Como se sabe, Mário Soares, enquanto Ministro dos Governos
Provisórios portugueses do pós 25- de Abril, teve um papel activo na
descolonização das ex-colónias portuguesas. Tem sido, justa ou injustamente,
acusado de ter praticado uma deficiente descolonização. Isso, a História –
quando todos os documentos desta matéria forem desclassificados – o dirá.
No que toca a Angola, sabemos que teve sempre um papel um
pouco dúbio, quer quanto à descolonização, propriamente dita, talvez porque os
protagonistas, ao contrário de Moçambique, não lhe mereciam muito crédito,
principalmente, os que gravitavam em torno dos movimentos emancipalistas
nacionais; quer quanto, e enquanto líder governativo, no que se referia às
relações entre estados e entre membros governativos.
Sabe-se, quem o conhecia bem, que Mário Soares, gostaria de
ter ajudado a fomentar uma solução de paz entre os irmãos angolanos desavindos
e que dessa solução o País tivesse uma mais rápida e duradoura conciliação e
concórdia que lhe permitisse sair da situação de guerra mais cedo e mais cedo
ter enveredado por um caminho de desenvolvimento e prosperidade que ainda não
temos. Mário Soares via nessa Paz mais rápida uma via para um sistema político
mais abrangente e mais distributivo. Uma democracia mais conciliável com o
sistema democrático representativo vigente, por exemplo, em Portugal.(...)"
Publicado no Novo Jornal, edição 465,
de 13 de Janeiro de 2017 (Análise integrada no dossiê dedicado a Mário Soares,
ex-presidente português, falecido em 7 de Janeiro passado), página 4 com o
título: «Actuação do estadista no conflito em Angola» e sub-título «Soares
gostaria de ter ajudado a fomentar uma solução de paz». (ver aqui o
link disponível para o texto integral e
pdf da publicação)
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