e citado no Pravda
"A República Democrática do Congo (RDC) está na ressaca das votações presidencial e legislativa ocorridas na passada segunda-feira, 28 de Novembro. No momento que iniciei a escrita destas linhas ainda não se sabia quantos teriam votado e quem liderou a votação. Sabe-se, outrossim, que houveram distúrbios e boicotes em alguns círculos, nomeadamente em Lubumbashi, capital do Shaba/Katanga [, que estão confirmados a existência de, pelo menos, 9 vítimas mortais entre eleitores e simpatizantes dos candidatos e que um dos candidatos, Etienne Tshisekedi, viu a sua natural pretensão em votar ser impedida, numa primeira secção de voto – foi bloqueado pela polícia – e só numa segunda secção é que teve o privilégio de expressar sua preferência eleitoral.
Além de Joseph Kabila Júnior e de Tshisekedi, o já experiente candidato oposicionista, houve mais 9 candidatos à cadeira da presidência. As eleições tiveram o impacto e as incertezas que se conhecem. Da parte dos observadores há a ideia que tudo não correu tão mal que não fosse previsível. De acordo com uma ideia do observador internacional, John Stremlau há que esperar que além da paz que persistiu(?!)"(…) os candidatos devem aceitar os resultados das urnas". Sejam quais forem, talvez acrescente eu…
Ora a paz foi tão grande que a comissão eleitoral da RDC (CENI) decidiu prolongar por mais um dia as eleições. E estas já estão inquinadas não só com as vítimas mortais ocorridas durante o acto eleitoral como já haver candidatos, como o ainda presidente do Senado, Léon Kengo, a exigiram que o sufrágio seja considerado nulo devido às irregularidades constatadas e já assumidas pela CENI e por observadores independentes.]
Todavia, é ponto assente que Kabila Júnior, tem todas as condições para voltar a ser o escolhido como o “leopardo” da RDC à frente, bem a frente, de todos os seus adversários, por muito que estes sejam mais credíveis, estrebuchem ou tenham apelado a um boicote sectorial nestas últimas eleições.
E se Kabila parece estar na “pole position” para continuar como presidente da RDC, apesar da persistente concorrência eleitoral de Tshisekedi, essa é também a vontade de Luanda e do Governo angolano dado que, por um lado, já conhece a “peça” e por outro Luanda quer a manutenção da RDC estabilizada porque os dois países partilham uma longa fronteira comum (apesar desta estar a ser sujeita a um escrutínio feroz por parte dos congoleses na parte norte marítima angolana) onde as populações convivem há muitos séculos e pelo facto dessas eleições poderão ser determinantes para o futuro das relações entre os dois países. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no semanário Novo Jornal, ed. 202, de 2/Dez./2011, pág. 23; e transcrito no portal, em língua portuguesa, do jornal Pravda, secção Mundo, sob o título "Eleições na RD Congo: Se o jacaré acordar" (http://port.pravda.ru/news/science/05-12-2011/32566-eleicoes_rdc-0/)
Publicado no semanário Novo Jornal, ed. 202, de 2/Dez./2011, pág. 23 e transcrito no jornal Pravda, sob o título "Eleições na RD Congo", em 4/dez./2011
Sem comentários:
Enviar um comentário