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19 maio 2007

Eleições em Argélia, os resultados

Tal como se previa, ou se temia, as eleições argelinas tiveram por vencedor a “abstenção” e, por inerência, embora não escrutinável, a al Qaeda do Magreb, força islamita próxima da al-Qaeda.
A abstenção ultrapassou os 65% dos eleitores argelinos.
Por outras palavras os partidos políticos que elegeram os 389 deputados da Assembleia Popular Nacional só representarão 35,65%, número de argelinos, ou seja, tanto quanto aqueles que votaram.
A Frente de Libertação Nacional (FLN) passou dos anteriores 199 deputados para somente 136 – um castigo para a FLN que previa aumentar para além dos 200 assentos –, a União Nacional Democrática (RND) aumentou o número de assentos de 47 para 61 e a espectacular queda do pró-fundamentalista Movimento da Reforma Nacional (MRN) que perdeu 40 lugares elegendo, somente, 3 deputados.
De registar a reentrada da União pela Cultura e pela Democracia (RCD), um partido da região de Cabília, que elegeu 19 deputados, e dos aumentos que registaram o Partido dos Trabalhadores (PTA), da esquerda radical liderado por Louisa Hanoune, de 21 para 26 lugares, e do islâmico moderado Movimento pela Sociedade da Paz (MSP), de 38 para 52 assentos que a tornam, tal como se previa, na terceira força política do Parlamento, permitindo, deste modo, manter a maioria que apoia o presidente – formam-na a FLN, RND e o MSP –, que passou dos 284 deputados para 249.
Registe-se, ainda, que outros indiferenciados partidos elegeram 92 deputados.

17 maio 2007

Eleições em Argélia

O sexto pleito eleitoral argelino, as terceiras eleições legislativas desde que surgiu o multipartidarismo em 1989, está marcado pela violência e pelo efeito “terrorismo”.
Estranhamente – ou talvez nem tanto assim – umas eleições onde os grupos pró-al Qaeda não tinham pedido algum tipo de violência mas tão-somente abstencionismo às mesmas.
Será que as motivações teológicas e sectoriais são mais fortes que as políticas e sociais?
Assim parece.
É que para muitos argelinos, como, infelizmente, para muitos africanos, os Parlamentos Nacionais mais não passam que coito de corruptos, de beija-mãos, de subservientes e de funcionários dos respectivos partidos em vez de serem os legítimos representantes do povo que os elegeu.
Uns, tudo fazem o que o partido do poder determina; os outros, muitas vezes em vez de avançarem com ideias novas e exequíveis – mesmo que pela sua pequenez partidária morram à nascença – limitam-se a dizer mal ou nada dizerem.
E isto é um caminho “maravilhoso” para o compadrio e corrupção, nuns casos, para o terrorismo, em outros.
Por isso não surpreende que um analista argelino afirme que, provavelmente, muitos dos seus concidadãos se absterão, não por causa do pedido da al-Qaeda, mas porque estão fartos de ineptos num já habitual surrealismo eleitoral...
Num universo de 12 229 candidatos inscritos em 1144 listas eleitorais, provavelmente a Frente de Libertação Nacional (FLN) deverá reocupar e reforçar a sua já habitual maioria parlamentar, seguida dos liberais da União Nacional Democrática (RND), e aguardando-se que os islâmicos moderados do Movimento da Sociedade da Paz (MSP) ocupem a terceira posição.
Isto, se os argelinos com a previsível abstenção não provocarem uma revolução no Parlamento e…
Esperemos que então não surja, de novo, uma nova Frente Islâmica de Salvação (FIS) e com isso um novo putsch militar na Argélia.
É que o seu poderoso vizinho do Norte estará com os olhos bem abertos para a antiga “jóia da coroa” bem assim espanhóis e portugueses; o gás natural faz muita falta…
E por falar em Portugal, a comunidade argelina vota cá. Será que os angolanos da diáspora poderão também votar quando for a sua vez?
Igualmente publicado no , de 18-maio-2007