"Ultimamente a maioria
das conversas políticas – e sociais – giram em torno da visita de sua
excelência o senhor Presidente da República, José Eduardo dos Santos, à República
Popular da China, onde, segundo consta, terá rubricado um ou vários acordos
cujo cariz é desconhecido; e essa, infelizmente pela não divulgação dos mesmos,
tem sido uma das razões, oportunas e salutares, para tanta conversa, quase
diáfana, mostrando que a comunidade política e a sociedade civil estão cada vez
mais atentas ao que se passa no País.
E não deixam de ser
oportunas, repito, essas naturais interrogações quando o que as motiva continua
no segredo dos corredores governamentais e a própria Assembleia Nacional parece
estar ausente da leitura dos conteúdos que, eventualmente, tenham norteado os
tais – caso tenha ocorrido, claro, – acordos sino-angolanos. E para reforçar as
dúvidas, o desencontro entre uma notícia da ANGOP, quando da presença do senhor
Presidente na China, e as posteriores declarações da Cidade Alta, quase que
totalmente desencontradas.
Ora se há algo que
nunca foi cabal e correctamente explicado à sociedade civil foram os acordos
celebrados entre Angola e a China; as únicas razões evocadas foram que os
chineses tinham aberto uma linha de crédito a Angola para a reconstrução das
infraestruturas do País – bem necessários após uma longa e sangrenta crise
militar fratricida –, acordos esses celebrados sob a garantia do fornecimento
do petróleo nacional. O que se sabe é que o Ocidente, nomeadamente o FMI, terá
virado as costas a Angola através de exigências que, à época, eram difíceis de
serem cumpridos.
Por outro lado, a China
sempre se pautou por um paradigma político que consiste em não querer saber do
que se passa na vida politica interna dos outros Estados, desde que estes não
ponham em causa as políticas governativas, económicas e sociais de Beijing.
Mas este não é um
paradigma inócuo levado a efeito pelos chineses. Por detrás deste paradigma,
ou, talvez, para ser mais exacto, a par deste habitual paradigma político, há
um outro muito mais importante e que se reveste de uma importância capital para
a expansão chinesa e que denomino da Teoria do Mahjong. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado no semanário Novo Jornal, edição 387, de 3.Jul.2015, 1º caderno, página 198
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