(imagem da Internet)
Actualmente o inquilino da Krasnaya ploshchad (Praça Vermelha, em português), mais concretamente,
do Kremlim, chama-se Vladimir Vladimirovitch Putin;
que, por acaso, foi membro superior do KGB e da, posterior, FSB.
É um indivíduo que conhece, como poucos, na Rússia, a
mentalidade ocidental e como os ocidentais se (não) comportam perante factos
para os quais, apesar de estarem preparados, in book, nunca o estão mental e psicologicamente.
Esperam sempre que, fazendo ameaças, os opositores se acobardam.
Nada mais errado quando o opositor conhece bem quem o afronta,
como é o caso de Putin! Como actual inquilino da Praça Vermelha – é a segunda
vez que lá está com um mandato como teórico primeiro-ministro – além de ter
vindo da antiga escola do KGB, ou por isso, mesmo, sabe que o Ocidente não
possuiu, nesta altura, de um JFK além da União Europeia ser, cada vez mais, uma
manta de retalhos nada solidária onde os problemas sociais, políticos e,
principalmente, económicos prevalecem sobre qualquer tipo de redefinição de fronteiras
que não sejam as suas.
Por isso torna-se ridículo quando a NATO (ou OTAN)
vem dizer que está disponível para abrir
portas à Ucrânia, com o próprio Primeiro-ministro ucraniano afirmar que vai
pedir ao parlamento que aprove pedido de adesão à Aliança Atlântica.
Questiona-se, que verdadeira legitimidade política tem o actual
primeiro-ministro ucraniano para fazer afirmações destas que só colocam a NATO
em cheque?
Acresce, que se saiba, um
dos primeiros requisitos da NATO passa pelos Estados terem ideias políticas defensoras
da Liberdade e dos Direitos Humanos. Os actuais inquilinos de Kiev, como se
sabe, estão no poder após uma enorme e sangrenta actividade contestatária e
encabeçada por movimentos claramente nada democratas (para não chamar os nomes
correctos…).
Por outro lado foi sempre
teorizado pela NATO – e muito bem – que a Ucrânia deveria ser um país de charneira
entre um Ocidente – às vezes, e muitas vezes, – quase decrépito mas onde
persiste a melhor das ditaduras e uma Rússia onde o czarismo está muito
implantado e onde existe um Chefe de Estado que deseja recuperar um esplendor
político-militar – mesmo que fictícios – que já lhe permitiu se exibir como
superpotência.
Ora, nem o Ocidente (Europa e EUA) está capaz de afrontar um “urso”
a despertar, com a particularidade dos russos serem os principais fornecedores
do gás consumido na Europa central e leste, onde predomina uma potência
económica que parece estar a estagnar, a Alemanha – também ela com atitudes
muito dúbias, historicamente reconhecidas, no que toca a Moscovo – nem os EUA
conseguirão manter diversos “conflitos” latentes em várias frentes – com os
russos, com os radicais islâmicos e… com os outros –; nem os russos – leia-se,
Putin –, poderão sustentar a peregrina ideia que vão conseguir recuperar o
antigo esplendor glamouroso da defunta URSS.
Face a estes condicionalismos talvez não fosse despiciente
que as duas potências, sem prévia agenda, apresentassem numa távola (redonda ou
quadricular ou o que quiserem) as suas preocupações e depois disso debatessem a
melhor solução para resolverem a questão ucraniana.
De uma coisa os ucranianos deverão ter a certeza, se os
alemães, principalmente, sentirem que a sua economia irá claudicar ainda mais
por causa da causa ucraniana, serão, indiscutivelmente – ameaçando, as vezes
que o fizerem, de aumentarem as sanções à Rússia –, os primeiros a deixarem
cair aquela causa! Não tenham a menor dúvida!
Por outro lado o Ocidente tem de compreender que não pode
sustentar uma raposa disfarçada no seu galinheiro sem que daí não venham
nefastas consequências. Ao Ocidente, agrade-lhe ou não, tem que reconhecer que apoiou
um movimento onde persistiam, e persistem, indivíduos cuja linha política nada
tem de democrata e onde certos autocratas actuais, nomeadamente em África, conseguem
passar por cordeiros, comparados com aqueles políticos ucranianos.
Como também não deixa de ser ridículo que o quase “demissionário”
presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, diga que embora reconheça uma
situação ou “um
ponto de não retorno”, onde os insurrectos separatistas estão a avançar na
região sul ucraniana a determinação europeia terá o seu impacto na Rússia. Qual
determinação? As sanções que todos subscrevem mas onde sobre as quais cada um
dos Estados da UE impõe derrogações conforme os seus interesses económicos e
financeiros?
Às vezes a Europa – e alguns, muitos, dos seus políticos – faz recordar aquele patético ministro de Saddam Hussein que afirmava, peremptoriamente, que os norte-americanos nunca entrariam em Bagdad, precisamente quando estes já estavam a abrir a porta do seu gabinete…
Às vezes a Europa – e alguns, muitos, dos seus políticos – faz recordar aquele patético ministro de Saddam Hussein que afirmava, peremptoriamente, que os norte-americanos nunca entrariam em Bagdad, precisamente quando estes já estavam a abrir a porta do seu gabinete…
Citado no Portuguese Independent News Network (2/Set./2014)
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