31 janeiro 2010

Egipto Tri-Campeão no CAN 2010, de Angola; e assim se fecha o pano

Egipto, sete títulos, três consecutivos

Depois de ontem, em Benguela, a Nigéria ter conquistado o terceiro posto, frente à Argélia, vencendo esta selecção por 1-0, hoje foi a grande final, com a vitória do Egipto frente ao Gana por 1-0.

Assim terminou aquela que está considerada como uma das mais bem organizadas provas de futebol das Nações Africanas, o Angola-Orange CAN2010.

Só se lamenta que dois dos estádios, nomeadamente o Nacional 11 de Novembro”, em Luanda, onde aconteceram a abertura e encerramento e a maioria dos jogos apresentassem péssimos relvados. Também o “Chiazi” pautou por mau relvado. Em comparação os relvados de “Ombaka”, Benguela, e do “Tundavala”, no Lubango, apresentaram-se sempre em excelentes condições.

Mas como o que conta são os vencedores, o Egipto, excepto o troféu “Jogador Fair-Play” do torneio que foi para um ganês, arrecadou todos os títulos. Ao de Tri-Campeão de África juntou o de melhor Guarda-redes, El Hadary; o de melhor marcador, Gedo, com 5 golos; e o de melhor jogador do CAN, o capitão A. Hassan.

A festa encerrou com um belíssimo espectáculo coreografado por Ana Guerra sob a precursão das nossas marimbas e tambores, seguido de um espectáculo de pirotecnia.

Adeus CAN2010, em Angola, e até 2012 no CAN conjunto do Gabão e da Guiné-Equatorial.

Apesar dos jogadores do Togo não terem a culpa e serem as maiores vítimas saúdo a atitude da CAF que
suspendeu aquele país por dois CANs devido à interferência do Governo de Lomé ao arrepio dos atletas que desejavam manter-se no CAN em respeito pelo desporto e pelos seus colegas feridos no abjecto ataque levado a efeito em Cabinda.

Em São Tomé os telefones têm mais um dígito…

A partir de hoje os telefones fixo e móvel em São Tomé e Príncipe passam a ter mais um dígito, ou seja, os santomenses e, ou, quem com eles contactar devem digitar 7 números em vez dos habituais 6 dígitos.

Assim, os telefones fixos passam a ser precedidos do nº 2 (um telefone que fosse 213456 passa a ser 2 213456) e os telefones móveis passam a ser precedidos do dígito 9 (se fosse 987654 passa a ser 9 987654).

25 janeiro 2010

CAN2010 e os Palancas disseram adeus…

Angola voltou, novamente, a não conseguir passar dos quartos-final da prova maior africana por Nações.

Uma bola sem resposta foi o resultado final que opôs angolanos a ganeses.

Por razões particulares não pude assistir ao jogo, via TV, nem consegui, onde estava, ouvir a rádio, nomeadamente a RDP-África que afirma também emitir para o Distrito onde estava. Se emitiu as árvores da zona impediram a sua propagação…

Em qualquer dos casos, e porque me disseram, além do que li na ANGOP, nem os angolanos foram inferiores nem os ganeses muito superiores. Somente
souberam marcar e guardar o tento que lhe facultou as meias-finais.

E não esqueçamos – nem isto é, nem pode ser aceite como tal, uma desculpa – que o Gana incluía na sua selecção jogadores que tinham acabado de se tornar campeões mundiais de sub-20.

E se pensarmos que a principal favorita, a Cote d’Ivoire (Costa do Marfim) também ficou pelo caminho, frente à Argélia, por
3-2 após prolongamento, temos de reconhecer que este foi – tem sido – um excelente CAN2010.

Morreu para os Palancas o CAN2010, preparemos já o CAN2012, no Gabão e na Guiné-Equatorial, com o pensamento no Mundial de 2014, no Brasil.

Mas os angolanos devem continuar a apoiar os seleccionados que ainda estão em prova até à final. Somos fãs de Angola mas não devemos mostrar falta de civismo desportivo. E os angolanos
nunca o fizeram!

E a prova disso é que Angola, através de Leonel da Rocha Pinto, foi eleita para a presidência da Confederação Africana dos Desportos para Deficientes (Ascod) por um mandato de 4 anos, renováveis.

Ah! e ao treinador Manuel José o meu lamento pelo passamento físico de seu pai. Um dia para esquecer e recordar, ainda assim!

