31 outubro 2008

Por onde andam os frutos dos diamantes?

A revelação que uma ONG, Parceria África-Canadá (PAC), fez sobre os lucros de uma sociedade angolana de exploração de diamantes, detida por altos graduados (no activo ou fora, isso não está bem explícito) castrenses angolanos, obtidos durante os últimos 10 anos é, no mínimo, escandalosa para se calar e não meditar.

Perante tais números (
120 milhões de dólares ou 83 milhões de euros), torna-se cada vez mais compreensível as palavras do senhor Presidente José Eduardo dos Santos, quando, no encerramento da campanha eleitoral, o então número um da lista do MPLA – se não sabia os resultados que ia obter, por certos teria tido uma premonição –, afirmou que era altura de certas pessoas perceberem que deveria começar a dar ao País e não explorar do País, ou por outras palavras, havia que "mudar a mentalidade das pessoas que põem os interesses pessoais acima dos interesses gerais".

É que os tais 120 milhões de dólares ganhos pela tal sociedade, “dariam para construir 150 escolas e pagar a 800 professores um salário mais digno de 300 dólares todos os meses durante 25 anos, sobrando ainda dinheiro para giz, papel e canetas”.

Bom isso seria bonito se não tivéssemos de admitir que os gestores, são gente, e também têm de ganhar algum. Ou será que só os gestores da Lehman Brothers, da AIG ou da Fortis é que se podem locupletar com os fundos dos outros? Ou há moralidade financeira ou comem todos, desde que, parafraseando
Orwell, “uns possam comer mais que outros”…

Angolagate e Pierre Falcone a quem interessa realmente?

O “Angolagate”, depois que o Tribunal não sancionou o pedido do advogado do Estado angolano que queria considerar que parte da matéria dirimida no Tribunal fosse vista como de interesse do Estado, continua de vento em poupa e com interessantes revelações.

O franco-brasileiro-angolano (ufa, quase não se respira) Pierre Falcone viu as autoridades francesas de acusação apresentarem documentos bancários, presume-se, onde se escalpeliza que teria ganho, com as transacções de material de guerra para Angola, qualquer coisa como… 177,841 milhões de dólares e o seu colega de acusação e sócio nas vendas, ausente-presente em Israel, o franco-isreaelo-russo-canadiano (ufa que este ainda é pior) Arkadi Gaydamak, teria obtido ganhos na ordem dos 219,727 milhões de dólares.

Todavia, o senhor Falcone diz que a sua fortuna não ultrapassa os… 15 milhões de dólares. Das duas, três; ou o senhor Falcone tem hábitos de vida muito luxuosos e desbaratou quase tudo o que tinha ganho; ou o senhor Falcone mente; ou, e isso vem ao encontro do que hoje o matutino português
Público publica, entregou chorudas comissões a quem ele achou por bem fazer mas que não o diz porque, e segundo suas palavras, são "…“segredo-defesa” do Estado Angolano" e que não pode dizer, de imediato, o que teria sobrado para ele porque era um mero representante, todavia não deixou de admitir ter recebido verbas de Angola e que aquelas eram do conhecimento dos seus mandantes (quais, ele não é claro; deve ser um dos segredos-defesa do senhor Falcone).

No entanto, o senhor Falcone não deixa de confirmar que grande parte da sua fortuna (qual, será o tribunal a ter de provar) estará distribuída por diferentes paraísos fiscais e suportam algumas empresas (de familiares) que operavam ou operarão no México, Brasil, Colômbia ou Angola e dispersavam-se por ramos como agricultura, ajuda alimentar de emergência (que solidários), hotelaria, publicidade e desminagem. Só que o Tribunal mostrou provas que os dois sócios terão fornecido a Angola – uma das razões para ser um dos países mais afectados por esses artefactos – milhares de minas anti-pessoal.

Mas se estas novidades, bem assim os diferentes paraísos fiscais onde o senhor Falcone e as empresas da família têm espalhado o dinheiro (Ilha de Man, um paraíso fiscal offshore ligado ao Reino Unido, nas Ilhas Virgens Britânicas, Suíça, Colômbia, Luxemburgo e Bahamas), vão surgindo no dia a dia do julgamento, que deverá decorrer até Março de 2009, outras há que também vão emergindo e que tornam esta matéria mais suja – ou "sulfurosa" – que um derrame de petróleo em águas marinhas por um qualquer navio-tanque de grande tonelagem.

Esta semana o presente-ausente Gaydamak, actual candidato a prefeito da cidade de Jerusalém, afirmou, a partir de Israel – e, ao contrário do que se possa julgar, não é surpreendente que Israel nada faça para o devolver a França, ou os israelitas não tivessem interesses económicos e políticos, cada vez maiores, com um das partes envolvidas – que esta situação se deve a uma mentira criada pelo antigo presidente francês Jacques Chirac e seus “partizans” e que tem
provas materiais dessa eventual falsificação quando voltar a França depois das eleições autárquicas de 111 de Novembro (em Israel, não confundir com o dia da Dipanda).

Pois vamos aguardando pelas declarações dos dois sócios e desaprovar o continuado mutismo de Luanda porque isso acaba por agradar a Falcone e a Gaydamak dado que assim, tudo que disserem em tribunal ou fora dele, parece não ter direito ao contraditório por parte de Angola, mesmo que surjam denúncias como as do Público (denuncia sobre a passagem de
"luvas" por bancos portugueses e com destinos específicos – só não ainda vi foi a apresentação de eventuais bancos franceses no processo e eu não acredito que estejam inocentes – e deixa implícito no ar, também, porque determinada pessoa está a recato numa prisão angolana e ninguém toca nele).

Daí, a pergunta que titula este apontamento, a quem interessa realmente este processo jurídico?

30 outubro 2008

Ele ordenou e plebe acatou, o OGE2009 está aí…

"Foi dito que o Governo teria de ter o OGE e o Plano prontos até ao final deste mês de Outubro para serem entregues à Assembleia Nacional.

Como quem manda pode, e quem deve obediência se curva, a primeira sessão ordinária – sem ofensa, claro, – do Governo foi para dizer que aí está o
OGE e o Plano Nacional prontinhos para 2009 e para serem submetidos até sexta-feira ao Parlamento que, naturalmente, irá aprovar com, pelo menos, 80% dos votos dos deputados. Porque será que tenho esta tamanha certeza? Dúvidas…

Duas ou três coisas, pelo menos, são certas nestes dois importantes documentos para a gestão da coisa pública. A previsão que o PIB vai
crescer 11,8% – tendo em consideração a recessão que se avizinha no espectro económico e financeiro internacional, é capaz de ser demasiado ambicioso –, e uma inflação na casa dos 10% e uma dotação para as presidenciais de 2009 – se dúvidas houvessem esta dotação vai dizer que, pelo menos, a ambição está presente; falta é saber se a vontade também a acompanha. (...)" (pode continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no , na rubrica "Colunistas", de hoje.

Pululu na Rádio Deutsche Welle

Por ter sido nomeado como um dos finalistas dos prémios para os melhores Blogues do Mundo, os “The BOBs 2008” a secção portuguesa da Rádio alemã Deutsche Welle, por sinal o impulsionador destes prémios, fez-me uma entrevista, por Daiana Dalfito, para explicar o porquê do Pululu e como vejo a sua existência.

Poderão ouvir a entrevista acedendo
aqui e, apesar dos temas da edição de hoje, 30 de Outubro, serem, no geral, bastante importantes, colocando, caso o desejem fazer mais rápido, nos 19’39”.

