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29 dezembro 2007

O "mal" muito conveniente

(foto ©AFP)
Há um atentado algures, nomeadamente, em países islâmicos ou onde o islamismo tem algum peso, mesmo que mais social que político ou económico e sabe-se logo a quem imputar culpas.
Tem sido assim há um tempo a esta parte.
E quando não é a dita entidade ou organização, ou como lhe quiserem chamar, será alguém a ela afiliada.
Mesmo que ela não se assuma, e fá-lo não poucas vezes logo de imediato porque parece ser esse o seu interesse, ou seja, querer aparecer nos órgão de Comunicação Social, nomeadamente na televisão, para dizer que ainda existe e que, ao contrário da vontade da Coligação, ela persiste.
E quando não é ela, há quem logo diga ou insinue ser ou ter sido ela.
Foi-o, recentemente, com a morte da Benazir Bhuto. Acusaram com uma velocidade incrível a dita entidade – e alguém em seu nome também terá, eventualmente, reivindicado – de estar por detrás ou de ter mesmo sido ela a perpetrar o atentado.
Era conveniente. Só que com isso começam a criar dúvidas, legítimas, nos espíritos dos “mais livres”. E quem ganha com isso é o terrorismo!
Mas tal como escrevi na altura a morte de Bhuto favorecia mais quem ela atacava do que os próprios islamitas. E como ela escreveu em tempos, um islâmico que se preze nunca tentaria matar uma mulher porque em caso disso ser-lhe-ia vedado o acesso ao paraíso.
E para ajudar isso mesmo, a tal entidade que dá pelo nome de al-Qaeda já desmentiu que estivesse por detrás do atentado.
E agora, como irão certos sectores descalçarem esta bota?
Depois de o New York Times, no dia de Natal – que rica prenda natalícia para o senhor Bush júnior – afirmado que os EUA nada sabem de Osana bin Laden desde há dois anos este desmentido coloca mais pressão sobre os EUA e os seus aliados na zona que parecem ter “desviado” cerca de 5 biliões de dólares que a Administração Bush colocou no Paquistão para combater os islamitas da al-Qaeda e os talibãs…
Bem estrebuchou Hamid Karzai, presidente afegão, sobre tão hediondo e infame atentado até porque tinha estado reunido horas antes com Bhuto.
Não seria porque uma eventual entrada de Bhuto na presidência paquistanesa poderia alterar a correlação de forças na região, o que não seria muito do agrado de certos sectores, nomeadamente o porquê da manutenção do “poder” dos talibãs…?
E já agora, não é interessante que as imagens pré-atentado sejam tão claras e depois só se ouçam os tiros e o efeito da explosão e, ainda por cima, quando as câmaras televisivas acompanhavam a líder oposicionista desde o fim do comício? Porque será?

27 dezembro 2007

O obscurantismo venceu uma vez mais?

A ignorância ou obscurantismo, ou o despotismo disfarçado de falta de civilidade política ou de fundamentalismo religioso venceu mais uma batalha.
Benazir Bhuto depois de ter fintado a morte no seu regresso ao Paquistão, morreu hoje, vítima de um atentado suicida, durante um comício em Rawalpindi.
Benazir Bhuto poderia ter sido corrupta como os militares a acusaram. Só não se percebe porque um militar a foi buscar de novo para ser garante de estabilidade nacional.
Benazir Bhuto era uma das principais candidatas às eleições do próximo dia 8 e, por isso mesmo, uma forte adversária do actual presidente que já foi militar mas que agora é civil e que mantém a áurea de ditador que não consegue disfarçar.
Benazir Bhuto parece que não morria muito de amores pela contínua ingerência norte-americana – leia-se, ingerência da Administração Bush – na política interna e externa do Paquistão.
Benazir Bhuto era uma mulher de coragem para quem os ditames religiosos deveriam ficar nas mesquitas e nunca na vida política.
Benazir Bhuto perspectivava-se como a mais provável candidata do povo paquistanês para suceder ao actual presidente Pervez Musharraf, o principal beneficiado deste assassinato.
E por isso Benazir Bhuto foi morta hoje!
E por isso e porque as eleições não estavam a correr de feição a Musharraf e a quem o apoiava é muito natural que seja implantado o estado de emergência no País e as eleições sejam adiadas.
Mais uma batalha ganha pelo obscurantismo político-religioso de um certo sector que não aceita a separação entre o Estado e a Religião!