30 setembro 2009

Que Sistema Eleitoral para as Legislativas

Recordam-se do que escrevi no Notícias Lusófonas sobre a questão de haver só Círculos Eleitorais por Distrito ou se dever-se-ia adoptar o sistema Inglês, o uninominal, ou seja deputado por Círculo, ou o Angolano, isto é círculos Eleitorais complementados por um Círculo Nacional.

Vejam a
conclusão a que chegou um investigador do Instituto de Ciências Sociais e publicado hoje, à página 11, no matutino português Diário de Notícias (imagem acima)!

28 setembro 2009

Eleições em Portugal, esclareçam-me se houve derrotados

"Ontem Portugal assistiu a mais uma disputa eleitoral, desta feita – é a primeira dose – para as Legislativas. Dentro de dias, a segunda dose, que serão as autárquicas.

Numas eleições, seria natural haver um ou dois vencedores e os restantes, com maior ou menor valoração, os derrotados.

Todavia e pelas declarações no final da maratona eleitoral escrutinada assistiu-se que, parece, só ter havido vencedores e um semi-vencedor.

Senão vejamos, e ainda não estão contabilizados os 4 deputados da emigração:

– O PS (socialistas), o partido mais votado; perde maioria absoluta e cerca de 9% dos votos face às anteriores Legislativas – cai dos 121 para os 96 deputados, podendo ir aos 100 caso obtenham a maioria dos votos dos emigrantes – e obtém um pouco mais que nas eleições para o Parlamento Europeu e não podem governar sem acordos de parceria, mesmo que pontuais com terceiros e, ainda por cima, ideologicamente pouco próximos; isso, todavia, não impediu que o seu líder afirmasse que “tiveram uma vitória espectacular”;

– Já o PSD (social-democratas), volta a ser o segundo mais votado; depois de terem ganho as eleições efectuadas para o Parlamento Europeu, perde bastantes votos e ganha menos de 1% face às Legislativas de 2005 (ainda assim passou de 75 para 78 cadeiras no Hemiciclo) e não assume, claramente, que perdeu as eleições ao não cumprir os objectivos; ou seja, ganhar e tornar a sua líder na próxima primeira-ministra (só se for vice-primeira-ministra caso reedite o Bloco Central o que não perece exequível);

– O CDS parece, em termos eleitorais, um dos dois grandes vencedores do pleito eleitoral; atinge pela primeira vez mais de 10% dos votos expressos, aumentando de 12 para 21 o número de assuntos, fica em terceiro enquanto partido concorrente sozinho, e consegue eleger deputados onde, creio, nunca o tinha conseguido e evita, na sua concepção, a maioria absoluta do PS;

– Também pela mesma razão, ou seja roubar a maioria absoluta ao PS, o Bloco de Esquerda cantou vitória e terá sido um dos vitoriosos de ontem; além de ter passado de quinta força política nacional, com, então, 8 deputados, para a quarta posição elegendo 16 representantes nacionais, conseguiu aumentar em cerca de 4% a sua votação e conquistar delegados em círculos inabituais na esquerda, mesmo que radical (ou talvez por isso mesmo);

– Quanto à coligação CDU (PCP-PEV, ou comunistas/verdes) que passou da terceira força política para a quinta mais votada, cantou, também ela, vitória por, parece, ter conquistado cerca de 13 mil votos a mais que nas Legislativas de 2005 e colocar mais um deputado em São Bento; passou de 14 para 15 deputados; e o líder reforçou o grito de vitória dizendo que “contribuíram para a perca de maioria absoluta do PS”;

Resumindo, tirando o PSD, que já viu os seus vampiros internos lamber previamente o sangue que irá jorrar da cabeça da líder – se perder nas autárquicas onde foram quase sempre, ou sempre, o maior partido português, então nem a líder irão conseguir descortinar –, mas nem mesmo assim assumiu uma clara e inequívoca derrota, todos os outros partidos conseguiram descortinar motivos para cantar vitória. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado na secção "Colunistas" do , de hoje

27 setembro 2009

Petro adia e Libolo confirma

(Ainda não foi hoje que o Petro colocou as faixas de campeão; quem sabe se não haverá surpresas e o Benfica de Luanda ainda lá chega... – situação actual)

Depois de ter imposto um nulo na passada quarta-feira à Selecção Nacional, o Recreativo do Libolo foi ao Estádio da Cidadela obrigar o Atlético Petróleos (Petro) de Luanda a esperar por mais uma jornada para saber se vai conquistar o bicampeonato e o seu 15º Girabola.

Com a vitória desta tarde, por 1-0, golo de Nandinho, o Recreativo do Libolo aproximou-se do Benfica de Luanda, que esta época está a fazer um campeonato interessante, e do 1º de Agosto, colocando o 2º lugar em discussão até ao final do Campeonato.

De assinalar a péssima carreira que as duas equipas de Benguela estão a fazer principalmente, agora, que vão ter um Estádio que, como aconteceu com o Europeu de Portugal, em 2004, se vai tornar, após o CAN2010, num elefante branco sem actividade futebolística de relevo caso não invertam a actual campanha.

A Académica Petróleos do Lobito ocupa, desde o início, a última posição do Campeonato enquanto o histórico 1º de Maio, de Benguela, um dos primeiros campeões da Angola independente, está no lugar imediato. Dado que o Girabola vai passar a ter mais equipas, fala-se que os últimos classificados irão participar, com os segundos classificados da antiga Segundona, num mini-campeonato para definirem quem serão as duas equipas que irão também participar no novo figurino do Girabola.

Notícia hoje publicada no Notícias Lusófonas, sob o título “Petro adia campeonato e Recreativo do Libolo confirma”.

De acordo com o que o Director do NL, Norberto Hossi, me informou, é interesse do NL criar uma secção desportiva no portal da Lusofonia para publicar notícias de interesse desportivo dos países da comunidade lusófona. Por isso quem estiver interessado em ver notícias desportivas do seu país no NL deverá enviar para o mesmo essas notícias através do e-mail que creio estar em local visível no respectivo portal!