Nota: Acabou o tempo regulamentar entre os Egípcios e os Camaroneses e parece que estes não querem fazer vontade a Mourinho já que obrigaram os Faraós um tempo complementar com 1-1 no tempo regulamentar.

E o CAN continua a prometer…

23 janeiro 2010

Nova Constituição angolana, agora a vez do Tribunal Constitucional

Como é do conhecimento geral a nova Constituição angolana foi aprovada na globalidade na Assembleia Nacional no passado dia 21 de Janeiro de 2010.

Como também se sabe esta nova Magna Carta foi alvo de inúmeras críticas, sugestões, e alertas válidos que os insignes constitucionalistas não quiseram, não souberam ou não puderem levar em conta.

Agora cabe ao ilustre Tribunal Constitucional e aos seus magnânimos, inteligentes e sérios Juízes tomarem a posição definitiva antes do Presidente Eduardo dos Santos a promulgar e tornar efectiva. Isto de apesar do jurista e deputado João Pinto, em artigo de opinião no Semanário Angolense, edição de 23 de Janeiro, sob o título “Processo constituinte e jurisdição constitucional”, considerar que «enviar (ao TC) a Constituição aprovada por mais de 183 Deputados em efectividades de funções, é um paradoxo político» não deixando, todavia, de reconhecer que ao fazê-lo o Parlamento mostra «sua “humildade”».

E o Tribunal Constitucional, e a Assembleia Nacional, devem fazê-lo com toda a propriedade por várias razões:

1. Ela é criticada porque não respeita os limites materiais que o artº 159 da ainda vigente Lei Constitucional impõe, nomeadamente, nas alíneas b) “os direitos e liberdades fundamentais e as garantias dos cidadãos” e d) “o sufrágio universal, directo secreto e periódico na designação dos titulares efectivos dos órgãos de soberania e do poder local”;

2. A nova forma aprovada de eleger um presidente (artº 100º) coloca em causa o direito inalienável de um independente de poder ascender ao cargo, os Governadores, como legítimos representantes da soberania são nomeados pelo Presidente (o artº 159º §d, da Lei de 1992, novamente colocado em causa) e os membros do Poder Local (artºs 175º a 181º) apesar de verem reconhecido o direito a serem eleitos por via directa, universal e secreta não quantificam o período de vigências nos respectivos cargos;

3. Dirigentes académicos, políticos e constitucionalistas criticam a nova Constituição apelidando-a de “Golpe Constitucional” – Isaías Samakuva, líder da UNITA, o maior partido na Oposição, e Marcolino Moco, destacado dirigente do MPLA, antigo primeiro-ministro e antigo Secretário-geral da CPLP –, de “Desonestidade Constitucional” – Fernando Macedo, jurista, professor universitário e colunista –, ou de “recuo democrático no plano jurídico” – nas palavras do insigne constitucionalista português Jorge Miranda e um dos mentores da actual Constituição santomense –, de “Enganados” – nas palavras das Organizações da Sociedade Civil – ou de “não ter sido conduzido com escrupuloso respeito pelas regras processuais e procedimentais” – segundo a Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) – tudo numa clara “Democratura da Partidocracia” – parafraseando o professor Adelino Maltez, cientista político português, sobre a “ditadura democrática” subordinada ao poder dos Partido políticos – que irá condicionar a livre escolha dos eleitores;

4. A estranha atitude de alguns partidos que votaram a favor da nova Lei constitucional quando é do conhecimento geral que, ainda na véspera, por exemplo, o PRS em declarações, de um seu responsável, à Rádio Deutsche Welle afirmava não saber se estariam ou não presentes na votação apesar de não a apoiarem, ou de, estranhamente, um dos deputados da coligação Nova Democracia – União Eleitoral ser visto amiúde no Dubai a comprar viaturas que depois parece transaccionar em Luanda o que alvitra ser uma clara oposição com o seu estatuto de deputado sem que isso seja questionado pelo líder da AN;

5. A eleição do Vice-presidente (artº 111º alínea a)) não fica clarificada no seu postulado excepto que o mesmo é nomeado “de entre personalidades eleitas no quadro do sufrágio para o Parlamento” (Assembleia Nacional);

6. A proposta apresentada pelo maior partido da Assembleia Nacional difere do que foi inicialmente apresentado ao seu eleitorado o que configura pouca transparência e alguma falta de respeito por quem os elegeu;

