectas – serão sempre justas e livres como já nos habituámos a ver, segundo os observadores internacionais… no momento, considero este adiamento um risco demasiado perigoso para José Eduardo dos Santos e para o Governo.

Só não será um risco se a eleição for por via indirecta e a nova Constituição a adoptar não exigir eleições legislativas imediatas…

Desculpem o cinismo, mas…

(imagem daqui)

O problema de cada um, e então se o mesmo se chamar desemprego, acaba, por vezes, por se tornar num problema global já que afecta a família e as entidades que o rodeiam, por dificuldades em cumprir com as suas obrigações financeiras.

Todavia, e desculpem-me o cinismo, o que é um pequeno problema que constitui o desemprego de 123 funcionários da Controlinveste (
JN, DN, 24H, TSF, O Jogo, etc.) – e só afecta uma ínfima parte da comunidade portuguesa como claramente se explica pelos comentários daqueles que a representam, ou seja, dos deputados – quando a Comunidade Internacional, através da Organização Internacional do Trabalho (OIT) descobriu, agora, que 2009 poderá registar a quebra de 51 milhões de postos de trabalho, ou seja, 6,1% a 7,1% de desempregados em todo o Mundo.

Se cada posto representar a cabeça de uma família, dita normal, ou seja com 4 pessoas no seu agregado, quer isto dizer que, no final de 2009, haverão 204 milhões de pessoas com dificuldades em se alimentar e (sobre)viver.

Mas se nos recordarmos que desses 51 milhões cerca de metade estarão na África subsariana e que o agregado familiar dos africanos é superior a 4 pessoas, então iremos verificar que, na realidade, as pessoas afectadas serão muito acima dos 204 milhões de vítimas desta actual e decadente Globalização.

E a OIT ainda prevê que cerca de 200 milhões passarão a (sobre)viver com vencimentos abaixo dos USD 2,00/dia.

O que é isto comparado com os 123 futuros desempregados da Controlinveste? Pouca coisa, como se depreende pelos comentários daqueles que foram eleitos para defender os interesses da comunidade onde se inserem.

Como diriam os americanos, “just a peanuts” ou, como diríamos nós, um pequenino prato de ginguba!

Desculpem o cinismo e a ironia, mas…

Palanca Negra, a TPA diz que sim!

(Palanca Negra Gigante em imagem TPA; esta imagem é da UCA?)

Segundo a TPA a presença de um grupo de animais das nossas palancas Negras Gigantes terão sido detectados e gravados nas câmaras da Universidade Católica de Angola (UCA), a maioria perto do final do ano, no Parque Nacional de Cangandala, em Malange.

A reconfirmar-se esta notícia, e não vejo porque não possa ser verdade, é um facto importantíssimo para a biodiversidade faunística angolana e mundial.

Porém, só não entendo porque a TPA que dá esta informação ainda não divulgou as referidas imagens nos seus blocos noticiosos – pelo menos na TPA Internacional (TPAi – para quando a programação da TPAi no seu portal?), nada vislumbrei, – o que colocaria um ponto final nas dúvidas que ainda persistem nos espíritos de todos.

A TPA tem de admitir que as pessoas, relativamente à Palanca Negra Gigante começam, e cada vez mais, a adoptar a politica de São Tomé: "ver para crer"!

Como acredito que a UCA estará disponível para mostrar ao Mundo o seu brilhante e persistente trabalho, por certo que disponibilizará as imagens.

Vamos aguardar!

27 janeiro 2009

Para que não adormeça a qualidade!

Embora nada indique que o Jornal de Notícias vá ser fechado, apesar do previsto – e quase já certo – encerramento de algumas importantes secções como, nomeadamente, e a que mais me afecta enquanto analista político e académico, a secção de “Mundo”, há que evitar que adormeça e acabe como mais um título no Museu, ou por outras palavras, acabe por ser mesmo encerrado!

Porque há quem se sinta como “gato escaldado de água fria tem medo” ou “macaco velho”, por já ter visto situações análogas em outras ocasiões e com outros títulos de qualidade, um grupo de personalidades afectas e não afectas ao Jornalismo, mas, acima de tudo, defensoras da manutenção da qualidade do Jornalismo em detrimento do jornalismo, decidiu colocar na Internet uma petição para evitar o eventual encerramento do Jornal de Notícias.

Assim, quem quiser aderir e subscrever esta petição deverá entrar
aqui e colocar o seu “descontentamento”!

Por mim, e porque há muito que aprendi a respeitar um matutino que também me deu a oportunidade de dar a conhecer os meus pensamentos à comunidade internacional, em geral, e lusófona, em particular, já cumpri a minha missão e pedir ao grupo Controlinveste que pondere se é mais importante ter Jornalistas, mesmo que pagos pelo ordenado mínimo, ou “jornalistas” e pagos a preço de ouro (porque as empresas de conteúdos e as agências fazem-se pagar caro, diria muito caro, pela deficiente qualidade dos conteúdos – e não poucas vezes, erradas – que às alternativamente oferecem e lemos nos diversos jornais e portais).

Anglofonismos e Galicismos no Provincianismo lusófono.

(imagem Lusitaneidade)

"Se há algo que os lusófonos, de uma maneira geral, adoram é utilizar expressões anglófonas (a maioria) e, ou, francófonas nas suas conversas.

Quantas vezes não ouvimos portugueses, nomeadamente os que estão na migração, intercalar galicismos (a grande maioria vive em França, Benelux ou Suíça), por vezes e não poucas vezes, sem qualquer sentido e, ou, oportunidade.

Recordo, nomeadamente, no início dos anos 70, do século XX quando vim a Portugal passar umas férias para os meus pais recordarem o País de onde tinham saído mais de 20 anos antes, as anedotas que se contavam em Portugal sobre os “franceses” que erguiam casas, do tipo “la maison”, com janelas, do tipo “la fenêtre”.

Mais tarde, e por via das televisões e dos programas brasileiros que se começaram a degustar, quantos termos anglófonos, nomeadamente de origem norte-americana, não ouvíamos quase em sequência.

