10 abril 2014

Eduardo dos Santos a Nobel da Paz – Comentário

Adoro quando se quer dar primazia à adulação para se tornar falado nas artes apostólicas da epistemologia comunicacional. Penso, mesmo, que é uma arte muito nossa – pelo menos, ultimamente – e bem aprendida com o actual dilema do antigo colonialista: bajular, bajular, bajular e quando não é bajular é subservir, subservir, subservir, sem esquecer a cunha, a nossa eterna gasosa!

Periodicamente e quando começam as “inscrições” para os Prémios Nobel lá surgem os habituais candidatos a um deles, nomeadamente o mais desejado, pelo menos a nível de interesse comunicacional: o Prémio Nobel da Paz. Pré-candidadtos e candidatos e quase certos… candidatos, nunca faltam. E se não são os próprios a se auto-proporem há sempre uma alma caridosa que nos oferece um nome, por mais estranho ou impossível que seja.

Não é o caso, mas já há uns 4 ou 5 anos que há sempre alguém que manda o seu nome para os meios informativos. De certeza que ele não tido nem achado e se deve divertir à grande ver os proponentes fazerem figura de acanhados.

Falo da proposta de Eduardo dos Santos a Nobel da Paz! A última foi avançada pelo cónego Apolinário ou Apolónio (nem no nome há acordo entre os meios de informação que avançaram esta proposta), um membro de destaque da Igreja Católica angolana, em recente entrevista ao Jornal de Angola (só podia…; lisonja por lisonja).
Não me parece impossível a sua candidatura; muito natural até. Se Barack Obama que fez a guerra no Afeganistão – onde ainda hoje morrem civis “por engano” – foi laureado com o Nobel da Paz, se Vladimir Putin, líder da recente anexação militar da Crimeia e dos ataques militares e mortíferos à Ossétia e Abkázia (retirados a Geórgia que, por acaso, até é associada da OTAN, coisas…) foi um dos principais candidatos – quase certo –, no ano passado, ao Nobel da Paz, porque Eduardo dos Santos que também teve uma guerra de onde saiu vencedor; esteve, indirectamente, no caso do 27 de Maio de 1977 então como líder da Comissão que estava a analisar o fraccionismo no seio do MPLA e que degenerou naquele datado caso, é o líder da Nação mais que mais se tem desenvolvido (política e economicamente que não socialmente) em África só ultrapassada – e viva o auto-sabujismo – pelas contas no novel PIN nigeriano, não há-de ser um natural candidato.

Nesse aspecto Oslo não é esquisita; aceita qualquer candidatura independentemente de ela vir de onde venha e de quem a proponha.

Mesmo que seja um cónego que vê a sua Rádio Eclésia-Emissora Católica de Angola continuar a ser condicionada nas transmissões radiofónicas só à cidade/província de Luanda e nada mais!


Adulação não tem limites; ou talvez tenha sido uma forma de louvaminhar as ideias de quem continua a não admitir a expansão radiofónica da Rádio Ecclésia; através da Cidade Alta…

(escrito em 10/Abril e posto aqui em 12/Abril/2014)


Igualmente publicado no semanário Folha 8, em 12-Abril-2014, pág 8, sob o título «A adulação não tem limites»

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó António,
nas missas dominicais
o Cónego Apolónio
bebe vinho a mais?

Antonio Kaquarta