7. Finalmente, a Assembleia Nacional é constituída por 220 (ou 219, segundo a
soma apresentada pela CNE) deputados distribuídos 191 eleitos pelo MPLA, 16 pela UNITA, 8 pelo PRS, 2 pela ND e 2 pela FNLA.
Sabendo-se que os deputados da UNITA não se fizeram representar – o que na prática configura uma forma encapotada de abstenção – e que votaram, no total, somente 188 deputados, dois dos quais da FNLA que se abstiveram, a nova Lei Constitucional foi aprovada por somente 186 votos (cerca de 84% dos eleitos, mas ainda assim acima dos 2/3 dos deputados). Ora se só o MPLA elegeu 191 e a fazer fé na comunicação social, Angolana e portuguesa, que todos, excepto a UNITA e a FNLA, aprovaram a nova Lei significa que ou muitos faltaram ou dentro do partido no Poder há quem conteste a nova Lei mas não tiveram coragem de votar contra e primaram pela ausência.

Ou seja, há muitas razões para o Tribunal Constitucional analisar esta nova Magna Carta e devolvê-la à Assembleia Nacional para respeitar os limites materiais que a ainda presente Lei Fundamental impõe!
Texto posteriormente publicado no , na coluna "Malambas de Kanutangre", em 25.Jan.2010

21 janeiro 2010

Nova Constituição angolana votada, mas…

Oficiosamente Angola tem, a partir de hoje, uma nova Constituição.

Um Constituição feita à medida e vontade de um partido político, o MPLA, e de alguns dos seus mais importantes dirigentes, nomeadamente, do seu Presidente e ainda Presidente de Angola, Engº de Petróleos José Eduardo dos Santos que advogava a eleição presidencial por via indirecta, particularmente, como a que se faz na República da África do Sul.

E essa foi a versão contemplada.

Com 186 votos a favor – foram por voto secreto? –, duas abstenções e nenhum voto contra (sabendo que a Casa tem cerca 188 assentos assentos (são 220 os deputados e só o MPLA tem… 191 lugares) há algo que escapou aos
jornalistas da ANGOP, ou seja desconfio que nem todos os deputados estiveram presentes na votação, mas isso não convém dizer…) a nova Constituição entrará em vigor após promulgação do seu principal interessado: José Eduardo dos Santos.

Mas creio que alguém se anda a esquecer que esta nova Magna carta pode – deve – ser escrutinada pelo Tribunal Constitucional a fim de se verificar que não houve violações às limitações materiais impostas pela Constituição de 1992.

E na minha perspectiva, existem e não são poucas, além de haver algumas graves incongruências no seu postulado.

Desde logo o caso da Vice-presidência. O artº 111, alínea a) do projecto que deu corpo à nova Constituição – o Projecto “C” – se diz que compete ao Presidente a sua nomeação não diz, ao contrário da eleição presidencial (artº 100 da “Eleição” “…é eleito … nas listas dos Partidos ou coligações de partidos concorrentes às eleições gerais”) que o Vice-Presidente tenha de ser do mesmo partido ou coligação de partido.

Bem pelo contrário, havendo uma clara omissão que pode, caso o presidente eleito decidir nomear um líder oposicionista. O referido artº 111, §a9 diz, textualmente, que compete ao Presidente “Nomear e exonerar o Vice-Presidente da República de entre personalidades eleitas no quadro do sufrágio para o Parlamento”. Ou seja, qualquer um!

Nada mais interessante do que ver, por exemplo Eduardo dos Santos ser eleito Presidente, e para mostrar ao Mundo que a democracia é evidente em Angola nomeia Samakuva como Vice-Presidente. É certo que é um cenário pouco exequível, mas possível. E, num outro cenário: estarão a ver, por exemplo, o Vice-presidente substituir, no quadro das suas funções prevista na Constituição, o Presidente, e impor como Chefe de Governo normas governativas ao Partido mais votado que colidem com os interesses deste?

É o que acontece quando as coisas são feitas sobre o joelho e com demasiada rapidez sem que sejam bem analisadas e escalpelizadas.

Ou a questão da “Terra”. Quero ver qual é o Governo angolano que vai conseguir “retirar” as terras aos povos do Sul que as consideram suas pelo uso costumeiro. Legalmente poderá fazê-lo; mas estará o Governo preparado para as consequências sociais que isso possa acarretar?

