30 novembro 2004

Moçambique vai a votos


1 e 2 de Dezembro serão dias históricos para Moçambique.
Não só porque há eleições mas também por causa delas.
Pela primeira vez a diáspora vai a votos. Que seja um case study a seguir pelos restante PALOP’s.
Força Moçambicanos. Continuem a mostrar o civismo que, com maior ou menor grau, mostraram ao longo da campanha eleitoral.
Como afirmou Jimmy Carter vocês começam a ser um exemplo a seguir.

Dois dirigentes “sportinguistas” amuam e Portugal que se...


Não há dúvidas que este Portugal continua a parecer mais um país de “forró” com bailinhos, viras e rodopianços onde todos dançam e nada levam a sério.
Quando José “ex-Durão” Barroso deu vilas-a-diogo defendi, e tinha razões válida para o não fazer, que PSL deveria ser o novo Chefe de Governo a bem da estabilidade governativa, social e económica deste país.
Alguns criticaram-me. Mantenho o que na altura disse. Tal como mantenho ser um absurdo que quatro meses depois Sampaio decida-se pela dissolução da Assembleia da República, pensando os seus assessores, talvez, que com isso irão dar o poder ao PS.
Mas esquecem-se que os portugueses esquecem rapidamente as agruras mas não as ofensas... e PSL sabe como ninguém tirar partido delas. Lembra-se da disputa para a Câmara Municipal de Figueira da Foz e, mais tarde, de Lisboa.
Entretanto, como ficamos com o Referendum para o Tratado Constitucional da União Europeia?
E porque o sportiguista-mor só pensa confirmar a dissolução da AR após a aprovação do Orçamento de Estado?
Não há dúvida que este Portugal é um contínuo “forró”.
Depois queixem-se de Alberto João e das suas críticas a esta República.

28 novembro 2004

O meu próximo Livro


Este é o meu próximo Livro.
Apesar da sua edição ainda ocorrer este ano, todavia, e devido a compromissos com as distribuições natalícias, a sua distribuição livreira só ocorrerá no princípio de Janeiro.
Ainda assim, quem quiser obter mais cedo a obra poderá fazê-lo directamente através da editora Autonomia27 ou no seu pré-lançamento que deverá ocorrer nesta próxima quinzena na Casa de Angola onde espero contar com a vossa presença.
A obra, com Prefácio do Professor Sousa Lara, teve por base a minha dissertação para o Mestrado em Relações Internacionais "Fundamentalismo e Tolerância Político-Religiosa em África (Repercussões nas Relações Externas do Continente Africano)"

27 novembro 2004

2ª volta, JES questiona Tribunal Supremo


José Eduardo dos Santos surpreendeu meio mundo político ao divulgar numa reunião ordinária do “politburo” do MPLA que iria solicitar ao Supremo Tribunal que analisasse a necessidade de se efectuar, ou não, a segunda volta das eleições presidenciais que deveria ter ocorrido há doze anos, desta feita entre ele, primeiro posicionado, e António Neto, o terceiro do escrutínio, pela morte de Savimbi, o então segundo mais votado.
Ou seja, quando o sistema político parecia entrar nos “eixos” com a marcação das eleições legislativas, a perspectiva da aprovação da nova Lei Constitucional e as eleições presidenciais eis que JES dá uma de Mestre para poder perpetuar a sua permanência no poder.
Senão, atentemos.
Caso o Supremo confirme a necessidade de se realizar a segunda volta, - não sei se será legal, mas legítimo será – o vencedor terá todo o direito de permanecer no como inquilino do Fetungo durante uma magistratura, ou seja, cinco anos.
Assim, JES que deveria sair dentro de, mais tardar, dois anos – não prospectivo que se recandidatasse a mais um mandato – eis que encontra um renovado interesse pela manutenção, em princípio legal e legítima, do cargo de mais alto Magistrado da Nação.
É que não vislumbro uma vitória de Neto, em qualquer dos casos...
Mesmo que social e politicamente esta eventual segunda volta seja um perfeito absurdo, como o já tinha afirmado, anteriormente, por
duas vezes, tenho de reconhecer que esta foi um coelho tirado da cartola.
Digam lá se não é de Mestre?

