A 15ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, começou ontem e vai prolongar-se até dia 11. Este ano, que homenageia a cultura e a realidade brasileira conta com a presença de 150 escritores brasileiros e 23 estrangeiros, entre os quais, como convidados especiais, os autores angolanos Pepetela e Ondjaki e o luso-angolano Gonçalo M. Tavares*.
Os escritores convidados, anunciou a organização, têm todos livros editados no mercado brasileiro e vão representar os autores contemporâneos de língua portuguesa fora do Brasil.
Embora os três, Pepetela, Ondjaki e Gonçalo M. Tavares, só façam intervenções no domingo, dia 4 de Setembro, cada um deles é uma referência da programação cultural, conhecida como “Café Literário”. Vai haver conversas intimistas entre os autores e o público seguido de sessões de autógrafos.
De registar que no Café Literário haverão 38 sessões de debates e conversas informais entre escritores e leitores. Por sua vez no debate “Mulher e Ponto”, autoras de livros que retratam variados temas de interesse feminino conversarão e trocarão ideias em 16 sessões.
Ao meio-dia de domingo, Ondjaki participa, ao lado da brasileira Andrea del Fuego, da mesa-redonda que discute a presença da magia na ficção.
Posteriormente, Gonçalo M. Tavares participa no debate “o autor: entre a busca da expressão justa e a aventura da metáfora” juntamente com o belga Michel Laub e a chilena Carola Saavedra, radicada no Brasil.
Pepetela foi o escolhido para falar sobre questões de África e suas relações com o Brasil na palestra intitulada “África-Brasil: transas literárias, transes existenciais”, o autor vai debater com o compositor e escritor Nei Lopes as influências da cultura negra na literatura brasileira.
Com um investimento total de 10,7 milhões de dólares e a expectativa de atrair 600 mil visitantes, a feira é considerada o maior evento editorial brasileiro ao ponto dos organizadores considerarem que o “Brasil passa por um óptimo momento no cenário internacional, tanto económica, como culturalmente” pelo que esta “Bienal tem tudo para ser a melhor de todas”.
Entre os convidados deverá estar a presidente Dilma Rousseff onde irá também participar numa das mesas de debates, para falar sobre “A relação da mulher com o livro”.
A homenagem ao Brasil literário marca praticamente toda a actividade da feira, que conta com uma série de acções para discutir a realidade plumitiva do país. Estão ainda agendados, dois encontros com escritores que criaram sapiências sobre o passado do Brasil, como Laurentino Gomes e Isabel Lustosa, que prometem promover debates “nada convencionais” acerca das relações históricas com Portugal.
Participam ainda, como convidados especiais, as escritoras norte-americanas Deborah Harkness, autora do livro juvenil "A Descoberta das Bruxas", Hilary Duff, também cantora com cerca de 20 milhões de cópias, e que vai apresentar o livro de ficção e suspense “Elixir”, e Anne Rice, que possui o mérito por ter humanizado o clássico personagem de vampiro na obra "Entrevista com o Vampiro".
Prevê-se que durante os dez dias da bienal sejam lançados cerca de mil títulos, com a expectativa de venda em torno de 2,5 milhões de exemplares.
*Os autores lusófonos:
“Pepetela”, nascido em Benguela em 1941, é o reconhecido pseudónimo do escritor e nacionalista angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, laureado com o prémio Camões (1997) pelo conjunto da sua vasta obra literária.
Já Ondjaki, poeta e prosador luandense, onde nasceu em 1977 sob o nome Ndalu de Almeida, foi laureado com vários prémios literários como: Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (2007), Grinzane, Etiópia, pelo melhor escritor africano de 2008 e o Prémio Jabuti, Brasil, (2010) na categoria Juvenil. Este prémio é considerado como um dos mais importantes prémios literários brasileiros atribuído em 21 categorias
Gonçalo M. Tavares, escritor da nova vaga literária portuguesa, nascido em 1970, em Luanda, Angola, tem várias obras que mereceram, entre outros, os seguintes prémios literários: Prémio José Saramago (2005), LER/Millennium BCP (2004), Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores "Camilo Castelo Branco" (2007), Branquinho da Fonseca/Fundação Calouste Gulbenkain, Prémio Revelação APE, Prémio Melhor narrativa Ficcional da Sociedade Portuguesa de Autores (2010), Grande prémio Romance e Novela da Associação Portuguesa de Autores (2011), Prémio Portugal Telecom (Brasil, 2007), Internazionale Trieste (Itália, 2008), Belgrado Poesia (Sérvia, 2009), Prix du Meilleur Livre Étranger (França, 2010) e Grand Prix Littéraire du Web Culture (França, 2010).
Fontes Jornal de Angola, Jornal do Rio e Wikipédia
Publicado no Notícias Lusófonas secção "Cultura" de ontem (http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29416&catogory=Cultura)
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