31 dezembro 2005

Adeus 2005, viva 2006

É normal em cada final de cada ano fazer uma pequena análise do ano que ora termina.
Não vou fugir a essa regra. Não serei a excepção que confirma que a dita.
De facto foi um ano onde tudo me aconteceu. A maioria, boa.
O lançamento de mais uma obra, “África, Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais” que já vai na segunda edição e que foi objecto de uma entrevista efectuada por um Jornalista, com “J” grande (eu sei que ele não gosta de elogios e de quem esteja sempre de acordo consigo, pois como ele diz, para isso basta a sua sombra, mas é a grande realidade) que pratica essa nobre arte no JN e no NL, Orlando Castro; foram os artigos e comentários no Jornal de Notícias; os artigos de Opinião, por vezes elevados ao mais alto “posto” no Notícias Lusófonas, ou seja, serem Manchetes; no Africamente.com onde alguns artigos publicados no blogue e alguns inéditos, também viram a sua publicação; no AngoNotícias com alguns comentários que mostraram que os angolanos ainda não estão preparados para debater certos assuntos, infelizmente ainda tabus na nossa comunidade; e por último no semanário Frente Oeste onde mantenho – embora com uma irregularidade natural – uma coluna de opinião. Além de citações esporádicas e simpáticas no sítio Democracia Liberal; ou as crónicas auto-publicadas no sítio Eu sou.com ou participações no Sanzalangola.com.
Pode-se dizer que foi um ano que terminou em beleza. Depois da eleição para os corpos dirigentes da Casa de Angola, em Lisboa, e da entrevista no Jornal de Notícias e da publicação de um artigo deste blogue no Africamente.com (sobre o 27 de Maio de 1977), a Manchete no Notícias Lusófonas sobre as cada vez mais utópicas eleições angolanas. Até quando?
Espero que 2006 seja também um ano profícuo.
Para começar, vou ter mais tempo para me dedicar à escrita, aos livros e, acima de tudo, ao meu terceiro patamar académico: o doutoramento; já que passei da vida activa bancária para a “peluda”.
E com ela poderei abraçar outros voos e outras formas de ver a vida.
Também, a partir do próximo ano irei abrir outro blogue, este dedicado unicamente à cultura, como a poesia e o conto: será o Malambas (palavras). Nele poderão participar todos aqueles que desejem publicar um poema ou um conto com um mínimo de qualidade e, de preferência, da grande casa lusófona; ou informações sobre a cultura em geral. Mas não estará restrito a esta.
A qualidade não tem (não deve ter) fronteiras nem pátria.
A todos vos agradeço este ano de 2005.
Assim, neste ano que acaba e para o que se avizinha, votos de Feliz e Próspero Ano de 2006.

Sudão, até onde vai o martírio

Refugiadas etíopes; © foto The One Campaign
Já não bastava a interminável questão de Darfur - será que a Comunidade Internacional ainda se lembra do que isto se trata? - e agora foram refugiados sudaneses a serem matirizados pelas autoridades egípcias, redundando em cerca de uma vintena de mortos.
Até quando a questão sudanesa continuará a estar atrás das costas dos dirigentes mundiais e dos "defensores" humanitários.
Está provado que continua a não bastar os "Africa Aids" ou as meritórias campanhas da The One Campaign ou os lamentos do Alto-Comissariado para os Refugiados. É preciso muito mais.
Mas o quê? Lamento, mas também começo a não saber.
Começam a ser absurdos a mais no Continente onde segundo a maioria dos antropólogos começou a Humanidade. Razões para esta dever olhar África com outros olhos.
Até parece que estão desapontados com a criação. Ou será que estão mesmo...

30 dezembro 2005

Eleições em Angola, para quando?

Sua Excelência o senhor Presidente da República de Angola, Eng. José Eduardo dos Santos, na tradicional alocução do fim de ano, anunciou que as eleições irão ocorrer, em tempo oportuno, após a conclusão do registo eleitoral e depois de ouvida a Comissão Nacional Eleitoral.
Bom, aqui começa emergir as questões de pormenor; então o registo eleitoral ainda não está concluído? Ou será que, na prática, ainda nem começou. E a Comissão Nacional Eleitoral, já apresentou algum trabalho que se veja?
Ou seja, quando já tivermos esquecido qual é um dos maiores direitos dos povos livres – o direito à livre escolha dos seus representantes – aí serão anunciadas as eleições.
E ainda haverá eleitores ou formadores para explicar como se vota?
O ano 2006 vem aí. O ano em que se previa a realização das eleições legislativas e, caso possível, presidenciais.
Parece que talvez já não aconteçam neste próximo ano.
Então para quando? Para as calendas gregas?
Mas como o senhor Presidente anunciou, será em tempo oportuno e como sou optimista, talvez ainda aconteça no ano da graça de 2006 d.C. (por favor, nada de confusões políticas… eu referia-me a 2006 depois de Cristo, ufff!!!).

ADENDA: Este assunto está mais elaboradamente tratado num artigo hoje publicado no Notícias Lusófonas, na rubrica Manchete com o título "Eleições em Angola? - Talvez, talvez um dia". É o que se chama acabar o ano em beleza.

27 dezembro 2005

O “África…” no Macroscópio

Pela pena do Professor Rui Paula de Matos e tendo por base o meu livro “Africa, Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais” e a entrevista dada o Jornal de Notícia, de 17 de Dezembro passado, uma interessante e acutilante análise à problemática africana.
Muitas verdades são lá ditas e escalpelizadas.
A ler com a atenção aqui.

26 dezembro 2005

A UE quer minorar tsunamis silenciosos de África

No dia em que se recorda o tsunami - com uma certa amargura pela impotência com o Homem se viu perante a Natureza - que varreu o sudeste asiático, há um ano, eis que a UE, através do comissário europeu para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, vem afirmar que irá participar com cerca de 165,7 milhões de euros para minorar os “tsunamis silenciosos” de África, como a seca, inundações, pragas de insectos, ou os ainda existentes conflitos armados. Os beneficiários, que irão receber estes apoios nos próximos dez meses serão o Burundi, Camarões, Chade, Congo Democrático, Costa do Marfim, Libéria, Madagáscar, Sudão, Tanzânia e Uganda.
Uma pequena prenda da União Europeia.

Há um ano um acordar tenebroso

Um ano depois em Hang Nga (Tailândia), © foto Nicky Loh/Reuters
Há um ano o Ocidente acordava após as festividades do Natal sob as notícias do horror acontecido na Ásia: o tsunami
Um ano depois as vítimas são homenageadas em todos os países onde aconteceu a tragédia e nos países que viram filhos seus serem barbaramente levadas pela fúria da Natureza.
E aqui fica a pergunta. Sobre quem a Natureza quis despejar a sua fúria?
E porque é que um ano depois(?!) a zona do epicentro sísmico que provocou o tsunami continua sem qualquer tipo de vida marinha?!?!
Estranho, não é…? principalmente quando pouco tempo depois circulavam na net rumores e e-mails sobre um pretenso “desastre” marítimo com um submersível.
E mais estranho quando os cientistas fazem previsões catastróficas de tsunami para breve e na mesma zona.
Porque será?... Tantas perguntas e nenhuma resposta credível.

23 dezembro 2005

Angolana lança livro de poesia

A editora angolana Nzila vai fazer público, amanhã, véspera de Natal, em Luanda, o livro da nova voz da poesia angolana: Rosa Cruzeiro.
A obra, cujo o poema abaixo foi retirado, intitula-se “Brilho Oculto” e será objecto de autógrafo na RNA.
Espero, em breve, deliciar-me com este brilho.

