Extracto de uma entrevista do jornalista e historiador Orlando Castro, do JN e NL, a uma estudante brasileira de Relações Internacionais, Patrisia Ciancio , e que pode ser lido, na íntegra, no sítio do Notícias Lusófonas:
PC. Por que Brasil e Portugal não exportam a Língua Portuguesa (e com ela hábitos e costumes) estimulando seu ensino em outros países, em uma ação conjunta, assim como a Aliança Francesa fez ao longo dos tempos com seus centros de cultura? Isso por um lado seria transformar os valores culturais em mercadoria, mas não deveria haver uma propaganda maior dessa riqueza? Quais são os maiores divulgadores da Língua Portuguesa hoje (as novelas, a música, esportes como a capoeira etc)? E em termos de ação governamental, o que é feito para difundir o idioma?
OC. Ao contrário do que fazem franceses e ingleses, os portugueses e os brasileiros (mais os lusos) têm por hábito deixar para amanhã o que deveriam ter feito ontem. Não existe, na língua como noutros sectores, uma conjugação estratégica de objectivos. Cada um rema para o seu lado e, é claro, assim o barco comum (a Lusofonia) não chega a nenhum porto. Há projectos sobrepostos, e muitas áreas onde ninguém chega. Ninguém não é verdade. Chegam os ingleses e os franceses. É claro que, pela sua universalidade, as canções são o maior veículo de difusão. Mas isso só não chega. Conheço gente em Angola que canta as canções do Roberto Carlos mas que, de facto, não sabe falar português. A CPLP deveria ser o organismo que, por excelência, poderia divulgar a língua. Está, contudo, adormecida. Quando acordar verá que a Lusofonia já morreu...
Serão necessárias mais palavras?
2 comentários:
É sempre o mesmo discurso carregado de demagogia, a lusofonia realmente vai morrer um dia quanto a isso não há dúvida mas a língua brasileira vai continuar viva e cada vez mais brasileira, a razão pelo qual os portugueses não querem a unificação ortográfica é porque as editoras portuguesas ganham milhões todos os anos exportando manuais escolares para a África à preços exorbitantes e com o acordo ortográfico as editoras brasileiras que possuem maior poder econômico poderiam exportar para os paises africanos por preços menores e logo dominariam esse setor aniquilando as editoras portuguesas.
Meu caro Anónimo,
Quanto à questão das editoras portuguesas e das vantagens económicas que as brasileiras têm não posso deixar de concordar. Quanto à questão da unificação e da ainda não ratificação por parte das autoridades portuguesas deixe-me recordar-lhe que é a "versão" brasileira que mais fica a perder - pelo menos quanto à grafia, não o será quanto à prenúncia - já que a maioria do acordado vai mais ao encontro da matriz afro-portuguesa que brasileira.
Um abraço para o(a) simpático(a) anónimo que se esqueceu, por certo, de completar o seu comentário ao não se identificar.
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