Em teoria um 19 de Dezembro é um dia mais no
calendário anual. Em teoria.
Só que o gregoriano 19 de Dezembro de 2016 vai ser –
terá sido, quando este texto for publicado – um difícil e complicado dia do
universo político-governativo do continente africano.
Dois países e dois presidentes cessantes, ainda que
por motivos diferentes, contribuem para isso: Gâmbia e República Democrática do
Congo.
N’ A Gâmbia, no início
do mês, houve eleições presidenciais e o ditatorial presidente Yahya Jammeh foi
derrotado pelo opositor Adama Barrow, apoiado por uma coligação de oposição, que obteve 45,5% dos votos
expressos, enquanto Jammeh se ficava pelos 36,7%
dos votos.
Nada
seria surpreendente se não fosse Jammeh, que sempre se considerou quase
omnipotente no país e de que foi presidente durante 22 anos, inesperadamente,
ter acolhido e aceite os resultados eleitorais.
Só que foi uma curta aragem fresca
num deserto de poderes governativos instalados no nosso Continente e que se
desejam perpectuar infinitamente (mesmo que já tenham quase 90 anos e estejam
no poder há cerca de 30 anos e decidam ir novamente a uma eleições que já nem
os próprios correligionários acolhem…).
Dias depois Jammeh deu o dito por
não dito e decidiu contestar as eleições por considerar que
a “Comissão Eleitoral Independente (CEI) cometeu
erros inaceitáveis” na contagem dos
votos, e de “numa região do país os seus apoiantes “sofreram
intimidações” e não foram votar” – o que não deixa de ser caricato face à
rígida liderança que Jammeh tem mantido sobre o país – pelo que apresentou a sua contestação no Tribunal Supremo. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado
no semanário Novo Jornal, edição 463, de 22 de Dezembro de 2016, pág. 35
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