Portugal a votos, em primeira dose…

Portugal está hoje a votar para as Legislativas – será que não haverá outra votação dentro de cerca de um ano? – e dentro de quinze dias irá de novo a votos para as Autárquicas.

Hoje o eleitorado português irá escolher entre um “Pinóquio”, uma “Vendedora de dívidas”, um “Controlador de feiras”, um “Radical” e um “Simpático Deputado” para depois se observar quem o actual Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, escolherá, para ser o próximo Chefe de Governo.

Manda o hábito, que não a Constituição, que o Presidente convide o Partido mais votado a apresentar o seu candidato ao cargo; por norma costuma a ser o seu líder.

E se isso vier a acontecer, e de acordo com as habituais sondagens portuguesas que só acertam nos alvos do lado, teremos um “combate” entre o “Pinóquio” e a “Vendedora”.

Já agora uma pequena observação sanitário-eleitoral.

Os portais e os jornais aconselhavam os eleitores a levarem de casa uma caneta ou esferográfica por causa do eventual perigo de contágio devido à Gripe A-H1N1. Conselho interessante e, porque não dizê-lo, educativo e muito preventivo.

Só não se compreende que, no caso das pessoas se esquecerem de levar o tal utensílio com que se faz a “cruzita” no quadrado, a CNE portuguesa não dispôs nos locais de votos, ao lados dos ditos instrumentos que estão presos por uma corda – não vá alguém julgar que o tivesse levado de casa e recolhê-lo – uma caixa com lenços para os pegar com a máxima protecção. Por certo que qualquer empresa portuguesa de papel, até por uma questão de publicidade, teria oferecido as ditas caixas de lenços.

Tal como não se entende que os membros da mesa escrutinem os nossos documentos sem qualquer protecção. Assim como assim, os vírus podem sempre transitar de mão em mão! Tal como também não se entende que numas salas houvesse as “garrafinhas” com produto de limpeza e outras não!

Coisas que talvez mudem na próxima quinzena com as Autárquicas…

26 setembro 2009

Ainda será dos analgésicos?

Digam-me se o que li em dois dos principais portais noticiosos de Angola (Angola24H e Club-K) sob o título “Tribunal constitucional considera oportunas (…) as preocupações da UNITA sobre as eleições presidenciais” é mesmo verdade ou ainda estou sob efeitos de algum dos analgésicos que me deram esta semana devido a um exame médico?

O problema é que, de acordo com o comunicado ou informação do Tribunal Constitucional (TC), as preocupações têm de dar entrada via Assembleia Nacional, o que me parece um pouco inexequível…

Em qualquer dos casos, a ser verdade, isto faz-me crer que o actual e ainda mais importante locatário da Cidade Alta estará a ponderar uma eventual saída nas eleições… o que a bem da imagem e do nome do País se saúda! E essa hipótese já apareceu algures e reforçada este fim-de-semana no que o Semanário Angolense (ed. 335) apelida de “plano C”…

E com as divergências, que se vão
lendo e ouvindo, ocorridas entre figuras de proa…

Ah! e já agora num hipotético “conflito eleitoral”, para as presidenciais, entre Abel Chivukuvuku e Assunção dos Anjos, acreditem que mesmo que a Diáspora pudesse votar teria de jogar ao dado ou, mais democraticamente falando, de me abster. Qualquer um deles merece-me a total confiança para levarem a nossa “Nau” a muito bom porto. E isto sem nunca abandonar as minhas cores políticas!

A não ser que se mostre alguém que parece ter andado perdido – mas que ultimamente até consegue que o TC lhe dê alguma razão – se apresente com uma imagem mais credível como um possível máximo estadista…

24 setembro 2009

Guiné-Bissau fez 36 anos

Comemorou-se hoje os 36 anos de independência da Guiné-Bissau.

Repararam como foi tão bonita a parada militar com os militares a marcharem com um “quase passo de ganso” tão querido, principalmente, aos países soviéticos e autocráticos?

Mas quem sabe se hoje não foi o primeiro dia da normalização política da Guiné-Bissau. Pelo menos já têm um Chefe de Estado-maior Militar efectivo que parece estar imbuído nos mesmos ideais da Presidência e do Governo o que vai de encontro da vontade do Grupo de Contacto Internacional para a Guiné-Bissau em certificar o empenhamento estrangeiro na estabilização do país ou a sua dependência ao Mundo.

Pode ser que assim o País entre na linha do desenvolvimento e de um rumo certo, mesmo que sob o espectro da autocracidade. Como um seu país-irmão que, ultimamente, o tem ajudado ou como o “
novo imperador” da África do Eldorado…

Ou tenham vergonha e recuperem a casa onde nasceu o
pai da guinedade e da cabo-verdianidade
, Amílcar Cabral, que, se fosse vivo, teria comemorado 85 anos no passado dia 12 de Setembro.

22 setembro 2009

Conferência: Se o possível se faz todos os dias... tentemos o impossível

Sob o título acima, participei hoje numa Congresso sob organização da Agência Cascais Energia, C.M.Cascais e Faculdade Ciências e Tecnilogia-Univ. Nova de Lisboa sob a designação de "I Congresso Lusófono sobre Ambiente e Energia - 3ª Jornadas da Energia" e enquadrado no workshop sobre a "Comunicação Social e o Ambiente" em representação do Notícias Lusófonas, como um dos órgãos sociais convidados.

Além do Notícias Lusófonas fizeram-se representar o programa Bioesfera, da RTP2, pela jornalista e coordenadora editorial Arminda Deusdado, e o portal/web-tv TVEnergia.

Aqui fica um extracto do tema apresentado:

"Além de saudar, em primeiro lugar, todos os presentes, quero desde já agradecer, e de imediato, o amável convite que a Comissão Organizadora do 1º Congresso Lusófono de Ambiente e Energia me propiciou, via portal noticioso Notícias Lusófonas (http://www.noticiaslusofonas.com), para estar neste Congresso, e neste Workshop, em particular.

