Bom, infelizmente não se
pode dizer que a Paz militar é total em todo o País; porque em uma certa parte
do território nacional ainda vão persistindo alguns recontros militares, mesmo
que esporádicos e a espaços, entre as FAA e os rebeldes (insurgentes,
secessionistas, independentistas ou que quiserem chamar, mas que existem) da
FLEC em Cabinda.
Do mesmo território que
nós persistimos, e bem na minha opinião, em considerar angolano mesmo que sendo
enclave, mas que o nosso governo pareceu estar disponível em “descartar” ao
aceitar a anexação da Crimeia pela federação russa ao criticar aqueles que na
Assembleia-geral condenaram essa mesma anexação.
Talvez uma disparatada
distração semântica ou uma preparação para o Governo vir admitir aquilo que
muitos de nós preconizam, entre eles, este que aqui assina, ou seja um estatuto
autonómico especial para a província de Cabinda. Para isso, claro, há que
alterar a nossa Magna Carta.
Em 12 anos muito
aconteceu com a Paz militar e muito há ainda por se fazer para uma efectiva Paz
social.
- Desenvolveu-se o Pais
– é um eterno estaleiro de obras –, mas ainda faltam muitas casas para a
população, água e luz e um saneamento básico por incrementar;
- Há uma Constituição,
um Governo, mas ainda não há total justiça social nem um poder autárquico assente
no voto dos que vivem nas comunas, nas aldeias, nas vilas, nas cidades, nas
províncias;
- Há muito dinheiro
resultante da, talvez, desmesurada extracção do petróleo, dos diamantes, de
alguns minérios, mas o seu legado continua a estar dividido por muitos poucos
em detrimento de muitos que ainda subsistem na miséria;
- Há partidos e
organizações políticas legais, mas quem ouve, lê ou televê as notícias fica com
a ideia que só há um partido no País; só muito esporadicamente se vislumbram
notícias televisivas dos partidos da oposição;
- As principais
vias-férreas estão quase totalmente operacionais, mas não teria sido mais
aconselhável agora que estávamos a recuperar estas vias, ter modernizado as
linhas ferroviárias tornando-as mais apelativas aos utilizadores (passageiros e
aos exportadores/importadores) electrificando os caminhos-de-ferro? (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no semanário Novo Jornal, edição 323, de hoje, 1º Caderno, pág. 22
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