"Até Outubro do ano passado, os moçambicanos com
maior ou menor corrupio mantinham uma estabilidade social e política
interessante.
Havia aqui ou ali alguns contratempos, algumas vozes
mais críticas, alguns sectores sociais mais recalcitrantes e reivindicativos
mas, no todo, tudo se processava com a normal intensidade de quem vive de e
para o seu país e para o desenvolvimento de Moçambique.
É certo que a dada altura o líder do maior partido
da Oposição, Afonso Dhlakama decidiu voltar para as suas antigas bases na
Gorongosa, denunciando alguma inflexibilidade política do poder em Maputo e
contestando as linhas mestras das políticas eleitorais moçambicanas.
Na prática, mais não era que Dhlakama estar a passar
umas férias no mato junto dos seus companheiros e apoiantes; ou seja, tudo
normal.
Isto, até Outubro de 201 quando as forças militarizadas
de Moçambique estatuíram o final desse período de ócio; para estas a forma como
Dhlakama se movimentava nas terras da Gorongosa ultrapassavam meros encontros
políticos como, tão-só, havia uma tentativa de restaurar a sua influência
político-militar na região o que, na concepção das autoridades em Maputo dever-se-ia
pôr fim a essas movimentações e restaurar, segundo estas, a soberania completa
do país.
Para isso, as forças militarizadas de Moçambique
invadiram e ocuparam o campo de Sathundjira
onde se sedeava o líder da perdiz.
Ora, naturalmente, estas movimentações
político-militares desencadearam retaliações e contra-retaliações de ambas as
partes com naturais prejuízos para a vida social e económica dos moçambicanos. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no semanário Novo Jornal, edição 312, de hoje, 1º Caderno, pág. 22
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