Ruanda ameaça rebeldes na RDCongo

Apesar do Conselho de Segurança de ONU, reunido em Nairobi, ter advertido que qualquer incursão ruandesa na RDC poderia ameaçar estabilidade regional, o Ruanda avisou que atacaria os rebeldes dentro da República Democrática do Congo a menos que sejam desarmados.
De notar que os rebeldes citados pelo presidente Kagame são compostos por milícias Hutu "Interahamwe" e por antigos militares das Forças Armadas do Ruanda (FAR) que tomaram parte no genocídio de 1994 (ver o tocante testemunho de Yolanda MukagasanaNão tenhas medo de saber”.
O líder ruandês, Paul Kagame, avisou que se a "comunidade internacional e o Congo não podem cuidar deste problema, também nós simplesmente não poderemos continuar a estar socando bolas para estes criminosos".
Todavia, tanto o CS como o Congo consideram esta atitude ruandesa um pouco extemporânea e, no caso congolês, arrogante.
Só que os ruandeses estão fartos de tantos ataques às suas fronteiras, a partir do Congo, e aproveitam-se, também, da fraqueza do regime de Kabila que, parece já não contar com um apoio inequívoco quer de Angola quer do Zimbabwe.
Também a África do Sul, que não deseja perder protagonismo nesta região para Angola nem permitir que o Ruanda consiga manter a sua influência militar na zona, considerou, na última reunião havida durante a Conferência para os Grandes Lagos que os capacetes azuis das NU deveriam ter maior capacidade para desarmar os rebeldes mesmo que pela força.
Em vésperas da Cimeira da Francofonia, uma interessante dança de influências nos Grandes Lagos, principalmente se nos recordarmos que há dez anos a França e a Bélgica foram dois dos principais pilares do genocídio do Ruanda.

Sul-africanos condenados na Guiné-Equatorial

Os sul-africanos detidos devido a uma eventual intentona contra Teodoro Nguema foram condenados por um tribunal de Malabo a pesadas penas de prisão. De acordo com a SABCnew dos oitos detidos três foram absolvidos, quatro condenados a 17 anos de cadeia e o líder, Nick du Toit sentenciado a 34 anos de prisão.
De notar que o procurador-geral equatorial tinha pedido a pena de morte tanto para Toit como para Severo Moto, líder oposicionista exilado em Espanha.
Apesar de ausente, Moto não deixou de ser condenado a 63 anos de cadeia.

Estranha-se estas condenações quando na semana passada Zimbabwé, e após curta visita de Mugabe a Malabo, ter deixado cair a maior parte das condenações de que eram acusados os “mercenários” detidos em Harare pela mesma tentativa de Golpe contra Nguema e quando África do Sul ainda não arriscou uma condenação clara contra Teatcher, conotado como financiador da intentona.

26 novembro 2004

A crise alimentar em África

O Fundo das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) advertiu que, actualmente, cerca de 35 países, a maioria africanos, enfrentam problemas de emergência alimentar.
Os países do leste e sul do continente são os mais afectados, em consequência de seca e conflitos armados.No caso da África Ocidental, o problema continua a ser a praga de gafanhotos.

Apesar de tudo, o director geral adjunto da organização, Hartwig De Haen, prevê que o aumento da produção alimentar a nível mundial e o aumento dos preços das matérias-primas possam, a breve prazo, contribuir para minorar aquelas dificuldades.
O problema está mais a montante. Faltam gestores capazes e impolutos que saibam gerir correctamente a possibilidade de um período de vacas gordas.
Infelizmente, tem sido sempre assim. Que o digam aqueles que já foram considerados os celeiros africanos.

25 novembro 2004

Afro-Basket de Clubes 2004

A Taça dos Clubes Campeões Africanos em Basquetebol, que se está a realizar no Cairo, perspectiva uma final angolana.
O 1º de Agosto e o Petro de Luanda apuraram-se para as meias-finais vencendo as respectivas séries.

