Desde que começaram a ocupar os territórios afegãos liberados pelas forças norte-americanas e da NATO, ao abrigo do Plano Trump-Talibans (Trump-Taliban Plan) e que o presidente norte-americano Joe Biden, manteve, apesar das suas críticas a este plano, que os talibans (ou “estudantes”, mas de um Islão ultra-radicalizado – certamente que nunca leram Alcorão (al-Qurʾān – “O Livro” ou a “Recitação”), mas absorvem o que lhe imputam certos líderes religiosos) já chegaram à capital, Cabul, e em pouco mais de 3 meses.
O pânico,
naturalmente, é enorme. Há 20 anos que os afegãos gozavam de uma relativa
liberdade política e religiosa, em particular. as mulheres, que durante o regime taliban
foram obrigadas a envergar a burka (cobertura integral do corpo da mulher), a
deixarem de ter presença em actividades públicas e a deixarem de frequentar as
escolas.
Os talibans afirmam que não são, ou não têm, as mesmas ideias radicais de há 20 anos. Não exigirão às mulheres o uso da burka, mas sim o hijab (só a cabeça é coberta com um lenço, ficando parte do rosto visível).
Mas como já hoje comentava Jonuel
Gonçalves, e cito «A Universidade de Cabul já se despediu das alunas e algumas
empresas (bancos por exemplo) também demitiram as funcionárias dizendo que elas
podem ser substituídas por um familiar».
Há quem
critique Biden por, apesar de ser contra o plano Trump-Taliban,
celebrado em Fevereiro de
2020, o ter mantido e desejar retirar as forças norte-americanas até
31 de Agosto de 2021. Só que Biden tem um duplo problema:
- ao manter a retirada das tropas norte-americanas,
criticam-no por
deixar os “amigos” e “aliados” e as mulheres aos critérios radicais dos
talibans, no que consideram a “pior decisão de Biden”;
Face a isto pouco resta a Biden que
não retirar as suas forças militares do Afeganistão e desejar que “estes talibans”
sejam mesmo diferentes dos “originais”.
Caso contrário, teremos o
recrudescimento do terrorismo de base islâmica – o retorno da al-Qaeda ou do EI/Isis/Daesh
não são de menosprezar, e no caso do Al-Qeada o (re)impacto em Moçambique junto
dos insurgentes –, o retorno – há quem afirme que foi sempre o que os manteve,
além do apoio nada discreto de alguns paquistaneses, os mesmos que acolhiam Bin
Laden – à cultura
e comercialização e dos campos da papoila-branca (papaversomniferum) para produção de opiáceos e sua exportação
internacional e à propagaçãodo radicalismo islâmico para os países vizinhos da antiga-URSS, para China e para o Médio Oriente e, daqui para a
Europa e África…
Se estas situações se vierem a verificar só caberá à comunidade internacional, através da ONU uma forte intervenção armada, mas com apoio inequívoco das 3 grandes potências: EUA, Rússia e China e com apoio de islamitas moderados, da Índia, da NATO, e de toda uma larga comunidade de países, para tentarem o que ingleses (no século XIX-XIX – três guerras que terminaram com o Tratado anglo-afegão de Rawalpindi, em,1919), soviéticos (século XX) e norte-americanos (século XXI) nuncaconseguiram: dominar os afegãos (os povos das montanhas).
NOTA: As imagens foram recolhidas da Internet e de vídeos publicados no Whatsapp
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