Ainda hoje, nomeadamente no futebol, ouve-se mais os ternos originais anglófonos como corner (apesar de já se ouvir intercaladamente escanteio/canto), gol (de goal, em vez de golo), keeper (em vez de guardião/guarda-redes), record (em vez de registro/registo), post (em vez de apontamento/postal), ou aportuguesada como esporte (de sport).

Mas outras palavras entraram no vocabulário lusófonos que, apesar de já integradas no Dicionário Universal com alterações oficialmente aportuguesada ainda são mais faladas na versão anglófona que lusófona; salvo na versão brasileira que desde sempre utilizou aquela que iria dar a versão oficial actual. Recordo, de imediato, as palavras “estresse” (stress) ou “estoque” (stock); a maioria dos lusófonos, nomeadamente portugueses, mantém o hábito de utilizar a expressão anglófona.

Tudo isto por causa de uma expressão desportiva anglófona que está a colocar a Liga de Futebol Portuguesa (LPFP) e a sua Taça da Liga em polvorosa. (...)
" (continua a ler aqui ou aqui)
Publicado hoje no , secção de "Lusofonia".

25 janeiro 2009

Quando a razão da força…

(com base em imagem da internet)
Quando a razão da força quer falar mais alto que a força da razão acontecem casos como os que seguem.

Há uns meses largos, o jornalista Orlando Castro era convidado a falar mais baixo, ou de preferência, nada dizer porque havia quem não gostasse do que desassombrada e verticalmente escrevia fosse sobre quem fosse, independentemente da cor política, desde que estivesse em causa o seu amor pelo nosso país, Angola, e quando este estava sob os focos menos agradáveis. Por mais de uma vez foi avisado e alertado para os malefícios que a escrita poderiam lhe fazer e, extensivamente, à família.

Também eu já recebi avisos pouco discretos, embora, reconheça que só por uma vez alertaram para a minha saúde e por quando das eleições para a Casa de Angola, já lá vão uns três anos. Mas avisos para parar têm sido mato; alguns claramente racistas e, quase sempre, de pessoas que mal sabem escrever o português pelo que acredito mais serem de idiotas e de quem prefere utilizar o bom-nome e pureza dos angolanos que angolanos propriamente. E fazem-no, sempre sob a capa do anonimato ou sob a capa de pseudónimo mas omitindo eventual e-mail ou local de escrita. Só que esquecem que através de um contador e da hora consigo saber a proveniência e respectivo IP.

Agora, e penso que já não é a primeira vez que isso lhe acontece, embora desta tenha havido a possibilidade de identificar o “ameaçador” (directo e indirecto) o jornalista Bissau-guineense Fernando “Didinho” Casimiro, e alguns dos seus amigos que com ele colaboram no projecto “
Contributo”, foram alvo de ameaças escritas e verbais, estas últimas, com testemunhas auditivas.

Depois de ler o conteúdo das ameaças que Fernando Casimiro recebeu reconheço que há uma similitude na escrita e na tipologia de erros apresentados em tudo semelhante a uma mensagem, anónima como convém, que muito recentemente foi colocada no Pululu. Das duas uma, ou é a mesma personalidade ou a escola política foi a mesma, principalmente no “comer bacalha dos tugas”. Claro que é mera coincidência, até porque só tenho questionado algumas coisas de algumas personalidades que teimam em se manter no poder em Bissau…

Mas se na escrita estes ataques só habituais, já não o serão tanto entre os fotógrafos, excepto quando sejam os paparazzi.

Ora foi, precisamente isso que aconteceu com um fotógrafo em Hong-Kong. Richard Jones, fotógrafo do jornal britânico Sunday Times foi alvo do ataque de um guarda-costas de uma distinta senhora, esposa de um brilhante e magnificente estadista africano, porque aquele fotógrafo decidiu ao arrepio do bom senso incomodar a distinta senhora que deveria estar, como qualquer turista, que se preze, comprar algumas imbambas para levar para o seu país, e, provavelmente, para distribuir solidariamente pelos pobres – será que os há? – do seu País. E a dita e nobre senhora estava só, na altura a sair de um hotel onde teria pernoitado e onde um suite custa só, qualquer coisa como 670 euros a noite e envergava na altura uma “écharpe de caxemira de cor vermelha, uma mala Jimmy Choostyle, no valor de 2 200 euros, e uns óculos Cavalli”. Coisa pouca para quem, como ela vive num país riquíssimo e com um povo sem pobreza.

Esqueci-me de dizer que a dita e nobre senhora, que estava a visitar uma filha que está a estudar em Hong-Kong se chama Grace Mugabe e é a actual esposa do “dono” do Zimbabué, senhor Robert Mugabe!

Mas quando a caneta e as teleobjectivas são feitas de boa matéria, raramente, ou nunca, vergam e arrazoam sempre o que mal está, esteja onde estiver e seja sobre quem for! Esquecem-se que os Jornalistas não são nem cegos, nem surdos e muito menos mudos. Talvez já não se possa dizer do mesmo dos... "jornalistas"…

23 janeiro 2009

E se descansasse um pouco?

(imagem adaptada)

É isso o que vou fazer este fim-de-semana!

Dar descanso ao computador, à vista e tentar ver se uma constipaçãozinha, que já tem um mês, adormece para, igualmente, anestesiar uma alergia que se encontrava em sonolência há já uns dois anos.

Procurar enganar o frio e a chuva que persistem estes dias na província euro-atlântica do sul da União e do Norte de África, passeando pelas margens mitomanias olhando, a Sul, o meu Continente e a Paz que alguns teimam em não deixar poisar.

Salvo alguma situação imponderável, este computador e o seu habitual servidor vão descansar estes dois próximos dias.