Relembro que o Pululu concorre na rubrica “Repórteres Sem Fronteiras (RSF)” e que tem como companheiros africanos os egípcios
Laila, na rubrica “Melhor Weblog”, Vor der Flut, Mabadali, Stunde der Uni. e Ohod na rubrica dos “Melhores em Árabe” (todos em árabe); os marroquinos Mostafa al Baqali, na rubrica melhor “Videoblog”, marocchomeurss.blogspot.com/, também nos “RSF”, e M.S.Hjiouij nos “Melhores em Árabe”, (todos em árabe); o ugandês Scarlett Lion in Uganda, nos “Melhores em Inglês”; o costamarfinense Le Blog de Yoro, nos “Melhores em Francês”; e o já citado moçambicano Diário de um Sociólogo, nos “Melhores em Português”.

Resumindo, n’ “The BOBs 2008” África está representada nas diferentes rubricas por 5 egípcios, 3 marroquinos, 1 costamarfinense, 1 moçambicano e 1 angolano; há ainda dois blogues concorrentes em duas diferentes categorias que, embora não africanos, estão ligados intimamente a África: o francês África in Viu e o Casa de Luanda, de dois brasileiros que, recentemente, têm passado muito da sua vida pelas terras da Kianda.

Uma vez mais se relembra que quem quiser votar nos seus favoritos pode fazê-lo
aqui
.

29 outubro 2008

R.D.Congo, um gigante africano no caos

O Leste do Congo Democrático nunca esteve sossegado. Foi dali que partiu a queda de Mobutu e do primeiro consulado de Joseph Kabila e que originou nas eleições legislativas de…

Ciclicamente, e aqui talvez até se justifiquem algumas das críticas dos ruandeses quando afirmam que Kinshasa não liga à minoria tutsi (os Banyamulengue), a zona do Kivu Norte e a cidade de Goma entram em profundas convulsões com a já habitual e proverbial inoperância das forças de Paz da ONU em conter os distúrbios que se vêm acentuando.

Ainda recentemente houve ataques dos rebeldes tutsis do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), liderados pelo general Laurent Nkunda, a poucos quilómetros de Goma, capital da província do Kivu Norte, levando à “saída estratégica” – fora dos meios diplomáticos e segundo as vozes correntes, traduz-se por… fuga – do Governador da província. Os militares da ONU afastaram-se estrategicamente da zona do aeroporto e colocaram-se nas margens do Lago Kivu (outra retirada estratégica).

Estes ataques estão a provocar um autêntico caos na região, ao ponto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (UNHCR/ACNUR) já não saber como lidar com os milhares de refugiados (segundo as últimas estatísticas já cifram em 45000 os refugiados), com a população apedrejar veículos blindados dos capacetes de paz da ONU (MONUC) e contra a sede provincial desta organização que não consegue que os seus 17 mil homens – a maior força de Paz das NU – contenham os ataques dos rebeldes e com as Forças armadas da República Democrática do Congo (FARDC) a retirarem-se para Minova, uma região entre Goma e Bukavu (Kivu Sul) onde irão ter o apoio dos helicópteros da Guarda Republicana (a guarda presidencial) no combate aos rebeldes.

Nesta altura Kigali (Ruanda) e Luanda tornaram-se nas principais plataformas para a resolução da crise. Kigali porque apoia, como sempre o fez os rebeldes tutsis contra Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), grupo rebelde que integra antigos soldados e milicianos hutus, refugiados no Congo desde o genocídio de 1994, e Luanda por ser a cidade que melhor tem compreendido Kabila e de onde, segundo certas fontes, em tempos, saíram militares para apoiar Kabila, nomeadamente, contra as tropas de Jean-Pierre Bemba.

Enquanto a situação no Leste se deteriora, em Kinshasa, Kabila Jr. empossa o novo Governo que será “chefiado” – como no seu vizinho do sul – por um Primeiro-ministro, Adolphe Muzito, e que contará com 40 ministro, 3 dos quais, serão vice-primeiros-ministros (sendo que o número dois do Governo e primeiro vice-primeiro-ministro é François Joseph Nzanga Mobutu, filho do antigo ditador Mobutu Sese Seko, e presidente da União dos Democratas Mobutistas (UDEMO) e 7 vice-ministros.

Um Governo que manterá tudo no caos em que está ou um Governo para equilibrar o poder e acordar o Congo Democrático, algo que, por certo, os seus principais vizinhos não verão com bons olhos?

28 outubro 2008

Quem pode manda!

O Acordo Ortográfico, já ratificado por, entre outros, Portugal e Brasil vai entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2009, no Brasil, e só cerca de dois a três anos depois em Portugal.

Até aqui, nada de novo a não ser que o Brasil mostra ter mais interesse em “normalizar” e “optimizar” a língua portuguesa entre os falantes de português, ao contrário de Portugal, que quer manter no limbo esta questão, adoptando a velhinha política de António Oliveira Salazar de “bem com todos” e, assim, evitar que os contestatários falem demais e dar aos novos “escolinhas” um epíteto de incapazes de aprenderem depressa as novas formas de escrita e a colocarem em uso rápido. Não vão os contestatários (uff, como as minhas orelhas ardem…) reclamar da destruição da língua portuguesa e da subserviência às terras de Vera Cruz…

Mas como quem tem poder, manda, e quem manda, impõe, o Brasil já fez saber que a Declaração final da IX Cimeira Brasil-Portugal, em Salvador da Baía,
será redigida segundo a nova ortografia da língua portuguesa.

Mais um espeto para aqueles que insinuam e afirmam que Portugal começa a estar a reboque das políticas brasileiras (uff, cada vez mais me ardem as orelhas…) e do seu poder económico.

Como será que a CPLP vai descalçar esta bota, bem apertada, quando há países que ainda nem ratificaram a nova ortografia, como Angola e Moçambique, sendo que o primeiro, ao contrário de Moçambique e Guiné-Bissau, já tem quase mais falantes em português que nas próprias línguas nacionais.

27 outubro 2008

Pululu seleccionado para um dos prémios “The BOBs 2008”

Começou a corrida aos prémios The Best of Blogs “BOBs” 2008, da The Deutsche Welle, cuja votação do júri internacional e do público se vai prolongar até ao próximo dia 26 de Novembro próximo.

Dos mais de 8500 blogs, videoblogs e podcasts, inscritos ou propostos às 16 categorias para o The BOBs 2008 – um novo record para os "The BOBs" –, foram nomeados 176 finalistas para as referidas 16 categorias.

Entre os finalistas, na categoria “Repórteres Sem Fronteiras”, está o Pululu, a par de blogues como o da cubana Yoani Sanchez “Generación Y” ou “zengjinyan.spaces.live”, do activista chinês Hu Jia, recentemente galardoado com o Prémio Sakarov, entre outros.

De registar que o Generación Y também está igualmente nomeado para o prémio “Melhor Weblog” onde se encontra, também um blogue de brasileiros residentes em Angola, “
Casa de Luanda”.

Na rubrica “Melhor em Português”, além do já citado “Casa de Luanda” está o blogue do sociólogo moçambicano Carlos Serra – e já vai destacado no primeiro posto – “
Diário de um Sociólogo”.

Quem quiser votar ou comentar basta aceder às respectivas rubricas por esta via
BOBs 2008 e escolher a rubrica a votar ou deixar comentários no respectivo blogue, no caso do Pululu, pode fazê-lo aqui ou na coluna ao lado.

26 outubro 2008

Um banco da CPLP?

Por vezes a CPLP parece dizer que ainda está viva e com saúde.

Quanto ao estar viva, mesmo que não queiramos acreditar, aparecem sempre alguns eventos subordinados a esta Organização comunitária que se diz dos Países de Língua Portuguesa. Quanto ao estar de saúde, alguns desses eventos mais não parecem que estertores de doentes terminais que estão às portas da morte mas que querem demonstrar o contrário.

Por isso a informação saída da reunião da Organização Cooperativa dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP), que será criado, a curto prazo, um Banco de Desenvolvimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para financiar programas de desenvolvimento e potenciar as empresas e associações do espaço lusófono parece mais um daquelas informações avulso para dizerem que a CPLP ainda está viva.