Os petrolíferos vão defrontar o ABC da Cote D’Ivoire, segundo da série do 1º Agosto, que por sua vez, vão tentar desbravar o último caminho para a revalidação do título enfrentando os anfitriões do Al Ahly, derrotados na última jornada pelo Petro.

Nota complementar:
O 1º de agosto sagrou-se este sábado bi-campeão africano de basquetebol sénior masculino ao vencer na final o ABC de Cotê de Ivoire por 71- 53, que, surpreendentemente, eliminou o Petro equipa que nem o terceiro conseguiu obter..

22 novembro 2004

Namíbia, as legislativas e presidenciais


Depois de um acto eleitoral e um escrutínio silenciosos e sem quaisquer problemas de maior o organismo regulador do escrutínio anunciou que a SWAPO elegeu 55 deputados dos 72 assentos em disputa para o Parlamento e o seu candidato Hifikepunye Pohamba, obteve 76, 4 % dos votos para as presidenciais.
De notar que a SWAPO perdeu dois lugares e que o Congress of Democrats (CoD) e o DTA of Namibia foram os grandes derrotados obtendo somente 2 e 3 lugares. Os restantes 12 lugares foram divididos entre a UDF e pelos novos partidos Nudo e Republican Party.
Pode ser que esta calmaria e civilidade com que decorreram as eleições namibianas seja um bom presságio para as eleições moçambicanas de 1 e 2 de Dezembro.

Guiné-Bissau, Conferência da Bolanha

No final da semana que passou, a associação guineense Bolanha levou a efeito uma Conferência, na ACIME, subordinada oa tema "Golpes no Destino da Guiné-Bissau"
Na sequência desta conferência proponho a leitura atenta ao pensamento do Prof. Adelino Maltez (que esteve presente nessa Conferência) no seu blogue e que intitulou por "Dar voz à Guiné! A terra para os filhos da terra!".
Cita um grito de um Guineense que vê terceiros chegarem, verem, e tudo levarem, ou, como ele diz "... temos um terra fértil e rica que precisa de ser trabalhada pelos filhos da terra para os filhos da terra. O lucro ganho pelos estrangeiros da sub-região vai para a terra deles. O Estado nao consegue controlar toda a fuga. " Enquanto isso, os filhos da terra penam por uma melhor situação e sem terem condições de trabalho.
Acaba por ser um complemento ao magnífico e gritante apontamento de Aly Silva "SOS Bijagós"
Dois apontamentos para ler e meditar.

20 novembro 2004

Angola Tri-vencedora da Taça Cosafa Castle



A selecção nacional de futebol em honras, venceu em Lusaka, através da marcação de grandes penalidades a sua congénere Zambiana por 5-4, para a Cosafa Castle Cup .
Os "Palancas Negras" e os zambianos terminaram o tempo regulamentar em branco.
Depois de 1999 e 2001, Angola torna-se na primeira selecção a conquistar o “tri”.

20 de Novembro: Dia Universal da Criança



20 de Novembro: Dia Universal da Criança
Nesta data, a ONU conseguiu que todos os países aprovassem a Declaração dos Direitos das Crianças.
Pena é esquecerem-se dela na maior parte das vezes.
Senão, que pensar deste apontamento.

18 novembro 2004

Darfur, Reunião do CS no Quénia

© Save Darfur.org
Está reunido no Quénia, o Conselho de Segurança para tratar unicamente da questão sudanesa.
O projecto de resolução sobre o Darfur/Sudão, que deverá ser votado amanhã, não prevê sanções contra o Governo sudanês, conforme foi confirmado por John Danforth presidente do Conselho, em exercício.

Crianças-Soldados usadas em cerca de 20 Conflitos

©
Em Angola, apesar de a guerra civil ter terminado em Abril de 2002, ainda não foram desmobilizadas 16 mil dessas crianças
Milhares de crianças estão a ser forçadas a combater em pelo menos 20 conflitos no mundo, principalmente em África, embora sejam também recrutadas em países ocidentais como os Estados Unidos da América e o Reino Unido. Estes dados constam de um relatório divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) Coligação para Acabar com o Uso de Crianças-Soldados, que analisou a situação em 196 países, desde 2001.
A mesma fonte refere que, com o fim dos conflitos no Afeganistão, Angola e Serra Leoa, cerca de 40 mil crianças-soldados foram desmobilizadas, mas, em contrapartida, só para os conflitos na Costa do Marfim e no Sudão, foram recrutadas 25 mil.

