Desde logo os acontecimentos ocorridos no Norte de África e que ficaram reconhecidos pela “Primavera Árabe”. Uma onda político-social, grande parte dela alicerçada nas redes sociais e no despotismo de muitos dos seus líderes, varreu toda a margem sul do mediterrâneo com evidentes impactos na margem norte e em algumas ilhas daquele mar interior.
Na Cote d’ Ivoire (Costa do Marfim – porque é que temos de adoptar, quer os lusófonos, quer os anglófonos, como genérico e obrigatório, o nome francófono e não fazemos o mesmo com Moçambique ou Açores; isto seria uma forma de afirmação da Lusofonia –), o desejo de permanência foi derrotada pela vontade de mudança, mesmo que esta não tenha sido absolutamente clara e inequívoca, excepto para os Poderes fundados fora do continente, “comme d’ habitude…”.
O paradoxal e controverso “Pai da União Africana” foi tragicamente deposto e expungido – o termo correcto é mesmo assassinado – sem que conseguisse almejar e ver concretizada a sua enorme e ascética vontade realizada. Ser o presidente de todos os Estados africanos amontoados no seu aluado e fantasista Estados Unidos de África.
A República Democrática do Congo (RDC), mais um cancro que nunca mais parece ser extraído, continuou nas páginas noticiosas pelas piores – uma vez mais – razões. As eleições gerais mostraram que em muitos países africanos a democracia ainda é um mito, ou mesmo um tabu. As provas de total ineficácia democrática e evidentes fraudes na RDC foram tão evidentes que o Tribunal Constitucional precisou de várias semanas para as sancionar e com o vencedor do costume: quem já estava no Poder, ou seja, e neste caso, Kabila Júnior. (...)" (continuar a ler aqui).
Publicado no semanário Novo Jornal, edição 205, de 23-Dezembro-20111, pág 21
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