Tal como se previa, ou se temia, as eleições argelinas tiveram por vencedor a “abstenção” e, por inerência, embora não escrutinável, a al Qaeda do Magreb, força islamita próxima da al-Qaeda.
A abstenção ultrapassou os 65% dos eleitores argelinos.
Por outras palavras os partidos políticos que elegeram os 389 deputados da Assembleia Popular Nacional só representarão 35,65%, número de argelinos, ou seja, tanto quanto aqueles que votaram.
A Frente de Libertação Nacional (FLN) passou dos anteriores 199 deputados para somente 136 – um castigo para a FLN que previa aumentar para além dos 200 assentos –, a União Nacional Democrática (RND) aumentou o número de assentos de 47 para 61 e a espectacular queda do pró-fundamentalista Movimento da Reforma Nacional (MRN) que perdeu 40 lugares elegendo, somente, 3 deputados.
De registar a reentrada da União pela Cultura e pela Democracia (RCD), um partido da região de Cabília, que elegeu 19 deputados, e dos aumentos que registaram o Partido dos Trabalhadores (PTA), da esquerda radical liderado por Louisa Hanoune, de 21 para 26 lugares, e do islâmico moderado Movimento pela Sociedade da Paz (MSP), de 38 para 52 assentos que a tornam, tal como se previa, na terceira força política do Parlamento, permitindo, deste modo, manter a maioria que apoia o presidente – formam-na a FLN, RND e o MSP –, que passou dos 284 deputados para 249.
Registe-se, ainda, que outros indiferenciados partidos elegeram 92 deputados.