Caberá ao tribunal Constitucional, apesar da grande maioria ter sido nomeada pelo Presidente analisar isto. Acredito que o bom senso e larga visão dos nossos juristas constitucionais será muito mais elevados que eventuais suspeitas de incapacidade analítica.

Sobre esta matéria queiram aceder à Rádio Deutsche Welle – secção de língua portuguesa – onde é emitida uma entrevista minha ao jornalista António Rocha, da referida secção. O programa analisa sob vários pontos e perspectivas a nova Constituição sendo que a matéria começa por volta dos 5 minutos – inclui também análises do investigador do CEA Emanuel Lopes, Raul Danda, e do advogado David Mendes – e a minha entrevista começa por volta dos 11’56’’ (podem ouvir
aqui ou aqui)

18 janeiro 2010

Cabinda, a quem agrada o actual barril de pólvora?

(vamos fazer que as crianças de Cabinda continuem a sorrir... custa assim tanto? ©foto Tonspi)


Quem efectivamente está a tirar dividendos da actual situação em Cabinda?

Por certo que não serão nem a população da província de Cabinda, nem os Angolanos.

O combate ao terrorismo não se faz com manifestações espontâneas onde pautam dirigentes partidários governativos.

O terrorismo combate-se procurando saber as razões porque existe – se é que existem razões para isso – e os movimentos secessionistas diluem-se procurando conceder-lhes algumas das razões porque existem. E algumas são bem evidentes e pertinentes!

Recordemos como a História nos diz que alguns “terroristas” de hoje são heróis amanhã!

Vamos conversar e não encarcerar (
Diário Digital, N. Lusófonas, A Bola, Público, R. Renascença, África21, Google ou o Pravda.RU com a Angop e o JAngola preferirem calar o assunto) só porque há quem não comunga da opinião oficial. Só assim haverá Paz efectiva em Angola!

Além de que é a imagem do País que está em causa numa altura que todo o Mundo está com os olhos em Nós!

16 janeiro 2010

Moçambique sem transmissões do CAN?

Como é possível que a TVM não consiga angariar cerca de 1 milhão de Euros para transmitir os jogos do CAN, nomeadamente os da sua selecção?

Será possível que o departamento de Marketing da televisão moçambicana não tenha conseguido trazer até si apoios das Instituições financeiras que estão em Moçambique, até porque algumas são de capitais mistos…?

Alguém acredita que as empresas dos milionários que gravitam no partido do Poder não conseguem juntar dinheiro suficiente para mostrar ao seu povo, aquele que dizem representar, pelo menos os jogos da sua selecção?

Ou isto mais não é que inépcia e inabilidade da gestão da televisão moçambicana?

É incompreensível! Mesmo que
derrotados – mas pareceu-me, nada convencidos – pelo ainda detentor do troféu…

15 janeiro 2010

Cabinda, Togo e o CAN ou outro “olhar” Cabinda

O Poder em Angola tem que começar a ouvir outros, principalmente aqueles que não têm medo de perder o que não têm: poder

"Passados que estão quase uma semana após os trágicos acontecimentos ocorridos em Cabinda e que levaram a saída da selecção do Togo do CAN Orange-Angola 2010, penso que, com mais frieza e objectividade e menos empatias por algumas das partes que poderei dar o meu contributo para o debate. Naturalmente, e por aqueles que conhecem o meu percurso e o meu pensamento, fomos (fui) incentivados a dar logo o meu contributo para o debate que se seguiu.

Consideramos que havia – e achamos que ainda há – muitas lacunas na questão que levou a ser mostrado o primeiro “cartão vermelho” como afirma, e muito bem, Reginaldo “Wilson Dada” Silva no seu blogue “Morro da Maianga”, neste CAN.

Tal como admitimos que mais valia que certas individualidades pautassem pela parcimónia nas palavras que produzem como alerta e bem, Orlando Castro, na sua rubrica “Alto Hama” aqui reproduzida no Notícias Lusófonas.

Aceitar – e quase louvar – um ataque sanguinário contra inocentes que a única coisa que tiveram de “mal” foi terem conseguido, no campo, conquistar o direito a estar presentes num evento desportivo ou propalar aos altos ventos que o que se passa em Cabinda é única e de exclusiva responsabilidade doo Governo angolano são factos que mostram a adopção do facilitismo. Ou seja, o assunto é deles e eles que se entendam.

