04 abril 2014

Há 12 anos de Paz militar mas não faltará a Paz social?...

"Faz hoje 12 anos que as armas se calaram, oficialmente, em todo o território nacional com a assinatura do Memorando de Paz de 2002.

Bom, infelizmente não se pode dizer que a Paz militar é total em todo o País; porque em uma certa parte do território nacional ainda vão persistindo alguns recontros militares, mesmo que esporádicos e a espaços, entre as FAA e os rebeldes (insurgentes, secessionistas, independentistas ou que quiserem chamar, mas que existem) da FLEC em Cabinda.

Do mesmo território que nós persistimos, e bem na minha opinião, em considerar angolano mesmo que sendo enclave, mas que o nosso governo pareceu estar disponível em “descartar” ao aceitar a anexação da Crimeia pela federação russa ao criticar aqueles que na Assembleia-geral condenaram essa mesma anexação.

Talvez uma disparatada distração semântica ou uma preparação para o Governo vir admitir aquilo que muitos de nós preconizam, entre eles, este que aqui assina, ou seja um estatuto autonómico especial para a província de Cabinda. Para isso, claro, há que alterar a nossa Magna Carta.

Em 12 anos muito aconteceu com a Paz militar e muito há ainda por se fazer para uma efectiva Paz social.

- Desenvolveu-se o Pais – é um eterno estaleiro de obras –, mas ainda faltam muitas casas para a população, água e luz e um saneamento básico por incrementar;
- Há uma Constituição, um Governo, mas ainda não há total justiça social nem um poder autárquico assente no voto dos que vivem nas comunas, nas aldeias, nas vilas, nas cidades, nas províncias;
- Há muito dinheiro resultante da, talvez, desmesurada extracção do petróleo, dos diamantes, de alguns minérios, mas o seu legado continua a estar dividido por muitos poucos em detrimento de muitos que ainda subsistem na miséria;
- Há partidos e organizações políticas legais, mas quem ouve, lê ou televê as notícias fica com a ideia que só há um partido no País; só muito esporadicamente se vislumbram notícias televisivas dos partidos da oposição;
- As principais vias-férreas estão quase totalmente operacionais, mas não teria sido mais aconselhável agora que estávamos a recuperar estas vias, ter modernizado as linhas ferroviárias tornando-as mais apelativas aos utilizadores (passageiros e aos exportadores/importadores) electrificando os caminhos-de-ferro? (...)" (continuar a ler aqui

Publicado no semanário Novo Jornal, edição 323, de hoje, 1º Caderno, pág. 22

Sem comentários: