18 dezembro 2012

Quem não deseja a estabilidade na Guiné-Bissau?


Estava programada uma conferência em Bissau levada a efeito por uma missão internacional que agruparia várias organizações internacionais para analisar e debater a situação constitucional da Guiné-Bissau.

Estaria, se não fosse a CEDEAO ter pautado pela sua ausência, no primeiro dia agendado, da referida reunião.

Daí que a reunião tenha sido adiada para hoje o que aconteceu conforme despacho do MNE do Governo de Transição (que legitimidade?)

Note-se que, de acordo com o ministro da presidência e porta-voz do governo de transição, Fernando Vaz, em declarações recentemente proferidas, “os países que recusam vistos à Guiné-Bissau também não terão visto para entrar no país”, ora, Portugal é um destes casos, pelo que não se sabe se está , ou esteve, presente.

Ainda assim, a CPLP, enquanto organização a que a Guiné-Bissau ainda pertence, está presente através do novo secretário executivo da comunidade lusófona, o moçambicano Murade Murargy que afirmou que “O que a CPLP quer é defender os interesses dos guineenses. Não queremos interferir no processo, queremos é que eles se entendam.

Pois esse parece ser a vontade contrária da CEDEAO.

Enquanto os Bissau-guineenses estiverem desavindos não haverá unidade nacional, estabilidade política e social e paz militar!

Na realidade a CEDEAO não deseja a unidade Bissau-guineense. Pelo contrário.

O que a CEDEAO deseja, ou melhor dizendo, o que dois dos países que integram a CEDEAO desejam – e são dois dos principais, sendo, um deles, potencial player regional – é a “shatterização” do país para dele obter mais-valias como o petróleo, o bauxite e, principalmente, as férteis planícies e bacias hídricas Bissau-guineenses.

É altura dos Bissau-guineenses perceberem, de vez, que se não podem desprezar o apoio dos vizinhos e dos verdadeiros amigos – nas relações internacionais estes são difíceis de serem descortinados porque os interesses privados são mais importantes que os interesses públicos – também não devem deixar perder o seu maior valor público: a defesa da sua unidade nacional.

Daí que, como afirmou Murargy, o que se torna necessário é que os Bissau-guineenses se entendam! E, se puderem, sem a presença de terceiros cuja a principal – única –- conveniência é a defesa dos seus interesses.

2 comentários:

Didinho disse...

Caro Dr. Eugénio Almeida,

Aceita-se a diferença e a liberdade de expressão, ou nesste caso, o seu desabafo. Porém, leia mais, informe-se melhor sobre a CEDEAO, sobre a Guiné-Bissau e sobre a transição em curso, pois, sobre a CPLP está mais do que visto que a sua defesa não passa de uma mera instrumentalização sustentada pela lusofonia.

Leia o que escrevem personalidades guineenses, que estão na Guiné-Bissau, sempre viveram na Guiné-Bissau, como é o caso de Agnelo Regalla, na sua recente reflexão sobre diversos aspectos da actualidade guineense e certamente terá outros indicadores para melhor se posicionar. A reflexão está acessível no site www.didinho.org

Cumprimentos e boa leitura!

Didinho

Retornado disse...

Se estes golpistas triunfarem, não param mais os golpes naquela terra.

Tem que ser retirado aos actuais golpistas, qualquer apoio internacional, caso contrário serão eles próprios vítimas de outro golpe rapidamente.

A lusofonia se permitir este golpe, não tem moral para condenar outros golpes lá ou em qualquer país irmão.