BRILHO OCULTO

Olhei para ti
como nuvem passageira
que se desvia do vento
mas ameaça chuva duradoura

Despertei em ti
pareceu-me que por detrás da nuvem
havia o rei sol escondido e que logo brilhou

Esse brilho ainda hoje
teima em iluminar o meu peito
que há muito se mostrava cinzento
como os dias de inverno
orgulhoso e fechado em si mesmo

Sol, nuvem ou chuva
só sei que em teus braços
agora quero repousar
até que os céus clamem por mim

22 dezembro 2005

SER FELIZ

Um terra em que, se TODOS quisermos, MUITOS poderemos ser muito FELIZES: Angola

Nesta época em que a Felicidade parece criar um forte e belo cimento – pena ser só por tão pouco tempo a sua durabilidade – nada como este poema do “pai” da Lusofonia com votos de Feliz Natal.

Ser feliz
(Fernando Pessoa)

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar
irritado algumas vezes, mas não esqueço
de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena
viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser
capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

21 dezembro 2005

Presidenciais portuguesas: Soares v. Cavaco

© Foto Manuel de Almeida/Lusa/PúblicoOnline
Durante a manhã várias pessoas perguntaram-me se tinha visto o Debate de ontem entre Mário Soares e Cavaco Silva para as presidenciais portuguesas e, no caso afirmativo, qual a minha opinião. De facto, e ao contrário das anteriores, vi uma grande parte do “diálogo”, cerca de 75% do Debate, entre os dois dos pesos-pesados da “actual” política portuguesa.
E o que vi um foi “animal político” (MS) tentar trazer para o Debate um “tecnocrata” (CS). Nada mais.
Ou seja, a minha posição de princípio “Nem Soares, nem Cavaco e muito menos os outros” mantém-se.
Esperemos pela nova ronda “negocial” a fim de ver se mudarei o meu pensamento.

18 dezembro 2005

Excisão, até quando?

Até quando certas práticas ancestrais africanas - e, infelizmente, não só em África - vão continuar a persistir sob o olhar semi-complacente das autoridades civis, religiosas e sanitárias?
Até quando vai continuar a ser "autorizada" a excisão a crianças?
Ontem, na Guiné-Bissau, uma conseguiu ser salva, mas outra, uma prima, infelizmente não. ATÉ QUANDO?
Ou será que, como alguém acabou de afirmar, irá continuar a ser "aceite" que 6000 crianças, diariamente, sejam mutiladas em nome de um estúpido, imbecil e anacrónico hábito?

ADENDA: Sobre este assunto aceder a um apontamento do Agualisa5 onde está incluída uma interessante entrevista de um académico a quem autorizaram assistir a uma excisão na Guiné-Bissau.

Ajuda da UE à Guiné-Bissau condicionada

Segundo a Panapress a União Europeia está disposta a conceder uma ajuda de cerca de 9,6 milhões de euros à Guiné-Bissau (6 milhões para a OGE e 3,6 milhões para apoiar reformas no quadro do programa regional da UEMOA), mas desde que o Governo guineense respeite a estabilidade política e a boa governação.
Ou seja, e pelas notícias que chegam de Bissau, os guineenses vão continuar a ter de esperar pelas ajudas internacionais.
Ou, então, os países doadores terão de deixar de serem politicamente correctos e... fechar os olhos às atrocidades de certos autocratas!

17 dezembro 2005

A entrevista ao JN


A entrevista dada ao Jornal de Notícias pode ser igualmente lida aqui e a análise clicando (e depois procurando o sinal de aumento) na imagem acima.

Adenda: Esta entrevista está citada, na íntegra, no Notícias Lusófonas (acedam aqui - espero!!)

Bento Bembe dá acordo de si

Pelo que se pode ler da interessante entrevista que concedeu ao Ibinda.com e citada no Jornal Digital, Bento Bembe estará bem e a recato.
Uma entrevista a ler com atenção.
Provavelmente haverá algumas pessoas que me irão alfinetar mas como sei que estas me respeitam pelo que eu penso, na mesma razão que os respeito pelas mesmíssimas razões, estou perdoado... mas mesmo assim estou curioso em ver se aparecerá lguma coisa no AH de OC (que provocaçãozinha, heim?!?!)
De uma coisa estou certo havendo Paz em Cabinda, ganha a província e ganha Angola. Mas acima de tudo ganhamos todos nós.

Entrevista no JN

Segundo me alertaram hoje, na edição de amanhã do Jornal de Notícias - ou de hoje, 17.Dez.2005, consoante a hora que estiverem a ler este apontamento - sairá uma página sobre este vosso escriba e o livro "África, Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais" bem assim uma entrevista efectuada há pouco tempo.
Vamos lá a ver como me saí. Aceitam-se críticas...

16 dezembro 2005

Lista A vence eleições para a Casa de Angola

A Lista A, liderada por Gervásio Viana, e de que também faço parte, venceu as eleições para a Casa de Angola, em Lisboa, para o triénio 2006-2008, numa das maiores e mais concorridas assembleias eleitorais que haverá memória nesta Associação de angolanos, angolano-portugueses e amigos de Angola.
Num universo de 247 votantes, a Lista A obteve 136 votos; a Lista B registou 110 votos e verificou-se um voto em branco.
De realçar, ao contrário do que aconteceu na prevista sessão de 25 de Novembro e no intervalo que mediou entre esta data e hoje, a enorme lisura com que decorreu o acto, só enobrecendo todos os que se fizeram presentes ou representados.
Agora caberá à nova Direcção cuja a posse deverá ocorrer em Janeiro procurar elevar o nome da Instituição e o nome de Angola ao patamar que lhes está destinado.
De registar, durante o acto eleitoral, da presença efectiva da RTP África e da Angop, bem assim como de outros órgãos de comunicação social.

Adenda: Sobre este acto que acabou de se realizar poderão ler mais aqui.

14 dezembro 2005

Quem olha pelas nossas crianças?

Não gosto de copiar, na íntegra, ou quase, as palavras dos outros. Mas quando elas reflectem tudo o que nos vai na alma após a leitura do artigo, a melhor solução é transcrevê-lo. Pois aqui vos deixo.

"As condições da infância em Angola são as piores a nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com a morte de 195.000 crianças com menos de cinco anos em 2004. Estes dados foram hoje divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no relatório anual intitulado "A situação mundial da infância 2006: Excluídas e invisíveis".
Segundo esta agência das Nações Unidas, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos em Angola mantém-se nos níveis de 1990 (260 por cada mil), tal como em São Tomé e Príncipe (118), enquanto em Cabo Verde diminuiu de 60 em 1990 para 36 em 2004, na Guiné-Bissau também houve uma redução de 253 para 203 e em Moçambique passou dos 235 para os 152.
O documento destaca que a taxa de mortalidade em Angola é a segunda mais elevada do mundo entre menores de cinco anos."
O resto podem - não, DEVEM - ler aqui.

Será que as nossas crianças não deveriam estar na primeira linha das nossas preocupações.
Não estamos nós na épocas em que as crianças são o principal das nossas atenções??
Até quando, esta hipocrisia senhores????

13 dezembro 2005

Estará a mudar algo na justiça na Lusofonia?

Depois de ter condenado, com pena suspensa, o presidente do Partido Trabalhista (PTS), Anacleto Rolim, a quatro meses de prisão por crime de difamação contra a ministra da Justiça de São Tomé e Príncipe, Elsa Pinto, além de uma indemnização de 25 milhões de dobras (cerca de € 2000,00) à ministra por danos morais, um tribunal santomense absolveu o jornalista Ambrósio Quaresma, director da revista "O Parvo", do crime de difamação contra o comando da polícia nacional das ilhas maravilhosas.
Se no primeiro caso ficou provado que Rolim difamou a ministra quando afirmou que esta estava proteger o seu marido e líder parlamentar do MLSTP-PSD, Alcino Pinto, através de pressões sobre as instâncias judiciais do país, devido a um eventual caso de desvio de fundos de uma empresa estatal santomense, onde, segundo parece, exercerá o cargo de director-geral, já no caso do jornalista o Tribunal terá provado que, apesar deste, e citando fontes anónimas, ter denunciado que certas altas patentes policiais eram vistas a sair de um bar a cantar em consequência de ingestão etílica – facto que parece não se verificar só entre os altos quadros – não houve difamação e injúria à instituição policial.
De facto, nunca uma verdade pode ser considerada injúria quando que denunciada com compostura e codamina.
Pois só que há verdades e verdades…
Mas não é só em São Tomé e Príncipe que a justiça está nas primeiras páginas.
Na Guiné-Bissau, e depois de Kofi Annan ter alertado, num relatório apresentado ao Conselho de Segurança, para o crescendo da insegurança no país, devido ao facto das operações policiais estarem dependentes dos inadequados recursos postos à sua disposição, ao ponto da Guiné-Bissau estar, neste momento, a ser usada como um “ponto de trânsito para tráfico de drogas entre a América do Sul e Europa, como provam as crescentes apreensões de narcóticos”, eis que a Interpol mandou dois funcionários seus para avaliar das qualidades do equipamento de telecomunicações que a polícia internacional colocou em Bissau e dar formação autoridades policiais do país (Polícia Judiciária, Serviços de Fronteira e Migração e Guarda Fiscal).

