"O presidente Eduardo dos Santos – pelo menos até ás próximas eleições já ontem confirmadas mas não enunciadas a data da sua realização – fez ontem a habitual análise do ano que finda – a sua comunicação tão cedo, uma quarta-feira e a 4 dias do fim-do-ano deveu-se à sua necessidade de ir descansar mais cedo para a sua residência particular no Miramar? é que não fui só eu a notar que dava mostras de sinais de alguma debilidade física e, talvez, psicológica.
Deu-nos uma perspectiva de que tudo continua a correr como o ilustre mais alto magistrado da Nação e o seu Governo desejam – um ano quase dourado – embora, sublinhe, que nem tudo terá corrido como almejava, nomeadamente, terem ficado por realizar “ erradicação da fome, d pobreza e do analfabetismo; as injustiças sociais, a intolerância, os preconceitos de natureza racial, regional e tribal.”
De facto, estes valimentos sociais continuam por extirpar do seio da Nação. Como também, e não menos importantes, estão por resolver valência tão genéricas, quanto essenciais, como são a regularização de fornecimento de energia eléctrica; distribuição geral de água potável em todas as cidades, vilas e, logo quão possível, nas aldeias e sanzalas; a criação sustentada de um correcto saneamento básico – condição necessária para uma boa qualidade de vida das populações e um meio para minorar e aniquilar doenças endémicas desnecessárias, como, por exemplo, a cólera que mata os nossos concidadãos –; ou realojamento adequado aos cidadãos expulsos das suas casas e, ou, daqueles que ainda se mantêm auto-exilados nas grandes cidades deixando as suas regiões de origem despovoadas e sem auto-sustentação.
É bom que a Sociedade Civil e o sector privado continuem “a conjugar e a aumentar os seus esforços com o objectivo de corrigir o que está mal e melhorar o que está bem” e, ou, “criar coisas novas onde for necessário para aumentar a nossa capacidade de resposta e satisfazer as necessidades da sociedade”. É bom e necessário, mas cabe ao Estado, que é sustentado com os milhões do petróleo dar o passo mais agigantado nesse sentido.
Porque não se pode esquecer que só agora, quase dez anos após o fim da nossa fratricida guerra, que começa a emergir uma florescente Sociedade Civil e um Sector Privado. E se este sector ainda está muito dependente do apoio estatal ou de agentes que se firmam no Estado e na coisa pública, a Sociedade Civil também enferma de estar, na sua grande maioria, apoiada num florescente sector informal como o reconheceu, e muito bem, Eduardo dos Santos nesta sua anual alocução.
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