15 fevereiro 2013

Brasil-Angola dois vizinhos do lago Atlântico

"“O Brasil tem um débito de solidariedade com África” assim afirmava Lula da Silva em recente entrevista à revista “This is Africa” do jornal Financial Times e citado pela revista Brasil-Angola Magazine. Na mesma entrevista Lula acrescentava que acreditava que a “cooperação Sul-Sul nos obriga, em primeiro lugar, a melhorar o funcionamento das instituições multilaterais e, num segundo momento, a construir novas instituições que permitam uma maior igualdade entre os cooperadores”.

Ora é isso que as relações angola-Brasil estão cultivando, aliado ao facto do parceiro da margem esquerda ser uma das maiores potências económicas da actualidade, tendo já deixado o epíteto de emergente para ser um efectivo símbolo da moderna economia global.

Actualmente, o Brasil é a 5ª ou 6ª economia mundial com um PIB que ultrapassa os 2,5 mil milhões de dólares norte-americanos, só suplantado pela França (ou já talvez não), Alemanha, Japão, EUA e China (sendo que esta ultrapassou os EUA no final do último trimestre de 2012).

Note-se que os vizinhos da direita, nomeadamente aqueles que se perfilam com as potências regionais da SADC, estão em 29º, a África do Sul, e Angola, a 3ª economia de África, atrás de África do Sul e da Nigéria – mas fora do G20 –, como a economia mais emergente dos próximos 3 anos (segundo dados recentes, da “Economist Intelligence”, em 2016, Angola deverá ultrapassar a África do Sul como a potência económica de África).

Mas para que isso aconteça é necessários que alguns factores sejam corrigidos, nomeadamente, a redistribuição da renda nacional que continua a ser periclitante ou mesmo, em alguns casos, nula, e uma administração política geroncrata que necessita de ser alterada e modernizada visando o princípio da ética republicana num Estado de Direito.

E é aqui que as palavras de Lula da Silva se tornam factores de desenvolvimento de integração política e económica regional visando tornar o Atlântico não num meio de separação, um obstáculo, mas num veículo de união entre as duas margens.

Um grande Lago oceânico por onde se disseminou a cultura africana pelo continente sul-americano. Cerca de 50% da população brasileira tem raízes em África; e isso vê-se nos cultos religiosos de ascendência africana. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 265, (1.º Caderno), de hoje.

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