Tudo isto, e muito mais, está num Relatório denominado "Relatório Global sobre Crianças-Soldados 2004" e citado pelo
Notícias Lusófonas.
De notar que segundo este órgão só 11 dos 26 Estados africanos é que já ratificaram o Tratado da ONU sobre Crianças-soldados, promulgado em 2002.
Dos PALOP só Cabo Verde é que ratificou. Guiné-Bissau, assinou-o mas não o ratificou. Os restantes ainda nem o assinaram.
Mas se estados como o Burundi, República Democrática do Congo, Birmânia e Sudão usam ou usaram crianças nos seus conflitos, outros há, como a Colômbia, Uganda e Zimbabué, apoiaram grupos paramilitares e milícias que também recorreram a crianças-soldados, ou usaram as crianças como franco-atiradores, informadores e espiões, casos como o Nepal, a Palestina e a Indonésia, ou que cerca de 60 países ocidentais, onde se incluem Austrália, Áustria, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, que persistem em recrutar crianças de 16 e 17 anos.
Quando os conflitos acabam, ou são desmobilizadas, estas crianças serão o que?


Nota complementar: O semanário Expresso, ao contrário da generalidade dos jornais lusos, faz referência a este assunto neste fim-de-semana, de 20 de Novembro.

HOW AMERICANS TEACH GEOGRAPHY



Recebi assim... e assim o deixo, sem mais comentários!

17 novembro 2004

Uma inflação baixa em Angola ?!?!?!


De acordo com o governador do BNA, Amadeu Maurício, citado pelo AngoNotícias, a inflação média mensal em Angola, e como previsto, vai manter-se dentro dos 2% até ao final do ano, isto mesmo tendo em conta a espectacular subida dos preços de combustíveis – em média de 70% - registada desde 15 de Novembro pp, ou da subida em quase 100% do preço de um saco de cimento.
É! Também gosto de sonhar!
E por isso, entretanto, eu também vou ganhar o superjockpot de 32 milhões de Euros do Euromilhões.
Deixemos de lirismos, por favor. Essa faz-me lembrar a do jacaré. Nem o FMI a vai engolir.

16 novembro 2004

OS EUA, a Convenção de Genebra e o TPI


A Convenção de Genebra, sobre “prisioneiros de guerra”, assinada em 1949 (Convenção III de 12 de Agosto) e ratificada por, entre outros, os EUA, declara que são prisioneiros de guerra todos os combatentes capturados caso integrem as Forças Armadas de um Estado de Direito ou uma milícia organizada (artº. 4).
Face às dúvidas levantadas pelos EUA na sua guerra contra o terrorismo em reconhecer os eventuais detidos como prisioneiros de guerra, o artº. 5º da Convenção afirma que esse estatuto é dirimido num tribunal competente.
1. Década de 60/70, Guerra do Vietname: beligerantes: EUA face a vietcongs e norte-vietnamitas; uma Guerra Menor (guerra de guerrilha) pautada por sangrentos momentos de guerra convencional.
Várias foram as ocasiões que os norte-americanos invocaram a convenção de Genebra para tratamento humanizado dos seus militares pelos inimigos, em particular, pelos vietcongs;
2. Fallujah, 15 de Novembro de 2004, II Guerra do Iraque (a continuação):uma guerra menor entre as Forças da Coligação (leia-se essencialmente EUA) e iraquianos regulares, por um lado, e rebeldes pan-anti-Coligação (vulgo terroristas), por outro.
As televisões mostram uma rusga casa-casa efectuada por militares norte-americanos. A dado momento um dos militares verifica que entre os corpos espalhados está um vivo. Depois...
Bem, depois, ecrã escurecido, áudio aberto, e uma rajada de metralhadora... um voz off diz que “disparou uma rajada à cabeça” e ouve-se o militar: “Agora está morto
Agora se percebe porque os EUA não querem nem autorizam que qualquer cidadão seu seja julgado, ou possa a vir a ser julgado, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
E muitos países, nomeadamente europeus e africanos, concordaram e ratificaram esta posição.
E depois alguns ainda se surpreendemque, mesmo entre os aliados, comece a crescer, para níveis perigosamente elevados, um anti-americanismo primário.