Uma ingenuidade do Conselho da Europa?


O relatório do Conselho da Europa acerca dos alegados voos secretos da CIA na Europa recolheu elementos que "parecem mostrar que algumas pessoas foram sequestradas e transportadas para outros países", fora do quadro dos procedimentos legais, afirmou hoje o porta-voz da comissão de investigação, Dick Marty” afirmando, mais adiante, que os elementos “… recolhidos até ao momento permitem reforçar a credibilidade das alegações sobre o transporte e a detenção temporária de pessoas, alheios aos procedimentos judiciários, nos países europeus",
Este é uma parte de um artigo do Público-Online onde poderão ler o resto.
Só uma pequena e inocente pergunta: será que o Conselho da Europa é tão ingénuo que acredita que os seus membros (fosse a nível de Governos, fosse – e aqui mais que previsível – a nível dos serviços de Segurança) não soubessem destas andanças que a senhor Secretária de Estado norte-americana, Condolleza Rice, nunca desmentiu os voos da CIA, mas afirmando, unicamente, que nunca terão sido transportados terroristas pelo Mundo para torturá-los … pelos norte-americanos (pelos outros ela não pode, naturalmente, aferir).
Daí o título; haverá por parte do Conselho da Europa santas ingenuidades?
Ou será que estão tentando abafar um conceito muito defendido por Raymond Aron “Os Estados não têm amigos ou inimigos, mas interesses a defender”… e há algum interesse maior, actualmente, que a defesa e a conciliação de permutas informativas sobre potenciais actos terroristas?

11 dezembro 2005

Fifa 2006 - os Dados estão lançados


Por razões particulares não estive perto deste suporte de escrita durante o fim-de-semana.
Como, pelas mesmas razões, não vi em directo o sorteio para o Campeonato do Mundo 2006, na Alemenha. Mas nem por isso deixei de seguir em directo, via rádio, as incidências do mesmo.
Agora, também já não se justifica grandes palavras sobre o mesmo.
Somente que vou tentar estar no dia 11 de Junho de 2006, em Colónia para ver o primeiro de Angola que, por acaso, será com Portugal.
Uma nota de simpatia para a FIFA que lá se dispôs a colocar uma página em Português com mistura de palavras em português-brasileiro, como Irã...
Mas antes do Mundial que Angola não se esqueça que tem o CAN2006, no Egipto, para se afirmar como equipa... e que não se esqueça que CAN e Mundial nem sempre são compatíveis como boa-gestão.

09 dezembro 2005

Agora são as ameaças…

Não gosto!!! nem me afligem as ameaças ou os avisos que soam como tal.
Principalmente se se escudam em chamadas telefónicas anónimas ou sob desculpas esfarrapadas.
Nessas alturas fico surpreendido com a desfaçatez. Mais surpreendido quando os mesmos vêm via telemóvel e quando só um nº restrito de pessoas ligadas à Casa de Angola o conhecem. Então na Lista B só dois o têm conhecimento desse número.
Mas quando nessas ameaças ou velados avisos tocam na vertente familiar aí sim fico positivamente CHATEADO!!!!
E como para mim a família se sobrepõe a tudo eu decidi abdicar do conteúdo integral do apontamento sobre a “As eleições na Casa de Angola – os absurdos” embora fique com ele guardado em lugar seguro para “mais tarde” recordar a quem de direito; principalmente porque não colidia, verberava ou “insultava” ninguém.
Que esta seja uma vez sem exemplo.
A um próximo telefonema, nos termos dos três já recebidos, solicitarei a intervenção judicial.
CONSEGUIRAM CHATEAR-ME

08 dezembro 2005

Que CPLP? - Artigo de Opinião


CPLP? Deixem de gozar com a nossa chipala...

O jornalista e já velho amigo – permitam-me esta liberdade – Orlando Castro na sua rubrica Alto Hama questionou, uma vez mais, a viabilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a necessidade da sua continuidade como organização supra-nacional teoricamente vocacionada para a defesa da Lusofonia, quer quanto às relações inter-estados (concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico, por forma a conjugar iniciativas para a promoção do desenvolvimento dos seus povos, reforço da presença dos oito a nível internacional) quer, e principalmente, quanto à defesa do bem comum: o idioma português.

Poderão continuar a ler, na íntegra, o artigo no Image hosted by Photobucket.com/Opinião ou, no título acima.

ADENDA: Este artigo teve a citação e a transcrição integral no sítio "Demoliberal" o órgão do Jornal da Nova Democracia, na rubrica "O Convidado da Semana" (12.Dez.2005).

07 dezembro 2005

Benfica sempre

2 - 1

Há dias alguém com uma ironia que tinha tanto de doce como de picantinha perguntava-me se não havia nada sobre um tal Benfica!!
E hoje já saberá a resposta???
Lamento pelos outros clubes portugueses não terem conseguido melhores resultados.
Mas pelo que se viu não foi por falta de empenho.
(Nota: o azul do 1 não tem nada de provocação... foi só por causa da cor das camisolas dos ingleses)
Nota complementar:
Interessante o resultado da sondagem que o SAPO fez antes do encontro "O Benfica vai ganhar ao Manchester?":
Total de votos : 21608. Esta pesquisa de opinião teve início em: 2005-12-06 20:46:09
1: Sim (10528 votos - 48 %)
2: Não (11080 votos - 51 %)

Como deverá haver muita gente com uma azia do tipo "coroado"
Nota complementar 2 (resposta a uma "picadinha" telefónica"):
O Benfica além de, segundo parece, ter morto o 2º borrego esta época deve ter, igualmente, exorcizado um pretenso fantasma criado - justamente ou não, não o sei - pela Comunicação Social: o de que nunca conseguia ganhar, principalmente um jogo grande, sem a presença de Simão Sabrosa - infelizmente, já que este deveria ser o jogo da sua vida, esteve ausente. Que regresse breve.

06 dezembro 2005

As eleições a Casa de Angola III – os absurdos

A Lista B, no uso democrático que lhe confere a liberdade de expressão e utilização do sítio da Casa de Angola publicita um Comunicado – no caso o nº2 (e já agora onde está o nº. 1?) – onde apresenta vários considerandos sobre as eleições cuja a nova(?) data estará marcada para o próximo dia 15 de Dezembro(?).


4. Por isso, e uma vez mais reafirmo o que afirmei no parágrafo anterior. NÃO AUTORIZEI, NEM AUTORIZO O ACESSO ÀS MINHAS INFORMAÇÕES PESSOAIS CONSTANTES NA BASE DE DADOS EM PODER DA CASA DE ANGOLA.

05 dezembro 2005

Carta de um emigrante angolano nos States

Recebi, via correio electrónico, uma interessante mensagem sob a forma de epístola de um emigrante angolano na Florida, EUA, para um seu irmão residente em Luanda.
Apesar de, em algumas partes, não concordar com partes do conteúdo, não posso – nem quero – deixar de aqui colocar esta interessante carta tanto pela ironia da mesma como pela tentativa de pedagogia e crítica social que a referida encerra.
Aí fica ela. Leiam, divirtam-se e, se possível, ponderem. Até porque esta carta poderia ser de um outro qualquer emigrante, africano seja de outro continente, num qualquer outro país de acolhimento teoricamente mais avançado.

