Adriano
Parreira, professor universitário e antigo diplomata achou, em nome da Justiça,
denunciar actos que, no seu entendimento, eram contrários e lesivos para Angola
e para Portugal.
Se
bem o achou, como cidadão, fez a sua obrigação; denunciou os tais actos à Procuradoria-geral
da República portuguesa – o cidadão, em questão, tem dupla nacionalidade – que abriu
o necessário inquérito.
Sabe-se,
há muito, que esse inquérito provocou inúmeras cólicas a uns quantos e fizeram
seu porta-voz o reconhecido “nosso pravda” e seu escriba de confiança com
dislates absurdos e, por vezes, a raiar o xenofobismo contra todos os que
acharam que a Justiça, doa a quem doer, deveria ser feita ou, no mínimo, bem
esclarecida.
Acontece
que Adriano Parreira, só se limitou a fazer uso dos seus direitos enquanto
cidadão e, sublinhe-se, após denúncia efectuada por outro cidadão nacional,
esta em livro e, creio, não tenho a absoluta certeza. Também junto da PGR
angolana que terá arquivado o processo por falta de provas efectivas e
evidentes – corrijam-se, se estiver errado…
Ora,
Parreira que na segunda-feira quis deslocar-se para fora do país, teve a
desagradável surpresa de se ver retido no aeroporto com os seus dois passaportes
– angolano e português – caçados pelas autoridades de fronteira.
Em
entrevista à revista portuguesa “Sábado”, Parreira explicou que por volta das “20h30
quando, depois de despachar as malas, já no controlo dos passaportes, o
funcionário disse-me que teria de aguardar porque havia um bloqueio no sistema.
Cerca de 20 minutos depois pediu-me para o acompanhar até outra sala. Estava lá
um guarda que me disse que aquela era uma sala de retenção”.
Ainda de acordo com Parreira, só mais “tarde apareceu outro agente que me deu a ler um papel com o símbolo da
PGR. Explicou-me que se tratava de uma ordem para ser impedido de viajar e para
me apreenderem os passaportes angolano e português. Pedi uma cópia, mas não me
deram”.
O governo e a justiça nacionais têm todo o direito de reter
os passaportes nacionais, mas não, nunca, os passaportes de outras origens.
Têm o direito de questionar todos os nacionais sobre dúvidas
jurídicas que se apresentem.
Mas só podem, só devem, de acordo com a nossa Lei
Constitucional fazê-lo sob a jurisdição de um magistrado e devidamente bem
justificado.
Pelo que se percebe das notícias que correm sobre esta
matéria parece que a apreensão não parece ter seguido os trâmites normais.
E mais anormais se tornam quando a personalidade em questão
apresentou uma denúncia contra personalidades da vida político-social nacional
e terceiros verberam e condenam foram da alçada da Justiça.
Isto assim, não vai bem e, por estas e por outras, que
estamos no 157º lugar do “Corruption Perception Index 2012” a “dois patamares” dos mais…
Ora os efeitos desta medida podem ser aquilatados nas páginas
sociais, nomeadamente no Facebook e no Twitter…
Nota: Afinal
tudo não passou de um mal-entendido. Afinal só queriam saber qual a morada e o
número de telefone de Adriano Parreira. Excesso de zelo funcional. Vá, não vale
rir e dessa maneira…
1 comentário:
Luiz Araújo deixou um novo comentário na sua mensagem "Quando acham que se fala demais, depois…":
soubemos hoje que, "apenas", queria saber onde mora o Parreira em Luanda e o seu numero de telefone angolano.
Risível, especialmente se tivermos em conta que se tem tido a fantasiosa imagem da situação angolana como caracterizada pela existência dum estado de direito em que só o que a lei lhes permite é o que fazem as autoridades.
A gente do poder em Angola não perde a oportunidade para protagonizar palhaçadas...
exige dignidade com dignidade
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