Deixem-me, primeiro, elucidar que estou em representação do jornalista Norberto Hossi, director do NL a quem, inicialmente, foi endereçado o convite. Todavia, por razões profissionais e particulares, Norberto Hossi não pode estar presente e a sua solicitação fez reenviar o convite para mim em concordância com a ilustre Comissão deste Congresso.

Este intróito deve-se – e considero exigível esta citação – porque apesar de colaborar com diferentes órgãos de informação lusófonos (portugueses – semanário regional Frente Oeste e Jornal de Notícias, como comentador), principalmente, angolanos (Semanário Angolense), santomenses (semanário Correio da Semana) e, esporadicamente, com moçambicanos além de ver artigos de opinião também transcritos em portais internacionais e cabo-verdianos) não sou jornalista, na verdadeira acepção da palavra; e muito menos um produtor de conteúdos.

Permitam-me que recorde que o Notícias Lusófona é, desde 1997, o único jornal que se dedica exclusivamente à informação para os mais de 220 milhões de cidadãos que em todo o mundo falam português.

Serei, quanto muito, um mero colunista ou colaborador, no caso do NL com mais de dois anos e meio de colaboração permanente e regular – e por isso mesmo um membro ainda que discreto e longínquo da Comunicação Social – que vai debitando algumas preocupações cívicas e que penso poder contribuir para algum entendimento mais interessante das áreas que melhor conheço.

E por essa razão que aqui estou. Para tentar dar o meu contributo para, enquanto membro dessa classe, um pouco cada vez mais quase desaproveitada em favor daqueles que se limitam a dizer “yes man”, deixar que outros pensem por ele e limitar-se a dedilhar num qualquer teclado tudo o que lhe foi previamente encomendado, abordar como deve, na minha perspectiva, a Comunicação social abordar um tema tão cadente quanto cada vez mais actual que é o Ambiente.

Como pode a Comunicação Social dar esse contributo? Tem-no feito das mais variadíssimas formas. Alguns dos meus companheiros de mesa já deram mostras de como isso é possível e desejável.

O problema, é que os decisores continuam a manter uma considerável distância entre os meios comunicacionais e eles. Talvez que as propostas que surgem nos media não sejam, mais que exequíveis, tão baratas. Mas como nos recordamos com as minas terrestres, estas custam substancialmente pouco quando novas e tornam-se extraordinariamente insuportáveis a sua retirada dos campos minados. Fala-se, ou costumam falar na ordem de 1 para 100, ou seja, por cada dólar que custa uma mina, fazer a sua retirada dos campos minados, ou seja, desminar, fica por cerca de 100 dólares.

Também no Ambiente essa disparidade se torna tão evidente com a dupla particularidade de, enquanto numa desminagem as vítimas poderão “ser colaterais”, no Ambiente as vítimas somos todos nós porque a Humanidade – e os seus líderes – se limita (ou limitaram-se) a pensar só nos benefícios imediatos que as grandes invenções – algumas das quais quase sem proveito algum para a maioria das populações – não questionando as eventuais consequências; talvez porque os benefícios visíveis eram mais vantajosos que a busca de eventuais causas colaterais, e quando se aperceberam os interesses dos Estado e económicos têm falado mais alto que os interesses subjacentes à salvaguarda de um Planeta que se nos oferece como a nossa principal e ainda única casa planetária.

Pode a Comunicação Social fazer alguma coisa mais do que tem feito? É claro que sim! Mas para isso necessita deixar de estar subordinada aos interesses económicos dos grandes empórios e às ordens do chamado desenvolvimento nacional imperativo. (...)
" (continue a ler aqui ou aqui)

21 setembro 2009

Porque hoje é Dia Internacional da Paz…

(imagem e texto de Notícias Lusófonas)

A ONU e as Crianças bem que gostariam e bem que queriam que não fosse só hoje, mas…

30 anos… de que será que anda "há" procura?

(imagem da Internet, da ANGOP, penso...)

José Eduardo dos Santos faz hoje 30 anos que ascendeu ao poder depois da morte, em Moscovo, – nunca cabalmente esclarecida nem nunca parece ter havido essa necessidade ou conveniência – de António Agostinho Neto, oficialmente o primeiro presidente de Angola e considerado – e justamente – como um dos maiores heróis nacionais (há mais mas cada um tem por hábito guardar o seu para si esquecendo que são de toda uma Nação além de que os outros, "os adversários" procuram desprezá-los ou vilipendiá-los…).

Estando no poder, ainda que debilmente legitimado pelo
Mais Velho, quando o considerou – e por extensão englobou todo um Povo – como o “Seu Presidente”, penso que é altura de José Eduardo dos Santos seguir os ensinamentos de outros seus correligionários africanos e dizer não a uma eventual participação nas próximas – tenho fé que vão haver e serão mais breves possíveis – eleições presidenciais.

Parece-me que só assim poderá manter a auréola – pessoalmente considero-a excessiva, mas é uma ideia e uma interpretação muito pessoal – de “unificador do povo”, ou seja, manter a ideia que é a única pessoa em Angola que consegue manter unidos e dentro do mesmo espírito, militares, políticos e… outros (cada um que tire as suas próprias conclusões) sem que almejem “a mulher” do outro…

Porque não é estar mais 4 ou 8 anos mais no poder (que o Tribunal Constitucional se pronuncie de vez sobre a sua elegibilidade, porque há quem pense que o Tribunal Supremo foi um pouco precipitado no seu íntegro julgamento) que lhe vão permitir ascender ao Guiness Book de Records.

É que ninguém acredita que consiga ultrapassar nem Muammar Kadhaffi (40 anos no poder) nem Teodoro Nguema Mbasogo (30 anos e… 51 dias, embora, na prática, esteja no poder há 39 anos). E estes são claramente ditadores, epíteto que, por certo, Eduardo dos Santos não vai querer receber como um dos seus cognomes na História.

E nós recordamos que Eduardo dos Santos, em Agosto de 2001, afirmava não se querer recandidatar a novos mandatos presidenciais. E daí…

15 setembro 2009

Que se passa com Miala?

A família afirma que não o contacta há uns dias.