Mas, caso se confirme criação deste Banco poderá ser nas palavras dos organizadores do VIII Encontro da OCPLP, ocorrido em Lisboa, um instrumento capitalizador e de suporte financeiro das acções de desenvolvimento sustentável e de bem-estar sócio-económico das populações dos Estados membros.

Vamos aguardar para ver se não acontece como outros instrumentos previstos e, por vezes, tão propalados e que nunca saíram das intenções dos membros da CPLP.

E, já agora, quem vai definir as estratégias e directrizes deste Banco?

24 outubro 2008

Lusofonia sem fronteiras

(imagem daqui)

"Aqui está uma matéria para reflexão, análise e debate entre os povos que têm no Português a sua forma de comunicação e fazem, alguns, da máxima de Fernando Pessoa, a sua identidade pátrio: a Língua.

A matéria que a seguir se reproduz uma parte foi retirada do blogue
Alto Hama, de Orlando Castro, um bom colega e amigo das lides e deste portal e teve por base um blogue de debate lusófono da Associação Portuguesa de Cultura Afro-Brasileira (APCAF), “LSF – Lusofonia sem Fronteiras”.

Por certo que alguma da matéria ali tratada será alvo, e ainda bem que o seja, porque será sinal de debate, de contestação e, nem sempre, pela forma mais cortês. Mas como local de debate que parece querer ser, deverá ser visto sempre nesse prisma.

Segundo Orlando Castro, a “Plataforma «Lusofonia Sem Fronteiras» nasce da necessidade de reestruturar o diálogo acerca da lusofonia, forçando o poder político a agir de acordo com um princípio que é enunciado mas não é colocado em prática.

A lusofonia é muito mais do que as estratégias comerciais e políticas dos países da CPLP, e tem uma dimensão cultural maior do que a velha exportação portuguesa para os países de língua portuguesa. Há hoje o caldo social e cultural necessário para se falar de uma nova identidade lusófona, feita de contactos culturais e humanos, em condições diversas, inconsciente mas profundamente dinâmica. (...)
" (pode continuar a ler aqui ou aqui).
Publicado na rubrica "Lusofonia" do , de hoje

Vice-ministros angolanos, somam e seguem…

De acordo com um despacho presidencial, e citado pela Angop, o senhor Presidente da República, José Eduardo dos Santos, procedeu ontem, quinta-feira, à nomeação de mais uns quantos vice-ministros: os da Justiça, Indústria, Urbanismo e Habitação, Transportes e Educação.

Segundo a agência noticiosa angolana, o Presidente terá nomeado Ana Carlos Canene Meireles de Vasconcelos, para o cargo de vice-ministra da Justiça, Kiala Ngone Gabriel, para o cargo de vice-ministro da Indústria, Joaquim Silvestre, para o cargo de vice-ministro do Urbanismo e Habitação, José João Kuvingua, para o cargo de vice-ministro dos Transportes, e Ana Paula Inês Luis N’Dala Fernando, para o cargo de vice-ministra da Educação.

E com isto, já
vamos em… 58 vice-ministros!!!!

Ainda aguardo pela nomeação dos Secretários de Estado que a “senhora” ainda tem muito úbere para dar…

Que se lixem os pequenos investidores?

(©foto diário.iol.pt)
Já há um tempo que circula, reforçado recentemente, nas ondas netianas uma informação sobre o, por acaso é uma, CEO da EDP Renováveis e os montantes que a citada pessoa irá auferir anualmente. Por acaso, aqui já tinha sido referido o assunto há mais tempo.

Não tenho nada a comentar quanto ao facto do tal CEO – que eu saiba em português esta figura não existe, o que existe é Presidente do Conselho de Administração que nem sempre corresponde ao CEO americano – ser uma senhora. Se o é e foi escolhida foi porque já terá demonstrado ter capacidade para o ser.

Não tenho nada a comentar quanto ao tal vencimento que a citada CEO está a auferir anualmente – se for verdade o que se escreve, só no primeiro ano, andará na casa dos 1,1 milhões de euros (384 mil em vencimentos e o restante em prémios) – apesar de, nos tempos que correm e quando todos andam a criticar os elevados vencimentos recebidos por administradores financeiros, ser um montante, no mínimo escandaloso; como alguém andou a fazer contas, aos preços actuais, corresponderá, grosso modo, a 2.000 salários mínimos ou, por outras palavras, o trabalho de 143 anos pelo salário mínimo; reconheça-se que…

Agora o que não entendo nem suporto é que se venha a constar, segundo as ondas netianas, reafirme-se, que alguém junto da tal CEO, terá afirmado que não haveria distribuição de dividendos até 2020!!!! Uma acusação grave que merece uma intervenção da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

E merecem – leia-se, exige-se, – que a CMVM intervenha porque as acções colocadas no mercado pela EDP foram de 8,00 euros, o preço máximo, e que as mesmas estão, actualmente, nos 3,798 euros (PSI20 às 16,45 horas de 24 de Outubro de 2008 no sapo.pt/Economia). Parece-me, claramente, que houve um dumping – penso que é assim que se define valores acima do mercado, se não for que me rectifiquem que agradeço – na colocação das acções no mercado. Ou seja, actualmente as acções e em pouco mais de 4 meses, valem menos de 50%; e já depois de, no
primeiro dia, ter registado uma acentuada quebra e no primeiro semestre de 2008 ter obtido cerca de 50 (CINQUENTA) milhões de euros de lucro!!!!

E a confirmar-se aquela acusação, boato, mujimbo, ou diz-se que diz-se, que não haverá distribuição de dividendos antes de 2020 mais as acções irão desvalorizar pondo em causa todo o investimento que os pequenos investidores colocaram na EDP-Renováveis. A CMVM tem de investigar este facto. E, penso, que também o Governo português o deverá fazer dado que, por certo, ainda será detentor de acções quer da EDP quer da EDP-Renováveis, ou não fosse a primeira, uma empresa estratégica na economia portuguesa.

Que a senhora aufira aqueles vencimentos, que o receba. Deverá ter sido escolhida por qualidades administrativas e não, por certo, que em Portugal isso já nem existe, se não seria corrupção, por cunha. Mas que os pequenos investidores sejam obrigados a pagar os desvarios daqueles que serão os “tubarões” das finanças e verem as suas poupanças irem para o cano de esgoto porque alguns estarão, talvez, a por a recato, mesmo com acentuadas menos valias, os seus fundos – a confirmarem-se as palavras, de ontem, de Nouriel Roubini, antigo conselheiro sénior do Tesouro dos EUA e professor da Universidade de Nova Iorque, de centenas de fundos de investimento poderem falir em breve, o que poderá levar os responsáveis políticos a encerrar os mercados financeiros por uma semana ou mais, uma vez que a crise irá obrigar os investidores a vender em massa os seus activos, então iremos assistir, claramente, a “suicídios” de muitos pequenos investidores (ver
aqui ou aqui).

Cabe à CMVM e ao Governo português, se este não estiver muito ocupado com tricas pré pré-eleitorais, verificar tudo o que se passa na EDP-Renováveis e evitar crises muito profundas nas famílias. Os pequenos investidores não têm de pagar pela incompetência de quem deveria fiscalizar o mercado mobiliário e financeiro. Seja na Europa, seja nos EUA.

23 outubro 2008

O Arauto II e outras malambas

"O jornalista Jorge Eurico, colaborador de, entre outros, Notícias Lusófonas, parece que já se cansou da “licença sabática” com que nos estava a impor e volta ao bloguismo com as suas habituais e pertinentes alfinetadas; a ver vamos.

Segundo ele, algo se passa com os acessos aos anteriores blogues, nomeadamente a’ O Arauto. Por isso (re)criou O Arauto II onde, ainda segundo a sua pena, não vai ser “o Arauto mas gosto de pensar que também posso ser um arauto como qualquer jornalista”.