Sê-lo-ia se na questão cabindense não estivessem presentes vários factores internos e externos.

Internos porque são problemas da província que não têm sido tomados em conta por incúria, inépcia ou, simplesmente, porque há quem esteja a ganhar com o problema secessionista sem que a verdade possa estar a chegar em devida condições à sede nacional, ou seja, a Luanda.

Mais do que um problema de vontade independentista que possa perpassar por uma parte significativa, admito, da população cabindense, existe também uma parte não menos significativa que deseja manter-se angolana.

E não falamos de cor. Em Maio estive na província, nomeadamente na cidade de Cabinda onde pude auscultar, discretamente, algumas pessoas que sem condenarem as forças independentistas admitiam continuar angolanas.

E isso é um factor que deve ser tomado em conta.

Mas não é perseguindo sem nexo, nem indiscriminadamente, todos os cabindenses só porque não comungam das mesmas ideias do Poder. Nem tão-pouco provocar a saída de padres que são, por norma, a “vox populi” e os porta-vozes da insatisfação local, regional ou nacional.

Se o Poder não deve olhar para as vozes independentistas somente como terroristas – convém olhar a História e, particularmente, a nossa História – também não é admissível actos como os que ocorreram no fim-de-semana passado.

Qualquer simpatia que a Comunidade Internacional pudesse ter pelos secessionistas essa foi claramente esmorecida e, talvez mesmo aniquilada.(...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado como Manchete do , de 15.Janeiro.2009

14 janeiro 2010

Detenções em Cabinda?

Circula pelos meios electrónicos e nos diferentes portais que as autoridades angolanas, no âmbito das investigações sobre o atentado à comitiva do Togo, estariam ou têm estado a proceder a diferentes detenções, algumas de personalidades reconhecidas nos diferentes meios académicos e empresariais cabindenses, bem assim, de eventuais personalidades próximas do activismo de Direitos Humanos.

Uma coisa é procurar quem perpetrou o atentado e, principalmente, os seus mentores. Estes por vezes são mais terroristas e assassinos que aqueles que levam a efeito o acto, porque se mantêm discretos em belas casinhas limitando-se a dar ordens e a mandar para a fogueira os outros. Outra coisa é atacar a eito todos os que não comungam das mesmas ideias que o Poder! E isso é o maior contra-senso que um governante pode praticar.

Além de não desmotivar os que defendem o secessionismo acirra ainda mais as vontades independentistas.

Por isso não se compreende – e a ser verdade – as eventuais detenções do docente universitário Belchior Lanso, e activista social da extinta Mpalabanda, ou de um tal Zeferino Puati, pelo simples facto deste ter na sua posse o livro de Francisco Luemba. «O problema de Cabinda exposto e assumido à luz da verdade e da justiça» apresentado em meados de 2008 em Portugal.

Tal como não se entende que possam deter o autor, Francisco Luemba, como o próprio prevê por já lhe terem feito esse aviso, por considerarem a obra como um panfleto a favor da independência de Cabinda.

Angola passa por ser uma Democracia e o Governo de Angola por respeitar os Direitos Humanos. Ora se isso é verdade – e eu acredito e quero continuar a acreditar que sim – o Governo angolano não pode deter uma pessoa só por expor ideias contrárias ao seu pensamento.

Quanto muito, e sempre por via e ordem do Procurador-geral da República solicitar a um juiz que proceda à detenção da obra para análise e, caso disso, embora considere que nenhuma obra deve ser apreendida só por defender ideias contrárias, tomar providências no sentido que junto com a mesma seja publicado um opúsculo com a defesa das teses do Estado Angolano.

É que continuarmos a calar o problema de Cabinda que existe, e como muito bem Laurindo Neto, presidente da Aliança Nacional recorda numa entrevista ao Notícias Lusófonas, “é um facto”, é dar mostras de falta de coragem para estudar e tentar resolver o problema. Só com diálogo, como apela Frei João Domingos, citado n' O Apostolado, se pode ir a algum lado.

Nada como estarmos quase a aprovar uma nova Constituição para que este assunto seja séria e frontalmente ponderado. De certeza que os nossos deputados saberão no alto da sua inteligência descobrir a melhor forma para que a questão de Cabinda seja resolvida. Eu, por mais de uma vez, já escrevi qual a minha opinião: um Estatuto especial.

Só assim poderemos descansar em Paz e dizer que a Paz está efectivamente estabelecida em Angola!