Mensagem recebida quer de número privado, quer de e-mail, de um endereço que parece ser impossível de identificar, afirmam que já terá falecido. Por outro lado, o portal que mais notícias dá sobre Miala, está "out"...

Não será altura de alguém dizer algo com clareza?

Talvez, que a mesma pessoa que impediu que os bajuladores do costume tivessem baptizado a ponte sobre o rio Catumbela de “28 de Agosto” ou “José Eduardo dos Santos” possa intervir – e parece ser o único com capacidade para tal – e acabar com estes rumores.

Já agora a ponte foi, no dia e no acto, baptizada de “4 de Abril” em homenagem ao Dia da Paz. A mesma que se deseja para todos os que pensam diferente…

14 setembro 2009

Continente Africano, um grande Gepeto?

"Lembram-se, por certo, do carpinteiro Gepeto, criado pelo escritor italiano Carlo Lorenzini, sob o pseudónimo de Carlo Collodi, que vivia sozinho e que, a dada altura, criou um boneco articulado chamado Pinóquio.

Lembram-se, também e por certo, que uma fada deu vida ao boneco e que quando este mentia o nariz aumentava de tal forma que um qualquer turqui ou tchiliquito poderiam ali poisar e fazer ninho.

Pois, parece que o Continente Africano que parecia caminhar para uma normal “normalidade” voltou à normal “pinoquiada”. Ou seja, não o continente propriamente dito, mas todos os seus “bonecos políticos” que quando abrem a boca ou sai uma brutal asneira ou o nariz aumenta-lhes exponencialmente.

Ainda recentemente um político, mais alto magistrado da sua Nação, algures na África Austral e reconhecido como a princesa de um dos Oceanos, terá afirmado que no seu País já não haveria corrupção.

Viram como o nariz começou logo a crescer...

Num País irmão, também na África Austral, e do outro lado, o mais alto magistrado dessa Nação terá afirmado, depois do seu partido ter andado vogando ora nas directas ora nas indirectas, que gostaria que as eleições presidenciais fossem como no poderoso vizinho do sul, embora fosse numa forma de sistema “indirecto atípico”, isto é, não seria por via do voto directo e universal.

Uma vez mais o narizito pinoquiano cresceu dado que isso contraria algumas das propostas já apresentadas e que o mesmo mentor reafirmou em tempo oportuno.

Também na África Austral um novo líder teria afirmado durante a campanha que aumentaria o poder económico do seu Povo. Não só não o fez como tem quase forçado que o mesmo trabalhe em condições pouco aceitáveis no que já resultou em inúmeras greves e ameaças de voltar a acontecer novos actos xenófobos.

É assim que se vai vendo como o Pinóquio ainda subsiste… (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no semanário santomense , edição 231, de 12.Setembro.2009

11 setembro 2009

Será que há eleições para breve?

(imagem ©ANGOP)

É que se não há, parece. Como parece que estamos na época das inaugurações, a esmo, de pontes e estradas...

Ontem foi a Ponte sobre o rio Catumbela, em Catumbela, na ligação da via rápida Lobito a Benguela pelo presidente da República, Eduardo dos Santos.

Na próxima segunda-feira, 14 de Setembro, deverá ser inaugurada a
nova ponte sobre o Cunene, em Xangongo, município de Ombadja, e que liga a estrada, em reconstrução, de Onjiva a Humbe. Na mesma altura o troço Onjiva/Xangongo, com 108 quilómetros, construida igualmente pela empresa China Road and Bridge Corporation (CRBC) num investimento de 47 milhões de dólares, será também inaugurada nesse dia.

A ponte, construída pelos chineses da China Road and Bridge Corporation (CRBC) – sucursal de Angola – entre Maio de 2007 a Junho de 2009 (onde já vi isto? ou seja, este tempo todo entre o final da construção e a sua inauguração?) tem um comprimento na ordem dos 800 metros e prevê aguentar até 100 toneladas de peso bruto.

Foi há 8 anos, infelizmente, já…

(As duas Torres e a Estátua da Liberdade vista do andar panorâmico da Torre Sul;
ambas as imagens foram captadas em Abril de 1988 ©Elcalmeida)

Oito anos se passaram desde que as torres do World Trade Center, em New York, foram derrubadas por duas aeronaves. Não esquecendo o embate no Pentágono e o fim do voo 93 que sobrevoava a Pensilvânia

Oito anos se passaram e ainda ninguém explicou cabal e claramente o que efectivamente se terá passado e quem, realmente, esteve por detrás desta ignomínia.

Não é teoria da conspiração. É somente a vontade que tudo seja, de facto, esclarecido toda a Humanidade e, principalmente, as vítimas e os familiares têm o direito a saber a completa verdade.

É que oito anos sem conseguirem apanhar o
oficializado mentor (que consta foi armado e financiado pela CIA para combater os soviéticos no Afeganistão) deste opróbrio e só esporadicamente aparece a fazer declarações via áudio e nunca por imagem – como seria natural de quem faz uso da imagem para atingir os fins a que se propõe –, torna-se estranho…

NOTA: E isto pode ter sido coincidência, mas que não deixa de ser um facto a registar, não deixa o que vem confirmar como o terror gosta de utilizar os meios todos ao seu alcance!

10 setembro 2009

Finalmente inaugurada!

(foto ©Elcalmeida, Maio 2009)

Finalmente, e após visita “secreta” de Eduardo dos Santos – só hoje é que os órgãos oficiais falaram da visita do Presidente à província de Benguela – a ponte sobre o Rio Catumbela – alguém sabe como se vai chamar? – foi formal e finalmente inaugurada cerca de dois meses depois de concluída.

Só se espera que após o corta-fita não venha a ser (re)encerrada até novas ordens por causa do CAN (é, não vão eventualmente alguém mandá-la abaixo por não estarem habituados a uma ponte tão larga; basta ver como era a anterior mesmo ao lado…)

Na visita à Província – dado às inúmeras belezas que a mesma encerra – poderia ter aproveitado e fazer uma presidência aberta para constatar in loco de certas realidades que parecem desconhecer em Luanda; ainda assim falou com alguns
dignitários que poderão ter-lhe dado algumas pistas além de ter visitado – como convém a uma visita de Estado – algumas obras de fachada governativa.