Até lá, façam o favor de serem felizes e de lerem e ouvirem só boas notícias, como, por exemplo, o Benfica, em futebol, se manter no primeiro lugar e no basquete ter conseguido passar à final da Taça;
ou que o Governo português ponderou a situação dos Média e mandou suspender as demissões que proliferam no meio para não dar razão à União Europeia quanto ao aumento do desemprego;
que na R. D. do Congo, a Paz está no bom caminho depois da, parece que sim, detenção no Ruanda do líder rebelde tusti-congolês Laurent Nkumba;
que as populações das Lundas, devido ao encerramento da fronteira com a RDCongo, por causa do ébola, sejam reabastecidos de géneros alimentícios por Luanda;
que as pessoas falecidas em Malange não estavam contaminadas pelo ébola;
que os aeroportos, as vias rodo e ferroviárias, os estádios e os diversos hotéis para o CAN2010 não estejam tão atrasados como alguns andam a fazer crer...

Porque hoje é um dia importante na Guiné-Bissau…

A Guiné-Bissau celebra hoje mais um aniversário, o 46.º, do seu levantamento revolucionário contra o colonialismo.

Porque a Guiné-Bissau precisa de Paz, estabilidade social e governativa, de ultrapassar todos os problemas que, não poucos, persistem em manter deixo aqui um trecho de um artigo escrito, no princípio do ano, mas que mantém um pouco da sua actualidade.

Posteriormente e logo que possível o artigo será disponibilizado, íntegra, no Notícias Lusófonas e na minha página-pessoal.

Só uma pequena nota que traduz o habitual nos Média (Comunicação Social, porque é esta a expressão lusófona) portugueses só a Lusa faz referência a este facto segundo uma pesquisa feita no Google (realmente, assim, para quê manter uma secção “Mundo”?)


Alguém explica porque, pudicamente, as televisões portuguesas omitem o que, eventualmente, se terá passado em Bissau, no fim-de-semana, porque é que a união Europeia e a ONU nada transpiram; mas no caso da UE não estão tão despreocupados assim porque ontem e hoje vários endereços, com origem no Luxemburgo e em Bruxelas, acederam ao Pululu com a questão “quem quis assassinar o Chefe de Estado-Maior da Guiné-Bissau” (esta era, é, a pergunta mais colocada e que dá acesso ao blogue)-

E, hoje, somente a RTP-África noticiou o desarmamento das “Anguentas” as milícias pretorianas que protege o presidente João Bernardo Vieira, de onde, segundo parece, terá saído um “destemperado” tiro – os Aguentas dizem que foi por acidente o disparo, mas segundo alguns militares que estavam na comitiva do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Tagmé Na Waié, terão ouvido disparos.

E se quem denunciou, como referi na nota complementar a um texto no Pululu, sobre este assunto, em 5 de Janeiro passado, foi uma ONG, o Movimento Nacional da Sociedade Civil, através do seu porta-voz Mamadu Queitá, numa conferência de imprensa realizada de manhã, também é verdade que à tarde o ministro da Defesa, Marciano Barbeiro dizia que nada sabia oficialmente (…)
” (ver este texto integral aqui)

22 janeiro 2009

Partidocracia política angolana emagrece

(imagem A24H)
Dando resposta positiva ao pedido do Procurador-geral da República (PGR) para que fossem extintos os partidos que não tivessem atingido o mínimo obrigatório de 0,5% de votos validamente expressos nas últimas eleições, as legislativas de 5 (e 6) de Setembro de 2008, o Tribunal Constitucional decidiu, ao abrigo do art.º 33.º da Lei dos Partidos Políticos, decretar a extinção de 20 partidos angolanos dos 22 propostos pelo PGR.

A Frente para a Democracia (FpD) e o Partido para Aliança Juventude Operária Camponesa de Angola (Pajoca) apesar de estarem no mesmo rol não foram considerados por duas razões distintas. Enquanto sobre o Pajoca ainda decorrem
processos burocráticos o FpD já há muito tinha solicitado a sua extinção – na Convenção de 5 de Outubro passado – pelo que no acórdão de 16 de Janeiro o TC decidiu não ser necessário dar provimento ao pedido do PGR. Também sobre o PDP-ANA decorrem trâmites burocráticos que poderão levar à sua extinção.

Foram
formalmente extintos os partidos Liberal Democrático (PLD), de Apoio Democrático e Progresso de Angola (Padepa), Renovador Democrático (PRD);

Os que se apresentaram coligados no Fórum Fraternal Angolano (Fofac), como segue: Angolano Conservador do Povo (Pacopo), Democrático dos Trabalhadores (PDT), Juvenil da Social Democracia (Presa/PJSD) e a Frente Nacional de Desenvolvimento Democrático de Angola (FNDDA);

Os partidos coligados na Plataforma Política Eleitoral (PPE): Aliança Nacional Democrática (AND), Democrático Unificado de Angola (PDUA), Nacional Independente de Angola (PNIA), Angolano para a Unidade Democracia e Progresso (PAUDP), de Convenção Democrática e Progresso (PCDP), União Nacional Democrática (USD), da Comunidade Socialista de Angola (PCSA), Movimento Democrático de Angola (MDA), Centro Democrático Social (CDS) e da Aliança Nacional Democrática (AND):

E, finalmente, os que se apresentaram ao eleitorado sob a coligação Aliança democrática (AD-Coligação): os partidos da Unificação Democrática de Angola (UDA), Nacional Ecológico de Angola (PNEA) e a Convenção Nacional Democrática de Angola (CNDA).

Pessoalmente creio que os partidos que se apresentaram coligados não deveriam ser extintos até mostrarem que, efectivamente, não representam nem têm qualquer legitimidade junto do eleitorado.

Todavia não é essa a leitura do PGR nem a interpretação do TC pelo que Angola, que chegou a ter entre
125 e 135 partidos registados no então Tribunal Supremo, viu o seu ainda enorme leque de partidos, fortemente emagrecido.

Reconheça-se, embora quem o deva fazer publicamente só o faça dentro de muros, que muitos destes partidos e agrupamentos políticos existiam como satélites dos principais partidos políticos angolanos e só foram criados com vista tirarem potenciais votos aos seus adversários!

21 janeiro 2009

O que difere Gaza de Kivu ou outras paragens?