CARTA DE UM EMIGRANTE ANGOLANO NA FLORIDA/EUA, PARA O SEU IRMÃO EM LUANDA

Mano Jossias, como se vê, "as árvores não te deixam ver a floresta".
Como podes clamar-te pobre, e pedires o meu apoio para a compra da casa, quando és capaz de pagar por uma cerveja quase 1 dólar, mais do dobro do que pago eu, e na nossa terra o consumo per-capita de cerveja é o dobro daqui.
Quando te dás ao luxo de pagar tarifas de telefone fixo ou celular, cerca do dobro do que me custam a mim, e ainda por cima permites que essas mesmas tarifas sejam aumentadas sem sequer te avisarem?
Ou quando tu compras uma viatura por US$ 25.000,00, que a mim não me custa mais do que US$ 12.000,00, completa de extras que me permitem viajar a todo o lado em segurança e conforto. Repara bem que só pelos extras que uma viatura vendida aqui tem de série, tu pagas aí mais do que eu compro aqui a viatura toda.
EU NÃO TE ENTENDO!!!
E a gasolina. Sabes quanto pago por litro. US$ 0,36. Quanto pagas tu? Mais de US$ 0,50. AINDA VIAJAS, MANO?
Quando tu queres comprar casa quanto te custa? Falaste em US$ 120.000. E se fores ao Banco pedir financiamento, pagas 10 casas iguais em 15 anos, ao juro anual de 45%. Sabes quanto me custa a mim? Menos de USD 25.000. E posso pagar nos mesmos 15 anos a juros inferiores a 3%.
ÉS UM HOMEM RICO, IRMÃO!!!
Pobres somos nós, os emigrantes que vivemos na Florida, já que o Governo do Estado, tendo em conta a nossa situação financeira, que é precária, nos cobra somente 2,5% de imposto (há outro de 4% que é Federal), o que totaliza 6,5% de impostos ao consumidor final (IVA), e não 17% que pagas, aí, de IVA, por exemplo pela água e pela farinha.
Sabes quanto pago de seguro saúde familiar e reforma? 10% anual do meu salário. Quanto pagas tu de segurança social? 7%. E Imposto de Rendimento? Mais 10%. A diferença até não é grande. Mas sabes que ainda o ano passado a Tina teve os gémeos num hospital que mais parecia um hotel e quanto paguei? ZERO.
Quanto te custa a ti um parto numa qualquer clínica? Mais de US$ 1.500. A alternativa é aquele pardieiro a que chamam hospital que depois de pagares mais de US$ 250 num quarto "especial" por um parto mal assistido, com alimentação à tua conta e 5 dias de internamento, ainda te mandam embora com a mulher e o filho cheios de malária ou outras infecções.
E a tua reforma? Já fizeste os planos de como vais viver quando te reformares e receberes mensalmente menos de US$ 40? Como morreu o Papá, depois de 6 anos à espera de uma reforma que nunca chegou e que acabou por matá-lo? E os quase 40 anos de trabalho dele nos CFB, contaram para quê?
Sabes quanto recebo eu, de cada vez que por doença justificada tenho de faltar ao trabalho. US$ 150 por dia. E daqui a 15 anos quando me reformar? Mais de US$ 5.000 mensais até morrer ou então a totalidade dos meus descontos ao longo da vida, acrescidos de 100%, de uma única vez.
Então de que servem os teus descontos, mano?
ÉS DECERTO MUITO RICO PARA ESBANJARES DINHEIRO ASSIM!!!
Um País que quase não tem indústria, como é capaz de cobrar ás empresas uma contribuição industrial de 35%, como aí na nossa terra, e, ainda por cima, querem que pague adiantado. De facto, só sendo ricos é que se justificaria pagar um imposto desse calibre.
Necessariamente, têm que nadar em abundância, aí em Angola. És pobre porque ganhas US$ 200 por mês. Pobres somos nós que não pagamos tantos impostos e ganhamos US$ 3.000,00. Somos tão pobres, aqui nos EUA, que as escolas públicas emprestam os livros de estudo aos nossos filhos, prevendo que não tenhamos com que comprá-los, enquanto tu gastas por ano nos mesmos livros, dos 3 miúdos, mais que o teu salário de um mês inteiro.
Às vezes, fico, até, com inveja, pensando que, quando em Angola se pede um empréstimo, os bancos são capazes de cobrar mais de 45% de juro, ao ano.
PAGAR ISSO É SER RICO!!!
Não como aqui que chegamos a pagar menos de 4% de juro ao ano, justamente porque não estamos em condições de pagar mais do que isso.
Tu aí em Luanda, de cada vez que te queres deslocar ao Sumbe, pagas de transporte ida e volta mais de US$ 30, arriscas a vida em carros que mal servem para transportar gado, enquanto eu, porque sou emigrante pobre, por cerca de US$ 10 mês, tenho direito a um título que me permite deslocar dentro do Estado da Florida para qualquer local, sem pagar mais um cêntimo, e na maior das comodidades.
Aí, pagas US$ 20,00 a US$ 25 por uma refeição, num restaurante qualquer com direito a vinho, mesa e toalha, enquanto que eu não pago mais de US$10,00 e o vinho vem do mesmo local de onde vem o teu.
E na maioria das vezes nem direito tens de reclamar quando a comida te provoca desarranjo intestinal, enquanto eu nesse caso, imediatamente pediria uma indemnização ao restaurante que chegava a para viver o resto da vida sem problemas. E rapidamente a questão seria resolvida.
Por uma noite num hotel, aí pagas de US$ 80,00 a US$ 150,00, enquanto que, aqui, não pago mais de US$ 50.00. E sou tratado como um igual, enquanto tu, porque és negro, és quase empurrado porta fora, e na tua terra.
Por último, parece que mais de 80% da população activa, aí na nossa terra, está desempregada, enquanto que, aqui, só 4% estão na mesma situação.
Não te parece que, viver sem trabalhar, é um luxo que só os ricos podem ter? E, nesse caso, não haveria em Angola 30 vezes mais ricos do que aqui?
Faz as contas, mano.
Quem é rico e quem é pobre? Se conseguires responder-me a isto de forma convincente, falarei à Tina na possibilidade de te ajudar, apesar de sinceramente me parecer que não precisas.
Um grande abraço do mano Jeremias

Sismo fraco sentido na baixa de Luanda

Um sugestivo, preocupante e assustador título do Diário Digital. Sem qualquer margem para dúvidas.
Só que a realidade – sem que com isto se deva minimizar eventuais futuros prejuízos materiais ou humanos – foi um pouco diferente.
Começa o DD “Um sismo, sentido hoje ao princípio da tarde na zona baixa da cidade de Luanda, levou à evacuação de vários edifícios mas não causou vítimas ou prejuízos materiais” casos do BPC, da Total e do edifício onde estão os escritórios da De Beers.
Quem viveu muitos anos nesta cidade, e em prédios altos, começa logo a estranhar tal facto por nunca ter ocorrido ou ser do seu conhecimento.
Mas o que vale é que, mais adiante, o DD explica.
O sismo resultou de um forte tremor de terra com epicentro no Congo Democrático “na região de Kalemy, … tendo atingido uma magnitude de 6,8 na escala de Richter” e que a evacuação foi mais preventiva que necessária. Pelo menos a segurança começa a ser um bem inquestionável na cidade de Luanda.
Pena que não seja para outras coisas também…

03 dezembro 2005

Deixem as CRIANÇAS em PAZ!!!!!

