23 novembro 2012

Os imperativos dos poderes maioritários

"É normal que uma classe ou organização partidária maioritária faça impor as suas ideias sem que, em regra, acolha as que emerjam da oposição, mesmo que isso provoque, por vezes, querelas tanto a níveis locais como nacionais. Na realidade mais não são que formas que as oposições têm para tentar reverter as posições imperativas dos poderes maioritários.

Mas quando estes poderes se assentam em dogmas religiosos para criar leis e impor Constituições, essas coacções, por norma, acabam por terminar menos bem. É o que está a acontecer na região da Conflitualidade, ou lato sensu, na Palestina (engloba esta, Gaza e Israel) onde está instituída dois poderes antagónicos e, cada qual e na sua zona, maioritários.

De um lado, um poder político-militar assente na salvaguarda da identidade étnica-cultural dominada por judeus e israelitas: Israel. Do outro, um poder mesclado de uma salvaguarda de uma identidade étnica-cultural, como Israel, com um assento num dogma religioso que tudo resguarda e dele ressalta a legitimidade para definir toda a política social e militar de extremistas.

No meio, um povo que, tal como os judeus – e por sinal primo destes (há quem defenda que é a 13ª tribo da Judeia) – anda errante há milhares de anos sem que lhes devolvam a Terra prometida; os palestinianos.

Recordemos que a Resolução 181/1947 da ONU além de não resolver a questão da Palestina, acabou por provocar a definitiva divisão da mesma entre judeus (Estado de Israel) e árabes (Palestina) – e Jordânia – deixando sem decisão a questão mais cadente, a da cidade de Jerusalém (do grego:Hierosolima; Almeida, 2003**), capital histórica dos dois contendores e religiosa das três principais religiões monoteístas: judaica, cristã e islâmica.

Na primeira oportunidade, Israel ocupou e declarou como sua a cidade santa de Jerusalém. Mandou aqui o poder maioritário instituído que, neste momento, é dos israelitas que impedem os palestinianos de assumirem como sua capital, Jerusalém. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 253, de 23/Nov./2012

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