"[Isto foi o envio de] “(…)um forte sinal aos ditadores e tiranos da região e no mundo: eles não devem desconsiderar a voz do seu próprio povo nas eleições livres e justas e haverá consequências para os que se agarrem ao poder”; assim declarava Hillary Clinton, Secretária de Estado dos EUA, após a deposição de Gbagbo, na Cote d’Ivoire.
Depois de Ben Ali (Tunísa), de Hosni Mubarak (Egipto) e de Gbagbo, três dos quatro ou cinco membros da gerontocracia política africana auto-radicada e ainda em actividade, coube a Muammar Kadhafi a fava seguinte.
No passado dia 1 de Setembro, Kadhafi fez – faria – 42 anos que estava no Poder, desde que depôs o rei Idris I e instaurou a república árabe e socialista. Fez, ou faria, porque no momento que escrevo estas linhas, a União Africana (UA) ainda continua a não reconhecer o actual poder rebelde da Líbia, consubstanciado no Conselho Nacional de Transição.
E até se compreende, quando a UA quer acabar com as deposições anárquicas e/ou anti-constitucionais evocando o seu actual articulado, sobretudo quando advoga o fim de “(…)todas as formas de assassinatos políticos e actividades subversivas contra os Estados africanos provocadas por vizinhos ou outros Estados” o que, reconheça-se, também acabou por acontecer na Líbia com a intervenção da OTAN sob a umbrella das Nações Unidas.
E foi devido a esse (este) princípio que a Argélia aceitou a presença dos familiares de Kadhafi – e falta saber se ele também lá não estava, como informaram alguns dos colaboradores de um seu filho, e os argelinos omitiram isso – como outro dos geroncratas africanos, o senhor Mugabe, decidiu expulsar os diplomatas líbios em Harare porque depuseram a bandeira d’ Al-Jamahiriyyah e repudiaram o dirigente líbio, que mantém em Mugabe um incondicional aliado. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no , edição 191, de 16Set2011, página 26.
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