Estava
programada uma conferência em Bissau levada a efeito por uma missão internacional
que agruparia várias organizações internacionais para analisar e debater a situação
constitucional da Guiné-Bissau.
Estaria,
se não fosse a CEDEAO ter pautado pela sua ausência, no primeiro dia agendado, da
referida reunião.
Daí que
a reunião tenha sido adiada para hoje o que aconteceu conforme despacho do MNE
do Governo de Transição (que legitimidade?)
Note-se
que, de acordo com o ministro da
presidência e porta-voz do governo de transição, Fernando Vaz, em declarações
recentemente proferidas, “os países que
recusam vistos à Guiné-Bissau também não terão visto para entrar no país”,
ora, Portugal é um destes casos, pelo que não se sabe se está , ou esteve, presente.
Ainda assim, a CPLP,
enquanto organização a que a Guiné-Bissau ainda pertence, está presente através
do novo secretário executivo da comunidade lusófona, o moçambicano Murade
Murargy que afirmou que “O que a CPLP
quer é defender os interesses dos guineenses. Não queremos interferir no
processo, queremos é que eles se entendam”.
Pois esse parece ser a
vontade contrária da CEDEAO.
Enquanto os
Bissau-guineenses estiverem desavindos não haverá unidade nacional,
estabilidade política e social e paz militar!
Na realidade a CEDEAO
não deseja a unidade Bissau-guineense. Pelo contrário.
O que a CEDEAO deseja,
ou melhor dizendo, o que dois dos países que integram a CEDEAO desejam – e são
dois dos principais, sendo, um deles, potencial player regional – é a “shatterização”
do país para dele obter mais-valias como o petróleo, o bauxite e, principalmente,
as férteis planícies e bacias hídricas Bissau-guineenses.
É altura dos
Bissau-guineenses perceberem, de vez, que se não podem desprezar o apoio dos
vizinhos e dos verdadeiros amigos – nas relações internacionais estes são
difíceis de serem descortinados porque os interesses privados são mais
importantes que os interesses públicos – também não devem deixar perder o seu
maior valor público: a defesa da sua unidade nacional.
Daí que, como afirmou
Murargy, o que se torna necessário é que os Bissau-guineenses se entendam! E,
se puderem, sem a presença de terceiros cuja a principal – única –- conveniência
é a defesa dos seus interesses.
2 comentários:
Caro Dr. Eugénio Almeida,
Aceita-se a diferença e a liberdade de expressão, ou nesste caso, o seu desabafo. Porém, leia mais, informe-se melhor sobre a CEDEAO, sobre a Guiné-Bissau e sobre a transição em curso, pois, sobre a CPLP está mais do que visto que a sua defesa não passa de uma mera instrumentalização sustentada pela lusofonia.
Leia o que escrevem personalidades guineenses, que estão na Guiné-Bissau, sempre viveram na Guiné-Bissau, como é o caso de Agnelo Regalla, na sua recente reflexão sobre diversos aspectos da actualidade guineense e certamente terá outros indicadores para melhor se posicionar. A reflexão está acessível no site www.didinho.org
Cumprimentos e boa leitura!
Didinho
Se estes golpistas triunfarem, não param mais os golpes naquela terra.
Tem que ser retirado aos actuais golpistas, qualquer apoio internacional, caso contrário serão eles próprios vítimas de outro golpe rapidamente.
A lusofonia se permitir este golpe, não tem moral para condenar outros golpes lá ou em qualquer país irmão.
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