Sob o título “Cops accused in child sex abuse”, escrito por Chiara Carter and Sheena Adams e publicado no “The Star”, um interessante, quanto polémico e pungente e não comentável artigo sobre a exploração sexual de crianças no cone austral de África, com particular destaque para a África do Sul, e as ramificações no Zimbabwé e Moçambique.
Quando procuramos sensibilizar as pessoas para os perigos do SIDA e para a defesa dos inocentes eis que surgem denúncias destas.
Infelizmente bem continua Frei Tomás a pregar para ninguém...
Child sex tourism is but one aspect of widespread sexual exploitation of children taking place from remote corners of the country through to the heart of urban centres, children's rights activists have warned.
They have information pointing to trafficking of youngsters both within the country and across its borders, children being forced into prostitution and an increasing number of reports of sexual abuse of boys.
There are no reliable official statistics on child abuse, but Childline South Africa estimates that one out of every three girls and one out of every five boys are abused, before the age of 18. This, however, includes both reports of violence and sexual abuse…

Pode continuar a ler o artigo no sul-africano Independent Online.

Armas por utensílios

.........Isto.....a.....partir........disto
Material reciclado






Tanque abandonado em Bissau



De acordo com uma notícia da BBCparaÁfrica, Bissau começa a querer recuperar um pouco da sua estabilidade social.
E para isso nada melhor que reciclar. Reciclar material militar obsoleto, decrépito, abandonado e em completa deterioração em produtos para a vida civil, como utensílios de cozinha (panelas, tachos ou canecas) ou para a lavoura, (charruas, carroças, enxadas).
Quando a necessidade é premente, o que de bom há no ser humano desponta. E é isso que os guineenses nos estão a transmitir.
Na linha do que os moçambicanos, já em tempos, nos mostraram. Transformar material letal em arte. Uns são para a vista e para a sensibilidade. Os guineenses para o usufruto diário.
Exemplos a ter em conta.

02 dezembro 2005

Muro de Berlim!!! Volta, estás perdoado!!!

O próximo, foi respigado do jornal brasileiro GloboOnline.
O México combaterá as propostas de erguer um muro na fronteira do país com os Estados Unidos, disse nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores mexicano, Luis Ernesto Derbez.
Preocupados com o grande número de imigrantes ilegais que atravessam a fronteira e com a possibilidade de que essas passagens sejam usadas por terroristas, muitos membros do Congresso americano defendem a construção ali de uma barreira semelhante ao Muro de Berlim.

Tudo porque, e na sequência das palavras do iluminado presidente George W. Bush que prometeu ir “intensificar o uso de aviões-robôs, cercas e outras tecnologias para aumentar o controle sobre a fronteira”, o deputado republicano Duncan Hunter propôs “erguer duas cercas paralelas, de aço e com arame farpado, entre o Golfo do México e a costa do Oceano Pacífico”.
Comparada com esta muralha quer a da China, quer a israelita, são meras caricaturas.
Volta Muro de Berlim!!! Estás perdoado.
Aqui fica sem mais comentários

Paul Simon em Dili

O cantor Paul Simon visita Dili no âmbito da sua já reconhecida capacidade de apoiar solidariamente países em emergência ou com dificuldades humanitárias. No caso de Timor irá tentar ajudar nas áreas da saúde, música e desporto.
E não há dúvida que o povo mauber precisa de quem o apoie e ajude; apesar de ser riquíssimo em petróleo mas continuar a ver o seu gigante vizinho explorá-lo como bem entende e melhor usufre.
Felizmente que esta situação parece tender a mudar.
De facto, nas primeiras semanas de Janeiro de 2006, Timor-Lorosae e Austália irão celebrar um acordo que prevê a partilha em partes iguais das receitas do maior poço de petróleo do Mar de Timor, o "Greater Sunrise".
Se tivermos em linha de conta que este poço tem reservas petrolíferas que compreende verbas da ordem dos 13 mil milhões de dólares (11 mil mi lhões de euros), então estamos falados porque os australianos sempre tiveram relutância em denunciar o Timor Gap.
Não esqueçamos, também, que a Austrália só, muito recentemente, voltou à mesa das negociações no que toca à partilha e à divisão territorial (cota marítima) entre Timor e Austrália. Tudo porque em 2002, os australianos abandonaram a Comissão Internacional do Direito Marítimo, sob tutale do TIJ, porque insistia em só reconhecer a divisão territorial que tinha celebrado com a Indonésia e que lhe dava cerca de 2/3 da exploração petrolífera do Mar de Timor.
Pelo vistos o bom senso voltou.

01 dezembro 2005

1 de Dezembro – Dia Mundial da Luta contra o Sida

"1988, a Assembleia-Geral manifestando a sua profunda preocupação pelo facto de o síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) ter atingido as proporções de uma pandemia e tomando como base que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarara 1 de Dezembro de 1988 Dia Mundial da SIDA, a Assembleia salienta a importância de assinalar, no futuro, essa data de uma forma adequada (resolução 43/15)"
Por esse facto continuamos a lembrar este dia; e até ao final do dia terão sido infectados cerca de 15840 pessoas. E quantos terão falecido ingloriamente?
E, entretanto, apenas um em cada dez africanos e um em cada sete asiáticos, conseguem aceder aos anti-retrovirais.

30 novembro 2005

Doentes graves africanos depositados em pensões obscuras*

*Título do Público
"Os doentes dos PALOP com cancro, insuficiência renal e outros diagnósticos graves, transferidos para Portugal ao abrigo de acordos de saúde, são instalados em apartamentos repletos de baratas e ratos, sem quaisquer condições de segurança e conforto. Muitos deles marcados pela morte prematuramente, vêem-se abandonados nos seus quartos imundos, húmidos e escuros, longe do seu país, longe de Portugal, longe da vida.
A embaixada de Cabo Verde, responsável por mais de 90 por cento destes alojamentos, admite a situação, mas lamenta não ter meios financeiros para propiciar melhores condições. "A escolha é dramática", afirma o responsável diplomático em Lisboa. "Ou tentamos que estas pessoas se curem, passando por este suplício, ou deixamo-las morrer em Cabo Verde.
"
O artigo poderá ser lido, na íntegra, clicando no aqui.
Se estes são os acordos que os PALOP celebram com Portugal...
Ou como afirmava, no fim da reportagem, uma caboverdiana "Nós viemos para ser tratados, não para ficarmos ainda mais doentes. Fomos enganados. Na viagem para aqui, disseram-me que esta pensão até era das melhores."
Não há quem proteja e defenda a dignidade humana?

29 novembro 2005

Sobre a Criminalidade em Luanda

Image hosted by Photobucket.comRecebi por correio electrónico duas mensagens sobre a mesma temática: o incremento da criminalidade em Luanda, com particular destaque para os assaltos a pessoas e bens, indiscriminadamente.
Um dos artigos reporta-se a um assalto de que terá sido alvo a filha do Presidente Eduardo dos Santos e citado no Club-K; o outro é uma anedota onde, por acaso, também um familiar do Presidente é visado.
Como a evolução cultural de um Povo pode ser também medido pela sua capacidade – e os Angolanos têm provado tê-lo – em se rir de si próprio deixo o artigo e a anedota
:

