Com a reunião de 16 e 17 de Julho, Angola vai receber de Cabo Verde e assumir a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), um clube de países onde todos são iguais, porque todos – supostamente – falam a língua de Camões e Fernando Pessoa, de Mário Quintana e Drummond de Andrade, de Ovídio Martins e Onésimo Silveira, de José Carlos Schwartz e Tavares Lima, de Alda Espírito Santo e Olinda Beja, de Agostinho Neto e Eduardo Agualusa, de José Craveirinha e Mia Couto, Afonso Busa Metan e Xanana Gusmão, de Juan Ávila Laurel e María Nsue Agues (não sei se escrevem também em português, ou só em castelhano…).
Um clube que teve por base uma comunidade linguística mas que procurou, desde o início, não esquecer a base económica e a expansão diplomática da língua como “ponte-de-lança” para a afirmação de dois países em ascensão politica, mas com a necessidade de usar como suporte ou ferramenta de elevação (vulgo macaco) os países africanos de língua oficial portuguesa saídos da descolonização portuguesa, os PALOP; Timor-Leste ainda não era independente e a Guiné-Equatorial ainda nem sonhava, algum dia, vir a ser considerado um país com interesses na aprendizagem do português.
Há quem considere, há muitos anos que a CPLP é um elefante branco posto numa discreta loja de porcelana, entre algo empático e abstracto, entre algo abstraído e claustrofóbico e, ou, apavorador. Uma organização comunitária que exige algo que alguns estão impossibilitados de cumprir: democracia plena, liberdade de pensamento e de opinião, de direitos humanos plenos, de respeito pelas diferenças, de uma harmonização linguística com respeito pelas raízes de cada um. (...) [para ler o texto na íntegra, pode continuar a ler aqui]
Publicado no Novo Jornal, edição 694, de 16.Julho.2021, página 23
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