"Esta semana os sotos celebraram o papel de Angola,
enquanto detentor da presidência rotativa do Órgão de Política, Defesa e
Segurança da SADC (OPDS), na resolução da crise político-militar de Setembro de
2017, no Reino do Lesoto, devido ao atentado que vitimou o general Khoantle
Motsomots, comandante-chefe das Forças Armadas deste país (Lesotho Defence Force – LDF).
É certo que, num primeiro momento, os primeiros
intervenientes na contenção da crise foram os militares das Força Nacional de Defesa da África do Sul
(South African National Defence Force – SANDF), ou não fosse este pequeno reino
um território encravado na República da África do Sul e que qualquer distúrbio
político no reino de Sua Majestade, David Mohato
Bereng Seeiso, ou Letsie III, poderia pôr em causa a já – então – difícil
situação política e institucional de Jaco«b Zuma, à época o presidente em
exercício da SADC.
O segundo momento, ocorreu quando Zuma, temendo ser
acusado de intervenção armada num outro país e sem – até então – ter sido
pedido pelo governo de Maseru (capital soto) qualquer tipo de interferência
armada não requerida, em total conflito com as regras de Defesa a e Segurança
quer da União Africana, quer da SADC, contactou João Lourenço, presidente em
exercício da OPDS para que fosse providenciada e, caso disso, criada no âmbito
deste órgão da SADC, uma força de prevenção e intervenção para impedir que a
crise resvalasse em mais uma situação crítica, semelhantes a outras situações
já ocorridas no passado e que tudo parecia indicar estar a se desenvolver:
posicionamento de facções rivais para a tomada do poder no reino de Letsie III.
Do pronto contacto destes dois estadistas com os seus
colegas regionais, e de acordo e legitimação com o Governo de Maseru, saiu,
como se sabe, uma força preventiva denominada Missão de Prevenção da SADC para
o Lesoto (Preventive Mission in the Kingdom of Lesotho
– SAPMIL) liderada por Angola.
De registar que a SAPMIL foi aprovada em 15 de
Setembro de 2017, na Cimeira da Dupla Troika da SADC (ou Double Troika Summit
(DTS) – Zuma, como presidente da SADC e uma Cimeira de Chefes de Estado e de
Governo da SADC -na prática faziam parte desta Cúpula, Angola, Namíbia, Suazilândia,
Tanzânia e Zâmbia, reunidos na África do Sul, criou a Dupla Troika). (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no Novo Jornal,
edição 523, de 2 de Março de 2018, página 11 e pode ser lido, na íntegra, em: http://www.novojornal.co.ao/opiniao/interior/angola-na-defesae-seguranca-continental-50239.html
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