15 novembro 2004

Costa do Marfim: armas embargadas pela ONU e UA

..
Os membros do Conselho de Segurança das NU decidiram aprovar um projecto de Resolução francês que preconiza o embargo de armas à Costa do Marfim e sanções a algumas personalidades costamarfinenses.
Entretanto, na Nigéria, que detém a presidência em exercício da U.A., realizou-se uma cimeira extraordinária, onde foi aprovado o embargo de armas para todas as partes costamarfinenses envolvidas no conflito, de preferência com efeitos imediatos.
O interessante desta Resolução está no facto da mesma, embora válida por 13 meses, só entrar em vigor a partir de 15 de Dezembro próximo.
Até lá... aceitam-se as magníficas ofertas intermediárias de Falcones, Gaidamaks, Coutinhos e afins e visitas de gestores de contas bancárias.

13 novembro 2004

12 de Novembro, volta a normalidade

Um dia depois das festividades do Dia Nacional, em Namibe, nada como voltar à normalidade:

  • A economia angolana está quase totalmente tomada pela “economia informal”. Em Luanda 73% dos seus 4 milhões de “ocupantes” subsistem à custa de uma actividade económica caracterizada pelo “desenrasca”. Esse número aumenta para 93% da população activa no meio rural nacional. Ou seja, “o sector não estruturado da economia é responsável pelos meios de subsistência da esmagadora maioria da população angolana”, são palavras do vice-ministro do Emprego e Segurança Social, Sebastião Lukinda;
  • “Um deputado da Unita, Vicente Tembo, é baleado no Bairro do Prenda por desconhecidos. A própria Unita admite que neste caso não deverá ter havido conotações políticas”. Os próximos dias dirão. Só se espera que não seja como o caso do falecido presidente do do Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional, Mfulumpinga Lando Víctor quando foi baleado mortalmente por um grupo de desconhecidos, segundo as autoridades para roubarem o seu carro.
  • Entretanto, perto do aeroporto 4 de Fevereiro, “um vendedor ambulante, que tentava escapar ao controlo dos fiscais que não permitem a venda na rua é baleado e morto por um fiscal que, no entanto e segundo as forças policiais de Luanda, já está detido”. E saberemos qual a pena aplicada? É que a população começa a estar demasiada inquieta com estas cenas quase corriqueiras.
  • Mas nem tudo parecem ser notícias menos boas. Segundo o Governo, “o OGE prevê um crescimento no PIB de 12%, para 2005”, o que corresponderá a um aumento quase 4 vezes mais que este ano... Não é para o final do ano que haverá eleições???

Tudo isto está quase tudo aqui, de uma forma nua e crua (excepto os comentários).Ou seja, a normalidade parece ter voltado.

12 novembro 2004

As PMC's e o neo-colonialismo francês

Belíssimo artigo de Aly Silva no Ditadura do Consenso, sob o título “Cães de Guerra”, sobre a questão costamarfinense e a problemática dos mercenários “legais” e o neo-colonialismo francês.
Um artigo na linha daqueles que habitualmente nos proporcionava quer no Jornal Lusófono, quer no sítio do Jornal, que irá perfazer no próximo dia 15, mais um aniversário de saudosa vivência
Só uma coisa detestei no artigo. A fotografia.
Tão belos animais deveriam ser poupados a uma eventual conotação com as PMC (Private Military Companies) empresas recrutadoras e formadoras dos novos e legais mercenários da moderna sociedade proto-militarista.
Também entendo que a cadela pode passar pela Mãe África onde os cachorrinhos (leia-se os exploradores) mamam até fartar e secar.
Mas caro Aly tem dó. Adoro demasiado os animais – mesmo os que são treinados para lutar e matar – para os ver neste meio.

