Houve eleições no
Uruguai, na Tunísia, em Moçambique, na Ucrânia e no Brasil. Estes três últimos,
por razões diversas podem servir de espelho futuro para as nossas próximas
eleições gerais onde se espera, apesar de tudo, sejam incluídas as eleições
autárquicas (mesmo que localizadas e de modo experimental).
No Uruguai o
presidente “pé-descalço” Pepe (Jose Mujica, de nome próprio, cujo mandato termina em Março de 2015) deverá ser substituído por
um destes dois mais projectados candidatos: Tabaré Vázquez (já foi presidente entre 2005 e 2010, que concorre pela
coligação de Mujica, a Frente Amplia); e Luis Lacalle Pou
(candidato pelo Partido Nacional (PN), também conhecido como
partido Blanco). Na prática Vázquez quer imitar o PT e a “coligação”
Lula/Dilma. Há ainda a hipóteses, ainda que remota – quando lerem este texto já
se saberá em definitivo quem foi o mais votado – de haver um possível terceiro
potencial candidato, o Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, que governou o país
durante a maior parte da sua moderna história política; está prevista uma
segunda volta que, a acontecer, será a 30 de Novembro
Na Tunísia, as
eleições do passado dia 26 de Outubro (excepto as de Moçambique foram todas
nesta data) trouxeram uma alteração política interessante. Os islamitas do
partido Ennahada (até agora o partido
maioritário) foram derrotados pelos moderados e laicos do partido Nidaa Toune
que terá conquistado a maioria (mas não absoluta, pelo que terá de fazer
coligações) do Parlamento. O Ennahada não só já reconheceu a derrota como
admitiu – pouco normal no nosso continente – a perda substancial dos anteriores
68 deputados que detinha. Uma boa lição de democracia que se saúda…
Na Ucrânia as
eleições legislativas trouxeram uma enorme dor de cabeça aos europeus e aos
russos. Estes dizem que aceitam o escrutínio apurado. Aqueles, porque a maioria
dos ucranianos dispersaram-se pelos três maiores partidos, todos pró-europeus e
pró-união europeia. Mada de mais se este próximo fim-de-semana, primeiros dias
de Novembro, não fossem ocorrer eleições nas partes auto-separadas do Leste e
eleições antecipadamente reconhecidas pelos russos, o que “minar”, como acusam as autoridades de Kiev, as
expectativas de uma bonança abertas pelo cessar-fogo acordado em Setembro.
Ora sabendo-se que
nós ganhámos um assento, ainda que não-permanente, no Conselho de Segurança das
Nações Unidas – o que se saúda – e que vamos entrar neste grande areópago
internacional em Janeiro próximo, teremos uma palavra a dizer no “conflito” que
naturalmente, irá emergir destas eleições não aprovadas nem sancionadas pela
comunidade internacional. Teremos de dirimir os interesses das nossas
ancestrais relações com os russos e os interesses da comunidade internacional,
nomeadamente, os interesses euro-ocidentais muito particulares…
Finalmente duas eleições importantes por razões
diversas. (...)" - continuar a ler aqui
Publicado no semanário Novo Jornal, edição 353, de 31.Outubro.2014, 1º Caderno, página 19
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