"Poderia e gostaria de começar este artigo de outra forma que não fosse relembrar que em Gaza (Palestina), no Kivu (Rep. Dem. do Congo) e em outras paragens, principalmente africanas, os trovões que assinalaram a passagem de ano deveram-se não a festejos pelo Dia Mundial da Paz mas, e tão só, devido à guerra.

E sendo locais “favoritos” da guerra o que as pode diferenciar?

Desde logo, e à primeira vista, o facto de Gaza ser na Ásia, embora mesmo ao lado de África, e Kivu ser no centro de África. Só por si isto já seria um motivo para as diferenciar.

Seria se não fosse o facto de ambas regiões estarem sob o espectro da guerra, de massacres que a mesma sempre provoca e de vítimas inocentes, porque também as há.

Mas há outros factores que diferenciam Gaza de outras regiões onde persistem crises militares, massacres, violações, assassinatos e tudo o que de mais abjecto acompanha as guerras.

Em Gaza os povos que lá a habitam têm uma coloração semelhante às dos países que mais têm vociferado – e bem, diga-se, – contra os cobardes ataques de mísseis sobre populações civis levados a efeito por uma organização considerada, mesmo no areópago que é a ONU, como terrorista, o Hamas, e que não reconhece a existência de Israel; também esses países exigem de Israel o fim dos ataques e o massacre que os seus raids aéreos e terrestres têm provocado sabendo que os terroristas, como cobardes que são, se acoitam entre os civis na esperança de não serem atacados ou passarem incólumes. E como isso não demove Israel, os civis, nomeadamente crianças, acabam por ser alvos fáceis dos ataques.

Em Kivu os povos que lá habitam são, não raras as vezes, vistos como sub-humanos, como não-gente, pelos mesmos Países que agora tão solidariamente se preocupam com uma parte da Palestina. São, de facto, sub-humanos porque são esses países que não se interessam pela sua condição enquanto pessoas, enquanto seres vivos. Como alguns diriam, embora soa pejorativamente como uma crítica racista – e não me admiraria que o editor, por pudor, e muito bem, registo, retirasse esta frase – são somente… pretos!

Mas há mais quanto ao que difere Gaza de outras regiões onde ciclicamente existem focos de guerra ou crises sociais humanitárias: seja em Kivu, no Zimbabué, na Somália, ou seja – ainda se lembram onde é? – no Darfur. (...)
" (Pode continuar a ler aqui)
Publicado no semanário santomense , edição 199, de 17 Janeiro 2009

Poder e Média ou a mútua adulação

(imagem com base numa ximunada daqui)

Interessante, embora não surpreendente, o queixume de Francisco Trindade, autor do blogue “ANOVIS ANOPHELIS” e antigo colaborador do Suplemento de Cultura do Diário de Notícias, entre 1987 e 1996, e ex-coordenador da Página da Educação, quando alerta para a subserviência do Poder aos Média e destes ao Poder com as evidentes consequências junto dos leitores.

Mas isso parece não preocupar, minimamente, o Poder ou os donos dos Média.

Naturalmente que ao Poder quantos menos o atacarem menos os leitores saberão e menos juízos farão na altura da colocação da cruz no papel rectangular que se coloca nas urnas.

Para alguma coisa, em alguns sítios, só existe um jornal, uma rádio e, ou televisão oficial porque são os únicos que oferecem a protecção necessária ao Poder aí ou ali instituído.

Já para os donos dos Média a preocupação é relativa porque sabem que o Poder precisa deles e são eles que, não poucas vezes, elegem ou fazem eleger quem melhor defenderá os seus interesses. Sabem que muitos dos eleitores preferem que lhes digam o que fazer ou quem devem votar em vez de se preocuparem em pensar por si.

Se assim fosse muitos elegíveis não teriam lugar nos diferentes areópagos para onde são eleitos.

Há já uns anos que isso, por exemplo, acontece em Portugal e, sublinhe-se, sem que o Poder tenha qualquer cor política definida. Bem pelo contrário. Para um Poder novo há sempre um Sistema velho e habitual. Mútua subserviência para defesas comuns.

20 janeiro 2009

Sim, eles quiseram poder (can) e conseguiram-no

(imagem Sapo.pt)

Aos 20 dias da Graça do Senhor, do mês de Janeiro, do ano de 2009, às 12,06 horas locais, Washington DC, os EUA e o Mundo viam ser concretizado o primeiro grande passo oficial para a concretização do sonho de muitos, de Luther King e, principalmente, de Obama e dos norte-americanos.

Os EUA deixam de ver somente na vida ficcionada dos pequenos e grandes ecrãs um presidente negro (afro-americano) e passam a ter a realidade na Avenida Pensilvânia.

Pela primeira vez, 40 anos depois de Martin Luther King ter divulgado ao Mundo o seu sonho, 43 anos depois dos atletas (membros e, ou simpatizantes) do Black Power terem mostrado ao Mundo o seu punho cerrado nas Olimpíadas do México, pouco mais de 20 ou 30 anos depois do KKK começar a sentir, fortemente, o peso da Justiça americana e ver os seus membros serem condenados a pesadas penas de prisão por ataques a todos os que não evidenciavam, geneticamente, a sua arianidade, os EUA têm, oficialmente, um afro-americano sentado na Sala Oval da Casa Branca a mandar os destinos da ainda Nação mais poderosa do Mundo.

Barack Hussein Obama é, desde hoje, oficialmente, o 44º Presidente dos EUA, acompanhado por Joe Biden Jr como seu vice-presidente e, entre outros, por Hillary Clinton como Secretária de Estado.

Os Estados Unidos da América, o país dos sonhos, das liberdades, da multirracialidade – embora esteja ainda um pouco mitigada – provaram hoje que podem, realmente, conseguir atingir a sua meta.

De facto, o primeiro grande passo oficial para o conseguirem já foi dado. Que outros, nomeadamente em África, sigam o exemplo e consigam eleger políticos geneticamente diferentes e tal como os americanos escolham a “esperança em vez do medo”…

O primeiro grande discurso de Obama foi claramente mais para dentro do País que para o Mundo.