Bailado angolano do CDC de volta aos palcos

Nos próximos dias 18 a 20 e de 24 a 27 de Setembro, o Teatro Nacional Chá de Caxinde vai receber o novo Bailado da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, sob direcção coreográfica e artística de Ana Clara Guerra Marques.

O bailado que se chama “Peças para uma Sombra iniciada e outros Rituais mais ou menos” terá a acompanhá-lo extractos de textos e entrevistas da coreógrafa, de David Mwa Mudiandu, Américo Correia de Oliveira, e de um conto cokwe que será dito em várias línguas nacionais.

09 setembro 2009

Eduardo dos Santos de visita à província de Benguela?

Segundo se consta em certos círculos – parece que só o senhor Jorge Valentim é o único que sabe desta visita – o ainda Presidente da República, José Eduardo dos Santos, visita amanhã a província de Benguela onde irá inaugurar a nova ponte – já construída há cerca de 2 meses – sobre o Rio Catumbela e que liga as duas principais cidades da província: Lobito e Benguela.

Costuma-se a dizer mais vale tarde que nunca, desde que, e ao contrário do que me disseram em Maio, não aconteça uma inauguração com cerca de uma semana de circulação viária e depois seja de novo encerrada e só aberta quando se aproximar a entrega dos estádios ao COCAN.

Ainda assim, que o ainda Presidente de Angola viaje para as províncias e veja o que lá se passa sem que tudo o que recebe seja filtrado. Até porque não irá só pela Ponte mas também vai ao Lobito (parece que se ficará pelo Porto do Lobito e pela CFB onde constatará os avanços das obras) e a Benguela, onde culminará a visita.

É óptimo que o senhor Presidente saia de Luanda e visite o País Profundo.

Agora o que não compreendo é a necessidade do seu grupo de segurança, nomeadamente, a “
brigada canina” preparada para detectar metais e objectos explosivos ao longo dos principais troços onde o presidente irá passar, ter ido tão cedo para a província sem claramente dizer que o presidente dos Santos vai visitar as terras Morenas.

Tal como não se entende, se a visita presidencial é quase secreta – parece que só o senhor Jorge Valentim é o único que sabe desta visita porque nenhum órgão ofici(oso)al de comunicação dá qualquer importância à mesma – porque as autoridades locais ponderam conceder tolerância de ponto e a SINFO estar claramente de acordo com esta medida porque considera que por razões de segurança certas zonas de muito movimento deveriam ser fechadas ao público.

É lamentável esta atitude porque indicia que, ao contrário do que os “camaradas” tanto apregoam parece que o ainda Presidente José Eduardo dos Santos não será tão querido do Povo angolano como pintam, ou, pelo menos, fora do círculo restrito da Cidade Alta onde pululam os bajuladores. Se assim não fosse para que precisariam de “fechar” as cidades?

Ou será que as autoridades e a SINFO temem ter tanto trabalho para conter eventual – e natural, registe-se e sublinhe-se, – banho de populares pelo que preferem evitar isso para poderem gerir o "sossego" a seu belo prazer e poderem, alguns, nomeadamente certos indivíduos, estarem bem visíveis para o Presidente e para as benesses que possam aparecer por alturas das festas da Dipanda e no meio de tanta gente poderiam passar despercebidos?

2500 - Feijó também aponta para novas eleições

(imagem Club-K)

O jurista e antigo membro da casa presidencial Carlos Feijó, em conversa no programa "Cara a Cara", da TV Zimbo (portal mais que desactualizado), defendeu que é impossível esta Assembleia Nacional, depois de aprovada a nova Constituição, poder aprovar e eleger o novo (?) presidente da República.

Para o jurista angolano a alteração constitucional que indique uma eleição indirecta obrigará, na sua perspectiva, a novas eleições simultâneas para uma nova Assembleia Nacional e para a Presidência.

Parece que é consenso global, também isso já
aqui foi debatido, que se a actual Assembleia Nacional, saída das eleições de Setembro de 2008, se aprovar uma Constituição onde defenda a eleição indirecta da Presidência terá os dias contados e deverá ser convocadas novas eleições.

Será que os partidos – e se pensarmos no que se perspectiva para amanhã em Benguela, mais evidente se torna a dúvida – estarão preparados para novas eleições a tão curto prazo?

Miala hospitalizado de urgência?

(imagem de arquivo reconhida na Internet)

De acordo com o portal noticioso Club-K, e apoiando-se em informações de familiares, o general Miala terá sido hospitalizado de urgência num hospital de Luanda não explicando claramente os motivos embora o portal, citando a rádio Ecclésia, deixe como hipótese e causa-efeito uma eventual tomada de anti-palúdicos.

Ora o artigo deixa, precisamente no ar, acusações veladas de testes de medicamentos anti-palúdicos indianos em detidos angolanos. A ser verdade caberá às autoridades explicarem se os mesmos têm completa garantia sanitária e se os detidos deram o seu acordo aos referidos testes…

08 setembro 2009

Notícias Lusófonas com novo grafismo...

... e a habitual qualidade quanto às questões e anseios Lusófonos!

Ainda há sítios onde o Parlamento funciona...

(imagem Internet)

"Em Timor-Leste o Parlamento – leia-se, os deputados – decidiu impedir a saída do Presidente da República, José Ramos-Horta, enquanto este não explicar, com clareza, os motivos que levaram a autorizar a libertação do antigo chefe das milícias pró-indonésias, Martenus Bere, que se encontrava em prisão preventiva e referenciado por crimes contra os direitos humanos devido a um massacre ocorrido em 1999, na Igreja do Suai.

Acredito, ou quero acreditar, que por razões meramente humanitárias (deixem-me continuar acreditar nisto) e não por razões económicas e diplomáticas (leia-se, submissão à potência regional e vizinha).

Apesar de ser minoritário enquanto grupo, mas o maior enquanto partido, a Fretilin conseguiu incorporar outros deputados, incluindo quatro deputados da actual maioria governativa para vetar a saída do Presidente.