Como escreveu Orlando Castro em comentários no nov’ “O Arauto” vamos “ver (não nos faças esperar sentados) se é para valer ou se não passa de mais um amor de curta duração”.

Também espero que não nos faça esperar sentado por mais algum apontamento. Até porque está numa bela província que viu ser nomeado uma pessoa que tem estado – ou terá estado – envolvida em polémicas pouco edificantes. Foi por causa de situações como essa que o comentador-sénior da RNA, Vítor Silva, viu a sua colaboração suspensa e dois jornalistas alvos de processos disciplinares. Também ele, porque o falou, e os dois outros porque o deixaram falar foram “calados”.

É por isso que, ainda há dias, alguém me perguntava na sequência ou durante, um acto cultural, no caso a apresentação da obra “Sociedade Civil e política em Angola: Enquadramento Regional e Internacional”, dos Profs. Nuno Vidal e Justino Pinto de Andrade, porque eu tinha estado a enviar farpas e indirectas ao Governo, o que era desaconselhável. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado na secção "Colunistas" do

19 outubro 2008

Caála, um histórico de regresso

(como não tenho foto do Recreativo uma foto a indicar como ir a Caála e ximunada aqui)

O Recreativo da Caála, mercê do empate a uma bola com o Atlético do Namibe, juntou-se à Académica do Lobito e subiu da Segundona para o Girabola voltando, embora a primeira vez nos actuais moldes, ao convívio dos grandes.

O Recreativo, fundado em 1944, e pertencente à província do Huambo, foi sempre uma equipa a ter em conta nos antigos campeonatos angolanos, como outras grandes equipas, como o Sporting do Negage, o Futebol Clube do Moxico, ou como há dias me relembraram, o ARA da Gabela, só para citar alguns. Uns, com a Dipanda, mudaram de nome outros andam perdidos pelas regionais e pela Segundona.

Quem sabe se em breve não os veremos de novo em luta como os grandes e tornar o Girabola mais competitivo para não acontecer o que aconteceu com os Palancas ou ver as nossas equipas serem facilmente eliminadas das competições da CAF, como hoje aconteceu com o campeão nacional, o Interclube, "desterrado" para a Taça CAF-Mandela e no seu grupo só ter conseguido uma única vitória. Mau, muito mau que deveria merecer das entidades e dos responsáveis da FAF uma análise mais profunda.

Ah, e já agora, parabéns a Flávio que colocou o Al Ahly, do Egipto, na sua 4ª final consecutiva da Taça dos Campeões Africanos, com um magnífico golo a centro do também "Palanca" Gilberto.

Computador, Girabola e Luanda e Benfica e outros assuntos

(Santana depois de marcar o golo que pode valer um título de Girabola e o de melhor marcador, em disputa com Love; foto não editada via TPA)

Depois de quase uma semana, desde a passada terça-feira, sem computador (não se entende que uma marca com nome, ao ponto de, segundo parece, um país lusófono ter decidido pagar mais cerca de 15 milhões de euros para ficar com produtos dessa marca, ao fim de dois anos vê-se a destruição do disco sem qualquer hipótese de recuperação e que quase me fez perder muito do que tinha guardado); depois de ontem ter assistido a um muito bem jogo de futebol, via TPA-Internacional (haja a Deus depois do que já aconteceu), entre o primeiro, Petro de Luanda, e o segundo, 1º de Agosto, com um empate final a 1 bola (Petro adiou por uma semana a conquista do título que lhe foge há cerca de 7 anos); nada como saber que o meu Benfica de Luanda (ainda tenho o cartão de sócio que não penso destruir – ups – e há meses que ando a ver se alguém me informa da morada e dos contactos do Benfica de Luanda) tornou-se no segundo clube africano – pelo menos de África – com uma senhora na presidência do clube, no caso Welwitchea «Tchizé» dos Santos Pego, que ganhou em lista única (uma forma muito democrática de mostrar consenso…).

Mas não foi só isto que esta semana aconteceu:

O caso Angolagate voltou à ribalta, desde que recomeçou ainda não parou, com um artigo de Mario de Queiroz, para o InterPress Service (IPS) (versão original, em
espanhol para quem tem acesso pago, e versão livre em inglês), onde sou, uma vez mais citado, o que agradeço ao articulista a deferência.

No Zimbabué, o senhor Mugabe continua a querer pôr e dispor da difícil vida dos zimbabueanos como se o país continuasse a ser uma coutada particular onde pode persistir fazer o que quer ao arrepio dos reais e verdadeiros interesses sociais e económicos do Pais. Estranhamente, ou talvez não, os problemas dentro do ANC já começam a ser mais que muitos com a hipótese do próprio partido sul-africano se cortar, o senhor Mbeki que já mostrou ser um deficiente negociador e interlocutor, mantém-se como o mediador entre Mugabe e a oposição.

Por sua vez, será que ainda há lugar a surpresas – por mim admito que sim porque esperava outra coisa depois das palavras de Eduardo dos Santos no último comício; admito, sou mesmo muito ingénuo, se calhar, deve-se ai nome – um comentador e dois jornalistas foram suspensos da RNA por, segundo esta emissora em nota oficial, se terem "
fuga da linha editorial"; ou seja, o comentador fazendo uso da sua liberdade de opinião terá proferido comentários pouco aceitáveis para a emissora sobre alguns dos vice-ministros nomeados e empossados. O comentador Victor Silva, igualmente director do jornal privado Novo Jornal, viu suspensa a sua colaboração e os jornalistas Amílcar Xavier, que conduziu a conversa com Victor Silva, e o editor, Andeiro João, suspensos com processos disciplinares. Viva a liberdade de Imprensa. Acho que também deveriam ter comentado renomeação do Ministro que tutela este departamento.

Entretanto, constou-me que a economista e Professora Fátima Moura Roque está a pensar em
abrir um Banco em Angola o que irá provocar, com ou sem razão, não discuto, ainda mais anticorpos junto dela.

Na Guiné-Bissau a crise da cólera continua imparável com as vítimas a crescerem de dia para dia sem que se vislumbre alguma contenção. A falta de meios, e a má salubridade parecem ser alguns dos factores principais para o caos sanitário.

Também na Guiné-Bissau um grito quanto à deficiente cooperação portuguesa, quer a nível da língua quer a nível da cooperação médica ao ponto de uma jornalista freelancer, Joana Otchan-Palha, ter escrito para o blogue Ditadura do Consenso um artigo sobre o assunto intitulado "Quem salva a Cooperação portuguesa?"

Enfim, como se vê houve muita coisa nesta semana…

14 outubro 2008

Kassoma dá entrevista a Jorge Eurico

Aquela que parece ser a primeira entrevista do engenheiro Paulo Kassoma, depois que foi nomeado primeiro-ministro, parece que aconteceu, recentemente e ao jornalista Jorge Eurico, do Notícias Lusófonas.

Honestamente, até porque ainda não falei com ele, como a conseguiu; mas que deve haver aí uns quantos, e pelas mais diferentes regiões zonais, que devem estar a bater com as cabeças em paredes pontiagudas, lá isso deve estar a acontecer.

Uma
entrevista aberta de Kassoma que não tem problemas em defender a província que o catapultou para voos mais altos e a sua intervenção que, como relembra Jorge Eurico, teve o grande apoio do malogrado empresário Valentim Amões.

Uma entrevista para ler e para os futuros Governadores provinciais meditarem e copiarem no que de bom Huambo pode oferecer (ah! desde que não seja a prosaica mania de que são os maiores, muito em voga em certos huambenses…)

TPA tem de respeitar mais os espectadores angolano no exterior

A situação a seguir já não é nova na TPA Internacional. Não sei de é um lapso da programação da TPA – e se recordar que após o noticiário da tarde a programação colocada (não a do portal que continua a não existir) indicava 16,00 horas Lisboa e 17,00 horas Paris, não me parece que a culpa seja possível de ser imputada ao retransmissor, no caso a TV Baco – ou se alguém anda completamente desfasado da programação desportiva (só assim se justifica este acesso de hoje) e, subsequentemente, desrespeita não só a imagem da emissora como, principalmente, os espectadores que desejassem ver, por inteiro uma partida de futebol das suas equipas nacionais e só veriam menos de metade, a fazer fé na programação ou então...