Image hosted by Photobucket.com Apontada com arma de fogo

Luanda - A onda de criminalidade que nos últimos meses vem infernizando a vida dos cidadãos em Luanda, ao ponto de ceifar vidas quando estes mostram resistência, não esta poupar ninguém. A evidencia desta vez, é o retrato sobreposto a Tchizé dos Santos a filha do Presidente angolano, que por um pouco não seria poupada.
O incidente aconteceu recentemente num dos momentos, ao cair da noite, no restaurante Miame Beach, na capital do país, quando Tchizé dos Santos e pessoas próximas a si, foram interceptadas por um bando de marginais, prontos para a mais uma acção de destabilização na via pública, soube o Club-k.net de fonte digna.
Tchizé e companhias teriam sido mesma apontada com arma de fogo, que a deichou bastante “traumatizada”.
Embora sem terem saídos tão bem sucedidos da missão “terrorista”, graças a intervenção de alguns presentes, um dos assaltantes terá sido capturado, encontrando-se agora a conta com a justiça.
Desde os passados 28 anos que veio ao Mundo, esta terá sido, a primeira vez que a filha do mais alto mandatário angolano com a jurista Maria Luísa Abrantes, é vitima de um acto desta natureza. Ao contrário de Zedu Dos Santos, seu irmão mais novo, Tchizé faz–nos crer, ter mesmo dispensado a sombra de guarda-costas, no seus momentos em privado.
Entretanto uma comunicação atribuída a Tchizé dos Santos, e distribuída aos que lhe são próximos, da conta que a Jovem “abalada” apela a alerta dos cidadão, dos amigos a estarem atentos para não serem vitimas destes actos.
“Se Eu como filha de quem sou fui assaltada, imaginem vocês”, pensamentos como estes não terão escapado no pensamento da Jovem angolana.
No entanto um artigo de opinião de autoria de um cidadão angolano (publicado neste site) que exclamava analisava a onda de assaltos na capital do pais informava que “Os marginais já alastraram as suas acções até às zonas de lazer fora da cidade, como as praias do mussulo e kilómetros” não se conformado com a suas áreas de “jurisdição” aos assaltos, o articulista alerta que os meliantes “ Também já assaltam festas e locais públicos como bares e restaurantes, neutralizando quem está na porta a fazer o controlo (exemplo do Miami, Vídeo-clube e algumas festas de aniversário que já foram vítimas dessas acções).”
Os crimes em Luanda têm sido perpetrados por jovens com idade compreendida entre 16 a 23. órgão de comunicação e alguns sectores vem admitindo que como medida de prevenção alguns a polícia nacional tem tentado combater este mal, com práticas de fuzilamentos aos criminosos.
Alguns círculos luandenses garantem que doravante as “bangas” em Luanda de se expor com telemóveis na rua como se tratasse algum título representasse, converteu-se em medo. Apenas dentro de casa, e em escritórios é que as pessoas atendem chamadas telefónicas.

Fonte: Club-k.net

Image hosted by Photobucket.comConheço os gatunos (anedota)

Num belo dia, o Presidente da República o Sr. José Eduardo dos Santos, decide convidar todos os Ministros, Generais e alguns Membros do Conselho da República para uma reunião.
A dona Ana Paula dos Santos, decide nesse mesmo dia, ir dar umas voltas pela nossa linda capital.
Enquanto decorria a reunião, o Presidente recebe uma chamada telefónica da Ana Paula dizendo: Zé querido!!! fui assaltada, roubaram-me tudo, tudo que trazia comigo incluindo as minhas jóias.
Surpreendido com a notícia, o Presidente pergunta a Paula se era verdade o que ela estava a contar.
Aflita, responde dizendo que era verdade, e dá um berro: Já não se pode passear a vontade nesta cidade?????? Ai, que horror!!!!!!
Ouvindo isso, o Presidente pede a ela para aguardar um pouco e olha seriamente para todos que estavam na Sala de Reuniões e depois volta a ligar para a Paula dos Santos e diz:
Querida, deve ser um engano porque todos estão aqui dentro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Angola continua a importar combustível!!!

A Directora do Projecto de Introdução no Mercado de Combustível sem chumbo, Lucinda Guimarães, disse recentemente em Luanda, que 60 por cento do combustível que se consome, para satisfazer a demanda diária de 1 milhão e 200 mil litros de gasolina, é importada.” (o resto podem ler no Angonotícias).

Qualquer comentário é desnecessário. Até porque Angola é o 2º maior produtor de crude da África subsariana e um dos maiores de África.
Na produção actual não sei se será ultrapassada pela Líbia… Mas, enfim.
Mas como esbanjar parece ser a sina dos países ricos ou potencialmente ricos, deve ser por isso que Angola ainda não tem uma – pelo menos uma – refinaria à sua altura.
E já há muitos anos que Angola explora e exporta crude; mas importa petróleo e combustível transformado. Será que não andará alguém a mamar à custa da sempre simpática e profícua Mãe Angola?

28 novembro 2005

Timor Lorosae e os 30 anos da independência unilateral

Timor-Lorosae comemora hoje os 30 anos da declaração unilateral da independência - 28 de Novembro de 1975 - pela Fretilin, que nunca foi reconhecida nem por Portugal nem pela Comunidade Iinternacional; e muito menos pela Indonésia que a invadiu e anexou até Outubro de 1999 quando os timorenses em Referendum decidiram pela independência que viria a acontecer em 20 de Maio de 2002.
Só por mera referência, o primeiro auto-intitulado presidente foi Xavier do Amaral que foi obrigado a resignar; sucedeu-lhe Niculau Lobato que viria a ser morto.

27 novembro 2005

Línguas Nacionais versus línguas oficiais

Do blogue Desabafos Angolanos, a quem saúdo pelo sétimo lugar entre os melhores blogues de língua portuguesa – e já agora aproveito para saudar o luso “Tupiniquim” que obteve o quarto lugar entre os melhores de língua portuguesa e que não foi mais que foi 2º lugar entre os melhores Weblogs (paradoxo desta votação) – o texto abaixo, publicado sob o título “Língua materna ou oficial” que pela sua pertinência tomo a liberadde de trazer a este sítio e, porque não, há discussão.
“[…]Uma vez lá, encontro um senhor cuja testa parecia estar há anos sem saber o que é sorrir. Pronto, saúdo e avanço, a final não estava ali para semear amizades. Na secção a seguir, uma senhora dá-me o formulário e algumas instruções. Escrevo tão rápido que, volta e meia, tinha tudo preenchido… e a discussão inicia com a atendedora: tudo porque preenchi o Umbundu como sendo a minha língua materna. “A nossa língua materna é aquela que falamos”, dizia ela. Pois claro, mas é essa mesma a minha língua de berço; tanto o português como o inglês, eu aprendi foi na escola. Que azar me arranjei?! A senhora submeteu-me então a uma cátedra: “língua materna é aquela que herdamos do colonizador, porque é a língua que nos une; olha, um zairense, por exemplo, na escola fala lingala? Claro que não, moço!” Impotente e em desvantagem, disse-lhe apenas que era complicado. “Pois, mas estou-te a fazer entender agora que, no espaço língua materna, escreva português, porque o Umbundu é dialecto apenas!”, ditava ela. Os meus suspiros e reticências não a impediram de pegar no corrector e, a mando dela, eu declarar o português como “minha língua materna”, relegando o meu doce Umbundu ao segundo plano.[…]”
A dicotomia língua materna versus língua oficial tem tanto de absurda como de inconveniente. A cada um a sua língua local; a todas a língua nacional, aquela que realmente junta todos e todos compreendem.
Porque aqui não está em causa a língua materna (como tal) nem a língua oficial (como elo de ligação da angolanidade). O que está em causa, e aí sim, poderá ser perigoso, é tentarem chamar às línguas locais, línguas nacionais. Aí poderão pôr em causa toda uma angolanidade que se quer plena e fértil.
Angola caminha para ser uma Nação. Se assim é não pode ter línguas nacionais e línguas oficiais. Deve ter um língua nacional - no caso o elo de ligação é a portuguesa - e línguas autóctones, locais ou maternas.
A atitude da funcionária, sociologicamente, não terá sido – e não foi – correcta. Mas se olharmos e ponderarmos num ponto de vista supranacional, foi-o.
É altura de termos cuidado com as palavras. Línguas materno-autóctones sim e devem ser ensinadas, língua nacional não: essa é a língua de união. E como alguém dizia antes, em muitas zonas citadinas, muitas das línguas autóctones já se diluíram no próprio português; havendo quem não as conheça.

26 novembro 2005

Casa de Angola, as eleições adiadas

Ainda sobre este cadente assunto, o Notícias Lusófonas publicou o meu apontamento abaixo (Casa de Angola, que eleições?) sob o pertinente e feliz título "A Casa de Angola merece muito mais e muito melhor".

Que CPLP?

