Há um adágio muito antigo, de origem romana – ou latina –, que diz que “à mulher de César não lhe basta parecer ser séria”.
Isto prende-se com o facto de uma empresa de filhos de um governante ter sido contemplada com algumas dezenas de milhões de dólares para transmitir, externamente, uma certa imagem do país de origem.
Não está em causa os fundos entregues, tendo em conta, a ajuda que os mesmos transmitem.
Agora, desconhece-se quando e em que medida houve concurso público para o benemérito outorgamento dos citados fundos à referida empresa.
Tal como nada obsta que a principal empresária do emblemático país, também ela, e por mero acaso, filha do avisado senhorio – a quem não se conhece quaisquer rendimentos elevados para que os filhos sejam tão abonados –, tenha solenizado um contrato entre a sua holding e a de uma congénere portuguesa para a implantação e exploração de uma cadeia de super e hipermercados em todo o país.
Como também não é relevante que a maioria dos fundos capitalizados pelo país sejam provenientes de uma matéria-prima importante não só para a sua economia como para a economia de muitos países.
Agora já é mais importante é saber que gere, administra, superintende, realmente, estes fundos e quem os deve controlar.
Esse, por muito que digam que os organismos internacionais andam atrasados nos seus elementos de estudo e de trabalho, continua a ser o grande embaraço da transparência do país.
Pois, a um líder, como à mulher de César, não lhe basta parecer ser sério. Tem de mostrar, além de todas as evidências, principalmente acima daquelas que parecem querer mostrar o contrário, que o é mesmo!
1 comentário:
Meu Velho,
A linguagem diplomática fica sempre bem. Não sei, contudo, se o nosso Povo (cuja maioria continua de barriga vazia) compreende que se não chamem os bois pelos nomes. Mas esses, dirás com toda a razão, não têm acesso à Internet. Também é verdade. Mas um dia terão. E se há coisas que ficam para memória futura, uma delas é a memória do passado.
Kdd
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