De acordo com a programação da TPA o jogo Interclube com o Recreativo do Libolo seria às 16,00 horas, hora de Lisboa. Como naturalmente as pessoas, que tenham mais de um canal, gostam de não estar coladas a um único e sabendo o horário programado, será natural que seja por esse horário que se rejam e sintonizem o canal.

Naturalmente, foi o que fiz, embora só o tenha feito por volta das 16,12 horas, por razões particulares, e a imagem oferecida foi esta que segue (conferir as horas no rodapé da imagem):

Quando a imagem foi (re)estabelecida, constata-se com surpresa que o desafio já estava a terminar a primeira parte (por volta das 16,17 horas) e as duas equipas encontravam-se empatadas a uma bola, como pode verificar [e foi resultado final]:

É altura da TPA ser mais profissional e rigorosa com os espectadores angolanos no exterior. Depois de não terem transmitido o jogo da nossa Selecção, mais um tiro na Diáspora!
(a) imagem via televisor

12 outubro 2008

Eu bem defendo a TAAG, mas…

(imagem daqui)

Mas quando leio coisas como as que um cidadão brasileiro (ou cidadã) a trabalhar em Angola nos oferece informações como a que colocou no seu interessante blogue “Casa de Luanda” sobre uma viagem na TAAG entre Luanda e Rio de Janeiro, somos obrigados a concordar, mesmo contrafeitos, que a Europa terá razões, que os comuns dos mortais desconhecem ou que os senhores da Companhia desejam abafar, para impedir a circulação das aeronaves da companhia de bandeira angolana circularem nos céus eurocratas.

Numa
deliciosa narrativa o referida cidadão brasileiro, que assina por "X" – só espero não lhe arranjar problemas de maior – descreve uma viagem sui-géneris, e com algumas fotos exemplares, entre as duas cidades irmãs do Atlântico sul. Uma delícia se não fosse o perigo que a mesma representa.

Fez-me recordar uma viagem, feita há uns anos, quando estava na universidade, entre Moscovo e a então Leninegrado (São Petesburgo) pela nesse tempo soviética Aeroflot. Também nessa viagem circulava entre os bancos marcados, mas não cumpridos – cada um sentava-se onde havia um lugar vago, nem que fosse, passe a imagem, mas não tanto, na casa-de-banho – galináceos, produtos agrícolas, roupas, e outros objectos que não consegui identificar dada a hora tão madrugadora da viagem. Só queríamos era chegar ao destino e sair daquela caixa voadora.

Ou seja, depois de ler o apontamento de "X" fiquei com a triste ideia que as linhas mestras da antiga Aeroflot estão implantadas na nossa TAAG. Já é tempo, e agora que há Ministro novo mais ainda, de alguém dar “dois murros na mesa” e, caso necessário, despachar os gestores da TAAG e obrigar a alterar este tipo de coisas. Ah! e que a correcta atitude do “chefe da equipe de comissários” não se ficasse só pela chamada de atenção ao brasileiro – que parece que o que queria era sair do avião da TAAG, o mais rápido possível, mesmo que fosse sob escolta da Polícia Federal – mas também aos factos antecedentes do voo.

O CAN e o Mundial de 2010, a última jornada da fase 2

Apesar de estar a perder ao intervalo por 0-1, Angola conseguiu dar a volta ao marcador e terminar com os favoráveis 3-1, golos de Kassali (auto-golo), Gilberto e Zé Kalanga. Com esta vitória Angola terminou no 2º lugar do seu grupo, o Grupo 3, com os mesmos pontos do Uganda que bateu o líder e apurado Benin por 2-1 (tal como Angola ao intervalo perdia por 0-1).

Se os critérios de apuramento para a terceira fase forem os que alguns dizem ser, Angola muito dificilmente, para não dizer, impossivelmente, conseguirá estar entre os 8 melhores segundos que acompanham os vencedores de cada série para a terceira fase, aquela que dá direito a participar, em 2010 – isto se a FIFA não der o dito por não dito –, no Mundial da África do Sul
.
Relativamente aos restantes países dos PALOP destaque-se para Moçambique, no grupo 7, que também terminou na 2ª posição depois de ontem terem batido o Bostswana por 2-1 e se encontrar em melhor posição para passar à fase seguinte. Já Cabo Verde, e apesar da boa prestação que manteve ao longo do torneio de apuramento, perdendo 3-1 com a Tanzânia na última jornada mas conseguindo manter o 2º lugar no Grupo 1, deverá ter dito adeus à qualificação seguinte pelo que muito dificilmente estará em Angola no CAN 2010.

De registar, também a fraca prestação da anfitriã do Mundial que não conseguiu melhor que um 2º lugar no Grupo 4, a 11 (onze) pontos da líder Nigéria, estando, assim, também a África do Sul, arredada do CAN 2010 em Angola. Até parece que as duas potências afro-austrais procuraram não se confrontar desportivamente e manter o actual status quo de "ficar por saber" quem é mais “potência regional”…

Nota complementar: De acordo com a agência portuguesa LUSA, Moçambique terá conseguido ser um dos oitos melhores segundos pelo que passou à terceira fase, aquela que vai dar acesso ao Mundial da África do Sul e ao CAN de Angola, em 2010; todavia o portal da FIFA dá como apurada a República da Guiné em detrimento de Moçambique, dado que na classificação a Guiné ultrapassou o Quénia.
Nesta fase, as equipas apuradas serão distribuídas por 5 grupos donde sairão os Munidalistas (os vencedores de cada grupo, que se juntam à África do Sul) e os classificados nos três primeiros lugares de cada grupo que juntar-se-ão a Angola para a disputa do CAN.
Foram apurados as seguintes selecções: Camarões, Quénia (ou Guiné-Konacri), Benin, Nigéria, Gana, Argélia, Costa do Marfim, Marrocos, Mali, Zâmbia, Malawi e Burkina Faso, como vencedores dos seus grupos, e Moçambique (ou Guiné-Konacri, ou Quénia), Tunísia, Egipto, Ruanda, A Gâmbia, Gabão, Sudão e Togo, como melhores segundos.

TPA, vamos respeitar mais os Angolanos no exterior!

Que interessa ter acesso a uma TPA internacionalizada se não temos a hipótese de ver algo que nos interesse.

Ou será que, para a TPA, o futebol da selecção angolana não interessa aos angolanos que estão no exterior e que desejariam vibrar com a sua equipa nacional? mesmo que em termos de passagem ao Mundial da África do Sul as hipóteses de passagem à terceira fase, a de acesso, já estejam mais que hipotecadas, para não dizer impossíveis de concretizar.

De facto, é interessante ver aquele que foi um interessante e bom programa musical de homenagem a Teta Lando e saber que são os mais queridos do público angolano; registe-se o prémio da Crítica para Paulo Flores e rever a poetisa angolana Nikki Menezes como co-apresentadora do programa.

Mas o que realmente interessava, por certo e de certo, à Diáspora era ver a Selecção dos Palancas Negras, mesmo que a perder ao intervalo por 1-0 com o Níger – já empatou poucos minutos depois do recomeço –, e em casa, do que penar sem saber, nem mesmo pela rádionet (tanto a Rádio Luanda como o canal A da RNA primaram pela ausência de qualquer relato, tal como a lusófona(?) RDP-África que primou só pela música sem quaisquer informações intercalares até às 17,00 horas quando se “uniu” à portuguesa RDP-Antena 1); o que se sabia era via ANGOP e, mesmo assim às 17,11 horas, já depois de empatado (soube via Rádio Luanda) nos informava que perdia ao intervalo (só
deu esta indicação às 17,18 horas, o que também não abona nem demonstra respeito pelos que estão fora…)!