O que já não sei é se essa deliberação foi da iniciativa do Presidente Ramos-Horta, na linha do seu pensamento quando dos 10 anos do Referendo onde propôs uma amnistia geral para a total pacificação do País – se pensarmos bem, por certo que, também, entre militantes e dirigentes da resistência devem ter acontecido actos que os envergonha pelo que se aceita essa visão presidencial –, ou se, pelo contrário, houve intervenção do Governo liderado por “Xanana” Gusmão, ou seja, se amizades políticas e económicas não se sobrepuseram aos interesses nacionais que não os do Estado.

Volto a dizer que quero acreditar que a libertação do eventual líder e autor do massacre de Suai, tenha sido libertado por razões humanitárias. Por razões iguais, o autor – não confesso, mas tacitamente aceite pelo país de origem e pelos países das vítimas – do atentado de Lockerbee foi, também ele, libertado por razões humanitárias.

E nessa altura, ao contrário de agora, ninguém viu a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navanethem Pillay, pedir responsabilidades nem criticar o líder do Estado onde estava detido o referido autor, por causa de sua libertação. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
©Publicado na rubrica "Manchete", do , em 8.Set.2009, com o título “Parlamento timorense impede a saída de José Ramos-Horta

Guiné-Bissau tem novo presidente

(foto retirada do Notícias Lusófonas)

Malam Bacai Sanha tomou posse como Presidente da República, tornando-se no 6º Presidente da Guiné-Bissau – inclui-se os interinos – e o segundo civil.

A Guiné-Bissau tem, a partir de agora, um Presidente, um Governo, uma maioria Parlamentar e, porque não afirmá-lo, um Chefe Militar, tudo dentro da mesma linha político-ideológica, pelo que a partir desta altura deixou de haver razões para que o país continue instável, ingovernável e sem condições humanitárias e sociais para vingar.

Até porque a Oposição, nomeadamente, o candidato derrotado na segunda volta, Kumba Yalá, bem assim os da primeira volta, afirmaram desejar apoiar todas as iniciativas que visem melhor as condições dos Bissau-guineenses.

E os novos líderes têm essas condições além das que a comunidade internacional se prestou a fornecer, nomeadamente, para o combate ao narcotráfico que tornou o Pais num quase narco-Estado.

Já agora e por falar em comunidade internacional, alguém sabe explicar porque razão o Chefe de Estado português se fez representar por um Ministro – é certo que é dos Negócios Estrangeiros (e quais foram os negócios que Luís Amado fez?) o mesmo que também esteve no aniversário do ditador que mais tempo está no poder em África (não, esse ainda não é o mais velho, estava a referir-me a Kadhafi) – em vez de estar lá presente? Que eu saiba, o Presidente Cavaco não está em campanha eleitoral ao contrário do Ministro, que creio ser cabeça de lista por um Distrito ao parlamento português.

Enfim coisas da diplomacia portuguesa ou seria que alguém temeu pela sua própria segurança e em Bissau poderia não haver carros à prova de bala?...

07 setembro 2009

Sétima Arte volta a renascer no Lobito?

(o emblemático postal do cinema Flamingo)

De acordo com a vontade do administrador do Município, Amaro Ricardo, é altura da cidade voltar a ter activos os seus cinemas e locais de cultura próximos da 7ª Arte.

Entre os que deverão ser rapidamente recuperados e reabertos estão os emblemáticos cinemas Flamingo e Baía, este na Caponte, além de um tal Nimas 500 (e o que querem fazer ao velhinho e emblemático Imperium onde muitos aprendemos a amar o cinema?) bem assim reactivar o centro cultural do Atlético do Lobito.

Como de intenções está o inferno cheio esperemos que rapidamente se passe desta fase para a efectiva reabertura destes grandes centros de cultura e do cinema.

A cidade e a cultura agradecem!

04 setembro 2009

Pérolas deveras(mente)… anti-nacionais!...

(enquanto ponderam deixem-se degustar tranquilamente um AC)

1. Um especialista brasileiro em marketing, Ricardo Noblat – liderou a agência brasileira que apoiou (e criou) a propaganda eleitoral do MPLA no pleito de 1992 –, descobriu, agora, que o MPLA governou durante 16 anos sem qualquer programa governativo (para quem ajudou a fazer passar o programa eleitoral, é interessante esta descoberta).

Só que o especialista brasileiro precisa de estudar melhor a vida e o marketing político angolano. E nos 18 anos anteriores, houve algum programa governativo? ou o especialista pensa que o MPLA só governa desde 1992?

2. Henry Okah, líder do proclamado Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (MEND), detido em Angola sob acusação de tráfico de armas, vai, segundo o seu advogado em entrevista a um jornal nigeriano,
processar o Governo de Angola por o ter mantido detido cerca de 5 meses sem julgamento.

Impossível, em Angola ninguém é mantido detido sem julgamento. Se duvidam, perguntem a
Fernando Lelo, antigo correspondente da Voz da América, em Cabinda…

3. Angola tem sido, e não poucas vezes, acusada de manter tropas na República Democrática do Congo (RDC) a lutarem ao lado das forças governamentais contra os guerrilheiros anti-Kabila (filho). O Governo angolano tem sistematicamente, e, como convém, bem, negado essas atoardas anti-angolanas (como se fosse uma clara ingerência internacionalista contra a natural capacidade de Angola se tornar numa potência regional…). O que não se entende como agora
regressaram dois militares angolanos que estiveram a combater ao lado das forças (então rebeldes) de Laurent Desiré Kabila (pai) contra as tropas governamentais de Mobutu “Joseph Desirée” Sese Sekou; e com a particularidade de estarem acusados de terem estado implicados na morte de Kabila (pai). Provavelmente foram para a RDC ao abrigo do mesmo internacionalismo que tanto critica a eventual – mentira… – presença de tropas angolanas em Kivu e similares; mesmo que o Governo desminta, o que agora parece ser difícil…

O que realmente eles estavam lá a fazer e porquê e como foram agora libertados. Sob que condições?