O jornalista Orlando Castro, na rubrica Alto Hama, no Notícias Lusófonas, sob o título "A bem da Lusofonia enterrem a CPLP" questiona, com a inteligência irónica que o caracteriza, da ainda existência da CPLP.
De acordo com OC até agora ainda nada viu que mostrasse a sua existência; fosse um elefante branco ou um simples ratinho.
Pois amigo Orlando Castro, eu já.
Quer dizer, CPLP, propriamente dita não. Mas como estive num dos Congressos que levaram à sua efectiva criação... lá isso estive.
E a prova está na foto que encima este apontamento (irra porque será não consigo escrever "post" que é mais curto... uau !! não é que consegui...)

Foto: Pasta oferecida na Cimeira dos Países de Língua Portuguesa

Casa de Angola, que eleições?

As eleições que deveriam ter lugar hoje não aconteceram. Foram adiadas – leia-se degredadas – para o próximo dia 15 de Dezembro.
A Lista B, desde há um tempo a esta parte que queria esta situação.
Invocava não ter tido as mesmas condições que a Lista A de preparar a sua mensagem – leia-se enviar os seus opúsculos – aos potenciais eleitores. A principal razão invocada foi a Direcção não ter facilitado o acesso às fichas de sócios da Casa de Angola, quer quanto às suas moradas, quer, espante-se!!! à sua condição de quotização regularizada, ou seja, e foi isso que claramente pediram, saber quais os sócios que tinham quotas em dívida e os que não o tinham. Que eu saiba acesso a informações pessoais só com autorização dos próprios e eu não fui consultado quanto à mesma.
Não está em causa o seu adiamento. Quem não deve, não teme. Não está em jogo uma guerra mas tão só uma disputa eleitoral; onde haverá vencedores e não vencedores (vencidos só nas guerras). E eu reconheço que ganhar na situação em que, claramente, iríamos ganhar não me seduzia nem seduz qualquer pessoa de bem.
Inconcebível que uma televisão portuguesa, que não esteve no local, ao contrário da RTP que esteve todo o tempo até ao fim do debate, ter feito afirmações incorrectas, nomeadamente da Lista A ser uma lista da UNITA quando lá só está um membro claramente deste partido e em lugar de menor destaque; ora os maiores apoiantes são membros activos e predominantes do MPLA. Mas a Lista A é uma lista de abrangência e isso parece doer a muita gente. Lamentável.
Mas neste caso não houve vencedores e claramente dois derrotados: a Casa de Angola e António Cardoso.
A primeira porque viu os seus problemas continuar a ser adiados. E não só. Porque quer queiram alguns quer não aceitem, é a Casa de Angola, de Lisboa, que é a mais visível. Talvez não seja a mais operativa. Mas das outras pouco ou nada conheço, salvo aquilo que, esporadicamente, se fala. Daí que preconizo a criação de uma Federação aglutinadora das Casas de Angola em Portugal, ou Lisboa, pela sua geocentricidade assuma e concentre titularidade das Casas de Angola em Portugal.
António Cardoso, que, perante a sanzalada – como alguém disse e muito bem (peço desculpa de não citar o nome devido aos seus compromissos sócio-profissionais) – que ocorreu durante um largo período, tentou, por fim, e fazendo valer a sua condição de Mais Velho, serenar os ânimos. O que se via era um perfeito escarcéu onde ninguém, repito NINGUÉM, saiu incólume.
Se há alguém que, politicamente, está nos antípodas de António Cardoso, esse serei eu. Mas António Cardoso, um homem de pequena estatura, mostrou uma grandeza de Homem Grande. Soube transmitir sábias e sensatas palavras mas que, na minha perspectiva, não foram bem assimiladas. Principalmente a sua primeira e liminar frase. E quem conhece o poeta sabe como ele está e saberá como ele se encontra; por respeito nada mais adiantarei.
Ora António Cardoso conseguiu aquilo que poucos ou nenhum ainda tinha conseguido: calar a turba. Criticou asperamente a Lista B por não saber fazer o seu trabalho de casa; chamou-lhes claramente Burros. Criticou a Lista A porque lhe pareceu que foram espertos demais (não concordo mas aceito a crítica). Mas acima de tudo criticou a falta de civismo e a inoperância que estávamos a demonstrar, nomeadamente não conseguirmos transmitir uma capacidade democrática de aceitar o voto.
E essa foi a sensação com que fiquei. Derrotámos um Homem que queria, clara e inequivocamente, votar.
E ao adiarmos as eleições poderemos ter-lhe tirado esse último prazer.
Para mim foi o maior perdedor. E todos nós teremos contribuído para isso. Lamento pelo Homem.

Adenda: Ainda sobre esta matéria a Manchete do Notícias Lusófonas: "Bagunçada total faz adiar eleições na Casa de Angola"; Lamentável a imagem que transmitimos para o exterior.
Lamentável, também, que a RDP África, sem que tenha consultado os principais responsáveis da Lista A, tenha, na manhã da votação afirmado que as eleições tinham sido adiadas. Quem deu essa informação e com que legitimidade. Que eu saiba a demissionária Mesa da Assembleia não foi consultada e o demissionário presidente não forma, por si só, a Mesa.
Tenho a certeza que quer a Cidade Alta quer o antigo cinema Restauradores não gostarão de saber como nos comportamos e que imagem retransmitimos para o exterior. Uma vez mais, LAMENTÁVEL.

25 novembro 2005

Eleições na Casa de Angola II - os absurdos

Se perguntar não ofende - e por certo não ofenderá - será que o presidente Eduardo dos Santos saberá que uma diplomata sua anda a tentar interferir nas eleições da Casa de Angola, solicitando adiamento das mesmas, depois de um dos candidatos da Lista B, sob a capa de ainda Presidente da Mesa da Assembleia-geral e contrariando uma deliberação tomada em Assembleia-geral extraordinária e por unanimidade - repito por unanimidade dos presentes - ter decidido convocar eleições para hoje dia 25 de Novembro.
Pois essa diplomata, através de fax e dirigido ao demitido presidente da Mesa da Assembleia (MA) propôs o citado adiamento evocando razões técnicas - por mero acaso o referido presidente da MA também tinha evocado razões técnicas mas nunca jurídias ou de força maior - para se proceder ao adiamento. Uma das razões, logo um dos absurdos, seria a dificuldade da presença de observadores do Consulado nas eleições.
Que eu saiba a Direcção em exercício não solicitou a presença de qualquer observador nas mesmas. Ou será que o fez sem o conhecimento dos restantes sócios?
Outro dos absurdos prender-se-ia com o facto de estarem a ser efectuados eventos ao abrigo da festa da Dipanda e alguns dos candidatos das listas estarem nesses eventos, por acaso um a ocorrer também a 25 de Novembro, e estarem na contigência de não poderem participar no voto. Ora o absurdo é que nenhum - repito nenhum - dos membros da Lista A foi convidado a estar presentes nesses eventos. De certeza mero lapso e mero esquecimento.
Com tantos absurdos diplomáticos volto à questão inicial. Será que o senhor presidente de Angola, Eduardo dos Santos, e depois das ponderadas palavras que proferiu na festa da independência saberá destas movimentações diplomáticas em terrenos não partidários e particulares?
Ou será que aqui estará, também, um pouco a evocação do 25 de Novembro de 1975. Um facto histórico que certos sectores políticos portugueses ainda hoje, trinta anos depois, não digeriram.
E nem me perguntem porquê chamo os sectores políticos portugueses à colação.