É uma clara falta de respeito aquele que a Televisão Pública de Angola pratica com a Diáspora e, porque não dizê-lo, com o Desporto Nacional. E o que é interessante, conforme se pode ver no rodapé da imagem acima, a programação que forneceu à TV Cabo portuguesa era que entre as 15 e 17 horas ia haver Desporto!

TPA, assim não dá. E já não é a primeira vez que a programação está desfasada da emissão. E nem vale a pena ira ao
portal da TPA porque não há lá nada!

Académica do Lobito regressa ao Girabola

(imagem de arquivo)

Depois de ontem ter vencido o FC Ondjiva do Cunene, por 5-2, a lobitanga equipa de João Pintar da Silva confirmou a subida à primeira divisão, ao Girabola, totalizando já 25 pontos.

Esperemos que a Académica do Lobito não se torne num sobe e desce e se mantenha por muito mais tempo no Girabola.

Na próxima e última ronda a equipa lobitanga, patrocinada pela francesa Esso, vai se deslocar ao Moxico para defrontar os Leões do Tchifutchi desta província, e tentar terminar o zonal com o máximo de pontos possíveis.

Do grupo B, onde militou a Académica do Lobito, fizeram ainda parte, Atlético do Namibe, Leões Tchifutchi do Moxico, FC do Ondjiva do Cunene, Benfica do Huambo, Recreativo da Caála e a Baixa de Cassanje de Malanje, de onde sairá, em princípio, mais uma equipa para o Girabola.

10 outubro 2008

Novo governo angolano vai ter 53 Vice-ministros!!

O presidente Eduardo dos Santos nomeou hoje em Luanda 53 Vice-ministros para o novo Governo saído das eleições de 5 de Setembro.

53 Vice-Ministros para um país como Angola, uff, é obra!!! E será que vai haver também Secretários de Estado ou o Governo fica por aqui?

No entanto não posso deixar de anotar que há nomes bem colocados e que, por certo, irão elevar as pastas para que foram nomeados, como o da Cultura.

Aqui ficam os nomeados:
Vice-ministros da Defesa Nacional - Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem; Agostinho Fernandes Nelumba; Gaspar Rufino dos Santos
Vice-ministros do Interior - Sebastião José António Martins; Ângelo de Barros Veiga Tavares; Eduardo de Almeida Ferreira Martins; José Bamoquina Zau
Vice-ministro das Relações Exteriores - Georges Rebelo Chicoty
Vice-ministro da Economia - Job Graça
Vice-ministros da Administração do Território - Edeltrude Maurício Fernandes Gaspar da Costa; Graciano Francisco Domingos
Vice-ministro da Administração Pública, Emprego e Segurança Social - Sebastião Constantino Lukinda
Vice-ministro da Justiça - João Alves Monteiro
Vice-ministros do Planeamento - Carlos Alberto Lopes; Pedro Luís da Fonseca
Vice-ministros das Finanças - Valentina Filipe; Manuel da Cruz Neto
Vice-ministro do Comércio - Gomes Cardoso
Vice-ministro da Hotelaria e Turismo - Paulino Baptista
Vice-ministros da Agricultura - Zacarias Sambeni; André de Jesus Moda; José Amaro Tati
Vice-ministros das Pescas - Vitória Francisco Lopes Cristóvão de Barros Neto; Guido Valdemar da Silva Cristóvão
Vice-ministro da Indústria - Abrahão Gourgel
Vice-ministros dos Petróleos - Aníbal Octávio Teixeira da Silva; José Gualter dos Remédios Inocêncio
Vice-ministro da Geologia e Minas - Lourenço Mahamba Baptista
Vice-ministros do Ambiente - Luís de Assunção Pedro da Mota Liz; Sianga Abílio
Vice-ministro da Ciência e Tecnologia - Orlando José da Mata
Vice-ministro do Urbanismo e Habitação - José Manuel dos Santos Ferreira
Vice-ministros das Obras Públicas - José Joanes André; Manuela Bezerra
Vice-ministra dos Transportes - Carla Leitão Ribeiro de Sousa
Vice-ministro da Energia - João Baptista Borges
Vice-ministros das Telecomunicações e Tecnologias da Informação - Ana Maria Ribeiro Agostinho Guimarães; Pedro Sebastião Teta; Aristides Frederico Safeca
Vice-ministros da Saúde - Evelize Joaquina da Cruz Frestas; Carlos Alberto Masseca
Vice-ministros da Educação - Pinda Simão; Narciso Damásio dos Santos Benedito
Vice-ministros da Cultura - Cornélio Caley; Luís Kandjimbo
Vice-ministros da Assistência e Reinserção Social - Mateus Miguel Ângelo; Maria da Luz do Rosário Cirilo de Sá Magalhães
Vice-ministra da Família e Promoção da Mulher - Ana Paula da Silva do Sacramento Neto
Vice-ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra - Clemente Cunjuca
Vice-ministros da Juventude e Desportos - Albino José da Conceição; Yaba Alberto
Vice-ministro da Comunicação Social - Manuel Miguel de Carvalho "Wadijimbi"
e Secretário de Estado das Águas - Luís Filipe da Silva

09 outubro 2008

Portugal, Kosovo, Cáucaso, Curdistão e… País Basco e Cabinda

Portugal apesar de não ter problemas regionais e de estar fora da zona de conflito decidiu na altura, por bem e bem, independentemente da pronta tomada de posição da maioria dos seus principais aliados e companheiros da União Europeia e da NATO, não reconhecer a nova República do Kosovo.

Todavia, algo parece estar a mudar na linha política internacional portuguesa ao se ouvir o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros admitir a possibilidade de reconhecer a República kosovare, o que acabou por acontecer.

E isto depois de ter, liminarmente, recusado reconhecer as repúblicas separatista georgianas da Ossétia do Sul e da Abkázia tal como o decidiram, também, os mesmos aliados.

Com esta atitude Portugal mostra que deixou de ter uma política externa independente e que anda a reboque do que decidem os mais fortes da União Europeia e da NATO, particularmente, a administração Bush.

Só que esta atitude da diplomacia portuguesa abrirá um profundo rombo na sua habitual neutralidade cooperante e adopção desta nova política obrigará, imperativamente, que Portugal reconheça a independência do Curdistão, do… País Basco e de… Cabinda.

Estará Portugal preparado para afrontara sua vizinha Espanha, Angola e os aliados germano-norte-americanos?

07 outubro 2008

Palancas mudam de treinador que chama Manucho

(O novo seleccionador angolano; foto ©Angop)

A FAF, em vésperas de um jogo crucial para as aspirações de Angola em poder passar à fase seguinte de apuramento para o Mundial de 2010 na África do Sul, despachou o artífice da ida ao Mundial de Alemanha, Oliveira Gonçalves, sem esclarecimentos concretos e substituiu por Álvaro "Mabi" de Almeida, antigo adjunto de Gonçalves, que vai tentar manter a chama do apuramento acesa procurando não só vencer a fraca equipa do Níger, no próximo domingo, e esperar que ocorram dois factores importantes: que Uganda não vença o Benin; e que possa ser um dos melhores segundos lugares.

De notar que o Benin está em primeiro, destacado, com 12 pontos enquanto Angola e Uganda encontram-se no segundo lugar com 7 pontos.

