Segundo o portal/site do
semanário Novo Jornal, Angola vai
comprar «material militar à china no valor de
85 milhões de dólares com o objectvo de "reforçar o controlo do espaço
aéreo e terrestre para salvaguardar os objectivos estratégicos nacionais"».
Para quê mais
material terrestre e aéreo?
O que precisamos de
reforçar – adquirir – é material naval para defesa das nossas costas, da ZEE e
da nossa Plataforma Continental.
Se analisarmos a
infografia do "The Military Balance 2021", por exemplo, teremos muito
material aéreo (entre caças, bombardeiros e helicópteros de ataque, estaremos
entre os cerca de 150 aparelhos); e ainda recentemente comprámos e recebemos aviões de combate
russos SU-30K...
De acordo com este
respeitável manual de assuntos militares da IISS em 2020 teríamos cerca de 1
milhar de veículos blindado (incluindo, tanques: 9 ASLT – de origem chinesa –,
e cerca de 300 MBT, sendo que é certo que a quase totalidade de origem
soviética e russa).
E vamos gastar logo
85 milhões de USD em compras à China. Vamos pagar como? Com petróleo, se a
China já tem largo excedente pelo que tem vindo a diminuir ou mesmo suspender a compra de crude?
Este valor é para novos ou para pagar os que já, em 2020, comprámos e recebemos «seis aviões de ataque e treino (K-SW) fabricados conjuntamente pela China e Paquistão» e confirmado pela publicação "Chinese Military Aviation" que indica sermos «um“cliente” na compra destes aviões [e que] que 12 aviões foram comprados»?
Pelo artigo do Novo Jornal, tudo sugere que será novos materiais militares, na linha do que já teria sido ponderado em outras ocasiões que o Novo Jornal lá indica…
Mas não tinha havido
um acordo com a Rússia, creio que em 2019, para a construção em Angola de uma fábrica de material de militar, incluindo,
aviões.
Aceitará Moscovo esta
duplicidade entre Angola, China e Rússia no que tange à compra de material
militar?
Quererá Angola ser
uma plataforma de espionagem militar? E não será só entre Moscovo e Beijing,
mas também com a presença de "olheiros" de potências ocidentais que
já se prontificaram a vender material militar a Angola?
E, ainda no que diz
respeito à Rússia e à eventual construção de fábrica de material militar. Não
estava esta associada ao perdão da dívida de Angola à antiga URSS, como recorda
uma análise do portal/site da “DW, português para África”, quando recorda que
em «1996, a Rússia perdoou 70% da dívida
de 5 mil milhões de dólares de Angola, resultado principalmente de vários
créditos à exportação que a URSS havia concedido para a compra de armas e
equipamentos militares soviéticos»?
Ficam estas reflexões
para ponderarem…
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