No Gabão, a Bongo sucede… Bongo

Parece o tipo de… Rei Morto, Rei Posto ou…, Morra o Rei I, Viva o Rei II. Foi o que se passou no Gabão.

Depois da morte do Kota Patriarca Omar Bongo – e o então mais velho líder africano no poder – o gabão foi a eleições presidenciais onde três candidatos se destacavam: Ali Bem Bongo, filho do falecido Presidente e próximo do Partido Democrático Gabonês (PDG), no poder); André Mba Obame, antigo Ministro do Interior; e Pierre Mamboundou, líder oposicionista histórico que liderou, em 1990, alguns motins por quando do processo transitório para o multipartidarismo.

Como a Constituição gabonesa não exige uma maioria absoluta para que um candodato seja eleito, era certo e sabido que muito rapidamente saber-se-ia quem seria o novo presidente só havendo expectativa quanto aos números e como seria recebido o veredicto popular.

Pois o Povo – errando ou não, e muitas vezes erra – foi soberano e decidiu que a Bongo sucede… Bongo. O novo Presidente terá obtido – terá porque há quem defenda a existência de fraude eleitoral – cerca de 41,7%, seguido de Obame, com 25,9%, e de Mamboundu, com 25,2%. Ou seja, os “derrotados” perfaziam mais de 50% dos votos o que vem colocar em causa a questão da vantagem – ou não – das maiorias absolutas como forma de legitimar mais e melhor os candidatos.

E a prova disso é que os seguidores do terceiro candidato mais votado provocaram vários confrontes no Gabão, nomeadamente na sua região, em Port-Gentil, onde terão atacado a prisão local e libertado presos, e incendiado o consolado francês.

Vamos aguardar pelos próximos desenvolvimentos até porque só votaram 357.402 dos 807.402 eleitores inscritos, ou seja, bem menos de 50% dos potenciais eleitores.

03 setembro 2009

De suspeita em suspeita...

(imagem baseada numa daqui)

(uma pequena e circunstancial incursão na política eleitoral portuguesa: PS versus PSD)

"Manda a doutrina jurídica ocidental que todo o suspeito – arguido ou simplesmente suspeito – é inocente até prova em contrário em Tribunal, mesmo que todos os factos e evidências sejam tão fortes e inequívocos.

Por isso compreende-se que alguns dirigentes políticos se insurjam com a ideia de coibir ou coarctar o direito a potenciais elegíveis de se candidatarem a qualquer cargo político, mesmo que numa situação de arguido ou suspeito de um acto jurídico condenável, antes de ser presente a Tribunal e este o condenar de forma clara e inequívoca.

Têm razão! Se a doutrina diz que todo o suspeito é inocente até prova em contrário porque impedir o sonho desses candidatos políticos em prestarem provas cívicas dentro do universo eleitoral?

Mas se as suspeitas devem ser combatidas para uns, têm de ser combatidas para todos.

Como admitir que o líder de um partido seja colocado num patamar de suspeição devido a um caso que ainda está em investigação e a líder candidata oposta mantenha nas suas listas pessoas que além de indiciadas têm já julgamentos marcados?

É certo que a doutrina jurídica ocidental diz e reafirma que todos os suspeitos são inocentes até prova em contrário e depois de julgados em Tribunal.

Mas se um suspeito ainda é um caso em estudo, um arguido já é uma pessoa com processo em análise no Ministério Público e com possibilidades de poder ser ouvido em Tribunal e, caso as provas apresentadas sejam fortes, poder ser condenado.

Mas isso não deve restringir o direito a ser elegível. Em absoluto!
O problema está que um arguido depois de eleito para certos cargos institucionais só pode ser ouvido em Tribunal depois de “liberto” pelos seus pares e por escrito o que restringe o direito à verdade jurídica. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no semanário , edição 1008, de 3 de Setembro de 2009

Mais um tiro na liberdade de comunicação?

(quem é que é amigo, quem é?; imagem ximunada daqui)


Quem é que há dias numa entrevista afirmava, e bem, que num determinado partido havia – parecia – impedimentos vários por “delito de opinião”?

E quem é que há muito vinha também reclamando de uma televisão privada – e, parece, impôs que se queriam debatas a dois teria de ser em lugar neutro e nunca naquela empresa de comunicação televisiva – nomeadamente, quanto à sua linha editorial, ou, pelo menos, quanto a um dos seus programas informativos?

Pois se num caso a situação é clara e manifestamente contrária à liberdade de expressão e opinião noutra não o é menos.

E porque os amigos são para as ocasiões – e se os amigos são de fora, melhor ainda – a administração da TVI parece ter decidido, por indicação da sua holding espanhola – amigo Sócrates, Zapatero de España está sempre contigo –, suspender o tal programa indigesto para o ainda primeiro-ministro português. Quanto não vale ter grandes e potentes amigo, mesmo que seja só por “
razões económicas, em consequência de uma reestruturação em curso” [a quem estão a chamar de ignaros??!] de acordo com a Prisa, a holding espanhola…

E, a fazer fé na
edição online do matutino português Público, a jornalista responsável pela edição do tal bloco informativo malquisto pelo primeiro-ministro português teria já, segundo ela e confirmado à rádio TSF, pronta uma nova peça jornalística sobre o caso – faz que anda mas parece inerte – Freeport “(…)Temos pronta uma peça sobre o Freeport, com dados novos e, como sempre, documentados” o que, talvez por ser em vésperas eleitorais (e quando ao contrário do que seria expectável não deverá ter desenvolvimentos antes das eleições legislativas), quiçá não seja politicamente correcto colocar no ar.

Recordemos como foi o caso da “suspensão” das conversas do professor Marcelo Rebelo de Sousa, também na TVI e como a oposição de altura tanto exacerbou sobre o assunto.

Na altura alguém dizia que se estava a fazer “censura encoberta”. E agora o que se pode dizer?

Ainda de acordo com o Público, citando o matutino Correio da Manhã, parece que o spot publicitário sobre tal bloco informativo já era para ter ido para o ar na semana passada mas razões, segundo o gabinete de comunicação da TVI considerado "normal".