Para esta última partida da segunda fase, Angola
chamou os seguintes jogadores: Lama, Yamba Acha, Santana, Job e Jamuana (Petro-Atlético de Luanda); Loco e Love (Primeiro de Agosto); Amaro e Vado (Benfica de Luanda); Capoco e Machado (Recreativo do Libolo); Jamba (ASA); Minguito (InterClube); Paz (Santos FCA); Mateus e Marco Airosa (Nacional, Portugal); Gilberto e Flávio (Al Ahly, Egipto); Kaly (Sion, Suiça); Dedé (Paços de Ferreira; Portugal); André Makanga (Kuwait SC, Kuwait); Zé Kalanga (Dínamo Bucareste, Roménia); Manucho (Manchester United, Inglaterra).

De destacar que Manucho tem a sua primeira chamada nesta fase e que Mantorras, naturalmente, continua fora das cogitações dos seleccionados angolanos.

FpD procura tornear a lei angolana de partidos

(imagem ©Club-k Angola)

Sabendo que a Lei angolana prevê a extinção, pelo Tribunal Constitucional, de partidos que não atinjam a cifra mínima de 0,25% do eleitorado, a Frente para a Democracia (FpD) terá decidido, numa reunião havida em Benguela, auto-extinguir-se sem que isso impeça de, mais tarde e em próximas eleições, se (re)fundar com a mesma sigla e denominação.

Uma forma inteligente de tornear a Lei se, entretanto, o Tribunal Constitucional não impedir que partidos extintos, possam ser (re)fundados nos períodos imediatos sob a mesma denominação e sigla.

Um exemplo para a SADC?

"Angola teve no passado dia 5 de Setembro as suas segundas eleições legislativas do pós-independência.

De uma maneira geral os observadores, e apesar de todos os condicionalismos por que passou o acto eleitoral, consideraram estas eleições como um possível exemplo para África e para a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), pelo civismo, pela participação dos eleitores e pela aceitação dos resultados sem que alguém tivesse a coragem de dizer que os passos menos correctos dados antes e depois do acto eleitoral indiciasse fraude.

Angola com este passo eleitoral continuou o que parece ser uma profícua, e talvez demasiado confusa, ronda eleitoral na SADC. Uma ronda eleitoral como há muito não acontecia no cone austral do Continente africano.

Esta ronda eleitoral iniciou-se no Zimbabué com as consequências que se ainda se vêm registando e que poderão ter implicações nos restantes pleitos eleitorais caso o acto eleitoral angolano não mostre, ou não dê provas, da maturidade que se deseja para que os próximos decorram com a máxima civilidade que se deseja.

Angola teve, enfim, as muito propaladas e tão adiadas – guerra dixit – eleições legislativas que acabaram com a maior Legislatura que há memória; 16 anos foram os anos que demoraram a 1ª Legislatura da segunda República angolana e as que prenunciam a terceira República.

Depois de Angola, tivemos, recentemente, as eleições na Suazilândia que elegeu 55 dos 65 deputados com a particularidade de nenhum pertencer a um agrupamento político, proibidos, mas todos apresentados como independentes numa monarquia absolutistas e profundamente despótica e feudal, em que o rei nomeia os restantes deputados e o primeiro-ministro e legisla, sendo os deputados não mais que meras figuras de um órgão consultivo do monarca. (...)
" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no santomense , edição 185, de 4 de Outubro de 2008 (e este é o 50º artigo publicado no semanário Correio da Semana)

06 outubro 2008

Angolagate e o julgamento em Paris

Sobre este temática, abordada em apontamento anterior e publicado como artigo no Notícias Lusófonas, e de acordo com o portal do semanário português Expresso, a República de Angola, através do seu advogado, Francis Teitgen, junto do processo Angolagate, que hoje deverá ter visto iniciado o julgamento e que deverá se prolongar até Março do próximo ano – alguém parece querer influenciar as próximas eleições presidenciais angolanas, ou será que estou errado? –, vai “apresentar um recurso, em nome do "respeito pelo segredo de defesa" de um país estrangeiro, para evitar a realização do julgamento do caso”.

Até porque, segundo o advogado do Estado angolano, o senhor Pierre Falcone “agiu como um representante do seu Governo, com todos os poderes requeridos para conduzir as operações de que era encarregado”. Logo a verificar-se este julgamento mais não será que ridicularização dos direitos ligados a um qualquer Estado soberano , além de que, segundo o senhor Teitgen, “Luanda opõe-se também à discussão pública no conjunto de Justiça estrangeira de informações relativas ao interesse do Estado angolano e da sua defesa nacional”.

Se o advogado da parte angolana conseguir esta suspensão, mais do que Angola, serão a ELF-Total e o presidente Sarkozy que poderão descansar em Paz.

Mas não esqueçamos que na Pátria da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, a Justiça (leia-se, o poder judicial) está totalmente fora do controlo do poder económico e político como alguns quantos já tiveram ocasião de o comprovar…

Angolagate, ainda se lembram do que é?

(algumas das personalidades francófonas do Angolagate; ver aqui)

"Há uns anos o estado francês foi varrido por um processo jurídico onde os principais intervenientes – leiam-se arguidos, ou suspeitos – eram personalidades da vida política e económica francesa, israelita, russa e angolana. Chamado de Angolagate, este processo, que remontará a 1992 e que teve maiores desenvolvimentos em 2002, visava esclarecer como se tinha procedido à venda de material de guerra russo, quando sobre as partes angolanas em contenda, pendia um embargo de venda de armas decretado pelas Nações Unidas, e quem tinha obtido chorudas comissões com as citadas vendas.

Pois entre os suspeitos arrogados estão personalidades como o filho do antigo e falecido presidente francês Mitterrand, Jean-Christophe Mitterrand, o antigo Ministro do Interior, Charles Pasqua, Jean-Bernard Curial à época responsável do Partido Socialista francês para África Austral, Pierre Falcone, um franco-qualquer coisa, que já ocupou o cargo de embaixador angolano na UNESCO, Arcadi Gaydamak, de 61 anos, milionário russo-israelita, ou dirigentes angolanos onde, entre eles estaria, pasme-se, como se isso fosse possível, José Eduardo dos Santos, presidente de Angola.

Pois então não é que a Justiça francesa, sem tomar em linha de conta os superiores interesses da República Francesa, decidiu iniciar hoje o julgamento deste processo, com acusações que vão desde o tráfico de armas a abuso de confiança, fraude fiscal e tráfico de influências.

Tudo por causa de uns míseros 420 carros de combate, 150 mil obuses, 170 mil minas anti-pessoais, 12 helicópteros e 6 navios de guerra, entre outro armamento, eventualmente comprados por Angola e para os quais uns quantos auferiram umas míseras dezenas de milhares de dólares em “luvas”. Gingubas ou “peanuts”, como diriam os nossos amigos norte-americanos, eventualmente depositadas em contas de obscuras empresas, em cidades francesas, suíças ou israelitas, antes de seguir para as de companhias e empresas financeiras sedeadas em paraísos fiscais onde o dinheiro “adormece” por uns tempos antes de voltar a circular... É que parar é morrer, e há tantas quintas e palácios na Europa para serem comprados. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui).

Publicado como Manchete no , sob o título "Angolagate, Angola quê?"

04 outubro 2008

Lobito bem representado no Governo

(Foto Semanário Angolense)

O Ministério da Cultura foi entregue a uma lobitanga, Rosa Maria Martins da Cruz e Silva, licenciada em História e doutoranda em História de África (Soberania Política, Estratégias de Poder em Angola – Sec. XIX).

Sendo o Lobito um grande entreposto de cultura – está bem, disparem à vontade, principalmente uns quantos ali para os lados do planalto central, que as costas dos lobitangas são largas e aguentam bem as vossas investidas – nada como uma lobitanga na Cultura. A nova Ministra esteve, entre 1975 a 1979, como documentalista da então Missão de Estudos Bionalógicos e de Pescas de Angola, foi investigadora-auxiliar no Museu de Arqueologia de Angola, de 1979 a 1981, e, entre 1981 e 1986, no Museu Regional de Etnografia do Lobito.