Todavia não deixou de mostrar as mãos nuas ao exterior e pedir que mostrem que estarão disposto a acompanhar a América na luta pela Paz, pelo fim do Terrorismo e forte combate aos Extremismos, pela maior intervenção das Nações em vias de Desenvolvimento, pela luta contra o fantasma do Aquecimento Global.

Vamos aguardar os próximos discursos e as primeiras medidas da nova Administração para no fim dizermos que o seu “Yes, We Can” se torne no “Yes, They really succeeded”!

16 janeiro 2009

Jornais da Controlinveste podem, naturalmente, perder leitores.

Interessante o texto de um leitor de jornais da Controlinveste actualmente algures em Maputo mas que não deixa de, com muita clareza, evidenciar o que pensarão muitos dos leitores do Jornal de Notícias e do Diário de Notícias. Principalmente, se estes forem não-portugueses ou tenham interesses em outras paragens que não em Portugal. Onde é que vamos ler o pouco, quase nada, que se falava de e sobre outras paragens que não as habituais, como, por exemplo, África?

Tal como ele vou ponderar se vou continuar a optar por comprar algum dos jornais da Controlinveste. Desde logo o desportivo, que raramente compro, deixarei mesmo de o fazer. Não há outros, não se compra. Como também o dinheiro começa a rarear em Portugal e há outros produtos mais importantes que um jornal desportivo não afectará.

Mas vai, e por certo, afectar pessoas que, como eu, usam o jornal não só como veículo de informação, mas, também, como meio de investigação. Quanto mais não seja para perceber que a razão principal das mortes em Moçambique se devem aos cocos ou que o CFB começa em Luanda e acaba algures na fronteira (mimos que não foram escritos por Jornalistas da(s) casa(s) mas por aspirantes ou retirados de agências ditas de informação).

Porque o texto de Jorge Eurico, sob o título “
Controlinveste dispensa qualidade para ficar com mediocridade” deve ser ponderado, até pelas implicações recentes e futuras aqui vos deixo, com a devida vénia e autorização do autor parte do seu conteúdo:

Pela pena da jornalista Dina Margato (em artigo publicado inicialmente no “Jornal de Notícias ”, JN) tomei conhecimento que, no último trimestre do ano que há cerca de 20 dias ouviu o seu «canto do cisne», foram lidos mais jornais diários graças à subida do JN que, segundo um estudo feito pela Markteste, foi o que registou um salto maior na audiência.

O artigo de Dina Margato e o estudo feito pela Markteste indicam que o negócio da venda de jornais em Portugal continente, regiões insulares e além fronteiras, pelo menos no que tange ao JN, está(va) de vento em popa.

Ora se assim é (era), como é que se explica que a administração da Controlinveste tenha decidido, por sua conta e risco, dar início a um processo de despedimento colectivo que abrange 122 colaboradores (chefes de família, na sua maioria) de diferentes áreas do grupo?

Há aqui qualquer coisa (muito esquiva) que - quanto a mim (e creio que não sou o único a olhar desta maneira para os factos em presença) - não bate certo.

A decisão da Controlinveste é muito (mas muito mesmo) estranha e faz mossa a qualquer pessoa atenta e de bom senso. E não seria exagero dizer que, salvo melhor opinião, estamos perante um caso flagrante de má-fé por parte da Controlinveste.

A informação que possuo dá conta que os jornalistas mais experientes (logo com alguma autoridade no que ao exercício da profissão diz respeito) foram proscritos dos quadros redactoriais do “Diário de Notícias” (DN) e do JN.

Foram despedidos porque os capatazes sabiam que não poderiam tratá-los como autómatos como irão fazer com aqueles que escolheram a dedo para ficar ou com os que foram arregimentados para tapar certos furos, que vão certamente deixar meter água por falta de experiência.

Corre igualmente à boca pequena que, sob o argumento da crise financeira mundial que nos últimos meses tem arrasado o mundo, o grupo Controlinveste pretende trabalhar apenas com estagiários e com jornalistas medianos a quem poderá pagar o que quiser, quando quiser e tratá-los como bem entender.

Ou seja, nas redacções do JN e do DN vai deixar de se fazer Jornalismo. Os habituais e fiéis leitores dos sobreditos jornais poderão, nos próximos tempos, ter tudo (e mais alguma coisa) nas páginas destes dois matutinos lusos de referência, mas não terão a acutilância, a argúcia jornalística a que nos habituamos ao longo de muitos anos.(…)
” (Por favor, deve, continuar a ler aqui)

Manucho vai para Hull City por empréstimo

(foto©ManUnited)

O Manchester United vai emprestar, até ao final da época, Manucho ao Hull City, oitavo classificado da Liga inglesa.

O Hull City que começou a época em grande tem vindo a perder força e nas últimas seis jornadas só consegui marcar três golos tendo perdido a maioria dos jogos.

O Hull City prevê utilizar, já este fim-de-semana, o jogador muangolê contra o Arsenal, assim a
autorização de trabalho para Manucho lhes chegue às mãos.

Isto, a autorização de trabalho, é, no mínimo, estranha dado que Manucho já foi, esta época, utilizado pelo ManUnited num jogo, salvo erro, da Taça da Liga.

Vamos esperar e ver se sábado Manucho se é convocado e se joga ou não.

15 janeiro 2009

Quando a sacanice é rainha

Há alturas que, por muito que estejamos atentos, nem sempre conseguimos impedir que as pedras se atravessem mais depressa do que possamos fazer por as desviar.

Aquilo que hoje fizeram a um grande amigo foi isso mesmo. E quando é feito com sacanice, se não for algo mais abjecto, ainda pior.

Tal como as minas, as traiçoeiras minas, sabíamos, há um tempo que alguém andava a espalhar pedras infames nos caminhos de alguns amigos e amigos de amigos.

Só que esperávamos que os nossos mais próximos pudessem passar incólumes ou que alguém as visse primeiro e as desviasse. Infelizmente e lamentavelmente isso não foi possível.

