28 dezembro 2015

Os estrangeirismos na língua portuguesa (artigo)

"Acabei de ouvir numa televisão portuguesa um ministro português dizer algo como “(…) têm de “setocar (…)”. Como reconheço, sempre que isso o exija, a minha ignorância e o meu desconhecimento de muitas palavras e expressões portuguesas tentei procurar nuns dicionários (por acaso dois e bem reconhecidos) o que quereria dizer aquela palavra sublinhada. Nada! Népia! Nothing (como está na moda…)!

Bom, se os dicionários não me ajudam, bota lá uma ida ao “sabe tudo”: o Google. Surpresa, também não conhecia esta palavra.

Bolas se um ministro, um membro responsável governativo e representante nacional (de qualquer que seja o país) perante os jornalistas e em representação do seu país (ou de outro qualquer, neste caso, era português) envia para o éter esta palavra é porque existe; não será?

Mas como o Google quando não reconhece alguma palavra dá-nos sempre uma pista, fiquei a aguardar; poderia ser um brasileirismo. Como se sabe os brasileiros, nós agora também usamos muito deste exagero, usam muitos estrangeirismos, principalmente anglicismos, para mostrar, penso eu – talvez esteja errado –, alguma sabedoria intelectual utilizando-as como expressões de português, de uso corrente. Isto quando não usam mesmo palavras estrangeiras nos seus vocábulos.

Ora o Google também me esclareceu… NADA! Ainda avançou se eu não quereria dizer… «Stock»? Coitados dos ianques, tipo “português”, ficaram bué malucos!

Pois, é que uma coisa será adoptar como nossas, palavras que não existiriam no léxico português; outra é havê-las e usar com denodo um estrangeirismo. Nos primeiros casos, estava a recordar de “abat-jour” “anorak”, “atelier”, “ayatollah” “badminton”, “ballet”, “barman”, “blog”, “cartoon”, “donut”, “doping”, “dossier”, “dumping”, “eau-de-toilette”, “fair-play”, “gulag”, “self-service”, “sexy”, “soutien” e muitas e muitas dezenas de palavras nas mesmas condições. A maioria manteve a palavra de origem, outras foram aportuguesadas.

Para o segundo caso, estava a recordar de uma, actualmente muito em voga nas cidades e na comunicação social brasileiras, o “impeachment”! Palavra que, por acaso, tem dupla tradução em português. Uma de raiz brasileira (cassação) e duas de raiz continental (destituição ou impugnação). Mas é mais intelectual dizer um estrangeirismo!

Os portugueses têm uma dupla expressão para estes pseudo-intelectuais: parolice!

E nós gostando muito de mostrarmos essa vertente pseudo-intectual brasileira – adoptada em muitas telenovelas que se veem no burgo – estamos a copiar desenfreadamente os estrangeirismos. É bué curtido!

Ora aqui (ou será aki? – com sms ou restrições métricas por causa do Twitter, por vezes já nem sei como se escreve português) está uma palavra nossa adoptada pelos brasileiros exportada para Portugal, v ia telenovelas brasileiras e considerada como brasileira, e recuperada por nós pela mesma via! Bué!!!

Temos um riquíssimo léxico nas nossas línguas nacionais para usarmos sem parcimónia em frases de vocabulário português. Se de facto o temos, e nas nossas mais variadas línguas nacionais, porquê usarmos anglicismos, galicismos ou, mesmo, castelhismos (ou espanholismos – falam castelhano e não, como erradamente se costuma dizer, espanhol)?

Está tudo Malaique” ou como dizem os nossos Kotas sobre estes pseudo-intelectuais: Ãhi! Anjalumba! (do umbundo: Irra! Vaidade!)

E porque estamos na época tenham todos Bué Festas Felizes e um Nice Merry Xtmas. Upps. Desculpem estava a escrever e ver um site (upsss… portal) brasileiro e fui numa wave bué flat (uppsss… desculpem, numa calma onda)!

Na realidade o que queria dizer e escrever era que desejo a todos os funcionários, colaboradores e leitores do Novo Jornal, um Feliz Natal e um Ano Novo 2016, se não melhor – o que se espera e deseja sempre –, pelo menos que não seja pior.

A todos, Bué Festas Felizes!"

(texto escrito em mesados de Dezembro)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 412, de 23 de Dezembro de 2015, página 19 (1º caderno)

23 dezembro 2015

Boas Festas 2015

Desejo a Todos @ Amig@s Um Feliz Natal cheio de harmonia, paz e amizade!(Merry Christmas! Joyeux Noël! Feliz Navidad! Frohe Weihnachten! Веселого Рождества!)

(este meu poema, pode ser lido integralmente aqui.)