Esperemos que consiga aguentar com a ciclópica tarefa que lhe deram e elevar bem alto a Cultura angolana. Só que para isso será necessário que o Governo se convença que tem de investir, e muito, antes de recolher!

03 outubro 2008

Angola empossado o novo Governo

O presidente Eduardo dos Santos deu posse hoje ao novo Executivo angolano, apesar de, oficialmente, só entrar em funções em de Outubro, e deixou aos Ministro do I Governo Constitucional da III República algumas palavras que, espera-se, não tenham sido só para figurar no éter.

Entre as vontades do senhor Presidente regista-se que o novo executivo terá de apresentar o Plano e o OGE até ao final deste mês; deve manter o crescimento do PIB nos dois dígitos – com o petróleo em queda e a produção com ligeira quebra por problemas em alguns poços e exigências da OPEP, talvez seja difícil, mas, Angola já está habituada a ver milagres… –; diminuir a inflação para 10% até ao final do ano – havia dúvidas que os angolanos acreditam em milagres? – e para baixo destes dois dígitos já no próximo ano; definiu como prioridade de primeira linha o combate à fome e à pobreza e a necessidade de se construir cerca de um milhão de casas nesta legislatura que iniciará, oficialmente, a 15 de Outubro as suas funções; manter o nível de "reconstrução, modernização e ampliação" das infra-estruturas de grande dimensão, nomeadamente os grandes empreendimentos no domínio da energia e água – os luandenses perguntam-se porque andam com falta de água e luz há umas semanas – o caminho-de-ferro de Benguela (CFB), o porto do Lobito, o Caminho de Ferro de Moçamedes e a sua extensão até Namíbia, o porto do Namibe, o novo aeroporto internacional de Luanda – uma obra parada há vários anos sem que alguém diga e esclareça porquê e porque é que os chineses aparecem sempre com novas ideias, a maioria não exequíveis – e a reforma do porto de Luanda; aperfeiçoamento do Serviço Nacional de Saúde e formação de mais médicos (ver o discurso, na íntegra, aqui).

Paradoxalmente, e apesar de ser essa uma das vontades do partido vencedor, o senhor Presidente esqueceu-se de se referir à questão da revisão Constitucional. Mas como ele afirmou, e o primeiro-ministro empossado reconfirmou, o que os Angolanos precisam é de mais trabalho e menos discursos, talvez dai o esquecimento.

Reconheçamos que as exigências de Eduardo dos Santos são enormes, mas também não podemos esquecer das suas palavras no comício de encerramento do MPLA: trabalho, trabalho, combate à pobreza e exclusão, novamente trabalho e mais trabalho dos membros prestadores de serviços públicos a favor de Angola e… fim à corrupção (proponho a leitura desta estória, já velhinha, que o Prof. Feliciano Cangue nos faz o favor de recordar).

A prédica foi utilizada num curto espaço de tempo – apesar de uma volumosa pasta que continha o discurso mas com letras tão grandes que faziam lembrar os novos prédios angolanos que parecem, não arranha-céus, mas pontes entre Luanda e a lua –; que o trabalho seja o que se exige neste futuro próximo que começa já hoje!

02 outubro 2008

Novo Governo de Angola, porquê tanto secretismo?

(base da foto do Club-k-Angola)

Dentro de quinze dias Angola vai ter um novo Governo resultante das eleições legislativas ganhas pelo MPLA.

Perfeito! Mas mais perfeito seria se esse Governo nos oferecesse garantias que iria trabalhar, inequivocamente – e nada diz que o não possa fazer, mas… – em favor de um maior desenvolvimento social, político e administrativo da Nação, e de um maior combate à exclusão social e à pobreza como relembrou Eduardo dos Santos na tomada de posse dos novos inquilinos do Parlamento angolano

Ainda pode ir a tempo, mas…

E era isso que se esperava quando a Comunicação social angolana independente se referia ao secretismo que José Eduardo dos Santos e o general Kopelipa estavam a cozinhar o Governo.

Só que este Governo angolano mais parece um produto já antigo, uma paracuca, por exemplo, em que alteraram um ou dois elementos gastronómicos e mudaram de nome passando a chamar-se parawaku…

Quando olhamos para a sua composição, constata-se que os nomes são quase todos os mesmos só mudando o primeiro-ministro, o engenheiro-general Paulo Cassoma e muitos, mesmo muitíssimos, poucos mais o que nos deixa, na boca, o mesmo sabor de outrora. Mantém-se ministros como Kundi Paihama – quem não se lembra das suas tiradas durante a pré-campanha, nomeadamente, as dos seus caninos – ou Manuel Rabelais – que entrou cheio de guzo para o ministério e mostrando vontade de alterar a imagem da Comunicação Social pública, mas para tudo ficar na mesma- e para quê dois ministros sem pasta?

Vamos dar o benefício da dúvida e degustar o novo “gastrolólico” produto angolano com calma e ponderação e esperar que Eduardo dos Santos e Paulo Cassoma consigam tirar o melhor dos seus novos companheiros de Gabinete.

Quem sabe se o anterior mal não estava no chefe em vez dos subordinados…

Entretanto, e de acordo com a Angop, fiquemos com a composição do I Governo Constitucional – por quanto tempo? – da III República composto por 34 Ministros, um pouco mais que o anterior, e 2 Secretários de Estado, num Gabinete onde imperam 10 senhoras:
Primeiro-Ministro: António Paulo C(K)assoma
Ministro da Defesa Nacional: Kundi Paihama.
Ministro do Interior: Roberto Leal Ramos Monteiro.
Ministro das Relaçoes Exteriores: embaixador Assunção Afonso dos Anjos
Ministro da Economia: Manuel Nunes Júnior
Ministro da Administração do Território: Virgílio Ferreira de Fontes Pereira
Ministro da Administração Pública Emprego e Segurança Social: António Domingos Pitra Costa Neto
Ministro da Justiça: Guilhermina Contreiras da Costa Prata
Ministro das Finanças: Eduardo Leopoldo Severino de Morais
Ministro do Planeamento: Ana Afonso Dias Lourenço
Ministro do Comércio: Maria Idalina de Oliveira Valente
Ministro de Hotelaria e Turismo: Pedro Mutindi
Ministro da Agricultura: Afonso Pedro Canga
Ministro das Pescas: Salamão José Luete Chiribimbi
Ministro da Indústria: Joaquim Duarte da Costa David
Ministro dos Petróleos: José Maria Botelho de Vasconcelos
Ministro da Geologia e Minas: Makenda Ambroise
Ministro do Ambiente: Maria de Fátima Monteiro Jardim
Ministro da Ciência e Tecnologia: Maria Cândida Teixeira
Ministro do Urbanismo e Habitação: Diakumpuna Sita José
Ministro das Obras Pública: general Francisco Higino Lopes Carneiro
Ministro dos Transportes: Augusto da Silva Tomás
Ministro da Energia: Emanuela Afonso Viera Lopes
Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação: José Carvalho da Rocha
Ministro da Saúde: José Viera Dias Van-Dúnen
Ministro da Educação: António Buriti da Silva Neto
Ministro da Cultura: Rosa Maria Martins da Cruz e Silva
Ministro da Assistência e Reinserção Social João Baptista Kussumua
Ministro da Família e Promoção da Mulher: Genoveva da Conceição Lino
Ministro da Antigos Combantentes e Veteranos de Guerra: Pedro José Van-Dúnen
Ministro da Juventude e Desportos: Gonçalves Manuel Muandumba
Ministro da Comunicação Social: Manuel António Rabelais
Ministro Sem Pasta: António Bento Bembe
Ministro Sem Pasta: Francisca de Fátima do Espírito Santo de Carvalho Almeida
Secretário de Estado para o Desenvolvimento Rural: Maria Filomena de Fátima Lobão Telo Delgado
Secretário de Estado para o Ensino Superior: Adão Gaspar Pereira do Nascimento.