O texto que a seguir coloco, era para ter sido publicado num portal nacional – ainda que sedeado no exterior; todavia, por razões técnicas e operacionais do referido portal o mesmo não pôde ser publicado. Por esse facto, o início foi ligeiramente alterado para ficar mais próximo do facto/localização actual…
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Num texto de 3 de Maio pp, o
portal do Novo Jornal (NJ) publicava um interessante artigo onde anunciava e escalpelava
a vontade do MPLA em desejar uma "imprensa plural, rigorosa, isenta ecredível"; e sobre que bases assenta esta “nobre e meritória”
vontade?
Esta ideia espiritualista foi transmitida
pelo “Bureau Político” – dizer “Bureau” é intelectualmente mais bonito que
dizer “Escritório” ou “Departamento” – pela ocasião do Dia Mundial de Liberdade
de Imprensa, que se comemora – ou relembra – a 3 de Maio de cada ano.
Há muito que não assistia, directa
ou por gravação, ao “Jornal da Tarde” (o das 13 horas) da TPA Internacional.
Hoje (04/Maio), durante esse horário, houve um largo período que foi dedicado,
quase exclusivamente – retira-se ao encontro que ocorreu com o embaixador
sul-africano –, a meras actividades políticas do MPLA; ainda que em várias
províncias.
Uma imprensa rigorosa, isenta
e credível, pode – deve! – noticiar actividades políticas, mas, e sempre, na
base de uma mera informação curta.
Se o MPLA, a UNITA, a CASA-CE
ou outra qualquer organização política (OP) deseja ver transmitidas várias das
suas actividades, então só tem um de duas soluções:
· ou compra espaço televisivo num órgão de imprensa – se no caso de televisão, ou rádio, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem de definir os tempos de antena que as OP podem comprar – o termo é este mesmo, comprar – fora do âmbito eleitoral, e usá-lo em espaços temporais previamente definidos, normalmente, são juntos de períodos noticiosos, para os divulgar, com
· ou, na linha das modernas OP, criam um espaço numa ou nas principais páginas sociais – Facebook, Instagram e, ou, YouTube – e faz as suas transmissões, como as Instituições Superiores de Educação, por exemplo, para todos os que desejarem seguir essas actividades (sejam, militantes, simpatizantes ou meros curiosos ou analistas políticos).
De contrário, fazer afirmações
destas, por muito bem-intencionadas e credíveis que desejam mostrar ser
verosímeis, tornam-se meramente especulativas e sem sentido.
Ou melhor, mostram que apesar
das "boas vontades" e das "boas intenções" parece querer continuar
a haver uma vontade inequívoca de dominar a Comunicação Social.
E isso mesmo é reconhecido, no
referido texto do NJ, quer por Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato
dos Jornalistas Angolanos, quer por Luísa Rogério, presidente da Comissão da
Carteira e Ética.
Tudo isto acaba por deixar um
mau cartão-de-visita, ou transmite um mau presságio, principalmente depois da
“aglutinação" de vários órgãos de informação, mais ou menos privados, sob a
tutela dos principais órgãos de informação públicos, para as eleições que se
avizinham.
Querem apostar – eu não o
faço, porque, certamente, perderia se votasse pela benignidade das intenções, –
que será isso o que acontecerá e será isso o que a Oposição – seja ela quem ou
o que for – irá proferir, antes, durante e a pós a realização das mesmas?
10.Jun.2021