E mais lamentável quando se sabe que as pedras foram colocadas por quem não deveria fazê-lo, salvo se foi política e economicamente imposto para o fazer, porque há quem, nesta altura do campeonato, ainda deseje manter eréctil a sua coluna vertebral e não se dobre às vontades mesquinhas de quem não é, nem nunca foi, um verdadeiro gestor mas antes um indivíduo que sempore soube andarilhar nos corredores do poder.

E pelo que se apercebe estas foram as primeiras grandes pedras que irão aparecer no caminho de muitos até desfazerem o pouco de bons que ainda havia (Há!).

Meu caro companheiro, meu caro amigo, não há pedra alguma que nos persista no chão. Sei que tens força de leão, argúcia de uma águia e vontade de dragão. Por isso sei que em breve, muito em breve, estarás aí em força a caminhar como sempre o fizeste.

Força amigo!

Faria hoje 80 anos

Se tivessem deixado sobreviver ao sonho, que tentaram abruptamente amordaçar em 4 de Abril de 1969, Martin Luther King veria no próximo dia 20 ao início da realização do seu grande sonho.

Fica a memória, fica o sonho para ser continuamente realizado por toda a Humanidade.

12 janeiro 2009

África e a não presença nas notícias portuguesas

Há dias, Orlando Castro, no seu blogue Alto Hama, referia-se a uma realidade que se tem constatado ultimamente: só há notícias de Gaza e quase nada – para não dizer, nada, – do continente africano. Até parece, segundo se infere das suas palavras, que as incursões em Gaza terão acabado com os conflitos em África.

De facto, parece que de África nada tem acontecido que mereça algum qualquer relevo da comunicação social portuguesa. Não me recordo se foi na passada sexta-feira ou hoje, que na RDP-África o actual comentador residente, actualmente João Diogo, ao analisar os jornais publicados em Portugal só reconhecia que apareciam duas notícias e uma, salvo erro, prendia-se com a viagem da comitiva benfiquista (Luís Filipe Vieira, Eusébio e Mantorras) a Cabo Verde.

Realmente parece que nada está a acontecer em África.

Se lermos, como faço diariamente através das informações diárias do Google sobre Angola, verifico que os títulos têm, na sua grande maioria, proveniência ou dos dois principais – e únicos – órgãos informativos angolanos com internet (Angop e Jornal de Angola) ou provêm do Brasil e, por vezes, de Macau. São raros, quase nulos, os que têm por remetente um órgão informativo português; às vezes lá surge um artigo da Lusa, mas, quase sempre, com endereço do Brasil.

Mas quando conseguimos obter ou aceder a notícias africanas, numa Deutsche Welle, numa Rádio France Internationale, numa BBC, ou na Panapress, lá destapamos notícias como (por acaso também ontem referida, e em caixinha curta, no matutino português Diário de Notícias, ou teria sido no seu irmão Jornal de Notícias) o Zimbabué vê os seus militares abaterem elefantes para saciarem a fome porque não recebem dinheiro suficiente e o que recebem não compra o que não há, que a cólera ao contrário do que afirma os seu putativo dono, um tal senhor Mugabe, ainda não acabou e está longe disso, ou como li no Jornal de Angola que tive o prazer de hoje receber, do passado dia 8 de Janeiro, e que nem vejo reflectido no Google, que o senhor Mugabe demitiu 12 ministros e nomeou 8 sem dar uma palavra ao vencedor das Legislativas.

E depois vemos que em Moçambique as cheias já provocaram 17 mortos e colocaram, como habitualmente – quando será que o Governo tem coragem de “correr” com as pessoas – leia-se, habitações – das orlas ribeirinhas e obrigar os moçambicanos a fazerem casas em pontos mais altos e utilizarem só as zonas banhadas pelas águas para as suas machambas e quintas. A falta de coragem leva que se gaste dinheiro, que poderia ser utilizado em outros fins, em gastos com medicamentos provocados pelas cheias e incapaciadde de recolocação dos povos. E, enquanto isso, também a cólera começa a ter os seus efeiotos em Moçambique. Felizmente parece controlada.

Tal como parece estar controlado o surto da febre hemorrágica do ébola nos territórios fronteiriços da RDCongo junto a Angola e que obrigou o Governo angolano a tomar medidas políticas, como o fecho de fronteiras com os congoleses democráticos. Congo democrático onde ainda persiste o caos humanitário provocado pelas contendas entre os militares de Kabila e os guerrilheiros anti-governamentais. Quem parece não se ter esquecido deles foi a Caritas Internacional.

E quem diz estes fala em outros casos como o fim da greve dos professores na Guiné-Bissau (só vi uma pequena nota na RDP-África) a pedido do novo Governo e dos alunos, ou que quase tenha passado despercebido o naufrágio na região Bissau-guineense de Biombo, que provocou cerca de 50 mortos, a tentativa de recuperação da pista do aeroporto internacional de São Tomé ou que Itália destaca o papel de Angola na resolução de conflitos locais, que Anália Pereira, a Mãe Coragem, foi hoje a enterrar com a presença de ministros e deputados angolanos, ela que foi deputada na Legislatura anterior e não pertencia ao poder actual – e habitual – ou que Holden Roberto foi recordado como um dos maiores nacionalistas angolanos – precisou de falecer e aconteceu porque alguém se esqueceu que deveria ser devida e medicamente acompanhado – ou que Santana deverá vir mesmo para o Guimarães – e por falar em desporto, que o presidente do Sporting (não vi a entrevista porque sou lampião) terá dito que não se recandidatava porque precisava de gerir as suas empresas que estão fortemente implantadas em Angola e para onde, li recentemente, Portugal terá recolhido uma boa percentagem de exportações, sendo até um dos maiores, senão mesmo o maior, importador de produtos portugueses.

Enfim, ao contrário do que parece esquecer a comunicação social portuguesa, as notícias não começam e acabam em Obama ou em Gaza. Para sul há muita informação que merece ser transmitida aos seus leitores, ouvintes ou telespectadores.