11 novembro 2004

Angola, dipanda 29 anos depois


Vinte e nove anos se passaram desde 11 de Novembro de 1975; houve
Intransigências várias e uma guerra fratricida por tempo demasiado, um
Nepotismo imenso e incongruente sempre presente aliado a uma
Tirania e desrespeito pelo próximo, quantas vezes insuportáveis; vis
Embustes, trapaças e despotismo por vezes contínuos e descontroláveis.

Este foi um dos piores períodos de Angola.

Nova vida está emergente, prenhe de novos valores;
Outros importantes actores começam a surgir para dar força necessária para
Viver o dia-a-dia de outra forma e com uma outra perspectiva do País;
Este é o novo rumo que todos desejamos para o Futuro de Angola


Hoje é o Dia Nacional de Angola. Estamos longe, mas perto de todos.

10 novembro 2004

STP, que liberdade de imprensa??

Em Portugal fala-se muito no contraditório por causa do Caso Marcelo / TVI / Governo.
Ora, pelos visto a moda pegou para além-fronteiras lusas. Já ontem a RTP África fez eco; hoje é na Angop, como se reproduz, em parte:
"O Sindicato dos Jornalistas São-tomenses (SJS) insurgiu-se contra a exigência do partido no poder para a revisão dum acordo assinado com Portugal que permitiu a entrada no arquipélago da RDP e da RTP, soube-se hoje de fonte segura em São Tomé. Numa recente sessão parlamentar, os deputados do MLSTP/PSD, no poder, exigiram ao primeiro-ministro, Damião Vaz d`Almeida, tome medidas para a revisão do acordo de cooperação no sector da comunicação social assinado com Portugal, alegando que a RDP e a RTP "estão a sujar a imagem do país". Entretanto, o SJS diz-se atento e prometeu denunciar as acções que visam silenciar os dois órgãos portugueses que abordam, essencialmente, assuntos ligados aos PALOP. "O primeiro alvo a abater pelo actual poder são vocês os jornalistas para depois proporem em vosso lugar profissionais fiéis ao poder. A direcção da RDP e da RTP- África têm que estar atentas porque até agora os seus correspondentes têm prestado um bom serviço à São Tomé e Príncipe" afirmou o presidente do SJS, Ambrósio Quaresma, que prometeu, ainda, também levar a cabo um "combate cerrado" em nome da liberdade de imprensa no arquipélago.
Primeiro na Guiné-Bissau, ontem em Portugal, hoje em São Tomé e Príncipe, amanhã...
Soubre esta problemática da Liberdade de imprensa, estou a recordar-me de uma comunicação de David Borges, no Congresso da Quadros da Lusofonia, organizado pela Liáfrica, sob o título "A libertação do jornalista" - citada na íntegra do Jornal Lusófono, nº 52 de Maio de 2004 - onde abordava as sete "libertações" do jornalista. E duas delas diziam respeito à "libertação é a do respeito interno e externo pela função jornalística" e a outra à "do corte com todos os condicionalismos políticos" com a consequente "defesa das conquistas já obtidas".
Penso que deveria ser reeditada esta Comunicação que embora tenha sido dita em Maio passado está muito actual.

09 novembro 2004

O Muro... quinze anos depois

Berlim Palestina
Há 15 anos, um Muro da Vergonha desabava e com ele uma ideologia utópica e retrógrada, causa de alguns escolhos cujos efeitos ainda hoje fazem sentir.
15 anos depois um novo e vergonhoso Muro cresce com a complacência muda de um Ocidente que se reclama de princípios democráticos, despreconceituosos e da livre e sã convivência.
Até quando?

07 novembro 2004

Com vizinhos destes...

