06 outubro 2010

O benefício da dúvida

Um rapto indevido – e estúpido – de um português, em São Tomé e Príncipe, sobre quem incidia um mandato de captura – Angola e STP não têm acordos de extradição –, levou Eduardo dos Santos a demitir o Ministro do Interior, Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, por este ter dado cobertura política a quem o praticou.



O novo Ministro, Sebastião José António Martins – até há pouco pertencendo aos serviços de segurança –, no dia de posse, afirmou que as suas prioridades visam trabalhar para que a autoridade do direito democrático do Estado seja reforçada e elevada “promovendo-se a sua defesa e a segurança das populações e sociedade em geral” bem assim, transferir as suas “atenções no sentido do enfrentamento da criminalidade, visando essencialmente atender os crimes de violência acrescida e os que atentam contra as pessoas, entre outros”.



Bonitas e sensatas palavras se vier conseguir concretizá-las.



Até lá o meu benefício de dúvida.



Note-se que além desta remodelação o presidente Eduardo dos Santos procedeu à substituição do general Francisco Furtado no cargo de Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) pelo general Geraldo Sachipengo Nunda, um dos antigos chefes de guerrilha da UNITA que foram incorporados, em 1993, nas FAA, cindiu o Ministério Estado e da Coordenação Económica, liderado pelo então ministro Manuel Nunes Júnior, criando o da Economia, que passa a ser ocupado por Abraão dos Santos Gourgel, que deixou o cargo de governador do BNA, o qual passa a ser dirigido por José de Lima Massano, e a Comissão Económica da Comissão Permanente do Conselho de Ministros – com figuração semelhante ao Ministério das Finanças – que passa, por delegação de poderes, a ser presidida pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Feijó.

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