Adoro quando se
quer dar primazia à adulação para se tornar falado nas artes apostólicas da
epistemologia comunicacional. Penso, mesmo, que é uma arte muito nossa – pelo
menos, ultimamente – e bem aprendida com o actual dilema do antigo
colonialista: bajular, bajular, bajular e quando não é bajular é subservir,
subservir, subservir, sem esquecer a cunha, a nossa eterna gasosa!
Periodicamente e
quando começam as “inscrições” para os Prémios Nobel lá surgem os habituais
candidatos a um deles, nomeadamente o mais desejado, pelo menos a nível de
interesse comunicacional: o Prémio Nobel da Paz. Pré-candidadtos e candidatos e
quase certos… candidatos, nunca faltam. E se não são os próprios a se
auto-proporem há sempre uma alma caridosa que nos oferece um nome, por mais
estranho ou impossível que seja.
Não é o caso,
mas já há uns 4 ou 5 anos que há sempre alguém que manda o seu nome para os
meios informativos. De certeza que ele não tido nem achado e se deve divertir à
grande ver os proponentes fazerem figura de acanhados.
Falo da proposta
de Eduardo dos Santos a Nobel da Paz! A última foi avançada pelo cónego
Apolinário ou Apolónio (nem no nome há acordo entre os meios de informação que
avançaram esta proposta), um membro de destaque
da Igreja Católica angolana, em recente entrevista ao Jornal de Angola (só podia…;
lisonja por lisonja).
Não me parece
impossível a sua candidatura; muito natural até. Se Barack Obama que fez a
guerra no Afeganistão – onde ainda hoje morrem civis “por engano” – foi
laureado com o Nobel da Paz, se Vladimir Putin, líder da recente anexação
militar da Crimeia e dos ataques militares e mortíferos à Ossétia e Abkázia
(retirados a Geórgia que, por acaso, até é associada da OTAN, coisas…) foi um
dos principais candidatos – quase certo –, no ano passado, ao Nobel da Paz,
porque Eduardo dos Santos que também teve uma guerra de onde saiu vencedor;
esteve, indirectamente, no caso do 27 de Maio de 1977 então como líder da
Comissão que estava a analisar o fraccionismo no seio do MPLA e que degenerou
naquele datado caso, é o líder da Nação mais que mais se tem desenvolvido
(política e economicamente que não socialmente) em África só ultrapassada – e
viva o auto-sabujismo – pelas contas no novel PIN nigeriano, não há-de ser um
natural candidato.
Nesse aspecto
Oslo não é esquisita; aceita qualquer candidatura independentemente de ela vir
de onde venha e de quem a proponha.
Mesmo que seja
um cónego que vê a sua Rádio Eclésia-Emissora Católica de Angola continuar a
ser condicionada nas transmissões radiofónicas só à cidade/província de Luanda
e nada mais!
Adulação não tem
limites; ou talvez tenha sido uma forma de louvaminhar as ideias de quem
continua a não admitir a expansão radiofónica da Rádio Ecclésia; através da
Cidade Alta…
(escrito em 10/Abril e posto aqui em 12/Abril/2014)
(escrito em 10/Abril e posto aqui em 12/Abril/2014)
Igualmente publicado no semanário Folha
8, em 12-Abril-2014, pág 8, sob o título «A adulação não tem limites»
1 comentário:
Ó António,
nas missas dominicais
o Cónego Apolónio
bebe vinho a mais?
Antonio Kaquarta
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