Port-au-Prince, e uma capital colapsou

(E isto foi o Palácio Presidencial; Foto ©Sapo.pt)

Uma vez mais a Terra e a sua natural propensão para repor o que está incorrecto mostrou à Humanidade como ela é pequena e deve deixar de pensar que é imortal!

O
terramoto que varreu a capital haitiana mostrou isso mesmo…

Às
vítimas, o meu respeito; aos familiares, a minha solidariedade!

Notícias Lusófonas: 13 anos é obra!


Foi em 1997 que pela primeira vez o Notícias Lusófonas deu corpo e alma a todos aqueles que, por esses mundos, sentem, amam e sofrem em português.

O Notícias Lusófonas (NL) nasceu há 13 anos. Ainda pouco se falava de Lusofonia quando, em finais de 1996, o António Ribeiro decidiu criar, na Internet, um espaço privilegiado para a comunicação entre todos os falantes da língua de Camões (hoje perto de 250 milhões), independentemente do local de habitação. Pouco depois nascia o NL.

Por Noberto Hossi

Para fazer um balanço, seja lá o que isso for, o NL convidou três dos muitos colaboradores que passaram cá pela casa e que, por sinal, continuam a dar o litro pela causa. Sem tirar nem pôr, aqui ficam os testemunhos de Eugénio Costa Almeida, Jorge Eurico e Orlando Castro.
(**)

13 anos costuma ser o início da adolescência nos jovens! Mas num órgão de informação social essa provecta idade, porque 13 anos num órgão de Comunicação Social é uma idade já interessante já não é mais uma idade de adolescência, significa a confirmação que o carácter do órgão em causa conseguiu manter alta as expectativas criadas no seu nascimento junto dos seus leitores.

Porque 13 anos, num órgão informativo, só acontecem quando a qualidade e a sobriedade estão juntas e continuamente inseparáveis.

E isso acontece diariamente com o Notícias Lusófonas que, 13 anos passados, continua a cumprir com a sua obrigação e com os parâmetros que levaram António Ribeiro meter-se nesta enorme empreitada que é a sua manutenção no éter netiano.

Para mim foi e continua a ser uma honra estar entre aqueles, Jornalistas que o são, que me acolhem no seu seio ajudando-me a ser melhor e a melhor compreender o meio comunicacional.

13 anos são, por norma uma idade difícil na vida de um jovem que sai das brincadeiras de pós-pós e dos desenhos animados e entra na vida dos livros, das complexas PSP, na descoberta dos pares contrários, no achamento da vida.

Mas num órgão de informação, 13 anos são a manifestação clara que o carácter, a segurança, as dissemelhanças, as dicotomias, e a liberdade aliadas às já referidas qualidade e sobriedade não são palavras vãs e continuam a ter sentido.

E quando esse órgão é de acesso livre e gratuito mais importante se tornam os 13 anos!

Por isso, ao Notícias Lusófonas e ao seu criador, bem assim, aos seus Director e Jornalistas principais o meu obrigado pelo apoio e a abertura que me têm oferecido.

E venha muitos mais anos!
(**)Publicado como Manchete no , enquadrado num artigo sob o título "Há 13 anos que o NL dá novos mundos à Lusofonia" onde se incluem textos de Jorge Eurico e Orlando Castro

10 janeiro 2010

CAN2010: Angola 4 - Mali 4

Como foi possível?

Como se compreende que aos 87 minutos estamos a ganhar por 4-1 e fechemos o jogo empatados?

Parecíamos uns gajozinhos porreiros a ver jogar os craques que jogam nos principais clubes da Europa...

Como disse Manuel José na entrevista curta à TPA mostrámos ser uns anjinhos que só pensaram em jogar bonito e que, isto digo eu, o Mali iria encaixar mais golos.

Fomos tão anjinhos como o foram as autoridades ao permitir a circulação da selecção do Togo do Congo-Brazza para Cabinda mesmo depois de ter sido combinado que as equipas teriam de viajar de avião. E Cabinda tem aeroporto internacional preparado para voos nocturnos...

Se não fosse o ridículo da suspeição até pareceria que os togoleses tinham sido avisados que nada iria acontecer. Ou seja, saberiam aquilo que todos nós há muito sabemos mas que as autoridades em Luanda e na cidade de Cabinda fazem por esquecer existir: a presença de militantes seccionistas e independentistas.

