(MLSTP-PSD de novo no poder total)
Há dias o executivo de Patrice Trovoada,
da ADI, viu ser chumbado pelo Parlamento devido a uma moção de censura votada e
aprovada pelos deputados presentes representando vários partidos. Na base desta
votação esteve a recusa da Oposição em aceitar o Orçamento para 2013
apresentado pelo executivo de Trovoada.
A ADI (Acção Democrática Independente),
maioritariamente pautou pela ausência da votação esperando, talvez, que a sua vacuidade
representasse falta de quórum. Um xicoespertismo que lhe saiu caro, dado que
levou à queda do Governo.
Nos termos constitucionais, o
presidente Manuel Pinto da Costa convocou o partido mais votado, a ADI, para
nomear e liderar um novo executivo. A ADI, naturalmente, voltou a colocar na
mesa das conversações o nome de Patrice Trovoada para a liderança do novo
executivo, facto rejeitado por Pinto da Costa.
Creio que a ADI esqueceu-se de um facto
muito importante e que não deveria ter sido olvidado. Os apelidos Pinto da Costa
e trovoada não se dão bem em coexistência há muitos anos. Ambos representam
duas diferentes correntes sócio-antropológicas do País: os Forros e os Tongas/Moncóis*.
Ora, não foi, portanto, surpresa a
recusa de Pinto da Costa em aceitar o nome de Patrice Trovoada. Se aquele
recusou este, a ADI manteve-o e recusou apresentar outro nome.
Face a isto, Pinto da Costa convocou o
MLSTP-PSD (Movimento de Libertação
de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata), segundo
partido mais votado das últimas eleições, para indicar um nome e apresentar um
novo executivo, facto que aconteceu hoje com a tomada de posse do XV Governo
constitucional liderado por Gabriel Arcanjo da Costa, até agora bastonário dos
advogados e antigo primeiro-ministro – liderou um governo durante cerca de seis
meses em 2002 – e antigo diplomata em Lisboa.
O novo Governo está composto
por elementos do MLSTP-PSD, do Movimento
Democrático Força da Mudança- Partido Liberal (MDFM-PL), do
antigo presidente Fradique de Menezes, e de independentes, e apoio do Partido da Convergência Democrática (PCD), onde
se destaca pela sua já longevidade – e preocupante longevidade – o Ministro da
Defesa e da Ordem Interna é, uma vez mais, o tenente-coronel, na reserva, Óscar
Sarmento e Sousa.
Parece uma forma de dizer que o poder
castrense santomense continua firme e controlador nos Governos civis do País…
De acordo com o discurso de tomada de
posse do novo primeiro-ministro este deseja implementar as relações com Angola
bem assim, e sem tomar em conta outros países, com a Guiné-Equatorial e com a
República do Congo (Brazzaville).
Ou seja, nada de novo no Golfo da Guiné…
*STPríncipe: Notas para um estudo sócio-político
Publicado em simultâneo no Notícias Lusófonas (Manchete) com o título: "São Tomé Príncipe, e vão 15 Governos…"
Publicado em simultâneo no Notícias Lusófonas (Manchete) com o título: "São Tomé Príncipe, e vão 15 Governos…"
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