08 junho 2012

Carta aberta ao Governo: se todos somos angolanos… (artigo)

"Diz a nossa Constituição, no seu art.º 9, e entre outros itens, que é Angolano todo o cidadão que tenha por origem ser filho de pai ou de mãe de nacionalidade angolana, ser nascido em Angola ou no estrangeiro.

Ora, se todos somos Angolanos, independentemente do lugar onde estivermos – o nº 4 deste mesmo artigo isso o reforça quando diz que “Nenhum cidadão angolano de origem pode ser privado da nacionalidade originária!” – não se compreende que não usufruam de todos os direitos que a eles deveriam estar subjacentes.

Não, caros ilustres membros do Governo da República, não vou falar na tão abordada quanto já estéril discussão do direito dos angolanos na Diáspora em participar no mais alto dever de um angolano, enquanto cidadão, que é votar!

Não, desta vez, dou descanso quanto a isso.

Caros ilustres membros do Governo da República; a cidadania faz-se por diversas vias e através de diversos caminhos.

Um dos caminhos é a nossa participação no apoio às nossas selecções nas diversas modalidades quer através das nossas idas aos estádios e pavilhões quer, e no caso das Diásporas, ainda mais, por via do acompanhamento das emissões televisionadas das diferentes actividades lúdicas, como, por exemplo, dos jogos da nossa selecção de futebol – entre outras modalidades – quer para o CAN quer para os Mundiais de Futebol.

Por isso não se entende que uma importante partida do nosso seleccionado – tão importante que conjuga CAN e eliminatórias para o Mundial – não  tenha sido (re)transmitido pela nossa – e única – televisão nacional, a TPA, para a enorme comunidade que (sobre)vive no exterior. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, ed. 229, de hoje, pág. 30

Comentário: O artigo acima foi pensado e elaborado como protesto pela não transmissão do jogo Angola-Uganda pela TPA Internacional para a grande comunidade angolano no exterior.
Um qualquer jogo das nossas selecções, quaisquer que sejam as modalidades são um elo de ligação entre nós e a terra-mãe e por via disso uma forma de nos sentimos em casa.
Já no domingo, ao princípio da noite me tinha informado que constava que os direitos televisivos teriam sido “vendidos” a uma produtora independente, facto confirmado pelos editores do Novo Jornal quando, no final do artigo colocaram uma N.de R. onde isso mesmo constava que cito: Os direitos de transmissão são pertença da «Sport Five».Só comprando tais direitos a TPA podia estender o sinal à diáspora.
Nada demais; quem paga mais tem o produto.
Só que isto não é um produto qualquer. É uma representação nacional que est(á)ava em jogo. Reafirmo, um elo de ligação à Nação.
Em outros países, também os direitos podem ser – e em alguns casos, são – vendidos a independentes. Mas a lei impõe que, nos casos onde entre a selecção nacional, as transmissões devem ser facultados a canais abertos.
Mais se estranha quando a TPA, no seu portal, alardeava que era o órgão de comunicação social com mais operacionais o que me leva a supor que, provavelmente, os direitos foram para a tal entidade mas quem produziu e transmitiu foram meios da TPA.
O que, nesta situação, e caso fosse verdade, seria ainda mais lamentável.
Posso e espero estar enganado. Só não entendo porque tantos meios, porque a entidade transmissora é que, normalmente, disponibiliza mais meios.
Ficamos a aguardar que o Governo tome as devidas providências!
Não só para o exterior como, também, para dentro do País. O nosso Povo não é tão rico que possa dispor de canais pagos para ver a Selecção!

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