É por estas e por outras que alguns, nomeadamente em Angola e Moçambique, e não são tão poucos assim, se riem quando falam em Lusofonia; por isso não nos admiramos que a China esteja a participar no alargamento do porto mauritano de Nouakchott, esquecendo-se, como habitualmente nestes casos, do golpe de Estado, que seja o principal fornecedor para a construção dos estádios angolanos do CAN2010, entre outras coisas, mais…

10 janeiro 2009

Quando se é tolamente teimoso…

Há dois países, irmãos na língua, na política e no poder instituído que quando toca a debater, analisar e discutir os seus Orçamentos Gerais do Estado e os respectivos Planos são sempre surdos e obstinadamente teimosos nas defesas das suas damas.

Refiro-me, naturalmente, a Portugal e a Angola.

Quanto a Portugal, toda a gente sabia, excepto, pelos vistos, os máximos dirigentes governativos que detém o pelouro da Economia, que o OGE quando foi apresentado já estava desfasado da realidade económica nacional e, subsequentemente, sobre efeitos da crise mundial que atingiu a província eurocrata a norte de Marrocos.

Todos avisaram, até alguns dos seus correligionários políticos, como o governador do Banco de Portugal (BdP) – pensava que desde a criação do Banco Central Europeu (BCR) que o antigo BdP passou a ser uma sucursal do BCE mas… devo estar enganado ou alguém ainda não avisou o BdP e o Governo português do erro –, mas o poder instituído e que manda nas finanças portuguesas fizeram ouvidos moucos. Talvez saibam mais do que nós que andamos a contar, cada vez mais os cêntimos que nos acompanham; porque sobre os euros esses só se vêem nas contas bancárias…

Mas o Governo português já admitiu que talvez tenha de apresentar um OGE rectificativo.

Já sobre Angola, quando foram apresentados o OGE e o Plano o Governo foi alertado da impossibilidade de contar com a manutenção do preço do crude nos preços sobre os quais assentavam o dois programas financeiros e económicos que vão gerir o País.

Mas como o optimismo é um dos factores que animam os angolanos e o Governo não poderia fugir à regra, manteve o valor de referência para o preço do barril de crude e, passados poucos dias, constatou que as vozes sensatas na Assembleia e nas análises político-económicas não eram só para criticar mas válidos alertas.

Por isso não estranhou que no final do ano os nossos dirigentes máximos tenham anunciado a talvez necessária apresentação de um Orçamento rectificativo. Só que parece que não chega como se pode inferir das palavras do Ministro do petróleo, Botelho de Vasconcelos que não só reconheceu que Angola (ao contrário do que sempre disseram) não iria escapar à crise financeira mundial como seria necessário tomarem-se medidas para aumentar o preço do crude.

Se não fossem os dois tão teimosos saberiam que o tempo que se vai gastar com os rectificativos poderíamos dispensar esse tempo em questões mais interessantes.

No caso português como relançar a sua agricultura – os que vivem aqui já estão fartos dos calibres eurocratas e dos sabores sensaborões das frutas e legumes – ou as pescas porque uma alimentação regrada não se faz só de carnes.

Quanto Angola há um problema chamado revisão da Constituição para que possamos, ainda este ano e como inicialmente previsto, colocar as nossas cruzinhas – parece que a Emigração ainda não – nas presidenciais; ou canalizar mais fundos para o combate às epidemias que pululam junto das nossas fronteiras, porque um milhão de casas se não se fizerem em 4 anos fazem-se em 8 ou mais anos, enquanto a saúde é um bem imediato; para quê casas se o povo estiver doente, faminto ou sem condições de salubridade…

08 janeiro 2009

Gana deu exemplo

(foto AFP)

O Gana foi a eleições presidenciais. Perfeitamente natural quando se acede à Democracia.

A campanha eleitoral foi dentro do normal, houve uma segunda volta, naturalmente, e o candidato oposicionista foi o vencedor com cerca de 50,23% dos votos expressos.

Tal como é natural em votações o potencial derrotado criticou as notícias que davam o seu opositor como vencedor porque, segundo aquele, os votos ainda não estavam contados e a omissão eleitoral ganense não tinha dado o seu parecer final.

A diferença foi na tomada de posse, como presidente, do candidato vencedor, professor de direito John Evans Atta Mill. Ao contrário do que se costuma ver nas restantes eleições em África, o candidato derrotado, Nana Akufo-Addo, do governamental Novo Partido Patriótico (NPP), e o ex-presidente, John Agyekum Kufuor, que esteve dois mandatos consecutivos, estiveram presentes na tomada de posse.

Tal como quando se tornou no primeiro país africano, da era moderna, a ascender à independência, o Gana deu novo exemplo à comunidade africana.

05 janeiro 2009

Na Guiné-Bissau as intentonas continuam?

Recordam-se, certamente, qual foi o maior sapo vivo que o presidente João Bernardo (dito “Nino”) Vieira foi obrigado, recentemente, a engolir; e em duplicado.

Primeiro a vitória do seu antigo partido, o PAIGC – sentimentalmente parece que ainda o é, desde que não esteja nas mãos de outrem – e com maioria, e em segundo, e mais recentemente, ter de dar posse ao seu (não assumido) arqui-inimigo Gomes Júnior como primeiro-ministro.

O senhor Bernardo Vieira, Presidente da República da Guiné-Bissau (com a nova grafia que abole, na maioria dos casos, o hifén (ou será ifén) continuaremos a dizer Guiné-Bissau? –, também tudo fez para protelar essa posse que teve o seu efeito só – repito SÓ – no passado dia 2 de Dezembro, cerca de mês e meio depois das eleições e quinze dias depois da tomada de posse do Parlamento. E como um “mal” nunca vem só além de ter de dar posse a Canoto Júnior ainda teve de levar com a imprensa nacional que não entendeu este atraso político.

