"Há um adágio popular, principalmente nas terras do
hemisfério norte, que diz, mais coisa menos coisa, que «Abril, águas mil!»;
tudo porque neste quarto mês do calendário gregoriano as chuvas costumas a
fazer das suas. Ou seja, chove tanto que nem as terras aguentam os caudais
pluviosos.
Mas não é só no hemisfério norte que isto acontece.
Ainda, não há muitos dias, as ruas de Luanda tornaram-se em canais venezianos
tal a quantidade de chuva que se abateu na cidade. Nem a reconstruída marginal
– a avenida 4 de Fevereiro – escapou conforme provam as fotografias que correm
nas páginas sociais.
E se Luanda e parte do país estiveram sobre os
efeitos caudalosos das chuvas, também Moçambique se verificam problemas
similares, em particular no sul e no norte (até agora a mais sacrificada, a
zona do Zambeze, parece ter escapado, mas com o São Pedro, nunca fiando…).
Parece que dono das chaves que abrem as nuvens anda
com alguma relativa discordância com os nossos países – se Portugal esteve um
Inverno altamente pluvioso já Abril, até agora tem estado clamo, mas… – tal as
cargas pluviais que nos oferece.
Ou, talvez, ele considere que os povos lusófonos
deveriam se concertar entre si para melhor estudarem a hidrografia e
meteorologia de cada um dos países visando um melhor aproveitamento dos seus
inúmeros recursos hídricos; não esquecendo que Angola e Moçambique até são
bastante carentes de energia eléctrica e que o petróleo – muito poluente (e barulhento,
basta-nos recordar dos geradores) –e o gás – mais ecológico – ainda não chegam
suficientemente para cobrir as nossas mútuas necessidades.
Há um carente desaproveitamento de certos recursos
que deveriam estar no topo das prioridades políticas dos nossos dirigentes para
desenvolvimento económico e social dos nossos povos.
Recordemos que, 12 anos passados do final de uma
guerra que opôs irmãos desavindos, ainda há saneamento básico por tornar Angola
num país de desenvolvimento médio mas, em compensação e fazendo uso do
relatório do Instituto Internacional para a Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI
– Stockholm International Peace Research Institut) gastámos,
em 2013, cerca de 35% a mais em armamento, que 2012, – correspondendo a cerca
de 4,8% do PIB. (...)" (continuar a ler aqui)
©Artigo de Opinião publicado no semanário angolano Novo Jornal, secção “1º Caderno” ed. 326 de 25Abril-2014, pág. 22)
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