Como se sabe a primeira consequência foi a
demissão em bloco da Direcção de informação da TVI; a segunda, parece que foi o grupo Impresa, de Pinto Balsemão – por acaso “opositor” do primeiro-ministro, via a líder do seu partido, PSD – viu as suas acções subirem cerca de 10,31% (info MillenniumBCP; já a informação “PSI20” do SAPO.pt mantém-se indisponível a esta hora que escrevo o apontamento).

Como recorda Orlando Castro no seu blogue
Alto Hama, para o sociólogo António Barreto – antigo dirigente do PS e considerado o pai da reforma Agrária portuguesa – o ainda primeiro-ministro português parece “não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação”.

Ou seja, e como hoje Paulo Porta afirmou, isto não será mais que um "
acto de censura que afecta a liberdade de expressão”.

Vamos esperar para ver até onde vai este tsunami jornalístico e, quem sabe, não seja o primeiro tiro para que a comunicação social portuguesa comece a voltar a ser de novo mais credível, ou seja, que as notícias passem a ser feitas por Jornalistas e não em gabinetes de administradores ou de pseudo-casas de informação e comunicação social sem qualificações para tal…

E só espero que depois disto e do artigo de opinião hoje publicado no semanário Frente Oeste não me venham chamar de
pós-maneleiro ou anti-socrático ou vice-versa. Porque como sabem só esporadicamente intervenho na política “politiqueira” portuguesa. É que tenho mais que fazer do que estender a mão à caridadezinha…

02 setembro 2009

A cidade do Lobito está quase centenária


(A Ponte sobre Catumbela já completa mas ainda sem uso como se nota pelas imagens do Semanário Angolense, ed. 331, de 29 de Agosto passado)



(A Ponte sobre o Catumbela, em Maio passado, quando estava quase a terminar a ligação e demorávamos mais de 30 minutos a atravessar a ponte metálica; imagem ©Elcalmeida)

2 de setembro de 2009, a cidade, a minha cidade, – e o município do Lobito – faz hoje 96 anos!

No dia que entra no 97º ano de vida será que a
ponte, a belíssima ponte sobre o rio Catumbela – que une as duas cidades-irmãs do Lobito e Benguela através da nova via-rápida –, vai ser, finalmente, inaugurada ou Luanda vai continuar a impor os seus cânones e manter a ponte longe dos automobilistas que demandam as duas cidades e perdem horas para atravessar o rio na antiga ponte do CFB?

Agora que entra no 97º ano de vida, será que a mais bela – desculpem, pode não ser, mas para mim é e será sempre – cidade angolana, a cidade dos flamingos (fugidos ou expulsos), das salinas – por onde é que elas andam? – e dos jardins (que estão todos secos ou desaparecidos), vai voltar a ver os verdes dos jardins, os flamingos que têm uma estátua a perpetuá-los e, acima de tudo, recuperar as ruas e avenidas e voltar a dar-lhes os seus – ou novos – nomes topónimos para melhor os turistas os identificar?

Há entrada do 97º ano de vida, será que o porto do Lobito vai ser, de novo, a principal porta de entrada para o interior angolano e centro-austral africano, através do CFB, agora que todas as linhas ferroviárias nacionais estão desminadas? Será que aqueles navios pesqueiros espanhóis “depositados” e, parece, abandonados, à esquerda da belíssima, ainda que um pouco estragada, portas-do-mar vão ser removidos e, caso possível, devidamente recuperados para voltarem à faina piscatória?

Ou será que as autoridades só vão continuar a se preocupar que fizeram em 30 anos cerca de
470 novas salas de aula quando antes da independência a cidade só tinha 68 salas? Se considerarmos que a cidade estava “formatada” para cerca de 150 mil habitantes e no município viver cerca de 1,5 milhão, mais de um milhão na cidade, ou seja, cerca de 10 vezes mais, normal seria, até porque a maioria da população é jovem e em idade escolar que também tivesse quase duplicado o número de salas de aula… Mas quando a administração parece se preocupar em eventualmente expulsar os jovens de certos lugares “que poderão ferir certas vistas” e os coloca em lugares ainda menos próprios para habitação, não me parece que seja uma política de exclamação, mas…

A cidade, ainda assim, parece, pelo menos quando lá estive em Maio passado, que quer recuperar algum do seu esplendor anterior.

Vamos aguardar e esperar que a administração esqueça as directrizes políticas (seja de partidos, seja, principalmente de
certas personalidades do porto) e faça com que o próximo 97º aniversário mostre que muito se está a fazer para além das salas de aula, como, e louve-se, afirmar a reserva das tartarugas marinhas na Praia do Egipto ou se preocupa com o problema da Restinga, salvar a minha Restinga

01 setembro 2009

Está lá há 40 anos!!

(Ele bem diz que é o primeiro…; imagem da Internet)

Actualmente o líder africano com mais tempo no poder e que ainda não perdeu a esperança de ser Presidente/Rei/Imperador de uns futuros Estados Unidos de África, Muammar Kadhafi completa hoje 40 anos de poder absoluto e despótico mas inteligente, reconheça-se, depois de ter derrubado a monarquia de Idriss I.

Porque não consegue estar sem estar sempre bem vivo, e para que se recordem que com a morte de Bongo é o
ditador mais antigo no poder em África, convocou para ontem e hoje os líderes africanos para uma Conferência visando o “fim de todos os conflitos em África”. Ironia de quem mais tem contribuído, directa e indirectamente (o Chade, bem se recorda…) para a sua existência!

E o que não conseguem meia-dúzia de barris diários de petróleo… Um pretenso líder de um atentado aéreo foi libertado, embora sob o protesto humanitário – seria de louvar, apesar de tudo, se não houvesse certos
mugimbos comerciais… –, porque estaria doente e em fase terminal. O problema é que os “malditos jornalistas” e não menos “indecentes assessores” de língua comprida afirmam que a referida libertação teve como contrapartida a ida de crude para o Reino Unido…

Já agora, o “
The Rocket” ontem apresentado e com 230 cavalos de potência, move-se a quê?