Alguns dias atrás li, algures, que o grande problema da Guiné-Bissau era conseguir sobreviver ao turbilhão que se passa à sua volta.
Ele é a Serra Leoa, o Mali, a Casamance, a Libéria e a Costa do Marfim.
A Serra Leoa parece estar relativamente calma; a Casamance não viram com bons olhos a posse das novas chefias prevendo que lhes aconteça o mesmo por quando do consulado de Ansumane Mané, - ou seja, ver o apoio guineense congelado -, a Libéria, apesar das imagens relativas à entrega de armas ainda não mostra sinais de estabilização; agora temos, de novo, a Costa do Marfim.
Depois de se ter conseguido um cessar-fogo entre as forças governamentais de Laurent Gbagbo e os rebeldes em Maio de 2003, eis que, sem que nada o fizesse prever a força aérea governamental ataca Bouaké, o bastião dos ex-rebeldes das Forças Novas, bem assim no norte do país, provocando mortos e feridos entre a força francesa “Licorne” e norte-americanos da ONUCI que estão estacionados ao abrigo dos acordos de cessar-fogo.
A primeira grande reacção veio de Paris onde o presidente Chirac ordenou a destruição dos meios aéreos militares costa-merfinenses (FANCI) no que foi apoiado pelo Conselho de Segurança da ONU que remeteu todas as responsabilidades ao presidente Gbagbo.
De acordo com uma fonte anónima citada pela
panapress "estas operações são programadas e vão continuar com outras do mesmo género nos próximos dias".
De facto, com vizinhos destes, quem é que se sente seguro?

06 novembro 2004

As "desestabilizações" da Mauritânia

Desde há um tempo a esta parte que o regime integrista mauritano vem reclamando de constantes tentativas de Golpes de Estado. Foi em 8 de Junho de 2003, e mais recentemente, a 8 de Agosto, com algumas crises desestabilizadoras intermédias.
Um dos seus inimigos predilectos – leia-se incentivador dos mesmos – tem sido a Líbia, no que, a pedido de Khadafi, já originou uma intervenção quer da União do Magrebe Árabe (UMA), quer da Liga Árabe quer, ainda, da UA no sentido de normalização de relações.
Mas não foi só a Líbia ser acusada dessa participação, em particular no frustrado Golpe de 8 de Agosto. Também o Burkina Faso foi acusado de envolvimento na conspiração para derrubar o Governo do Presidente Maaouya Ould Sid'Ahmed Taya, no que foi prontamente negado pelo MNE burquinabe, Youssouf Ouédraogo.
Agora algumas dezenas de oficiais e civis foram detidos e acusados pelo regime mauritano de terem participado numa reunião preparativa de um Coup d’ État para 15 de Agosto passado no qual participaria, entre outros, o comandante Mohamed Lemine Ould, mentor da tentativa de Junho de 2003, no que o regime chama de tentativas de desestabilização do Governo.
Só que o problema mauritano não está tanto nas questões político-militares mas, tão só, nas sociais, económicas e, acima de tudo, alimentares, agravadas com a praga acridiana e uma prolongada seca de vários anos.
É, infelizmente, um problema congénito do Sahel para o qual não se vislumbra alternativas.
A região é pobre. Os gestores políticos incompetentes.

05 novembro 2004

Arbusto, perdão... Bush, again...

4 anos depois, Arbusto ataca de novo... perdão: Bush tem novamente problemos com computadores.
Um erro de computador numa secção eleitoral no disputado estado de Ohio (norte) beneficiou com 3.893 votos o republicano George W. Bush que, segundo os cálculos oficiais, só recebeu 365 votos, noticiou esta sexta-feira o jornal Columbus Dispatch,
citado aqui.
De notar que no círculo eleitoral onde se verificou esta anomalia, condado de Franklin, só estão registados 638 eleitores que alertaram as autoridades, durante a divulgação dos resultados nas diferentes secções voto.
Se houver mais olheiros, não sei não...

Edmundo Rocha: Angola...


Apesar de já ter saído em 2003, só agora tive o prazer de entrar em contacto com esta obra.
É um interessante livro sobre a evolução do nacionalismo angolano nos anos da pré-guerra colonial
Proponho uma leitura atenta ao mesmo que pode ser obtido na Casa de Angola, em Lisboa.