21 novembro 2005

40,3 milhões de infectados com SIDA

De acordo com o relatório 2005 da ONUSIDA, apresentado hoje em New Delhi, o Mundo terá cerca de 40,3 milhões de infectados com o SIDA.
Segundo aquele relatório citado no GloboOnline, em 2005, o continente africano contribuiu com cerca de 5 milhões (5.000.000) de novos infectados.
Mas como não há mal que sempre dure, já começa a aparecer em África países em que a regressão já começa a fazer sentir efeitos. São os casos do Quénia que passou de 10% de adultos infectados, em 1999, para 7%, que se verificaram em 2004; e também as grávidas decresceram de23%, em 2003 para os 21%, em 2004. Além do Quénia, registe-se igual desaceleração no Zimbabwé.
Comparativamente, a África do Sul, continua a ser o país africano onde se regista o maior número de seropositivos, bem ladeado – infelizmente – pelo Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia que também têm das mais altas taxas de infecção entre grávidas – cerca de 30%.
O grande problema dos africanos continua a ser a sua ancestral liberdade sexual, não devida protecção, por falta de uma informação sexual credível, e a continuada retracção de alguns países em disponibilizarem anti-retrovirais. Segundo o relatório, só apenas um em cada dez africanos e um em cada sete asiáticos, conseguem aceder aos anti-retrovirais.
Também quando um presidente do cone austral de África proferiu as afirmações que tem proferido como “[questionando] a ligação entre o VIH e a SIDA e chamava aos antiretrovirais "perigosos," acusando as companhias farmacêuticas de tentarem enriquecer à custa dos pobres“ ou “… não conhece ninguém que morreu com SIDA e questionou a ligação entre o VIH e a SIDA”, que esperar… e mesmo que Buthelezi, ex-Ministro do governo de Mandela, e presidente do Inkatha Freedom Party, tenha, em 2004, enterrado dois filhos devido ao Sida.
A educação também deve começar, rápida e fortemente, pelos dirigentes.
Nesse aspecto, e apesar de morrerem cerca de 1000 polícias(?) anualmente, Moçambique começa a dar sinais de querer travar o avanço do Sida.

20 novembro 2005

Homenagem a José João Oliveira

Pinturas de José João Oliveira
Agora que a Casa de Angola vai a eleições é de toda a justiça prestar homenagem ao ainda timoneiro que, apesar de todas as vicissitudes e da sua precária saúde tentou manter dentro de um padrão justo esta grande nau que se chama “Casa de Angola
Daí que a minha homenagem seja prestada através destes quadros da sua autoria e que faziam parte do calendário de 2005 cujo o tema era a “Lusofonia”.
Bem-haja a José João Oliveira, um nome que ficará ligado à Casa de Angola.

Rádio e Televisão guineense têm novos directores

Governo de Aristides Gomes nomeou novos directores para a Rádio e Televisão guineense.
De acordo com o despacho daquele Governo, as demissões deveram-se ao facto daqueles órgãos informativos estarem a operar "defeituosamente". E com os antigos directores foram despedidos 13 funcionários, a maioria jornalistas, da Televisão guineense.
Segundo aquele despacho para a reestruturação da TVGB contribuiu o facto do quadro de pessoal ser considerado pelas novas autoridades como "pletórico" (Dicionário Universal de língua portuguesa, "pletórico": relativo a pletora; pletora: grande quantidade; excesso de humores ou sangue; excesso de seiva; superabundância. – cada um que tire as conclusões).
De notar que o novo director da TV guineense é, simultaneamente, assessor de imprensa do primeiro-ministro. Só por mero acaso.
Tal como por mero acaso os dois novos directores, Lamine Diatta e Eusébio Nunes, foram activos participantes na campanha que levou “Nino” ao poder.
Também só por mero acaso que os anteriores directores terem sido nomeados há cerca de 3 meses pelo executivo de Gomes Júnior.
São só coincidências.

Fonte: Panapress

Burkina Faso e as presidenciais

As presidenciais de Burkina Faso, ocorridas a 13 de Novembro pp., mostraram a força do voto popular.
Quando toda a gente previa uma vitória folgadíssima do (re)candidato Blaise Campaoré eis que o povo burkinase trocou as voltas a todos os analistas.
Então não é que Campaoré só conseguiu 80,3% dos votos escrutinados? E mais, em 5 províncias, Campaoré só conseguiu 60% dos votos.
O principal candidato oposicionista, Bénéwendé Sankara, ficou 4,94% do sufrágio, no segundo lugar do escrutínio.
Enfim! África, já não dá votos como antigamente…

Eleições na Casa de Angola

A Casa de Angola vai a eleições no próximo dia 25 de Novembro.
Concorrem ao acto duas listas a saber:
Lista A (Unir e Reorganizar na Comunidade), liderada por Gervásio Viana, para a Direcção; Júlio Corrêa Mendes, na Mesa da Assembleia Geral e Vítor Ramalho, no Conselho Fiscal;
e a Lista B (Servir a Casa de Angola é Servir a Pátria), liderada por Elizabete Vera Cruz, sendo a Mesa da Assembleia por Edmundo Rocha e Conselho Fiscal por Jorge Pessoa.
Por razões éticas abstenho-me de fazer juízos de valor sobre as Listas em confronto. Também porque faço parte de uma delas.
Para mais informações, nomeadamente quem mais fazem das Listas e suas linhas programáticas, poderão e deverão consultar o sítio da Casa de Angola já as terão disponíveis, ou tê-las-ão a partir da próxima segunda-feira.
Aos eleitores que estejam a ler estas linhas proponho-vos que apareçam, na sede da Casa de Angola, no próximo dia 25 entre as 19 e 22 horas para a votação.
Apareçam e cumpram com o vosso dever de sócios. Ou solicitem via as credenciais para o fazerem através de terceiros ou por correspondências se tal já for possível.
Além do sítio da Casa de Angola poderão saber mais coisas e debater este assunto no sítio da SanzalAngola.
A participação de todos os angolanos e seus amigos é importante para o relançamento e afirmação desta nossa Casa.

19 novembro 2005

Onde está Bento Bembe?

© Foto de Silva Pinto (Tonspi)
António Bento Bembe, dirigente da FLEC e do Fórum Cabindês, desapareceu em vésperas de ser analisado o pedido de extradição feito pelos EUA a abrigo da acusação que existe sobre aquele, de rapto de um cidadão norte-americano. Pedido esse que chegou a ter o patrocínio da actual secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.
Segundo alguns dos seus companheiros Bembe não desapareceria se a tal não fosse forçado – leia-se raptado –; só não se sabe se isso aconteceu. Bembe sentia-se protegido em Holanda como os factos posteriores o confirmam.
Mas se aconteceu a quem acarretar as culpas. A Angola que veria, por certo, com bons olhos o desaparecimento de uma personalidade que lhe tem causado alguns incómodos pelas tomadas de posição sobre Cabinda? O os EUA que prevendo um eventual não ao pedido de extradição.
E foi isso que aconteceu.
A justiça holandesa recusou a extradição do cidadão angolano de origem cabindense.
Ora de acordo com segundo o Luanda Digital, citando a justiça holandesa o próprio MNE angolano terá apelado ao Tribunal holandês o “não” à extradição realçando para a importância do responsável do Fórum Cabindês para o processo de paz em Cabinda. (Todavia, sabe-se que as moscas também se apanham com mel).
Só restam duas opções.
Ou Bembe estaria escondido temendo pela vida e à espera desta decisão do Tribunal; e se assim for já pode reaparecer em cena, feliz e contente, ou…
Os EUA provocaram, conforme acusam alguns dos seus detractores e apoiantes do dirigente cabindense, o seu rapto.
Já agora, porque não se pede à U.E. para investigar, juntamente com o caso das prisões secretas da CIA se Bembe não estará algures numa delas… (caso se confirme a sua existência). Assim como assim…

18 novembro 2005

Sobre África, o ensaio em 2ª. edição


De acordo com o meu amigo e editor a 2ª. edição do África: Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais já está à venda.
Segundo o mesmo editor, nesta primeira fase, já estarão nos escaparates das diferentes lojas da FNAC.
Infelizmente, razões particulares impediram-me de ir à apresentação do livro do livro de João Carlos Silva, "Na Roça com os Tachos" como era minha intenção.
Se a obra estiver ao mesmo nível das suas intervenções no programa televisivo do mesmo nome - e de acordo com a Brígida do "África de Todos os Sonhos" está mesmo - é evidente que vou ter de ir rapidamente a uma livraria se não quiser ficar sem ele.