Comemora-se nesta data, por acaso o dia em que o semanário angolano A Capital comemora o seu aniversário, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Tal como anos e períodos anteriores a Comunicação Social mantém-se na primeira linha de fogo daqueles que não gostam da Liberdade dos Médias (Imprensa e seus colaterais como a Internet e Blogues sociais, por exemplo) que, “de uma forma inaudita” descobrem os “podres” das sociedades totalitárias, autocráticas ou, simplesmente, hipócritas deste nosso Mundo.
É por isso que se deve levar em muito boa conta o lema que as Nações Unidas divulgaram para esta data “Os médias no Século 21: Novas Fronteiras, Novas Barreiras” no mesmo ano em que se comemora o 20º aniversário da Declaração de Windhoek, que promulgou a necessidade de se fomentar a existência de uma Comunicação Social independente e pluralista como condição fundamental para a consolidação da democracia e do desenvolvimento socioeconómico de todos os países.
É a pensar nas diferentes problemáticas, nomeadamente no que se refere às protecções e segurança dos jornalistas, em geral, e dos novos meios de informação digital que o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) se associou às manifestações desta data alertando para os riscos que a profissão de jornalista sofre.
Recordemos que no ano de 2010 foram mortos cerca de 60 profissionais da Comunicação Social enquanto os Repórteres sem Fronteiras (RSF) se viram na necessidade de apoiar jurídica e economicamente cerca de 230 jornalistas em todo o Mundo, particularmente no Irão onde apoio cerca de 56% dos casos e África com 16%.
É também por causa dos novos meios de comunicação que o SJA alerta para os riscos que contempla(va)m a proposta de lei do Governo angolano sobre a regulamentação das tecnologias de informação e comunicação e dos serviços da sociedade da informação.
É certo que muitos jornalistas se curvam perante as diferentes arbitrariedades do Poder. Mas também é vero que uma grande maioria prefere manter a espinha erecta e denunciar os casos menos claros desse mesmo Poder mesmo que para isso seja obrigado a contar todos os cêntimos do seu bolso a vergarem-se aos ditames autocráticos ou hipócritas de quem decide do que deve ser ou não publicado.
Recordemos que no ranking da Liberdade de Imprensa dos RSF, no ano de 2010, Angola se situava no lugar nº 104 enquanto Portugal ocupava o 40ª, Brasil o 58º, Cabo Verde o 26º (o melhor de todos), Guiné-Bissau o 67º, Moçambique o 98º e Timor o 94º, respectivamente. São Tomé e Príncipe não está referenciado.
Publicado no Notícias Lusófonas, secção "Colunistas" de hoje
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