Rússia ratifica o Protocolo de Kyoto

© Nos tempos que correm, onde a corrida ao desenvolvimento anárquico parece não ter fim, principalmente entre os países em vias de desenvolvimento – acordaram agora para a realidade económica e tecnológica –, é de assinalar a ratificação pelos russos do Protocolo de Kyoto para a redução da emissão dos gases do efeito estufa.
O Protocolo de Kyoto é o primeiro e genuíno Tratado ecológico que há memória.
De notar que esta ratificação só teve efeito após a União Europeia ter apoiado a entrada da Rússia na OMC, o que já não se verificou com a China que obteve o apoio de outro dos maiores prevaricadores, a para dos chineses, na emissão de gases: os E.U.A.
De notar que Bush, numa das suas primeiras medidas do seu primeiro consulado foi anunciar a não ratificação do Protocolo invocando que o mesmo traria desemprego ao país – só não se entende como o desemprego americano esteja em 5,5% (cerca de 8,1 milhões de desempregados), apesar de, em um ano, terem sido criados 2,2 milhões de novos empregos. Enfim.
De qualquer forma, com a ratificação russa o Protocolo já pode entrar em vigor ddo ter ultrapassado a quota de 55% necessários para tal.
Os russos só por si produzem 17,4% do total das emissões de poluentes para a atmosfera.
Esperemos que Bush, neste seu novo consolado, se decida por ratificar o Protocolo. Deixem-se ser utópico, p.f.

04 novembro 2004

E depois de Arafat?


Apesar dos desmentidos, nomeadamente por parte do porta-voz oficial do Hospital onde está internado, são mais as vozes que afirmam que Arafat já está em morte cerebral.
É natural que haja necessidade de preparar a Região da Conflitualidade para o mais que certo desenlace. Anunciar o passamento terreno do comandante Abu Ammar na véspera do principal dia religioso para os muçulmanos e em pleno Ramadão, não seria social, politica e militarmente muito curial para a Região.
E depois dele, como se irão comportar os agentes daquela região; mais a mais com a previsível e cantada vitória de Bush?
Esperemos que os actores – na maioria péssimos actores – se comportem e pensem nos inocentes que nada têm a haver com as políticas de terra queimada que ambos os lados tão maravilhosamente fazem gala em praticar.

03 novembro 2004

Bush, more four years????


Parabéns aos “Bushmanos” por termos mais quatro anos de instabilidade internacional.
Veremos, também, o que África irá ganhar com esta reeleição... isto caso não haja algum volte-face em Ohio, dado ainda haver mais de 200.000 votos por contar e reconferir.
De qualquer forma, confirmando-se a vitória de Bush, quem ganhará de certeza serão os seus amigos petrolíferos do Texas (as reservas americanas estão muito em baixo) e as empresas ligadas ao aparelho castrense norte-americano.
Também quem deverá estar satisfeito é o seu amigo bin Laden que assim terá mais razões para nos "chatear" a todos.

STP, Quem são no "Processo GGA"

Acabei de ouvir na RDP África.
O antigo p.m. de São Tomé e Príncipe, e actual deputado pelo MLSTP, Guilherme Posser de Andrade por não ter sido logo atendido, quando solicitado, pelo Procurador-Geral da República, tentou agredi-lo e destruiu uma parte do recheio do Gabinete do Procurador.
Segundo o Procurador já foi decretado ordem de detenção a Posser de Andrade.
Tudo isto vem na sequência do processo do
Gabinete de Gestão das Ajudas (GGA) por crimes de lavagem de dinheiro, onde também está indiciada a ex-p.m. Maria das Neves que, após a sua audiência, afirmou à saída da Procuradoria, que acreditava na Justiça Divina – o que quer dizer que pela dos homens dificilmente escapará à sua Justiça – bem assim, o ex-director do GGA, Diógenes Moniz, que ficou detido, e o responsável financeiro, Aurélio Aguiar, que pagou uma caução de 20 milhões de dobras, além de 9 (nove) deputados que viram a sua imunidade ser levantada para responderem sobre este processo e ainda sobre um processo de falsificação de passaportes diplomáticos.
Mas não são só estes os indiciados. Também Delfim Neves, líder do PCD/MDFM, e dois empresários, estão indiciados no processo de lavagem de dinheiro.
Nem o presidente parece escapar. Fadrique de Menezes já afirmou ter a ideia que uma das suas empresas acabou por beneficiar, indirectamente, com a ajuda do GGA.
É fartar vilanagem