Entretanto, no meio desta palhaçada política Mohammed (ex-Kumba) Yalá que ameaçou, ou fez por isso, dar com a língua nos dentes quanto às suas relações e “amizades” com o Presidente viu o seu passaporte ser confiscado e impedido de sair mas, como prenda de Reis – num País maioritariamente islâmico, a quem Yalá também se converteu – o Procurador-geral da República decidiu deixá-lo sair por “razões humanitárias e de saúde”.

Não fosse o senhor Yalá falar de mais, ao ser ouvido no Tribunal, e levar o senhor Vieira a não saber com o justificar o Putsch de Novembro passado que continua na estranheza de muita gente, incluindo, pasme-se, até da própria União Europeia. E só aconteceu depois de se saber que era o PAIGC o vencedor. Factos das estórias do consulado do senhor Vieira.

Mas como não pode haver uma sem duas – e, provavelmente, nem duas sem o célebre três – soube hoje através de uma nota do jornalista Fernando “Didinho” Casimiro, por via de um alerta de Bissau que o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Tagme Na Waie, terá sido alvo de uma tentativa de assassinato e que o Estado-Maior iria dar uma conferência de imprensa para denunciar “esta intentona”. E se nos lembrarmos de umas pequeninas palavras que Na Waie terá proferido sobre o senhor Vieira depois daquele ter sido preso sob suspeita de um golpe e por causa do qual terá ficado ligeiramente diminuído física e psicologicamente…

Vamos aguardar pelos próximos capítulos de um Pais que não paga os salários aos seus funcionários públicos há cerca de 4 meses – depois de ter lido que não se paga imposto(?!) neste País, não me posso surpreender – e de parte da dívida já ter sido paga aos funcionários dos Ministérios da Defesa (lógico) e da Educação (e mesmo assim vão para a greve no próximo dia 19)…

Nota Complementar: Na parte da tarde, mais correctamente ao fim da tarde, a Lusa (agência noticiosa portuguesa) emitiu uma nota onde dá conta das denúncias feitas pelo Movimento Nacional da Sociedade Civil (por acaso comunicadas de manhã em conferência de imprensa), tendo escapado, segundo parece já que nada ouvi, à mesma Lusa, a nota de imprensa do Estado-Maior, que foi emitida oficialmente a meio da tarde. Sobre este assunto ver mais detalhes aqui.
Este texto foi posteriormente publicado no , na rubrica "Opiniões e Análises", de 6/Jan./2009

04 janeiro 2009

Kassange, 48 anos depois…

(imagem ximunada daqui)

"… continuam as mesmas questões a sobressaírem nas comemorações.

Não elevam a capacidade e a vontade dos agricultores em combater o
livre arbítrio da empresa belga que dominava a região e que colocava os povos da Baixa do Cassange quase como escravos ou objectos se trabalho.

Não se preocupam quais as razões que estavam subjacentes à revolta iniciada em Dezembro e que, previsivelmente e de acordo com certas informações nunca confirmadas pelo regime português nem pelo Arquivo Histórico lusitano que continua, estranhamente – como muito bem recorda
Orlando Castro –, numa esconsa gaveta, teve o seu apogeu numa alvorada de um 4 de Janeiro com o massacre dos camponeses angolanos.

Continuam a não se preocupar se foi uma revolta de base ou se teve líderes políticos desde que possa, politicamente, se aproveitar do facto. (...)
" (Pode continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no
, "Colunistas", de hoje

02 janeiro 2009

Os 50 anos da entrada do Exército 26 de Julho em Santiago de Cuba

(Fidel e Che numa imagem da Internet)

Que pena uma Grande Revolução conduzida, na altura, por grandes mestres revolucionários, se tenha degenerado numa Grande Ditadura, única e exclusivamente, “aturada e suportada” pelos EUA…

Uma Revolução criada para destruir o mito da “pessoa”, no caso o general Fulgêncio Baptista e seus muchachos, mas que não se tem renovado, bem pelo contrário, como se constata nos actuais chefes, onde o presidente, Raul Castro, tem 77 anos e a cúpula do Conselho de Estado, o órgão de Governo da ilha, apresenta uma média de idade superior a 71 anos…

Um Revolução que defendia a Liberdade dos Povos, dos Humildes, dos Cubanos, mas que tem inúmeros presos de delito de opinião (recordemos a “damas ou mães de branco”), jornalista e bloguistas presos ou sob vigilância e com acessos à internet condicionados…

Tal como Martin Luther King esperava para os Estados Unidos e que se tornou realidade com Obama, também eu espero que um dia a Liberdade glorifique a Revolução Cubana de 1959!

01 janeiro 2009

Análise de 2008 dos PALOP pela rádio DW

Tal como previsto a secção portuguesa da rádio alemã Deutsche Welle – a mesmo que patrocina o The BOB’s – apresentou, através da sua jornalista Nádia Issuf, uma análise retrospectiva do ano 2008 e o que se espera para 2009 dos países africanos de expressão portuguesa.

Na rubrica da manhã (ouvir
aqui) e repetida na da noite (ouvir aqui) foram analisados Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau (aqui uma referência ao jornalista Bissau-guineense falecido no passado dia 26 de Dezembro não sem antes ter transmitido esta sua última reportagem), Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Sobre Angola coube-me a mim a honra de proferir uma análise que podem ouvir acedendo à ligação acima, no “iniciar do download” colocando o cursor nos 4’40” quer numa quer noutra rubrica.

Dia Mundial da Paz

Comemora-se hoje o primeiro dia do novo ano e desde há muitos anos o Dia Mundial da Paz.

Por favor, digam isso aos palestinianos e aos israelitas que parece que não sabem o que isso é; perguntem aos congoleses e aos zimbabueanos por onde ela anda; interroguem os sudaneses do Darfur ou aos chadianos se a Paz já lá chegou; será alguém o relembrou aos somalis, iraquianos, afegãos, ossetas, georgianos ou aos diferentes povos do Cáucaso que a Paz é o bem maior da Humanidade?

Ainda assim, ou porque ainda acredito na Humanidade, um bom Dia Mundial de Paz para todos e os que a têm saibam sempre preservá-la.