Talvez as informações prestadas aos togoleses não tenham sido bem enviadas. Ou será que foram os congoleses tão interessados – como os de Kinshasa, diga-se, – na desestabilização daquela parte da região africana que esqueceram de avisar os dirigentes e jogadores togoleses? E como se entende a atitude do Governo togolês mesmo depois dos seus jogadores terem afirmado que queriam glorificar o nome do País ao afirmar que estes já não o representavam? Estranho, politicamente estranho...

Mesmo que sejam uma facção da FLEC, como esta já fez questão de afirmar no exterior, a organização seccionista não se esqueceu do que há muito anda a prometer: levar o caos até onde lhe for possível mesmo que isso leve a Comunidade Internacional rejeitar ou desprezar a sua vontade de maior autonomia.

Não é com armas sobre inocentes que se atraem os Poderes e as opiniões Públicas.

Talvez que Angola tenha compreendido as duas lições. Ou seja, que não é pensando que uma equipa está moribunda só porque está a perder por 3 golos (esqueceu-se que uma parte significativa dos malianos joga em Espanha e lá o jogo só acaba quando o árbitro o confirma) nem que Cabinda é um caso sem importância como alguns querem continuar a fazer crer entre a província e Luanda.

Pode ser que assim sua Exª o senhor Presidente da República, Eng.º de Petróleos, José Eduardo dos Santos deixe de levar para eventos desportivos frases de ordem do seu partido: Infelizmente, e no futebol isso é por demais evidente, nem sempre a Vitória é Certa!

Ah!, e já agora, não tempo de informarem o antigo jornalista da RTP, Gabriel Alves que já há muito que Angola deixou de ser uma República Popular? Teria sido interessante ouvir o seu colega da TPA elucidá-lo historicamente disso…
Texto reproduzido no portal , na coluna "Malambas de Kamutangre", sob o título "CAN2010: Angola 4 - Mali 4 - Como foi possível?"

08 janeiro 2010

CAN2010 começa mal?

Quando estamos a dois dias do mais importante, ou pelo menos, mais mediático, evento desportivo que Angola vai realizar, a Taça das Nações Africanas Orange-Angola 2010, vulgo CAN2010, entre 10 e 30 de Janeiro, constata-se que ainda antes de começar já está a ser notícias pelas piores razões.

Segundo uma notícia inicialmente veiculada pelo portal
SAPO.pt, e sem grandes comentários, a equipa do Togo que vai disputar o grupo B, em Cabinda, terá sido atacada a tiro na fronteira entre o Congo (penso que no Congo Democrático) e Angola, em Cabinda, na ligação entre Chicamba e Liambo Liona.

De acordo com as primeiras informações, lamentavelmente, dois ou três jogadores togoleses terão ficado feridos, bem assim o
motorista do autocarro, um assistente técnico, o médico da delegação e um jornalista que acompanhava a selecção.

Esperemos que isto tenha sido um caso isolado e não um recrudescer de actividades que não abonarão a favor da imagem de Angola, mesmo que depois o autocarro tenha sido escoltado pela polícia, nem tão-pouco, e na perspectiva que tenham sido guerrilheiros afectos a secessão de Cabinda, nomeadamente os da FLEC; como indica o portal da
Gazeta Esportiva.net, citando o portal noticioso PNN, favorecerá internacionalmente a imagem da guerrilha anti-Luanda e a sua luta pela secessão.

Bem pelo contrário…

06 janeiro 2010

O Carnaval chegou mais cedo?

(foto ©FELIX ADAMO/AP-JN/SAPO)

A que chega a psicose do terrorismo e da super-prudência ou a mania da perseguição e da conspiração…

A notícia que se segue é tão caricata que se não fosse estarmos num novo período de tudo pode ser terrorismo até se pensaria que o Carnaval já teria chegado, e mais cedo…

O aeroporto de Meadows Field, na Califórnia, foi evacuado e encerrado durante várias horas depois de ter sido encontrada, na bagagem de um passageiro, uma substância que deu positivo em testes de explosivos. Mas afinal, eram apenas frascos de mel.

Apenas 5 frascos de mel que um incauto e inocente passageiro ia levar para familiares. Bons sensores, não há dúvidas… Mas provavelmente se levasse algum produto de plástico de características explosivas já não seria detectado.

Tal como os que têm entrado nos eventos do senhor Obama e sem convites;
e já são três